Meus pensamentos se viraram para isto, tinha me esquecido desta dor.

– Desculpe. - pediu ele.

– Não, tudo bem, apenas não quero pensar nisto, esta bem?

– Ta.

– Agora pode nos explicar por que esta toda molhada? - disse Agnes um pouco incomodada.

– Ah sim, sobre isso que eu estou aqui. Vocês nem vão acreditar - disse toda animada levantando a bolsa - Eu voltei para o futuro, eu viajei de volta para o futuro, eu vi o meu irmão Matt, ele estava lá, eu trouxe essas coisas, não consegui ver a minha mãe, mas na mesma forma eu voltei. - falei tão rápido que nem eu intendi o que eu disse.

– Ta querida, mas... como você viu o seu irmão...?

– Matt. - falei.

– É, isso, como você viu novamente o seu irmão, querida?

– Bom, eu... eu no momento de raiva taquei o livro na água gelada da banheira, dai eu toquei na água, e voltei. - falei, como se fosse a coisa mais comum do mundo.

– Sério querida? Então, por favor Ester, suba no seu quarto e encha a banheira. Dimitri depois conversamos, suba para o seu quarto e descanse querido, a sua viagem deve ter sido cansativa, meu bem. Emily, suba para o seu quarto e se troque, pegue o seu livro e leve-o para o quarto da Ester, vamos tentar isto novamente, tudo bem? Pronto, agora vamos fingir que o que vamos fazer vai ser uma coisa normal. - disse Agnes com a maior facilidade.

Ester subiu correndo para o quarto.

– Por favor, me deem licença. - falou Dimitri se retirando.

Eu sabia que ja ia vir bronca da parte da minha "titia", então ja quis sair de fininho, mas ela logo me pegou.

– Emily! Volte aqui por favor.

Respirei fundo, e fui até a frente dela.

– Você sabe o que fez de errado hoje? - perguntou ela.

– Éééé, eu entrei numa conversa sem ser convidada?

– NÃO! - sua voz engrossou - UMA dama não faz isso que você fez! UMA DAMA se contem ao receber uma noticia boa! UMA DAMA não entra em uma banheira toda encharcada! UMA DAMA não se intromete em uma conversa que não foi convidada!

Ela ainda me olhava com aqueles olhos que me davam calafrios na espinha.

– Desculpe tia Agnes. Eu ainda estou me acostumando.

Olhei para meus pés, não queria encara-la.

Então ela me abraçou.

– Desculpe querida. Sei que está feliz por ter visto o seu irmão, sei que está feliz por ter voltado, pelo menos por alguns instantes. Mas, é como se eu fosse realmente a sua tia aqui neste tempo, e como sua tia eu tenho que te proteger e ensinar.

– Também te devo desculpas. Desculpa tia Agnes.

– Perdoada. - disse ela me dando um beijo - Agora suba e se troque, vamos ver se acontece de novo.

– Beleza.

Ela me repreendeu com o olhar.

– Quer dizer. Sim tia. Voltarei em poucos estantes.

Fui direto para o meu quarto com a bolsa na mão.

Tomei um rápido banho.

Quando olhei na minha bolsa e vi as roupas que trouxe dei graças ao bom pai pelo Matt não ter aparecido naquele segundo, pois se não isso, eu não teria pegado essas ótimas roupas para ficar em casa.

Coloquei uma blusa de frio com listras vermelhas e brancas, que não cobria um dos ombros, na parte de baixo, coloquei um shorts jeans que era bem curtinho, o único shorts curto que eu tenho, foi uma amiga minha que me deu, e além do mais, ela me deu com dois números maiores que o meu, dai eu sempre uso com um cinto, mas não trouxe ele, me-le-ca.

Meu cabelo ficou meio que rebelde por estes shampoo desta época não serem bons, mas fazer o que né? Deixei ele solto, quem sabe ele não sai voando por ai e me deixa em paz?

Quando ja estava pronta, fui para o quarto de Ester, que estava conversando com Dimitri, que quando me viu, olhou automaticamente para as minhas pernas, e logo ficou vermelho.

– Nossa. - falou ele sem graça.

Acho que ele nunca tinha visto uma perna de uma mulher. E se ja viu, a minha perna é bem depiladinha, e sei que as pernas das garotas desta época são peludas, principalmente a virilha.

– Não liga para ele não. - disse Ester descontraindo o ambiente.

– Desculpe Dimitri. É que eu não gosto de usar aqueles vestidos direto. E eu trouxe algumas coisas da minha era, então...

– Tudo bem, é que...

– Ele nunca tinha visto uma perna de uma mulher tão linda como você. - falou Ester, coma maior sinceridade do mundo. Eu só ri.

– Não é isso. Eu ja vi as pernas de muitas mulheres, quer dizer... muitas não, ah, você me intendeu, né?

– Acho que sim. - falei - Mas está tudo pronto, Ester?

– A banheira? Sim.

Ela se levantou da cama e me levou até o banheiro, onde a banheira ja estava pronta.

– O que você vai fazer exatamente? - perguntou Dimitri entrando no banheiro.

– Bom, eu vou jogar este livro na banheira - estava com o livro nas mãos - e logo em seguida eu vou colocar a minha mão dentro para ver se eu vou para 2013.

– AAAA bom.

Sem pensar duas vezes, jogo o livro na água, ele começa a ficar molhado, e quando isso acontece eu coloco a mão dentro, e não acontece nada, nada mesmo.

– Meu Deus.

Automaticamente tiro o livro da banheira.

Quando aconteceu de eu voltar, eu tirei o livro da banheira e ele estava todo seco, mas, se eu não voltar e o feitiço não acontecer, ele vai ficar molhado. Esta é a unica esperança de eu voltar, ele não pode molhar.

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Fiquei praticamente duas horas sentada na grama do quintal, mudando as paginas do livro para ele secar rápido.

Estava de perna de índio na grama, e já era a 49º vez que eu recomeçava a folhear o livro lentamente.

Por ja estar quase anoitecendo o sol não estava mais forte.

– Ja não acha que é hora de entrar? - perguntou Dimitri chegando perto de mim.

– Não quero perder este livro. - falei olhando para ele.

Dimitri se ajoelhou e se sentou a minha frente.

– Por que não tenta começar uma nova vida, aqui, nesta era?

– Lá é a minha vida. Lá que eu devo viver. E também é aonde a minha familia está.

– Acho que intendo.

– Com certeza não intende.

– Como não? Eu vivi muitos anos sem a minha família.

– Não, não essa parte de você viver longe da sua família, mas a parte de ficar sem tecnologia.

– Que tipo de tecnologia é essa?

– Um dia, as pessoas vão voar.

– Voar? Como?

– Um dia, um homem vai criar um avião, que é tipo um automóvel, só que com grande asas, que parem os nossos braços, só que muito muito maiores. E então eles voam.

– Deve ser incrivel.

– É mesmo.

– Também vai ter uma coisa chamada internet. Meu Deus, a melhor coisa que ja criaram na face da terra.

– O que é.

– Sabe a TV?

– Sei.

– Então...

Ficamos mais ou menos uma hora conversando sobre tecnologias, ele parecia amar isso.

Expliquei tudo o que pude.

Até mesmo expliquei sobre os ótimos cantores que vão ter no futuro.

Quando voltamos para dentro de casa, o livro já estava seco, e todos ja dormiam.

Subimos as escadas.

– Obrigada pela ótima conversa senhorita Emily. - falou ele ao ser despedir de mim, na divisa dos quartos de hospedes, e dos quartos dos donos da casa.

– Obrigada senhor Dimitri. A sua conversa foi muito agradável. - falei, tentando parecer mais educada.

Fui para o meu quarto. E logo dormi.

O dia para mim foi muito difícil.