Haunted House escrita por Haunted House, Angel of Silence


Capítulo 5
Rosalie Parker




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Eu comecei a rir. Não sei bem porque, mas a cena pareceu extremamente irônica para mim. Acho que eu estava ficando louca. É, talvez fosse isso.

Melanie e Dennis se separaram e olharam para mim. "Rosalie?!", Melanie exclamou.

"É, sou eu mesma", eu disse, parando de rir, mas ainda achando a situação extremamente irônica. 

"Rosalie, a gente pode explicar!", Dennis disse, entrando em desespero.

"Ok, então explica", eu respondi, cruzando os braços. Eu estava ciente que a festa inteira estava nos observando das janelas. 

Dennis não contava com essa. "O quê?"

"Você disse que podiam explicar, então expliquem."

Eles se entreolharam. "Não é o que você pensa", ele disse.

"Não tem explicação melhor? Nossa, que originalidade", eu disse, me virando e andando na direção da casa.

"Rosalie, espera!", Melanie gritou.

"Ah, sim", eu me virei e joguei a caixinha da Tiffany, que dentro cotinha um colar de mais de 150 dólares. "Feliz aniversário", eu disse, quase rosnando.

Tudo dentro de mim estava desmoronando, mas eu prometi para mim mesma que não iria chorar na frente de todo mundo. Abri a porta da casa, e Ian veio correndo atrás de mim. "Rose, Rose! Cara, foi mal, sério. Você quer que eu dirija pra você até sua casa...?"

"Não", eu respondi, já abrindo a porta do carro. Quando girei a chave na ignição, Dennis chegou correndo e bateu desesperado na janela do banco do passageiro.

"Rosalie! Rosalie, abre a porta, me escuta!"

"Tá destrancada, idiota", eu respondi. Ele abriu a porta e entrou. "Sai do meu carro", eu disse.

"Não até você me escutar."

"Eu não sou surda, eu já estou te escutando. Sai do meu carro, Dennis."

"Não, Rosalie, eu não vou sair. Olha, eu te amo, me perdoa."

Dirigi para longe da casa, em silêncio. Uma hora ele ficaria com medo o bastante por eu estar dirigindo, e pediria para sair. E eu deixaria.

Ele continuou falando coisa do tipo "Ah, ela que me beijou primeiro" - "Você poderia ter parado", eu respondi -, e "Ah, não significou nada pra mim", e "Ah, eu te amo muito, vamos esquecer isso, por favor". Eu não acreditei em uma palavvra do que ele disse.

Eu só olhava para a frente e tentava não perder o controle. Eu nunca segurei aquele volante com tanta força na minha vida. Chegou ao ponto em que as juntas dos meus dedos ficaram brancas. Eu fingi que estava segurando o pescoço de Dennis, o que me fez segurar com mais força ainda. Quando eu estava de bom humor já era difícil dirigir sem causar um acidente. De mau humor era ainda pior. Depois de ver meu namorado de quase dois anos se pegando com minha melhor amiga, eu estava oficialmente aterrorizada.

"Rosalie, dirige mais devagar", ele disse finalmente.

"Eu estou tentando, mas você não cala a boca", respondi, tentando diminuir a velocidade. Diminuí demais, e o carro de trás buzinou.

"Dirige a oitenta", ele disse. "É a velocidade normal."

"Eu não consigo deixar o pedal numa velocidade só, caramba!", eu disse. Consegui dirigir ao redor de 80 km/h por mais ou menos 2 minutos. Depois subiu para 95 km/h de uma vez. 

"Rosalie, para o carro. Eu dirijo", ele disse.

"Não. Eu não sou incapaz de dirigir sem causar um acidente, Dennis."

"Você quer uma resposta?"

"Não."

Depois de alguns minutos, eu perguntei: "Por quê?"

"Por que o que?", ele respondeu. Olhei para ele, que estava todo encolhido no banco, aterrorizado com minha direção. Eu era tão ruim assim?

"Por que você me traiu?"

"Eu estava triste. Você estava se mudando", ele respondeu, sem olhar para mim.

"Dennis, não mente. O que que eu fiz de errado?"

Ele não respondeu. "Me perdoa, e a gente pode trabalhar nisso", ele disse.

"Você tá de sacanagem, né?", eu disse.

"OLHA PRA FRENTE ROSALIE!", ele gritou.

"Se você gritar, vai me assustar e eu vou bater o carro."

"Se você não olhar pra frente a gente morre de qualquer jeito! Encosta o carro, Rosalie! Deixa eu dirigir!"

"Não! Eu não sou incapaz de dirigir sem causar um acidente de carro!", eu repeti, olhando para ele.

Ele gritou, aterrorizado. Quando olhei para a frente, percebi que tinha ido para a faixa oposta, e tinha um caminhão vindo à toda velocidade em nossa direção. Depois, tudo ficou preto.


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