Onde Ela Deveria Estar... escrita por Isa Salvatore Cullen


Capítulo 27
Capítulo 27 - Repensando Fatos e Atitudes


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Me desculpem por não responder os comentários, mas essa semana foi aniversário da minha mamãe linda, então a nossa matriarca merece toda a atenção possível.

Esse capítulo está um pouco mais introspectivo, mas é necessário para o próximo, onde grandes decisões aguardem pelo nosso adorado e amado Edward. Espero que gostem.

Bjs
Isa

Postado dia: 06/10/2013



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As gravações de sábado terminaram e Edward sentia-se exausto, como se o peso do mundo estivesse sobrecarregando seus ombros, impedindo-o até de chegar rapidamente a sua suíte, na tentativa inocente de isolar-se completamente do mundo. Durante o dia, falara com Alec e a notícia do noivado havia sido uma agradável luz em meio às sombras dos seus pensamentos. Fizera questão de presenteá-los com tudo que achava importante para que aquela noite fosse inesquecível, afinal, noivado deveria ser comemorado apenas uma vez na vida, então era imprescindível que seus colaboradores e amigos tivessem uma noite mágica. Em apenas uma ligação para Rosalie resolvera todos os detalhes para a noite de Alec e Leah, e também pedira um grande favor, na verdade quase uma ordem, para o seu irmão grandão Emmett, pois queria ter certeza que sua doce Isabella ficaria protegida em sua estreia na sociedade hollywoodiana.

Resolvidos seus problemas do dia, se permitiu um banho demorado e usando um agasalho confortável se enrolou em seu edredom e sentou na sacada da sua suíte, pensando na vida acompanhado de um bom uísque. Seus pensamentos se voltaram para os tempos de colégio, quando o teatro era apenas uma distração, uma forma de canalizar seus interesses tão dispersos dos estudos. Recordou suas primeiras aulas de violão, as primeiras músicas cantadas desafinadamente e as primeiras notas estranhas no teclado do piano de cauda. Já naquela época seu destino se convergia para a sua atual profissão e ele nem percebia isso, pois não tinha nada planejado para seu futuro, vivia um dia após o outro sem grandes ambições.

Então, vieram as primeiras apresentações teatrais, seu primeiro grande destaque numa peça profissional, os novos desafios em apresentações mais complexas e com casa lotada e finalmente a decisão de se aventurar no mundo do cinema. E tudo aconteceu muito lentamente, contrariando seus sonhos e suas expectativas. Morar sozinho não era fácil, pagar as contas básicas mais complicado ainda, mas ele não queria pedir ajuda para sua família. Queria ser capaz de se sustentar com o fruto do seu trabalho, do seu esforço diário. Eram testes quase diários para filmes e o resultado quase sempre negativo. Tivera uma chance em um grande filme, com um papel promissor e muito bem aceito pelo público, mas o dinheiro logo acabou e outros papéis não apareceram. Outras chances, novos trabalhos, mas em alguns injustamente nem recebera os créditos por sua atuação. Estava desiludido, desanimado, cansado e sem nenhuma expectativa de sucesso ou contratos próximos. E o pior, estava totalmente sem dinheiro. Pedir ajuda para sua família estava fora de cogitação. Sua criação incluía princípios que aprendera com seus pais e que regiam sua vida. Tinha reserva para mais alguns dias e se não surgisse nada, teria que entregar o minúsculo apartamento onde morava e voltar para a casa dos seus pais, começando tudo do zero. Talvez uma faculdade? Um curso técnico? Aulas de música para crianças e adolescentes? Qualquer coisa que o ajudasse a começar de novo.

Então, uma nova oportunidade num teste para um filme de vampiros, aproximadamente mais de três mil candidatos e ele estava lá, disposto a tentar pela última vez. Estava tão desanimado que do jeito que acordou naquele dia foi para o teste, e como sempre, seus cabelos estavam mais desalinhados que de costume, mas nada importava. Decorou seu texto, esperou horas e mais horas pela sua oportunidade, e quando se deparou com a atriz principal que auxiliava na escolha do protagonista, não imaginou que ela seria a responsável pela mudança prevista pelos anjos para o seu futuro. Quando o primeiro filme estourou no cinema, sua vida virou de cabeça para baixo. Eram compromissos intermináveis com jornalistas, fãs, viagens de divulgação, e todo seu sossego desapareceu num passe de mágica. Passou de um ator anônimo a uma estrela de hollywood em um curto espaço de tempo, sem parar para pensar no que acontecia e no que desejava para seu futuro. Depois disso, foram mais quatro filmes, revistas, comerciais, e toda a sua vida estava na boca e na mente das suas fãs quase obcecadas, diga-se de passagem.

Paralelamente a isso? Sem perceber, sua vida pessoal começou a se misturar com a vida profissional e ele não sabia como trabalhar isso em sua cabeça. Comodismo? Paixão? Sexualidade? Romance? Amizade? Companheirismo? Namoro? Convivência? Falta de opção? Carência? Obsessão? Ele não sabia como definir isso e nem como explicar. Apenas vivia um dia após o outro.

Eram tantos compromissos que praticamente a cada dois dias estavam em um país diferente, comendo em lugares inusitados, se escondendo de flashes sem fim, respondendo a infinitas perguntas, dormindo em camas estranhas... que nem percebeu que a pessoa que dormia ao seu lado também era uma total estranha para ele. Mas ele acreditou estar apaixonado, ter encontrado o amor verdadeiro ao lado da mulher que ficaria com ele até os seus últimos suspiros. Finalmente um período de calmaria, a alegria de comprar sua casa e a tristeza de perceber que estava fixando endereço em outro local que não havia sido escolhido por ele... que aliás não tinha a sua cara e nem o seu jeito tão peculiar de ser e existir.

Os dias passavam, meses agitados, revistas explorando sua vida pessoal, eventos, festas, mais trabalhos fotográficos, conversas sobre novas oportunidades profissionais e aquela sensação de vazio em seu coração. Então, quando percebeu, já contabilizava três anos de namoro com uma mulher que imaginou amar, mas que no fundo da sua alma, não tinha nada a ver com sua personalidade pacata e muito tímida. Mas Deus escreve extremamente certo por linhas divertidamente tortuosas não é mesmo? E quem diria que na escrita do seu destino estava previsto uma grande desilusão, muitas fofocas expondo sua vida pessoal, infinitas especulações e uma traição que arrasou seu coração e o fez repensar tudo que havia vivido até então? Somente a senhora dama do destino saberia que isso estava programado em sua vida. Que surpresa inusitada! Ele o galã causador do frenesi nas donzelas apaixonadas, agora um homem traído publicamente e “corno” mundialmente famoso. A vida é cheia de surpresas.

Mas seu pai Carlisle sempre ensinou que uma dama sempre deverá ser tratada com respeito e dignidade, independente da situação. E ele foi criado dessa forma tão peculiar. Evitou tudo e todos, focou no trabalho, se isolou do mundo, assinou novos contratos e ganhou mais dinheiro do que o previsto, pois toda a mídia sentia pena do belo par de adornos em sua testa tão branca. Pelo menos trabalhando não precisava se esforçar tanto para esquecer sua vida tão sem sentido. O grande amor da sua vida, sua neurose particular, agora se transformara numa planta carnívora, tentando arrancar um pedaço do seu coração novamente. Sua antiga obsessão e possível amor platônico agora era alvo do seu escárnio e desprezo, conhecendo o lado mais sombrio da sua amargura, a total indiferença a sua existência.

Sua resistência durou alguns meses, contabilizando milhares de ligações não atendidas, mensagens não respondidas e fofocas não esclarecidas na mídia. Mas seu coração não conseguia arrancar aquele amor do mal enraizado em suas entranhas, e mesmo contra todos os conselhos de familiares e amigos, decidiu por uma nova chance. Voltaria para aquela mulher que tanto mexia com suas emoções e de formas nem sempre tão positivas.

Mudou-se novamente para aquela casa que não era sua, tentando se adaptar e esquecer aquela tristeza que insistia em tomar conta da sua alma. Como um casal quase normal foram a um show com amigos, saíram para jantar, viajaram a trabalho para Nova York, fizeram compras para a casa e comemoraram até o aniversário dela. A mídia insistia em afirmar que ele aproveitaria a data comemorativa para oficializar o pedido de noivado, mas ele não se sentia seguro e preparado para um passo tão decisivo em sua vida. Supostamente, até um anel de noivado havia sido escolhido e estava guardado, a espera de uma ocasião especialmente oportuna para o pedido. Então, um novo filme e mais alguns meses longe de casa para gravações infinitas. Na solidão do seu hotel em um lugar qualquer do mundo, refletia sobre sua existência e seus projetos profissionais, deparando-se com uma triste constatação, ele planejava e trabalhava muito para concretizar seus sonhos, enquanto ela continuava naquela vida vazia de sair com amigos, curtir e não trabalhar por um tempo. Nenhum projeto parecia ser suficientemente bom para o seu glamour pessoal. Sua total falta de interesse e perspectivas era quase um crime declarado para ele, que adorava trabalhar e sentir-se útil de alguma forma.

O que ele estava fazendo? Aonde chegaria vivendo dessa forma? Quais eram os seus planos mesmo? O que faria num futuro próximo quando não tivesse mais aspecto de jovem galã? Quem ele queria ao seu lado? Quem estaria ao seu lado?

E num passe de mágica, seu Anjo da Guarda percebeu sua aflição e lhe mostrou, através de uma mensagem de texto no celular da sua namorada, que ele estava no caminho errado novamente, e que tudo continuava sendo uma grande mentira em sua vida. Esse foi o pontapé inicial para uma grande reviravolta, que definiria para sempre  os rumos do seu futuro.

Quem diria que ele ficaria tão bem sozinho? Quem diria que os seus filhotes seriam a razão da sua existência? A alegria do seu lar? A luz do seu futuro? Nem ele poderia imaginar tamanho fortúnio para sua vida. As revistas tentavam criar namoradas e aventuras sexuais enquanto ele se preocupava apenas em viver anonimamente o máximo possível. Nunca aproveitou tanto sua casa, sua família e seus amigos como naquele período. Nunca leu tanto como naqueles meses e releu os mesmos livros apenas por satisfação de saber que podia fazer algo tão bobo porque tinha um tempo exclusivo para ele. Seu autor preferido Martin Amis foi a leitura mais apreciada nesse período, algo direto, sagaz, inteligente e muito eloquente. Também dedicou muitas horas a suas composições, transferindo para a letra das suas músicas tudo que se passava em sua alma abalada. Não era raro preencher o silêncio da madrugada com o som do piano ou do violão, seus companheiros de toda uma vida.

Mas, até para curtir uma dor de cotovelo o tempo é finito, e alguns meses depois, já viajava para começar a gravar um novo filme, deixando sua alma quase recuperada em casa com a saudade dos seus amados filhotes. Trabalhar o fazia se sentir útil, completava as lacunas do coração quebrado e dava sentido a sua vida. E estar longe de casa só não era mais terrível porque Rosalie estava sempre ao seu lado e seus irmãos não sumiam por mais de dois dias, trazendo alegria e muitas risadas em cada ligação inesperada. Seus pais também sempre presentes, com todo seu amor e compreensão, com palavras de incentivo e encorajamento. Mesmo sentindo falta de casa e dos meninos, tinha a sensação de ser amado e adorado por todos. A vida parecia perfeita então? Claro que não. Quem pode pensar assim quando não tem um amor verdadeiro para aquecer seu coração? Ele não procurava, devido às péssimas experiências anteriores, mas sabia que precisava de um, como qualquer ser humano.

Lembrava-se da vez que fora a um programa de televisão falar sobre o lançamento de um filme, e a apresentadora, hoje sua grande amiga, perguntara como era ser assediado vinte e quatro horas por dia, com tantas mulheres se jogando aos seus pés loucas para passarem uma noite de sexo quente com ele. “E onde estão essas mulheres loucas que nunca me encontram?” respondera com sinceridade, causando um acesso de riso tão grande na mulher a sua frente que os comerciais foram chamados para que ela tivesse tempo de se recompor novamente. Qual era a graça? Era um fato, sexo sem compromisso nunca fora de fato fácil em sua vida. Se tantas mulheres o queriam dessa forma, como que seus caminhos nunca se cruzavam? Bem que ele gostaria de experimentar tais aventuras para saber como seria. Deveria ser muito interessante? Inusitado? Quente? Descompromissado? Complicado? Pelo jeito ele nunca saberia... estava fadado a relacionamentos sérios e duradouros.

Nunca saberia, mesmo depois que assistira aquele vídeo quase inocente editado por seus irmãos maquiavélicos e por seu amigo Alec, que ele acreditava até então querer o seu bem. Depois daquelas cenas, ele nunca mais seria o mesmo homem e talvez seu futuro já estivesse traçado mesmo a contragosto. Como ser indiferente aquela mulher? Ele sabia que jamais teria resposta para essa pergunta. Não nessa vida pelo menos.

Uma mera curiosidade sobre um belo par de pernas... um corpo bem delineado... olhos verdes que pareciam ler sua mente... e aqueciam seu corpo e sua alma. Dessa forma simples começara o seu martírio nessa existência terrena. Sofrimento sim... pois admirar, querer e não poder tocar ou sentir era a maior de todas as provações. Sua existência se tornara um desafio diário de paciência, rosas amarelas e muita criatividade. Afinal, ser um admirador a distância era fácil, buscar versos que falassem de seus sentimentos sem assustar sua musa não tão complicado... mas espionagem noturna a distância era a forma de tortura mais penosa que já existira nesse mundo.

Quem diria? Um espião dentro de sua própria casa! A que ponto chega um ser humano em busca de informações e acalento? Mas os anjos sabem como guiar a vida de seus protegidos, pois a espera nem foi tão demorada assim, e a notícia de um noivado por parte do seu irmão, trouxe alegria e uma grande oportunidade de enfim conhecer pessoalmente o objeto de desejo do seu coração. E tudo pareceu fluir naturalmente e conspirar a favor de suas intenções, dúbias ou não. Quando percebeu, o tempo havia passado rapidamente, era quinta feira à noite e ele estava parado a porta da sua casa, elegantemente vestido, sorrindo feito um idiota e se apresentando formalmente a mulher que dominava todos os seus pensamentos nos últimos tempos.

Finalmente... o som da sua voz, o cheiro único característico da sua pele, o perfume do seu cabelo, seu toque delicado e quente, seus olhos misteriosos e todo o seu feitiço de mulher fatal exalando por seus poros. Ela era simplesmente perfeita e infinitamente especial... na medida certa para ele.

Ele nunca imaginara que cuidar dos seus filhotes e passar o dia brincando com eles pudesse ser tão gratificante, ao ponto de esquecer tudo e todos. Naqueles três dias de folga em sua casa, aproveitara a presença de amigos e familiares, mas nada era mais completo do que estar ao lado dela e de seus filhotes. Ali sim era seu lar para sempre.

Tudo estava tão nítido em sua memória, que ao fechar seus olhos, sentia seu corpo ser transportado para aquelas emoções, para aquele calor tão conhecido, para um abraço reconfortante e completo. O primeiro contato, a primeira dança, suas conversas, as rotinas com Bear e Bernie, o café da manhã animado, as brincadeiras, o passeio pela cidade, a praia, a catedral, a leveza do toque de suas mãos unidas, o primeiro encontro, o olhar de cobiça dos outros homens, o charme tímido mas sensual, o calor do corpo colado ao seu na garupa da moto, a piscina, as corridas, a primeira vez que dormiram abraçados vendo o dia amanhecer, o passeio pelo parque, o clima descontraído enquanto assistiam um filme, o carinho com os meninos, um noite inteira dormindo abraçados, o calor daquele corpo que o enlouquecia, tirando quase todo o seu juízo, as surpresas, a saudade antecipada e o mais estranho de tudo...a declaração que ele fizera na beira da praia, olhando no fundo daqueles olhos lindos, como se o seu futuro dependesse do entendimento dos seus sentimentos por parte dela.

Não planejara falar tudo aquilo, mas as palavras fluíram por seus lábios com toda a sinceridade, como se a sua alma precisasse expor todo aquele emaranhado de emoções. Lembrava perfeitamente de cada palavra dita.

“Bella, eu preciso ser sincero. Meus olhos te descobriram e fiquei inebriado com sua beleza. Cada resposta sua as minhas perguntas me mostrava sua beleza, simplicidade e generosidade. Seu perfume marcou minha alma. Seu amor pelos meus filhotes é inesgotável e puro. Você tem sonhos, ideologias e ideais que me fascinaram e me fizeram querer ficar sempre ao seu lado. Mas, eu sei que cheguei hoje em sua vida e não posso pedir que me aceite com a mesma intensidade. Mas, eu quero muito te conhecer cada dia mais e passar todos os instantes possíveis ao seu lado. Então, ficarei aqui esperando que o seu coração me aceite com todos os meus defeitos e com toda a devoção do meu coração. Vou saber esperar, e quando você achar que sou merecedor da sua atenção, estarei aqui esperando por um sinal, por um beijo seu dizendo que sua alma quer dividir a sua existência ao meu lado.”

- Como eu sou um completo idiota! – falou em voz alta para si mesmo – Eu ainda me acho no direito de questionar se estou apaixonado. Eu sou um retardado mesmo. Pelo jeito, me apaixonei por minha pequena no instante que a vi... e como um completo imbecil duvidei desse sentimento e criei barreiras para o meu coração. Ela é tudo que eu sempre sonhei para a minha vida!

Enfim... a grande descoberta! Estava na hora! Até Bear e Bernie já haviam sacado os sentimentos do papai pela babá. Mas ele, marcha lenta como sempre, buscava obstáculos para impedir essas emoções. Talvez medo? Receio de reviver dores antigas? Sentimento de perda e abandono? Difícil descrever. Mas os fatos estavam bem claros a sua frente, para que nenhum questionamento fosse necessário.

- Certo meu camarada – pensou Edward em voz alta – Descobri a América e de lambuja meus reais sentimentos por Isabella. Meus pais estariam orgulhosos de mim se me vissem aqui falando sozinho. O que eu faço agora? Boa pergunta...

E aqui, mais um impasse para o nosso galã apaixonado e parcialmente confuso. Digamos que cinquenta por cento do casal já conhecia a veracidade de seus sentimentos. E os outros cinquenta por cento?

Bom, eles haviam compartilhado segredos, gostos, brincadeiras e muitos momentos. Por mais que sua emoção dissesse que tudo nela exalava aceitação e romance, sua razão insistia em afirmar que poderia ser apenas um envolvimento sexual sem nenhum futuro. Isabella tinha o direito de não querer aquela vida de exposição exagerada, a total falta de privacidade, os longos períodos de afastamento e uma casa lotada de seguranças e empregados. Era um direito dela sonhar com uma vida familiar mais normal e tipicamente americana, não era?

Claro que não! Em algum lugar de sua alma, algo lhe dizia que seus sentimentos eram correspondidos e que ela, guerreira e determinada como sempre, não abriria mão de sua felicidade por alguns inconvenientes da profissão dele. Ela era romântica, doce, cativante e muito meiga, mas também uma verdadeira leoa quando fosse necessário defender os seus. Afinal, os olhos verdes de Isabella tinham um brilho diferente... o mesmo brilho que iluminava os seus olhos desde que a conhecera.

Então, ele a queria para si para sempre. O lugar daquela bela morena era ao seu lado, em todas as ocasiões, como se fossem uma única pessoa. Assim, ficariam completos para sempre. Era egoísta o suficiente para não abrir mão desse sentimento? Com certeza... exageradamente mesquinho.

Foi então que percebeu que as primeiras cores da manhã começavam a surgir no horizonte, clareando o céu e trazendo uma mistura de luzes e cores diferentes e delicadas. Sem perceber, ficara a noite inteira acordado pensando em sua vida e em sua doce Isabella. Estava levemente embriagado, com um pouco de frio mas feliz, pois não havia fumado nenhum cigarro. Com certeza, sua pequena ficaria muito orgulhosa desse grande detalhe em sua noitada sozinho na sacada.

Levantou meio cambaleante, fechou a porta da sacada e do jeito que estava deitou na sua cama enorme de hotel dormindo rapidamente. Queria apenas apagar e dormir sem sonhar com nada. Apenas descansar como se fosse um domingo qualquer.

Acordou no início da noite com um pouco de ressaca e muita fome. Pediu algo bem light para comer no restaurante do hotel: hambúrguer com muita batata frita. Tomou um banho demorado, vestiu um conjunto de agasalho cinza escuro, comeu sem pressa e depois desceu para a recepção do hotel, onde pegou a chave de uma sala isolada e desconhecida dos outros hóspedes. Lá dentro, apenas um piano preto bem afinado e uma banqueta. Sentou-se confortavelmente, aqueceu os dedos e começou a tocar, deixando que sua alma mostrasse para os seus dedos finos e longos a melodia que acalentava o seu espírito pensativo. Tocou como se fosse um grande concerto... tocou com a alma... tocou com o coração... Não tinha noção de horário, ou se poderia estar incomodando outros hóspedes. Apenas deixava a melodia fluir de sua memória sem compromisso algum.

Quando finalmente parou e fechou o piano, já tinha tomado uma grande decisão: iria conquistar Isabella de todas as formas e mostrar a todos que ela lhe pertencia, que era a dona do seu coração, a única mulher da sua vida. Com ela teria um futuro, uma família, amigos presentes e ficariam eternamente juntos. Do jeitinho descrito nos contos de fadas. A partir de agora, viveria para ela e sempre por ela...

Quando se preparava para sair, percebeu que seu amigo e gerente do hotel Jhonny Bravo estava parado a porta, meio sem graça.

- Me desculpe Edward – disse o gerente meio encabulado - não queria atrapalhar sua música, mas o som do piano é uma bênção para meus ouvidos.

- Não se preocupe Jhonny, não atrapalhou nada. Estava pensando na vida e tomando decisões importantes enquanto tocava. Agora tenho grandes planos para o futuro.

- Parabéns então. Desejo que seus sonhos se realizem em breve.

- Com certeza meu amigo. E obrigado pelo apoio.

- Bom, amanhã segunda é meu dia de folga. Minha esposa pediu para convidá-lo para um jantar em minha casa. É nossa forma de agradecer sua amizade.

- Me sentirei honrado em conhecer sua casa e sua família meu amigo.

- Então, venho busca-lo às dezenove horas aqui no hotel. Faço questão.

- Combinado Jhonny. Ficarei aguardando. Até amanhã.

De volta ao seu quarto, Edward utilizou a tão conhecida discagem direta de seu iPhone.

- Você não ia se isolar do mundo por três ou quatro dias? – perguntou a voz divertida de Rosalie no segundo toque do telefone.

- Era minha intenção, mas recebi um convite agradável e preciso da sua ajuda para amanhã à noite.

- Você vai trair a Bella? Tem certeza disso?

- Do que você está falando Rose? Não seja tão absurda! Vou jantar na casa do Jhonny Bravo, gerente aqui do hotel. Mas preciso levar alguma coisa para eles de presente correto?

- Ah bom, sendo assim eu te ajudo. A boa educação ensina levar alguma coisa sim, demonstrando seu apreço pelo convite. O que acha de um uísque para ele e flores e bombons para ela?

- Achei ótima sua ideia. Pode providenciar para mim?

- Claro! Considere feito. Mas me diga, já pensou e organizou sua cabeça?

- Acho que sim, mas ainda quero continuar isolado. Ainda vou analisar bem minhas decisões.

- Então, que os anjos te guiem então. Se precisar estarei por aqui. Bjs.

- Beijos Rose e obrigado por tudo.

E assim, pegou uma garrafa de bebida, a camisola perfumada, seu cobertor e sentou novamente na sacada da sua suíte perdido novamente em pensamentos. Lembrou-se mais uma vez do sábio conselho de Emmett, que na verdade era do seu pai Carlisle.

- “Se ao olhar para os olhos dela, você não tiver a sensação que se perdeu naquele mar de cores, esqueça, ela ainda não é a mulher da sua vida. Ela ainda não é a dona da sua alma”.

Como não se perder naquela imensidão verde dos olhos de sua Isabella? Como não se apaixonar pelo seu jeito carinhoso? Como não amar sua espontaneidade? Como não se perder com a promessa daquela camisola perfumada? Ele estava dominado... e muito feliz com essa constatação. Tinha um novo objetivo para seu futuro, e sonhos para compartilhar. Ele se sentia feliz novamente.

Foi nesse momento que a saudade bateu forte em seu peito e uma vontade desesperada de ouvir a voz de Bella tomou conta dos seus instintos. Parecia que não falava com ela a meses, e sentia muita falta do seu jeito amoroso e sempre sincero. Queria contar tudo que estava se passando em seu coração, dividir suas dúvidas e incertezas, confessar a descoberta do sentimento verdadeiro, mas não podia fazer isso de forma tão singela. Ela merecia muito mais. Era digna de toda a verdade. Ela merecia toda a sua criatividade, como fora desde o começo. E ele faria tudo para que isso acontecesse.

Novamente, seus pensamentos fluíram desconexos e quando percebeu, os primeiros raios do amanhecer tingiram o céu de um tom dourado inebriante, ofuscando seus olhos e deixando-o maravilhado com a beleza daquele cenário. Sentiu então seu corpo reclamar da combinação cadeira + bebida + noite em claro, e resolveu se entregar ao sono dos justos. Como não teria gravações na segunda feira, podia se dar ao luxo de dormir o dia todo, e assim o fez, sem nenhum peso na consciência. Dessa vez, sonhou com sua Isabella, Bear e Bernie... sonhou com sua família.

Enquanto Edward repensava toda sua vida, na outra suíte do hotel, Rosalie havia passado o domingo assistindo suas séries de televisão favoritas e comendo muitas besteiras nada saudáveis. Sua sessão noiva solitária num país distante foi interrompida pela ligação do cunhado que a deixou muito feliz, pois teria um motivo para se arrumar, pegar um táxi e ir ao shopping mais próximo fazer compras de última hora. E olha que maravilha, esse shopping tinha horário diferenciado. Incrível não?! Comprou a melhor bebida que também era a preferida de Edward, chocolates finos de um sabor inigualável e encomendou uma orquídea branca com lilás para ser entregue no hotel no final da tarde de segunda. Não resistindo à tentação, se rendeu a algumas peças de roupa, três pares de sapato e vários conjuntos de lingerie para o seu ursão, todos com cores diferentes e exóticas. Finalmente satisfeita, voltou para o hotel e se perdeu num enorme pote de sorvete de chocolate com creme, seu preferido sempre.

O domingo para Isabella foi chato e muito lento, e ela evitou ao máximo a companhia de outras pessoas. Sentia-se sozinha, um pouco triste e não podia falar com Edward pois ele estava gravando numa cidade pequena e afastada. Só interrompeu sua reclusão para conversar com Leah em seu quarto e ser informada antes de todos que a amiga era oficialmente noiva de Alec. A alegria da camareira era contagiante, e repetidamente contava em detalhes como tudo havia acontecido. Após o furacão Leah, procurou Alec e o abraçou com sinceridade, feliz pelo passo decisivo na vida dos dois. Dormiu cedo, se sentindo solitária e um tanto abandonada. Queria que os dias passassem rapidamente para poder falar com Edward, ouvir sua voz e sua risada novamente. Então percebeu o quanto sentia falta daquele sorriso torto e daqueles olhos enigmaticamente sinceros.

A segunda feira foi bastante agitada. Pela manhã, cuidou dos meninos e brincou bastante. Na parte da tarde, fez uma reunião com Emmett para discutirem alguns investimentos para ele e Rosalie, e depois conversaram sobre as despesas da casa e a contratação dos novos seguranças. Ele parecia interessado em aprender e sempre que tinha alguma dúvida, questionava bastante, fazendo a alegria de Isabella que adorava falar sobre finanças. Aproveitou para conferir os saldos bancários das contas de Edward, atualizou suas planilhas e verificou os investimentos. Quando percebeu, já estava na hora de se preparar para o primeiro dia de aula do curso noturno, mas antes disso, saiu para correr com os meninos, fez a higiene de ambos e serviu o jantar com muitas brincadeiras. Nessas horas, sentia ainda mais falta de Edward, mas afastava esses pensamentos e tentava se concentrar nas suas atividades.

Finalmente de banho tomado e já vestida, se despediu dos meninos deixando-os com Alec e foi para a garagem acompanhada de Jacob, onde após respirar fundo umas três vezes, pegou a chave a acionou o botão para destravar o alarme do seu novo veículo. Era difícil de acreditar que ela estava sentada dentro daquele sonho de carro, pronta para se deslocar até o seu primeiro curso sobre finanças e investimentos no exterior.

- Precisa de alguma orientação Bella? – perguntou Jacob interrompendo seus devaneios.

- Deixe-me ver Jake – respondeu e começou a analisar os comandos do carro – Acho que não. O básico está aqui como qualquer outro e o restante eu aprendo com o tempo.

- Quer ajuda com o GPS?

- Vamos ver – falou enquanto mexia no aparelho novo – Cidade... Rua... Número... Prontinho Jake. Já posso navegar sozinha, sentiu a capacidade?!

- Muito bem Bella! Estou orgulhoso de você garota! E não esqueça, você tem até câmera de ré para facilitar sua vida. Então, bom passeio e aproveite o conforto. Eu estou morrendo de inveja de você.

- Não seja por isso, na primeira oportunidade vamos sair com os meninos e você vai dirigir no meu lugar. Combinado?

- É por isso que eu te adoro garota!

- Tchau Jake. Qualquer problema com os meninos me ligue.

- Tchau Bella. Vai com Deus.

Com todo o cuidado, Isabella manobrou o carro e saiu da garagem se dirigindo para a entrada da mansão. O caminho até o local do curso foi tranquilo, demorando em torno de trinta minutos, e ela aproveitou para conhecer e apreciar o carro. Era muito luxo e conforto, até um exagero na opinião dela, mas estava feliz com a oportunidade. Teria que agradecer muito ao Edward pela preocupação com o seu bem estar. Procurou uma vaga para estacionar, manobrou o carro com destreza pois ele tinha todos os acessórios necessários para facilitar a vida do motorista. Antes de sair do carro não resistiu e mandou uma mensagem para o seu ator lindo e cheiroso que coincidentemente era também seu chefe.

“O carro é incrível! Estou impressionada com tanto conforto. Assim ficarei extremamente mal acostumada e a culpa será toda sua. Prestes a começar no primeiro dia do meu curso. Um pouco nervosa mais acima de tudo, sentindo muito a sua falta. A distância é aceitável mais o silêncio da sua voz me enlouquece aos poucos. Bjs e obrigada por tudo. Com saudades... I S.”

O local aonde seria o curso era grande e muito organizado, aliás, como quase tudo naquele país de sonhos. Com facilidade encontrou a secretaria, pegou sua apostila e se dirigiu a sala onde seriam ministradas as aulas. Escolheu um lugar mais ao canto, já abriu seu notebook e começou a analisar o conteúdo programático do curso.

- Boa noite – soou uma voz masculina a sua frente – Sou Mike Newton.

- Boa noite. Sou Isabella Swan.

- Prazer Isabella. Posso me sentar por aqui?

- Fique a vontade Mike.

Enquanto o rapaz se organizava na mesa a frente dela, aproveitou para analisa-lo rapidamente. Loiro, alto, cabelo curto, corpo magro e malhado sem exageros, usava calça jeans, camisa por fora da calça e sapato preto despojado. Tinha um perfume forte e almiscarado, mas que não fez nenhuma diferença para o olfato de Isabella. Sua memória olfativa apreciava e estremecia a lembrança de um único perfume que só combinava com um tipo específico de pele.

- Trabalha com o que Isabella?

- Administração financeira. E você?

- Eu sou o responsável pelo setor financeiro de uma grande rede de lojas para surfistas, mas meu sonho é me tornar o administrador dos bens de algum astro de Hollywood e ficar conhecido e famoso assim como o meu cliente.

- Uau! Você não acha isso ambicioso demais Mike?

- Claro que é! Mas que graça tem a vida se nós não formos audaciosos e sonhadores? Não quero ser um medíocre a vida inteira. Eu ainda vou ser muito rico e famoso.

- Eu estou feliz com o meu trabalho e não gosto desse apelo exagerado pela mídia. Meu sossego e tranquilidade não tem preço.

- Isabella, você já entrou na casa de algum artista rico e famoso? Eles moram em mansões, tomam espumante o dia todo, comem só caviar, andam de carro importado e não se preocupam com nada. Eu quero essa vida pra mim.

- Eu não acho que todos sejam assim Mike. Aliás, a minoria deve agir dessa forma, com esse deslumbramento exagerado. É um trabalho como qualquer outro, com a diferença que os rendimentos podem ser maiores, não significando futilidade e uma vida de esbanjamento e ócio.

- Bom, teremos um longo período juntos e vou te provar que você está errada e que a minha noção de realidade é a mais correta.

Isabella estava pronta para responder quando um senhor entrou na sala, se apresentando como professor da disciplina de “Atualidades do Mercado Financeiro” e começou sua explanação, falando sobre sistema financeiro nacional, entidades financeiras, taxa de juros, inflação e os fatores que influenciam direta ou indiretamente na moeda nacional. Quando percebeu, o professor finalizava sua aula e já indicava sites para pesquisa e atualização para o assunto da próxima aula. Ela estava encantada com tantas informações e com o domínio do mestre sobre os temas abordados.

- Quer uma carona Isabella? – perguntou Mike.

- Não obrigada. Estou de carro – respondeu tentando ser simpática e se livrar logo da companhia do razão meio arrogante.

- Então te acompanho até o seu carro.

- Não precisa se incomodar, está próximo daqui.

- Faço questão, essas ruas são perigosas para uma moça sozinha nesse horário.

- Tudo bem.

Saíram conversando e logo chegaram ao imponente carro branco.

- Uau! Você tem um Dodge Durango! Isso sim é ter bala na agulha garota. Esse carro é o meu sonho.

- É apenas um carro como qualquer outro – respondeu a babá indiferente e já totalmente irritada com os comentários do rapaz.

- Engano seu. Esse não é um carro qualquer. É O CARRO! E pelo que vejo o seu é completo, top de linha.

- Continua sendo apenas um carro. Agora se você me der licença, preciso ir pois já está  tarde. Boa noite Mike. Até amanhã.

- Boa noite Isabella – respondeu Mike. Mas no mesmo instante, ela a puxou pelo braço fazendo com que perdesse o equilíbrio devido ao salto quinze que usava, parando contra a lateral do carro. Antes que ela pudesse entender o que acontecia, ele a prensou no carro com o seu corpo e pegou sua nuca desajeitadamente, obrigando-a a ficar de frente para ele.

- Eu sei que você também quer um beijo de despedida – falou com o rosto muito próximo ao da nossa babá, fitando seus lábios com uma luxúria repugnante, que a fez sentir uma ânsia descontrolada.

- Me solta Mike. Eu não quero nada com você.

- Você quer sim. Eu vejo isso no seu olhar – E dizendo isso ele começou a se aproximar com o intuito claro de um beijo vergonhosamente forçado.

- Ela já disse que não quer nada com você rapaz – uma voz grave e conhecida chegou aos ouvidos desesperados de Isabella, e logo em seguida ela viu o corpo de Mike ser tirado de sua frente e atirado ao chão feito um saco de batatas.

- Jake? – perguntou incrédula e num fio de voz ainda desesperado.

- Arrumando admiradores no primeiro dia de aula Bella? Deixa o chefe saber disso – falou num tom de voz divertido.

- Quem é você seu idiota? – perguntou Mike se levantando do chão meio sujo e tentando encontrar um pouco de dignidade no tom de voz exaltado.

- Sou o segurança dela e tenho ordens expressas de acabar com qualquer babaca que não saiba respeitar a mulher do meu chefe. Fui claro?

- Quem é o seu chefe? Vou fazer uma denúncia formal a seu respeito seu ogro bastardo.

- Não te interessa. Tente fazer qualquer coisa que ele virá pessoalmente acertar as contas com você. Mas não se preocupe, ele não bate, é da paz.

- Bom, pelo menos alguém com bom senso.

- É verdade, ele tem bom senso e não bate em ninguém. Mas eu sou muito bem pago para fazer isso no lugar dele e adoro deixar recordações nas minhas vítimas. Agora, pegue o que lhe resta de vergonha na cara e suma daqui. E esqueça que a Isabella existe, pois se você pensar em passar perto dela de novo, eu te encontrarei e não serei tão pacífico como estou sendo hoje. Vaza! Agora!

Coincidência ou não, em segundos a imagem desgrenhada de Mike Newton não estava mais na frente deles, para o alívio de Isabella.

- Você está bem Bella? Ele te machucou? Quer ir ao hospital?

- Eu estou bem Jake, apenas assustada. Que belo primeiro dia de aula não é mesmo? Aliás, o que você está fazendo aqui? Não deveria estar em casa com sua namorada linda e apaixonada?

- Vou te dar um remédio para a memória chefa. Esqueceu que sou seu segurança particular agora? Aonde você for eu vou. Ordens expressas do Sr. Edward Cullen. Trabalho a noite e tenho a manhã de folga, enquanto você estiver segura com os meninos na mansão, próxima ao Emmett.

- Para quê tudo isso Jake? Quem vai se interessar por alguém como eu?

- Socorro Senhor! Olha o que acaba de acontecer! E ainda tem dúvida se precisa de mim? Perdeu o juízo foi?

- Você tem razão. Vamos embora então. Você veio de moto?

- Na verdade, o James me deixou aqui e eu deveria te encontrar na saída e pedir uma carona.

- Tudo bem, mas essa ideia é bem tola não é mesmo? Você pode levar o carro? Estou um pouco assustada ainda.

- Legal! Pelo menos esse babaca do seu colega serviu para alguma coisa. Vou levar essa máquina para casa. Desculpe Bella, eu não quis dizer isso.

- Sem problemas, não me ofendeu.

O caminho de volta foi feito praticamente em silêncio, pois Isabella ainda estava digerindo o que tinha acontecido. Ao chegar à mansão, encontrou os meninos dormindo no quarto de Edward e não pensou duas vezes, tomou um banho rápido, colocou seu pijama, foi novamente até o quarto do chefe, colocou os meninos na cama enorme e deitou com eles, se cobrindo com o edredom aconchegante. Tudo naquela cama tinha o cheiro dele, e de repente a ausência foi maior que o autocontrole e a saudade bateu forte, fazendo com que as lágrimas rolassem grossas pelo seu rosto, até que finalmente adormeceu.

“O amor calcula as horas por meses, e os dias por anos; e cada pequena ausência é uma eternidade.”

(John Dryden)


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Notas finais do capítulo

Obrigada pela atenção.

Com carinho.

Isa S. Cullen



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