A Filha da Sabedoria escrita por Annabel Lee


Capítulo 17
Sou finalmente vencida!


Notas iniciais do capítulo

Meu dreamcast de alguns personagens da fic(caso imaginem um elenco melhor comentem!):

Alexia Garcia - Emma Roberts.

Júlio César - Liam Hemsworth (ou alguma porra assim).

Thomas Ferdinand - Brandon T. Jackson (sim, eu imagino ele exatamente como o Grover).

Miranda L'Fleir - Kaya Scoledario (acho que se escreve assim).



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Não sei o que deu em mim. Também não faço ideia do que deu em Júlio César. Só fiz o que pude para sair daquele campo minado o mais rápido possível antes que explodisse.

E quase que teve uma explosão.

Ao chegar na Quarta Coorte me sequei e tentei dormir um pouco. Essa última parte eu não consegui. Sem sono. Nem um pouquinho sequer. Meus olhos ficaram mais vidrados que os de uma coruja e estão assim até agora.

Quando todos acordam vão em direção ao Fórum, onde comem. Legal. Ter que aturar Jane tagarelando sobre como eu lutava bem? Nada legal. Só me deu um desconto quando ela me chamou para a próxima batalha contra os gregos. Isso seria de utilidade: Ninguém querendo me matar.

Na mesa da Quarta, John tagarela sobre encontros amorosos, Tales come como se fosse morrer, Jane não para de falar sobre a medicina antiga, Mary (uma filha de Baco qualquer) está bebendo tanta Fanta Uva que o líquido roxo vaza por toda a sua roupa.

Parece algo confortável para você?

É... Pra mim também não.

- Atenção campistas - Catherine se levanta de sua mesa, da Primeira Coorte, e consegue o silêncio de todos. Me pergunto sobre o que ela falaria, e rezo para que seja sobre a guerra - fomos atacados.

Sussurros pelas mesas. Ótimo, James foi rápido e Gabriel pôs o plano em ação. Só espero que Miranda não cague com tudo.

- Atacados? - pergunta um retardado provavelmente surdo da Terceira Coorte.

- Sim. Pelos gregos - continua Júlio César - na nossa base em Charleston.

Eu te amo, Gabriel! (e não é no sentido que eu sei que você está pensando).

- Não é possível!

- É sim, Jane. Eles conseguiram adentrar numa base que estava pouco protegida. Devemos enviar tropas daqui do Acampamento e retomar de volta nossa honra. Vamos para Charleston amanhã de manhã. E todos que desejarem podem nos acompanhar.

- Até os probinhos - brinca Catherine.

"Probinho" apelido pejorativo para "Probatio". Assim como "Catherine" é um apelido pejorativo para "Vadia".

Mas isso é bom. Estou em probatio, posso me infiltrar no exército romano e atrapalhar o quanto consigo. Talvez algumas informações erradas aqui e ali...

Quando termina o café da manhã, todos se retiram para fazer o que quer que querem fazer (não me meto na vida de todo mundo), enquanto eu caminho em direção ao Coliseu. Ninguém ia para lá. Deduzi que só o considerassem como uma arena para ocasiões especiais, e eu queria saber se Miranda estava certa sobre ela.

Fui. Com o arco na mão e a aljava nas costas.

E agora que cheguei não estou tão surpresa quanto achei que ficaria.

É uma arena gigante. Como todas as arenas gigantes. Bem como todos imaginamos o Coliseu. Sem forças mágicas loucas ou engrenagens para te fuder. Só o Coliseu. Uma réplica, quer dizer.

Caminho pelo lugar, sem muito o que fazer. Chutando umas pedras e pensando como vou para Roma. Como vou encontrar a Atena Paternos? Como passarei pelos desafios que todos os meus irmão perderam?

Maldita Palas Atena e sua maluquice psicológica.

Eu posso salvá-la disso. Posso fazê-la ser a porra da mãe que deveria ter sido toda a minha vida. Eu nunca a tive, posso ter. Posso ajuda-la, já que não consegui ajudar minha madrasta... nem meu pai.

- Alexia?

É ele de novo. Não poderia me deixar em paz nem por cinco minutos?

- Eu.

- Por que está aqui?

- Desculpe, não sabia que tinha que pedir permissão para vir pra cá.

Silêncio.

- Você ainda está aí? - pergunto. Por que diabos perguntei aquilo?

- Tô sim.

- Por que?

- Não sabia que tinha que pedir permissão para ficar aqui.

Rio. Tive que rir dessa.

- Touché. - murmuro.

Decido me virar. Júlio estava de pé, usando uma camisa branca sobre a calça jeans. O cabelo negro está voando por conta do vento. Um visual simples a comparar com sua irmã que parecia fazer cosplay de personagem de anime.

E eu usava apenas a mesma roupa de ontem: a bermuda jeans com uma blusinha marfim, sob o casaco escarlate. Alguns fios loiros cresciam, quase imperceptíveis pelas duas tranças que caíam pelos meus ombros.

- O que foi? - ele me pergunta.

Percebi que eu ainda estou encarando-o.

- Nada - dou de ombros, tentando mostrar indiferença.

Júlio tira a moeda dourada do bolso da calça. Ele dá um meio sorriso.

- Quer lutar?

Não resisto e sorrio também.

- Você quer perder de novo?

- Só quero uma revanche.

- Ok.

Tiro a aljava das costas e jogo o arco no chão. Levanto a bermuda e, como antes, Júlio fica com os olhos fixos enquanto eu tiro a faca de bronze da coxa. Estamos a uns seis metros de distancia e eu estou aguardando um ataque.

Ao invés disso ele anda devagar até os seis metros virarem um.

Ainda estamos parados.

- Não é quem quer a revanche que deveria atacar? - eu pergunto inocentemente. Ele ri.

- Estou esperando um momento oportuno.

- Ah, claro. Pode ficar aí a eternidade que quiser.

Rápido como o vento, ele me ataca.

Mas eu sou filha da deusa da guerra.

Desvio para o lado oposto. Tento um golpe, mas nossas espadas colidem. Tento outro e elas colidem novamente. Ele investe pela frente e dou um pulo para trás. Ficamos parados. Então ataco pela sua direita e ele puxa meu punho com a mão livre.

Caio de joelhos. A faca cai de minha mão e a espada dele está a centímetros do meu pescoço.

Júlio se ajoelha para me olhar nos olhos, talvez. E fica me encarando. Sua espada sendo a única coisa que marcava distância.

Penso em alguns comentários sarcásticos para fazer sobre sua vitória... mas minha voz não sai. Ele também está sério, ainda com os olhos fixos nos meus. Não posso explicar o que está exatamente se passando pela minha cabeça. São todas as coisas e ao mesmo tempo nenhuma delas.

Sua espada cai de sua mão, caindo no calçamento e virando moeda novamente. Não consigo olhar para ela, nem para lugar nenhum a não ser os olhos de Júlio César.

Então algo acontece.

Só posso vê-lo se inclinar em minha direção enquanto, automaticamente, fecho os olhos. Sinto seus lábios tocarem os meus. Parece que minha mente passa por terremoto um quando ele me beija. Sinto suas mãos em meu pescoço e não consigo parar...

Então, finalmente, eu percebo a merda que estou fazendo.

Levanto, confusa. Parece que alguém havia dado um tiro em mim sem nenhum motivo. Saio correndo do Coliseu, deixando Júlio César ajoelhado na arena.


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Notas finais do capítulo

Ferrou!



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