Quando acordei, ninguém estava na casa, ninguém mesmo. O sol passava pelos pequenos, porem muitos, buracos nas paredes de madeira.

Peguei um dos vestidos que me deram ontem. Não posso comparar este vestido aos que me deram na casa da Senhora Agnes. Tinha alguns buracos pequenos nele, e nas bordas havia umas manchas de barro, parecia que alguém havia passado por barros e ao invés de lavar a roupa, havia apenas colocado para secar.

Mas vesti da mesma forma. O vestido ia muito mais do que apenas os pés. Ficava dobras das bordas, pois eu só tenho 1,56 de altura. Tive que colocar uma faixa na cintura para conseguir prender.

Prendi meu cabelo em um coque. Não tinha achado nenhum sapato, então sai daquela casa descalça.

Quando fechei a porta, vi varias pessoas andando pra lá e pra cá, todas muito humildes.

Parei uma mulher e perguntei se ela sabia onde estava a senhora Rebeca.

– Ela está no rio, lavando a roupa. - disse ela me medindo com os olhos.

Cara, na boa, será que todos me medem com os olhos nesta vida?

– E a senhora poderia me dizer onde esta os filhos dela. -perguntei.

Ela me olhou com olho cético.

– A senhora vai me dizer onde eles estão, ou vai me olhar com esse olhar de uva passa de novo?

Os olhos dela viraram para um campinho, e falou:

– Eles estão lá.

– Obrigada. - antes de sair, olhei para traz e falei - velha seca.

Sai da li antes de sair na gargalhada. Ninguém me mede com os olhos, ninguém!

Fui para aonde os filhos da Rebeca estavam, eram 3 os filhinhos dela, dois meninos e uma menina.

– Ooi! - falei, me sentando ao lado deles.

Os 3 brincavam, os menino com alguns cavalinhos feitos de madeira, e as menininhas brincavam com bonecas velhas de pano.

– Nossa, que cavalinho legal! - falei para os meninos.

– Não é cavalinho é um cavalão! - disse Tobias.

– Nossa, sério? É um cavalão mesmo.

– Tia, por que você saiu de uma casa tão rica para vir aqui? - perguntou Elena.