Valentine's Day escrita por Kisa


Capítulo 1
Holy Fondue!




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/381595/chapter/1

Steve era sempre o primeiro a levantar quando dormia na casa do namorado. É, ele sentia uma emoção sem tamanho quando pensava que estava namorando. Porque isso nunca havia acontecido com ele. Nunca. Jamais.

E ele sentia seu coração aquecer quando pensava no moreno que sempre levantava depois dele. E seu coração batia como um louco toda a vez que olhava para Stark dormindo ao lado dele. Ele era um demônio acordado, sempre fazendo Steve sofrer com seus planos de fazê-lo ficar vermelho em todos os lugares possíveis aonde ia. Mas quando estava dormindo, ele parecia menos diabólico e mais angelical.

E lindo.

Steve já estava na cozinha, após fazer a toalete matinal. O café já estava servido. Ovos, bacon, torradas, café e suco de laranja. Pepper era uma excelente governanta, cuidava dos dois direitinho. Ela sabia que Rogers acordava bem cedo quando estava lá e toda a vez que o loiro ia à cozinha, pela manhã, o café já estava a posto e ela já havia sumido, cuidando das outras coisas de Stark.

Rogers folheava o jornal enquanto comia uma torrada quentinha. A bolsa aumentou. Os Lakers pareciam ter acordado e Kobe Bryant jogava como um possuído, levando o time nas costas e fazendo com que os Lakers estivessem em primeiro pela Conferência Oeste na NBA.

Virando a próxima página, Steve se deparou com uma propaganda qualquer de uma loja. E ficou vermelho.

Ele havia se esquecido completamente. Claro, porque nunca tivera que se preocupar com isso antes. O dia dos namorados era no outro dia e Steve, pela primeira vez na vida, iria passar o dia com alguém que não fosse ele mesmo.

E sequer lembrou-se disso, até aquela manhã.

− Bom dia Cap. O que tem pra comer?

− Ah... oi – respondeu Steve, dobrando o jornal de qualquer jeito e jogando-o em cima da mesa – Acordou cedo hoje.

− É, sabe, reunião de negócios às nove horas. Essas coisas chatas que a Pepper não consegue resolver sozinha. – disse Stark, sentando-se ao lado de Steve – Está doente? Você não me parece muito bem, está vermelho e eu nem fiz nada ainda. Ah é, você não fica doente.

− N-não é nada – respondeu Steve, se levantando da mesa – eu tenho que ir agora.

− Mas já?

− É. Eu... preciso correr.

− Isso, mantenha a forma pro seu macho aqui. – disse enquanto bebericava o copo com suco. – Ah, a reunião... bem, são várias reuniões, não sei que horas chego em casa.

− Não tem problema, eu tenho que resolver algumas coisas na minha casa também.

− Certo. Não mexa na decoração, eu gosto do jeito anos trinta que seu apartamento tem. Te vejo depois então – piscou pro loiro, deu-lhe um selinho, pegou uma torrada e voltou pro quarto, para se vestir. É, Stark estava apenas de toalha na cozinha.

Steve pegou seu casaco de couro marrom que estava repousado sobre o encosto da cadeira, o jogou por cima do ombro e saiu.



O Capitão não achava que teria muita dificuldade em encontrar algo para Stark. Pois é, achou errado. Rodou em todas as lojas possíveis da Califórnia, mas não achava que Stark precisasse ou quisesse algumas das coisas à venda. Estava tão perdido que acabou ligando para Pepper, pedindo uma opinião. A ruiva apenas disse “Não existe nada que o sr. Stark não tenha”.

− Ótimo, maravilhoso. – disse o capitão para si mesmo depois que desligou o telefone. – Que péssimo namorado eu sou. Não consigo nem comprar um presente para o homem que eu gosto. Eu devia me matar, mas acho que vou falhar nisso também.

Havia gasto o dia todo andando, procurando algo que fosse bom o suficiente para um homem que tinha tudo. É, não achou nada.

Voltou para o apartamento, desalentado.

Resolveu fazer algo para comer, estava com fome e cansado. Abriu a prateleira de cima e encontrou um aparelho de porcelana de fondue.

− Não é um presente convencional, mas...

Resolveu testar. Pegou algumas coisas necessárias na geladeira: queijo, pão e pôs as mãos à obra. Quase incendiou a cozinha umas duas vezes, tentando ser perfeito. O resultado foi realmente bom, o queijo derretido com cubinhos de pão era gostoso. Parecia faltar alguma coisa, olhou para livrinho de receitas e viu que vinho tinto era ótimo acompanhante.

− Não tenho nenhum, vou precisar comprar amanhã.

Limpou toda a bagunça e deixou o aparelho em cima da bancada, ao lado da pia. Tomou um banho morno, vestiu uma roupa qualquer e se jogou na cama, dormindo imediatamente.



Acordou cedo ao som do telefone analógico que comprou. É, o Capitão gostava de girar ao invés de apertar os números.

− Cap, bom dia.

− Anthony... oi. – disse, deixando escapar um bocejo.

− Eu te acordei?

− Sim. O que me faz perguntar o porquê de você estar me ligando às cinco e meia da manhã. Não que eu esteja estranhando.

− Ah, claro que não. – riu o moreno do outro lado da linha – Eu liguei pra avisar que possivelmente passarei o dia fora. Só chego à noite.

Senhor, o alvo está a exatos cinco quilômetros.

− Espera, isso foi o Jarvis? Anthony, você está bem?

− Obrigado Jarvis. Reduza a velocidade quando faltar dois quilômetros, precisamos investigar antes de invadir. – disse o moreno para seu computador de bordo – Ah, é.

− O quê?

− O Jarvis.

− Anthony, onde você está? – o loiro estava sem paciência.

− No espaço aéreo do Paquistão. Não se preocupe – cortou o moreno, antes que o loiro protestasse por Stark ter saído em uma missão sem ele – eu volto para o jantar. As oito, tudo bem?

Steve devia estar acostumado, mas não. Era difícil acompanhar o ritmo do moreno.

− Certo, aqui na minha casa. Não se atrase.

− Tudo bem, até.

E desligou. Steve ainda ouviu o tu-tu-tu do telefone por uns segundos, antes de pô-lo de volta no gancho. Na mesma hora o telefone tocou novamente.

− Alô?

− Ah, você podia usar aquela cueca estampada com a bandeira e aquela frase magnífica na parte de trás “Salve a Pátria” que eu te dei semana passada?

− Anthony, você ligou só pra isso? Eu já joguei aquilo fora. – e desligou o telefone. – Era só o que faltava, pedir pra eu usar aquela coisa ridícula...



Steve teve um dia tranquilo. Saiu para comprar os ingredientes para o jantar. O dia estava atípico, o jornal havia falado que uma frente fria estava estacionada sobre o estado da Califórnia, e o tempo esfriou bastante. Rogers levou as coisas para casa, pensando que havia escolhido o prato ideal para a ocasião. O clima ajudou e ele sabia como preparar a refeição.

Não que fosse algo difícil, claro.

Rogers fez seu treinamento do dia na academia do hotel. Depois saiu para correr vinte quilômetros, para finalizar as atividades. Ele não podia descuidar do condicionamento físico. Era importante se manter em forma caso algo acontecesse e precisassem dele.

Resolveu correr mais dez quilômetros, assim tinha mais tempo pra pensar sobre o jantar de logo mais. Stark raramente ia à casa do loiro, mesmo tendo a chave e tudo. Era sempre Steve quem saía da sua zona de conforto e ia atrás do moreno.

Seria bom o encontro ser na casa do loiro, pra variar.

Voltou para o apartamento quando o sol se pôs. Tomou um banho longo, deixando a água quente cair sobre os músculos, relaxando os mesmos. Steve possuía invulnerabilidade, o que lhe impedia de se cansar, adoecer e também lhe impedia de ficar bêbado.

Saiu do banho e vestiu uma calça de brim marrom escura, camisa xadrez e sapatos pretos.

Viu o noticiário da noite, mais por curiosidade. Queria saber se já estava nos jornais alguma coisa relacionada a Stark e sua ida ao Oriente Médio. Aparentemente os jornais não sabiam de nada, pois não havia notícia alguma daquela região do mundo.

Quando o relógio marcou sete e quinze, saiu do sofá e fora preparar o jantar. Simples, prático, um fondue de queijo, com pão, tomate cereja e cubos de presunto, para variar um pouco. Arrumou a mesa de centro e pôs o vinho sobre a mesa, dentro de um balde com gelo.

E esperou.

O relógio marcou oito, nove, dez e nada de Stark chegar. Num primeiro momento achou que algo podia ter acontecido com ele. Se fosse esse o caso, Pepper teria avisado que ele não entrara em contato. Depois ficou com raiva, porque estava sendo tratado como um idiota. Teve vontade de jogar tudo pela janela e ir dormir.

De raiva, acabou dormindo no sofá mesmo.



− Caramba, Steve vai me matar – dizia Stark para si mesmo, dentro do elevador do prédio onde Rogers morava. Ele estava atrasado, sabia. Mas as coisas haviam saído um pouco do controle. Deixou ser capturado por terroristas e demorou um pouco mais que o planejado para terminar aquela missão.

Chegou em frente a porta e ergueu a mão, pronto para bater. Parou a mesma no ar, se lembrando de que tinha a chave guardada no bolso do terno. Tirou, colocou-a no buraco da fechadura e abriu a porta.

O ambiente estava escuro, e havia um cheiro bom no ar, de queijo. Ele estava com fome. Acendeu a luz e viu que Steve estava dormindo no sofá da sala.

Caminhou em direção à mesinha de centro, ligou o aparelho de fondue, abriu a garrafa de vinho, servindo-se de uma taça e bebendo um gole.

− Ai, ai. Você não merece alguém como eu, merece alguém melhor. – disse Stark enquanto mexia no cabelo do loiro. – Claro que vai ser difícil pra você encontrar alguém melhor.

O loiro abriu os olhos devagar, se habituando a claridade vinda da luz ligada.

− Ah, você.

− É, eu. Que coisa, não?

− Demorou. – disse Steve, sentando-se.

− Sabe como é, quando você é capturado e preso, fica difícil cumprir horários.

− Você foi capturado porque você foi idiota, não duvido nada. – disse o Capitão, se servindo de um pedaço de pão coberto com queijo.

− Ah, feliz dia dos namorados pra você também. Toma, isso é pra você.

Stark entregou para Steve um envelope. No começo, Steve achou que poderia ser dinheiro, já ia recusar quando Stark o mandou abrir logo de uma vez.

Era um pedaço de papel com um recado.

“Venha morar comigo”.

Steve quase engasgou com o pedaço de pão.

− V-você... tem c-certeza disso?

− Mas é claro. Quem mais vai preparar fondues para mim, se não for você?

− Mas não é só isso, quer dizer, morar junto é um passo importante e...

− Shiu. Para de falar e responde logo de uma vez. – disse Stark, se aproximando do Capitão.

Steve respirou fundo. Olhou nos olhos do moreno enquanto segurava o papel entre as mãos.

− S-sim.

− Boa resposta.

Stark tocou os lábios de Steve com os dedos, sentando ao lado dele no sofá. Olhou bem fundo nos olhos azuis do loiro e beijou os lábios dele. Desde a primeira vez que ele havia feito isso, Stark sabia, não tinha vontade de beijar outros lábios que não fossem os de Steve. Tudo o que Steve era, ele queria manter. A pureza do loiro, sua maneira de enxergar o mundo. Mesmo que às vezes não parecesse.

Sempre que começavam a se beijar, ambos sabiam onde as carícias iriam parar. Cada beijo era a demonstração de amor e excitação um pelo outro.

Pararam um momento para retomar o ar que faltava aos pulmões.

− Eu... eu não consegui comprar nada pra você. – Steve parecia desapontado.

− Eu imagino. Você não precisava me comprar nada. Era só colocar uma fita nisto.

Steve não entendeu o que Stark estava dizendo. Só depois que viu o olhar de maníaco sexual de Stark foi que percebeu que o moreno estava falando do corpo de Steve enrolado numa fita.

− Quando você vai deixar de ser pervertido? – Perguntou o Capitão, tão vermelho quanto os pequenos tomates sobre a mesa.

− Quando você vestir aquela cueca que eu te dei semana passada. – disse Stark, sorrindo maliciosamente.

Ótimo, pensou Steve. Teria que se acostumar a viver com uma nova coloração vinte e quatro horas por dia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente essa fic ficou fofa espero que vc tenham gostado.

Obrigada por lerem, favoritarem, repassarem, sinto-me grata.

Bjo =*