You Belong With Me escrita por SeriesFanatic


Capítulo 29
Gregos em território Romano




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Annabeth passou a visita inteira pelo Acampamento Júpiter falando de arquitetura e Percy nem se incomodou, ele passou a admirar essa empolgação dela depois de quase perdê-la com a história de Atlas, Ártemis e Luke. Hazel e Frank estavam de boca aberta com o lugar, enquanto Leo tentava impedir que Hedge tocasse fogo ou algo parecido na casa dos Romanos. Jason e Piper caminhavam de mãos dadas, ele contava histórias de sua infância e vida no local; Reyna tentava desviar a cara e seguiu com o rosto levantando e sério, advertindo aos demais Romanos que os Gregos eram amigos. Octavian sumiu, para desespero de Annabeth.

– Ele vai aprontar alguma! – ela confidenciou para Percy.

– Feel like Rachel E. Dare. – ele brincou.

– Percy, é sério! E não precisa ser um gênio para notar isso! – ela falou áspera.

O passeio foi lindo tanto para Annabeth, Hazel e Frank quanto para os demais. Reyna então largou o grupo para conversar a sós com o casal de Romanos, ensinar algumas regras e mostrar a Quinta Coorte juntamente com Dakota. E obviamente, rever seus cães e ficar por dentro do que estava acontecendo.

– Reyna é mais a parte cabeça do acampamento, eu sou mais a física. – Jason disse. – Mas ambos desempenhamos a mesma função.

– Serem gostosos? – Leo brincou. – Por que a Reyna é MUITO gostosa!

Piper segurou um riso, esperando que Reyna se apaixonasse por Leo e deixasse Jason em paz. Mas Jason apenas sorriu e o passeio continuou. Annabeth anotou mentalmente TUDO que viu em Nova Roma, tudo era simplesmente maravilhoso. Percy apertava a mão dela com entusiasmo toda vez que uma criança passava brincando ou entrava no campo de visão deles. Annabeth imediatamente notou que Percy seria um ótimo pai. Jason estava tão feliz por estar de volta a sua casa e dessa vez com Piper, mas algo lhe incomodava.

– Você é Grega. – ele falou enquanto mostrava a ela os campos de Marte.

– É eu sei. – Piper respondeu.

– E eu sou Romano. – ele falou encarando o chão.

Os dois estavam sozinhos e Piper teve que fazer um esforço imenso para não chorar, ele era a melhor coisa que havia lhe acontecido.

– Jason...

– Acha que tem como a gente dar certo?

Ela tentou fitar o rosto dele, mas era difícil. Hazel e Frank tinham sorte, eram Romanos. Percy e Annabeth também tinham sorte, eram Gregos. Leo... Leo amava Festus, Argo II e Buford e todos eram Gregos.

– Não precisamos ser como Romeu e Julieta, Jason. Podemos SIM dar certo! – ela disse firme.

Na verdade, ela não sabia disso, mas esperava que seu charme impedisse que Jason fizesse alguma besteira. Ele apenas levantou o rosto e deu um beijo demorado nela. Ao por do sol, Frank e Hazel admiravam o local do topo, não sabiam muito bem como seriam suas vidas dali em diante, do mesmo jeito que Jason e Piper, mas Frank tinha certeza de uma coisa: ele não ia ser lesado como Percy. Falaria para Hazel o que sente!

– Hazel... – ele disse corando.

– Oi. – ela respondeu sorrindo.

Os olhos cor de âmbar dela ficavam extremamente lindos ao por do sol, o que fez a coragem de Frank derreter igual a gelo perto de uma fogueira.

– Er... hum... ah... – ele gaguejou.

Hazel riu, o que o deixou ainda mais corado. Hazel segurou a mão de Frank, que queria virar um pássaro e dá o fora dali antes que seu coração parasse de bater de tanta ansiedade.

– Ha... zel... ar... er... hum...

– Frank, tá tudo bem? Você tá verde! – Hazel disse ficando preocupada.

– Verde... – ele repetiu tímido.

Frank se levantou coçando os cabelos e depois passando a mão no rosto, Hazel perguntava se ele estava bem. Mas a verdade era que o coração dele parecia prestes a explodir, ele não podia desperdiçar aquela chance! Então uma voz ecoou em sua cabeça vindo de uma lembrança:

“Você é um homem ou um rato, Fai?” disse sua avó.

“Eu posso virar um rato se quiser!” ele respondeu.

As mãos de Frank soavam muito, Hazel estava preocupada com ele e ela havia até aceitado guardar a vida dele, sem problemas. Num ato impulsivo, ele se virou, fechou os olhos e beijou Hazel. O corpo da garota explodiu de uma maneira tão boa que se ela não precisasse de oxigênio, iria continuar beijando Frank para o resto de sua vida.

– Hazel... – ele falou tímido quando o beijo de um minuto terminou.

– Shiu. – ela colocou a mão nos lábios dele. – Também sinto o mesmo! – sorriu.

– Então... ah... hum... er... você... er... quer... ser... ah... minha... namorada? – ele disse sem graça.

Hazel deu um leve selinho nele.

– Que pergunta boba Frank, claro que sim! – ela respondeu sorrindo.

– Ai minha santa Vênus! Obrigada! – ele disse aliviado e Hazel caiu na risada.

No jantar, Annabeth e Percy quase ficaram com torcicolo de tanto desviar dos pratos até chegarem à mesa de Reyna juntamente com os demais “caras legais” do acampamento. Nada de oferendas, ou Sr. D xingando metade dos campistas enquanto Quíron tentava dar algum recado. Mas Percy sentia que precisava mandar alguma oferenda para Netuno, ele não sabia por que, nem conhecia o deus, mas sentia isso. O jantar foi calmo, apesar de todos no acampamento olharem indiferente para os quatro Gregos.

– Onde está Octavian? Ele come separado dos demais? – Annabeth perguntou para Reyna.

– Quisera eu! – ela exclamou. – Ele deve estar recuperando o tempo perdido com os bichinhos de pelúcia.

– Ele tem uma tara por bichinhos de pelúcia? – Leo riu. – Cara, isso EXPLICA MUITA COISA!

Jason caiu na gargalhada juntamente com outros Romanos a mesa.

– Não, ele é o áugure. – Reyna lembrou aos demais.

– E o que isso tem haver com Octavian ter uma tara por bichos de pelúcia? – perguntou Piper.

– Acho que já sei! – exclamou Annabeth. – Na Roma Antiga, os áugures consultavam tripas de animais em suas previsões. Aqui devem usar ursos de pelúcia no lugar das entranhas dos animais.

– Isso é simplesmente nojento! – disse Percy.

– Annabeth está certa. É melhor estufas de lã e algodão do que tripas. – respondeu Gwen.

– Isso explica porque Octavian é esquisito! – riu Leo. – Ele “vê” o futuro em algodão extraído dos bichos de pelúcia! Flor de lótus level hard core esse aí!

Os Romanos encaram Leo de modo estranho, como se estivessem pensando se ele tinha problemas mentais ou se era apenas uma piada de mau gosto. A exceção foi Hazel e Frank, que caíram na gargalhada junto com Piper, Annabeth e Percy.

– Vocês não tem áugure no lado Grego? – perguntou Dakota.

– Ah não! Só temos a gata da Rachel! – disse Leo.

– Ô Valdez, é senhorita Dare para você! – disse Percy.

Annabeth o ameaçou com o olhar.

– Calma aí Percy! Só disse que ela é gata! E ela é! Não me diga que você acha a Rachel feia? – rebateu Leo.

– Ela é linda. Mas não vou deixar você falar assim da minha amiga. – respondeu Percy quase certo de que levaria um murro de Annabeth depois dessa.

– O que seria Rachel Dare? – Gwen perguntou.

– É o nosso Oráculo. O próprio Apolo em pessoa encarregou Rachel de cuidar do Espírito de Delfos. – disse Annabeth.

– Aquele dia foi bem estranho! – respondeu Percy.

Os Romanos arregalaram os olhos.

– A Rachel é legal. Meio doidinha, mas é gente boa! – Hazel sorriu.

– É. Ela gosta dos Romanos, não via problema nenhum em ser nossa amiga. – acrescentou Frank.

Antes que alguém pudesse acrescentar algo, ouviu-se um barulho de explosão. Todos correram para a beira do rio e viram o Argo II no ceu noturno atacando o Acampamento Júpiter com os canhões.

– VALDEZ! – Jason gritou.

– O controle está a bordo! Eu não sei o que fazer! Não sei o que está acontecendo! Não tem ninguém lá em cima! – gritou Leo.

– Octavian estava certo! MATEM-NOS! – gritou um dos Lares.

– Veí, esses cosplay de Gasparzinho gostam mesmo de mandar matar os visitantes né não?! – disse Leo.

– CORRE! – gritou Piper.

Todo o exército Romano já estava ao redor dos quatro Gregos com armas apontadas para eles. Jason tentou impedir, mas alguém bateu forte na cabeça dele, que desmaiou. Dois rapazes marombados conseguiram conter Frank e mais quatro meninas conseguiram conter Hazel. Reyna estava em estado de choque com o navio que não atirou mais nada. Octavian estava liderando os Romanos, não era possível que ele tivesse tirado o navio da baia, o tivesse feito voar e atacar o acampamento. Era um Cavalo de Tróia bem como o áugure idiota previu.

– Annabeth?! – Percy disse com Contracorrente em mãos.

– O que? – ela respondeu.

– Algum plano? Cadê seu boné?

– Deixei no navio.

– Que beleza!

– Quais são as ordens? – Dakota perguntou para Octavian.

– Matem todos. E se preparem, pois iremos hoje para o Acampamento Meio-Sangue. Não sobrará nenhum semideus Grego na face da terra! – disse Octavian se divertindo.

– Reyna? – Piper chamou.

Reyna ainda estava em estado de choque, mas deu as costas para eles e sumiu no meio da multidão. Octavian disse em algo em latim que deixou Annabeth vermelha de raiva. Piper e Leo gritavam o nome de Jason. Hazel e Frank tentavam se soltar para ajudar os amigos, Frank já estava na forma de rinoceronte, mas ainda assim estava conseguindo ser contido por Aníbal, o elefante, e mais alguns rapazes. Hazel segurava pedras preciosas em mão e as usava como granada, mas não estava funcionando muito bem. Octavian colocou a espada no pescoço de Annabeth.

– Essa aqui irá comigo. Tenho uma surpresinha para ela. – ele disse enquanto amarravam as mãos de Annabeth. – Matem o resto!

Deu uma doida no Percy, voou água do rio pra cima de todo mundo e ele colocou Anaklusmos no pescoço do áugure.

– Se você encostar em um fio de cabelo da minha namorada, irá desejar que os Gregos tivessem te matado no Acampamento Meio-Sangue! – ele disse sério.

Octavian deu um sorriso psicopático e disse novamente algo em latim.

– Matem todos. Deixem o Jackson para Jason Grace. Você, impura, virá comigo! Tem uma amiga minha que quer muito lhe encontrar novamente! – disse Octavian.

Percy desferiu a espada no braço de Octavian e os Romanos atacaram. Difícil dizer quem lutava contra quem. Os Gregos se balançavam feito uns doidos, mas as defesas dos Romanos eram boas. Em questões de segundos, Octavian havia sumido e Annabeth também, levando Percy ao desespero. Ele viu Leo tocar fogo no machado que saiu do “cinto de mil e uma utilidades sem fim” e atacava tentando não machucar ninguém. Piper e seu charme estavam quase convencendo os Romanos a se acalmarem. Frank e Hazel tentavam abrir caminho pela multidão para alcançar os outros três. Então se ouviu um grito de dor, Piper estava de joelhos no chão com a blusa ensanguentada, Hazel conseguiu chegar até ela e olhou assustada para Percy, Piper cuspia sangue enquanto Frank e Leo tentavam protegê-la.

– Percy! – gritou Hazel, os olhos dela deixavam algo bem claro: Piper McLean não aguentaria muito tempo.

Leo e Frank continuavam impedindo os Romanos de se aproximarem. Enquanto Percy lutava contra... bem, nem ele sabia quem o rapaz, mas enfim... com um carinha aí! Então Percy foi atingindo na cabeça com uma espada, ele quase caiu no chão e então viu Jason, ele parecia um touro raivoso, os olhos de um jeito diferente. Que lembrou Percy de quando Hera o controlou. Percy prestou bastante atenção em todos que atacavam, os mais ferozes estavam sendo controlados da mesma forma que Jason. Os demais, provavelmente, só estavam atacando porque viram os demais partirem para o ataque.

– Frank, tire Piper daqui! – gritou Percy. – Eles estão hipnotizados por Hera!

– TÁ FALANDO SÉRIO?! – gritou Leo.

– PAREÇO ESTAR BRINCANDO?! – Percy respondeu.

Frank conseguiu se transformar em uma águia a voou com Piper, mas foi atingindo por mais de vinte flechas.

– FRANK! – gritou Hazel.

– Jason acorda! – Percy deu um murro na cara dele.

Jason hesitou por um minuto e depois viu o lugar em que Frank e Piper caíram. Leo estava completamente ensanguentado, Hazel estava caída no chão cuspindo sangue e mal se mantendo de pé, Leo tentou ajudá-la, mas levou uma facada no estômago. Aquele era o fim. Leo estava com hemorragia, Hazel desmaiada e sem forças, Piper provavelmente tinha morrido com a queda assim como Frank. E os Romanos continuavam atacando. E ONDE TÁRTAROS ESTAVA O TREINADOR HEDGE?!

– VADIA! – gritou Percy para o céu. – Deixe meus amigos em paz! É a mim que você quer!

– Olhe o respeito rapaz! – disse Jason com uma voz que lembrava a da múmia do Oráculo.

– Delfos?! – disse Percy.

Jason desferiu um novo golpe, a cabeça de Percy estava latejando e sangrando muito, mas ele precisava sair dali e impedir que Octavian fizesse algo contra Annabeth.

– Quer brigar, faísca? – Percy provocou. – Então cai matando!

Ele levantou Anaklusmos e Jason levantou sua espada, os dois correram na direção um do outro. No lugar lá dos templos aos deuses (não me lembro do livro direito), Annabeth estava parecendo à princesa Andrômeda. Não o navio de Luke, mas a princesa da história, que casou com o Perseu da mitologia. Vestido branco, cabelos soltos ao vento, mãos amarradas e pendurada há alguns metros do chão. Octavian sorria triunfante no chão, enquanto afiava a espada.

– Se vai me matar, faça isso logo. – ela disse com raiva.

– Matar você? Nunca! Hera deu uma ordem explícita para lhe deixar viva! Irei é levar você conosco a bordo do Argo II, para ver seu lindíssimo Acampamento Meio-Sangue ser destruído! – ele falou.

– Hera odeia todos os semideuses, Octavian! Você pode até se livrar dos Gregos, mas ela irá se livrar dos Romanos também! – disse Annabeth.

Octavian continuou afiando a espada, então um urro de dor ecoou pelo acampamento, as vozes dos Romanos sessaram. Alguém havia morrido. Disso Annabeth tinha absoluta certa. A pior parte era que ela reconheceu a voz.

– NÃO! – gritou chorando descontroladamente.

– Tarde demais, impura! – disse Octavian.

– Quem foi que disse isso? – disse uma voz feminina.

Uma flecha passou como um relâmpago pela cabeça de Octavian e atingiu a corda que sustentava Annabeth, obviamente ela caiu no chão e doeu. Muito. Octavian se virou e quase vomitou o próprio estômago. Parado na frente dele estava uma mulher de cabelos castanhos, rosto firme, um vestido grego cinza, com uma tiara cinza que parecia ser feita com pedaços da lua. Ela apontava o arco e flecha para a cara do áugure.

– Deusa Diana...? – ele disse assustado.

– Não seu imbecil. Meu nome é Ártemis. E sugiro que peça desculpas a Annabeth ou irá se ver comigo! – Ártemis disse firme.


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