–Vamos, vamos! Andem logo com isso! –Minha mãe, a rainha, gritava de um lado para o outro de modo tão elegante. –Opa, opa! Cuidado com esse vaso! –Hoje eu irei treinar para a cerimonia quando for me tornar rainha. Não sei porque estamos fazendo isso, minha coroação de rainha só acontecerá quando minha mãe renunciar ou morrer.

-Luce, você está pronta, querida? –Minha mãe me perguntou de modo doce, colocando sua mão, delicadamente, em meu ombro.

–Sim, mamãe. –Respondi. Lauren deu um sorriso muito bonitos, como sempre. E voltou a dar ordens.

Serviçais -não gosto de chamar eles desse jeito- andavam de um lado para o outro com vasos de flores, toalhas, enfeites dos mais diversos. O padre já estava pronto, em cima do palco, em seu devido lugar.

Esse é um dos motivos para eu não gostar de ser princesa. Você tem que se preparar com muita e muita antecedência. Se você não fizer isso, segundo eles, você está totalmente despreparada para o cargo. Bléh. Isso tudo é fogo no cú.

As vezes eu olho as pessoas mais simples de minha sacada. Elas estão sempre sorrindo, as crianças sempre brincando alegremente. Se divertindo. Sempre quis ir até elas e brincar com as mesmas. Ter pelo menos, 5 minutos de diversão.

–Luce! Você perdeu sua deixa, minha filha! –Minha mãe disse meio estressada, atrapalhando os meus pensamentos –Vamos do inicio, novamente! –E toda aquela parafernália começou novamente.

**

Me joguei na cama, mesmo com aquele imenso e pesado vestido. Afundei meu rosto no travesseiro e gritei. Argh! Ser princesa só envolve coisas frescas! Regras, regras e mais regras! Faça isso, faça aquilo, não faça isso... Argh!

Logo entrou um guarda, dizendo que eu deveria me arrumar, pois teríamos um baile a noite. Ah, mais um daqueles eventos chatos.

Como foi mandado, me arrumei. Chamei as estilistas para me arrumarem. Elas me maquiaram, me vestiram, me calçaram, e fizeram meu cabelo. Quando deu 20:00 em ponto, eu estava pronta. (http://weheartit.com/entry/24170817) .Pronta para mais um baile entediante.

Anunciaram meu nome, e eu desci as escadas. Todos os olhos estavam, agora, sobre mim.

A pior parte já passou. Agora, será a dança. A princesa e a rainha começam dançando, com seus pares –rei e o príncipe de outro reino- , no meio do salão e depois os outros entram na dança. A rainha, minha mãe, fez um breve discurso antes de começamos a dançar.

A dança começa com um de costas par o outro. Ambos se cumprimentam. Logo depois, o homem rela a mão direita na mão esquerda da dama, e depois inverte –O homem rela a mão esquerda na mão direita da dama. Depois disso feito, o homem gira sua dama, parando ela de costas, e ai troca de parceiro. E todo esse esquema se repete.

Hora da dança. Eu e minha mãe fomo até o centro do salão, fizemos um cumprimento para todos os presentes, e viramos. Logo a musica começou. Eu me virei. Nunca tinha visto ele. Cumprimentamo-nos. Eu nunca vira aquele príncipe em nenhuma das minhas experiência de bailes entediantes. Ele olhava no fundo de meus olhos.

–Então, você é a tão falada princesinha rebelde. –Disse ele, quando relou sua mão na minha.

–E você seria? –Perguntei de modo formal, levantando um pouco minha cabeça.

–O príncipe rebelde. –Ele deu um sorriso de lado. Relou sua outra mão na minha. A dança estava acabando.

–E esse príncipe rebelde teria nome? -Perguntei antes dele me girar.

–Zayn –Disse ele. –E o seu? –Me virei e ele continuou na minha frente. Não havia trocado de parceiro, ele ainda continuava ali.

–Você não deveria ter trocado de dama? –Perguntei sorrindo levemente, cumprimentando-o novamente.

–Deveria. Mas eu quero saber seu nome, princesa rebelde.

–Não podemos apenas nos chamar assim? Eu te chamo de Zayn e você me chama de Princesa Rebelde. –Ele me girou.

–Acho que prefiro saber seu nome.

–Eu acho que prefiro mantê-lo em segredo.

–Uma hora eu vou descobrir, Princesa Rebelde. –Dei um leve sorriso ao ver que ele havia feito o eu lhe propus. Me virei, e ele ainda estava ali.

–Você não vai mesmo trocar de dama?

–Não. Gostei dessa com quem estou. –Ele sorriu. –Ela dança bem –Zayn inclinou um pouco sua cabeça, enquanto sua mãe relava na minha.

–Você sabe que isso só irá acabar quando todos tivermos dançado com...bem, todos.

–Sim, eu sei. Mas como disse, eu sou o Príncipe Rebelde. –Ele deu um sorriso, e eu ri baixo.

–Zayn, o príncipe rebelde. É isso? –Perguntei levantando uma sobrancelha.

–E você é só princesa rebelde?

–Por enquanto...sim. –Ele deu um sorriso torto

–Então me fale um pouco de você, Princesa Rebelde.

–Não há o que falar. Eu vivo presa num palácio. E só.

–Presa?

–Sim. Eu não posso sair para lugar algum.

–Mas agora você não está em seu palácio.

–Festas reais são as únicas exceções. Regras.

–Regras foram feitas para serem quebradas, certo?

–O quer dizer com isso? –Perguntei sorrindo.

–Estou dizendo que você, agora vai quebrar as regras. –Ele parou a dança, pegou em minha mão –coisa que me arrepiou, por algum motivo –, e me tirou do grande salão, discretamente.

–Onde vamos?

–Shhhh. –Ele me levou para a parte de traz do castelo. Lá havia uma moto, quatro carros, e uma limusine. Fomo em direção a moto. Ele me entregou um capacete e colocou outro. Zayn subiu na moto e ligou a mesma. Olhou para traz, esperando eu subir. Assim fiz. Ele acelerou a moto e saiu em disparada. Ninguém nos parou –até porque seria impossível alguém nos para na velocidade que estávamos-, apenas saímos do palácio, sem ter que dar nenhuma explicação. Ele parou a moto em algum lugar no centro da cidade. Descemos e tiramos nossos capacetes.

–Já que você disse que nunca saiu do seu palácio, que tal conhecer um pouco do seu país? –Ele sorriu e estendeu a mão. –E ai? Vamos? –Sorri para ele e segurei em sua mão. Saímos correndo de mãos dadas, e rindo. Eu estava com um pouco de dificuldade por causa do vestido, mas não deixei que isso me atrapalhasse nesse meu primeiro sentimento de liberdade