Força Especial da Marinha escrita por Vlk Moura


Capítulo 11
Reconhecimento


Notas iniciais do capítulo

Yeva
Capitão



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Levantei me sentindo bem melhor e muito constrangida por causar preocupações aos outros. Coloquei o novo cassaco que nos foi entregue, era bem mais quente, as meninas terminavam de se arrumar, avisei que iria a sua frente, elas confirmaram, estava um vento que cortava as bochechas de forma dolorida, entrei no refeitório, peguei leite quente e coloquei pó de achocolatado, peguei algumas frutas e dois mini-pães, com geleia, sentei ao lado de James que me cumprimentou com um sorriso, o Capitão já estava ali, tinha olheiras enormes em volta dos olhos.

Charles entrou e sorriu a me ver ali sentada, sentou-se com os jogadores, assim que terminei me levantei, pedi licença a todos.

- Capitão - falei, ele estava indo para o alojamento - Iremos sair que horas?

- Daqui uma hora, marinheira, por quê?

- Preciso saber se teremos de levar algo.

- Não, tudo nos será fornecido, não se preocupe.

- Certo, obrigada, senhor - bati continência, ele retribuiu.

Entrei no quarto, arrumei a minha cama e a minha parte da bagunça, as meninas fizeram o mesmo, depois nos encontramos com os oficiais holandeses que nos entregaram listas com cores diferentes, e em inglês havia o nome de alimentos, no meu caso frutas. 

- Pensei que tinhamos vindo para cá a trabalho, não para cuidar dos jogadores. - Santo comentou e me olhou.

- Por enquanto, até que sejamos liberados par ao serviço teremos de ajudá-los - o Capitão falou.

- Temos quatro cores de listas - a Capitã de Fragata falou - Quero que as filas de dividam, as vermelhas aqui - ela apontou e uma fila se formou com Tainá e James juntos mais alguns jogadores - Aqui os verdes - Eu, o Capitão, Charles, alguns jogadores como nas outras - Aqui a azul - Santo e alguns jogadores - Aqui a amarela - ela falou por fim e Sara e Francis se juntaram aos jogadores. - Podem ir para a cidade agora, e tragam tudo até o fim do dia.

Caminhamos todos, os jogadores nos guiavam pelas ruas da cidade nos levanto aos melhores pontos de venda, a maioria sabia escolher bem as frutas, peguei algumas sacolas com maçãs, pêras, bananas e um melão que me deu trabalho para carregar, mas todos já estavam ocupados, não tinha ninguém mais forte que pudesse me ajudar.

- Toma! - o Capitão me entregou duas sacolas - Agora me dê este melão - ele dobrou o braço e o apoiou.

- Não precisa senhor - falei tomando-o de volta - Eu consigo carregá-lo.

- Marinheira, isso é uma ordem.

- Capitão, isso não pode ser uma ordem. - continuei andando, pude ouvi-lo bufando logo atrás de mim. 

Voltamos andando par aos alojamentos, fomos até a cozinha e começamos a colocar as frutas em seus lugares.

- Os melões ficam aqui - Charles tomou o meu de minha mão e colocou junto aos outros.

- Obrigada - falei dobrando o braço que havia dormido naquela posição. 

Depois de arrumar tudo teriamos o dia de folga. Resolvi que andaria pela cidade, avisei o Capitão que me permitiu isso, sai no instante que os outros grupos chegavam, andei pelas ruas, estava bem frio, parei ao centro da cidade e olhei para os comércios, Jude adoraria algumas peças de roupas que haviam ali, outras Stela ficaria encantada. Fui até uma lanchonete, pedi algo para comer e fiquei sentada.

- Não está com frio? - um homem perguntou, eu o olhei.

- Não. - falei e dei-lhe as costas, paguei o lanche e sai.

Pude perceber que ele estava vindo atrás, a noite já estava caindo, tinha de voltar par ao alojamento, ele me parou no meio da rua, já estava deserta. 

- Certeza?

- Certeza. - falei e tentei passar por ele.

- Mas parece estar sentindo tanto frio - ele me parou e aproximou o corpo do meu - Ou debaixo disso tudo é bem quente? - ele enfiou a mão pelo casaco ia invadir meu uniforme quando acertei sua virilha com uma joelhada que o fez girar de dor.

- Te garanto que aqui está bem quente - falei. Ele ainda veio atrás e me parou novamente, mas torci seu braço e o derrubei de cara no chão - Por favor, me deixa em paz. - falei ainda com seu braço torcido, ele segurava o grito de dor, assim que acenou a cabeça confirmando a minha pergunta eu o soltei, ele me encarou e saiu correndo.

Virei para voltar ao alojamento e esbarrei nos dois Charles, mais os marinheiros que os acompanhava, me assustei com aquilo.

- O que foi aquilo? - Charles perguntou assustado, mas parecia ter achado engraçado - O que fizeram com a inofensiva Yeva com quem passei anos junto?

- Ela recebeu o treinamento apropriado - falei e sorri.

- Seu cabelo - Tainá falou rido - Bagunçou.

- Não tem problema.

O Capitão ficou olhando o homem correr.

Chegamos aos alojamentos cada um foi para o seu canto, eu fiquei no campo me submetendo a treinamentos.

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Levantei cansado, dormi pouco preocupado com Yeva. Mas isso não era correto, eu deveria zelar por ela, mas não perder meu sono. 

Andamos bastante pela cidade, as compras foram dificeis, os jogadores nos ajudavam quanto aos locais par aonde ir, mas nada além disso, acabamos por comprar muitas frutas repetidas. 

Tentei pegar o melão que carregava com dificuldade, mas ela não aceitou minha ajuda o que deixou meu cavalheirismo machucado. 

Ela resolveu ir andar sozinha, mas sempre que pedia algo estava tramando outra coisa por trás, aprendi isso muito bem enquanto passamos quatro meses todos presos em um navio. A noite estava caindo rápido junto das temperaturas, eu já havia me esquecido que ela havia saído.

- Capitão - Sara se aproximou - A Yeva já não deveria ter voltado?

- Que horas são?

- Sete, senhor - Tainá respondeu, todos estavamos na mesa jantando.

- Terminem de comer e iremos atrás dela.

Charles nos ouvia, assim que nos levantamos ele saiu logo atrás, disse que imaginava onde ela estaria.

- Esta tarde - ele comentou comigo - Aqui fica muito perigoso a esta hora.

- Perigoso, como? - Francis perguntou escondendo a boca na gola do casaco para se aquecer.

- Tarados, ladrões, coisas deste gênero. - ele falou, espero que ela esteja bem.

- Não se preocupe - James rio - Ela sabe se cuidar.

- Não a que eu conheci.

Esse aviso dele começou a me preocupar, andamos pelas ruas, mas não a encontramos. Até ver alguém sendo parado, Charles tentou avançar, mas Santo e Francis o pararam e pediram para que observasse, Yeva conseguiu se livrar uma vez, foi abordada uma segunda e então Charles se livrou dos dois e foi passar por mim, eu o segurei pela camisa, ele me fuzilou.

- Calma, ela sabe se cuidar - falei, ele parou de lutar para se soltar e a olhou.

O homem correu e pude ver a admiração que cresceu nos olhos do jogador, pelo comentário imagino que a Yeva que entrou no navio era apenas uma menina qualquer sem conhecimentos de lutas ou de modos de proteção. O homem corria desesperado, imaginei se ela o ameaçou ou algo assim, mas ela não era deste tipo de atitude.

Começamos a voltar para os alojamentos, cada um foi o seu quarto, fui para o meu.

- Capitão. - Charles me chamou - Poderiamos conversar um pouco?

- Sim. - eu o segui, paramos no terceiro andar onde eu vira os dois se beijando e ele ganhando um tapa. - O que você quer?

- Ela. - eu o olhei assustado - Eu a quero de volta, mas será difícil de conquistá-la, o senhor não acha? - dei de ombros, ele rio - Charles, você a tornou mais cabeça-dura do que antes... - ele forçou a visão - O que ela pensa estar fazendo? Quer ficar doente novamente?

- Não - eu expliquei - Ela está se punindo, não nos é permitido agredir civis e bem, ela fez isso hoje.

- Mas o cara a estava atacando, nada mais justo...

- Para ela não funciona assim. - ele suspirou - Ela mudou tanto desde a última vez que se viram?

- Sim e não. - ele rio desajeitado e a observando - É a mesma Yeva por quem me apaixonei no colegial, porém com uns reparos de maturidade - ele me olhou - E você?

- O que?

- Tem alguém por quem sinta essa vontade monumental de proteger? - olhei a Primeiro-Tenente que começara a ir par ao alojamento, ela nos viu lá em cima.

- Talvez. - falei e o olhei - Mas não é recíproco como no seu caso.


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