Back To Home escrita por Anny Taisho


Capítulo 1
Capítulo I de III - Comunicação


Notas iniciais do capítulo

Olá minhas querias, Anny-chan veio hoje para postar a parte um dessa história que estou trabalhando a algum tempo. Caso vocês sejam boazinha a parte dois será postada até sexta, visto que já está pronta e eu estou escrevendo o final já.

Sobre as outras fics em andamento, desculpem, escrevi um pouco de todas, mas infelizmente não terminei o capítulo de nenhuma. Tive alguns problemas relacionados a uma viagem que não aconteceu e bem... Enrolou minha vida. Estou fazendo está postagem exclusivamente para não deixá-las desinformadas!

Muito obrigada pelo carinho e compreensão, Anny!



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Back to home

Laxus deixou a guilda para uma missão de dez anos, Cana deixou a guilda para que ele não tivesse que voltar... Os meses passam e uma quase tragédia faz com que tenham que se comunicar, mas agora estavam muitos distantes... Atos de amor, muitas vezes podem ser confundidos com represálias.


Capítulo I de III - Comunicação

Cana estava debruçada sobre a janela da casa de pedra onde um dia foi seu lar, num tempo muito distante, quando ainda era uma criança e sua mãe ainda estava viva. Cornelia Alberona tinha o hábito de debruçar-se sobre a janela sempre após voltar de uma missão com uma garrafa de licor na mão, antes do nascimento da filha, o fazia porque a qualquer momento o marido poderia aparecer no horizonte, nos tempos de infância de Cana o fazia por hábito, afinal, tinha desaparecido no mundo e o marido não fazia a menor ideia de onde estava. Ou seja, não poderia aparecer.

Hoje a criança daquele tempo fazia a mesma coisa por motivos parecidos, o noivo tinha saído em uma missão de dez anos. Foi uma decisão tomada com seu aval, muitas das amigas a repreenderam depois por permitir que ele fosse, mas o que podia fazer? Laxus era monstruosamente poderoso, missões convencionais não o suportavam mais, sabia que se tivesse pedido, ele teria ficado, mas não conseguiria conviver sabendo que ele queria o mundo.

Hoje fazia sete meses desde que ele partiu e seis que havia deixado a guilda temporariamente. Ouviu um som agudo vindo do cômodo ao lado e um sorriso apareceu nos lábios, só porque estava pensando em dormir, o bebê de um mês decidiu mostrar que as coisas não eram bem assim.

Descobriu a gravidez poucos dias antes de o Dreyar expor a ideia de sair em missão. Por muita sorte o deixou falar primeiro, oh kami, seria terrível saber que ele desistiu de um sonho por sua causa. No primeiro momento, quando não estava mais bebendo, todos acreditavam que era por causa da partida do noivo... Mas após um mês, a barriga de quatro meses não seria mais escondida por qualquer bata. Se ficasse, Mirajane acabaria dando com a língua nos dentes.

Realmente gostaria de ter vivido aquele momento perto dos amigos e do pai, foram meses difíceis de enjoos fortíssimos, mudanças de humor catastróficas e uma solidão profunda. Por sorte, a vila onde havia vivido na infância, ainda era um lugar escondido e muito pacifico, sem dizer que as pessoas eram muito amáveis e foram verdadeiros anjos.

Cornelia nasceu numa noite tranquila com ajuda de uma parteira e duas mulheres que conheceram sua mãe. Nesse momento, quando notou as reservas de dinheiro diminuindo muito rapidamente, começou a trabalhar como cartomante e em pouco tempo muitas jovens garotas de vilarejos próximos e até mesmo de cidades distantes começaram a aparecer. Em pouco tempo voltaria a ter uma reserva considerável.

Sentia falta de fazer missões, mas não deixaria a filha com babás tão cedo.

No fundo de sua cabeça uma voz dizia que havia sido só uma missão e que depois Laxus se reestabeleceria como um mago SS ou S, mas a exemplo do pai sabia que ele ficaria cada vez mais empolgado e que nunca pararia. O sonho de uma vida juntos escorreu pelo ralo.

Pretendia voltar a guilda quando tivesse notícias de que o pai dela fosse retornar da missão, até porque, não queria privá-la do pouco contato que teria com ele durante a vida, sem dizer que a Fairy Tail era seu lar e faria ser o lar de sua pequena também. Sem contar que as meninas a matariam se não permitisse que Cornelia fosse mimada como a primeira criança da geração pós tenrou a nascer.

A filha havia adormecido de novo em seus braços enquanto ouvia a mãe cantarolar uma canção de ninar cigana. Quem diria que Cana Alberona pudesse ser uma boa mãe... Tinha que admitir que no inicio quando descobriu ficou desesperada e amedrontada, mas hoje já lidava melhor, até porque não tinha opção.

Voltou a filha para o berço e voltou para janela. Andava com um pressentimento ruim já fazia alguns dias, desde que leituras confusas começaram a surgir em seu baralho... Não gostava disso porque quase sempre seus pressentimentos não eram equivocados. Às vezes era realmente incomodo ter tal sensibilidade. Resolveu usar a lacrima de comunicação que levara para manter pequenos contatos já que não queria que os amigos a dessem como desaparecida.

Poucos segundos depois uma projeção de Lisanna surgiu a sua frente e em seguida uma Mirajane pulou na imagem desesperada.

– Por mavis, Cana! Temos tentado te achar há mais de dez dias!

– O que foi, Mira? Aconteceu alguma coisa?

– É mestre, ele teve uma recaída do coração! Não estamos conseguindo contatar o Laxus!

– Como assim? Ele não estava bem?

– O mestre já não tem mais idade para ficar fazendo estripulias, está de cama há mais de uma semana e Polyusca-san disse que é sério! Você e o Laxus tem uma rede de comunicação, certo?

– Sim, Mira, eu posso encontrá-lo! Me de alguns minutos e eu retorno o contato!

– Como assim? Você não vai voltar? Volte, Cana, precisamos de você aqui!

– Eu vou avisar ao Laxus, daqui a pouco falo com você.

– Onde você está? Gildarts está tentando achar o Laxus e disse que você não está com ele, por que mentiu para nós? Disse que ia fazer uma missão com ele.

– Eu já retorno, Mira!

E assim desativou a lacrima. Droga! A qualquer momento o pai entraria em contato, o velho Clive era seu álibi. Pensaria nisso depois. Correu até o quarto e pegou sua bolsa azul de plumas. Jogou os cartões sobre a cama para encontrar mais rápido a carta Call Laxus que possuía. Achou-a junto com a call Gildarts. Pegou também o colar que havia ganhado do Dreyar que podia ser usado para comunicação. Lácrimas comuns como o que usou para falar com Mira não serviam para contato com pessoas sem localização fixa. Esse presente do noivo permitia que a carta call Laxus o localizasse para poder fazer uma ligação.

Ativou a magia de localização e demorou cerca de dez minutos para seu desespero até que ele fosse localizado. Isso queria dizer que ele estava em um lugar de difícil acesso. Sabia que algo errado tinha acontecido... O mestre tinha que sossegar o facho. Ativou a lacrima com a localização e terminou conseguindo uma imagem levemente chuviscada do rosto do loiro.

Num primeiro momento ficou sem palavras, fazia sete meses que não o via...

O sorriso sarcástico do mago a tirou de seus devaneios.

– Saudades de mim, Alberona?

– Cala boca, Laxus! É o mestre!

– O quê? – a expressão dele mudou –

– É o coração dele, Polyusca disse que é sério!

– Quando aconteceu?! Droga!!

– Você pode chegar em quantos dias? A Mira está enlouquecida!

– Estou nos confins de Fiore, vou ter que caminhar dois dias até conseguir um trem.

– Você ainda tem aquela outra carta que eu te dei?

– Você diz a Home?

– Isso.

– Tenho sim... Por quê?

– Essa carta já está pré-ativada. É um feitiço de transporte, só precisa de uma quantidade de magia. Vai abrir um circulo mágico que vai te levar até a guilda!

– Sério?

– É um feitiço criado pela minha mãe, ela não tinha um senso de orientação muito melhor do que o do velhote! Gasta muita magia, mas é eficaz para voltar para casa em casos de emergência.

– E você me deu uma carta pré-ativada?

– Bem, você não é um mago de cartão, então eu tinha que deixar o feitiço pronto... Se quisesse que pudesse usar.

– Obrigado, Cana... Nos vemos daqui a pouco!

Quando a imagem do loiro sumiu, Cana rasgou a carta. O feitiço de busca só funcionava com as duas cartas intactas e sabia que ele acabaria ativando para encontra-la quando descobrisse. Passou a mão sobre os cabelos e voltou ao outro lácrima para avisar Mira. Laxus poderia demorar alguns minutos até encontrar a quantidade certa de magia para ativar a carta.

– Cana??? – a albina deveria ter ficado pendurada na lácrima desde que conversaram –

– O Laxus vai chegar em minutos, ele está num fim de mundo, mas eu deixei um feitiço de transporte com ele. Assim que ele conseguir ativar a magia vai aparecer provavelmente no salão!

– Tudo bem, obrigada!! Mas e você, quando chega?

– Eu não vou. – respondeu –

– Como assim não vem? O mestre está doente Cana, ele quer todos os filhos aqui!

– Não posso sair de onde estou agora, não é uma questão de querer.

– Como assim? Onde está?

– Eu entro em contato para ter notícias de novo! Cuidem bem do mestre!

– Mas Ca-

A morena finalizou a ligação.

Apoiou a testa no batente da janela sentindo o coração pesado. Makarov era como um pai para todos que tinham crescido na guilda e já estava bastante velho, todos sabiam que mais cedo do que esperavam ele os abandonaria. Mas não podia voltar agora, a estação de trem mais próxima era a três horas da vila, não podia sair com um bebê de um mês e se expor a uma estrada pouco movimentada. Levar Cornelia com um feitiço de transporte também estava fora de cogitação. Ainda não era hora de voltar.

Teria alguns dias antes de Gildarts chegar a guilda, não importa onde ele estivesse, primeiro todos tratariam de Makarov e somente depois seria o assunto em voga. Esperava que o mestre melhorasse o mais rápido possível e que o pior não acontecesse, mas sabia que quando o turbilhão passasse, Gildarts falaria que ela nunca esteve com ele em uma missão e Laxus contaria para o pai que ela nunca foi estar com ele durante a missão como havia dito.

Atualmente a única maneira de rastreá-la era a carta do pai, se destruísse, o cartão dele se desintegraria e geraria conflito. Deixaria para fazer algo assim quando ele tentasse entrar em contato, assim ganharia algum tempo para pensar numa solução.

***

Na semana que se seguiu, a Alberona nem teve tempo de procurar saber de Makarov. Cornelia, assim como outras crianças do vilarejo pegou uma virose, só que como ela ainda não tinha recebido todas as vacinas por não ter idade foi muito mais pesado nela. Foram sete dias de muita febre, vômito e diarreia. O médico tranquilizou-a dizendo que com os cuidados certos aquilo poderia ser facilmente superado. Dormiu pouco, comeu pouco e ao final daqueles dias era só uma sombra de mulher.

Emiko, a vizinha que tinha simpatizado com a filha de Gildarts desde sua chegada a ajudou muito, visto que já tinha dois filhos, e vendo seu estado terrível, a obrigou a comer e dormir porque ela cuidaria de Conny. Bem que tentou não aceitar, mas estava tão cansada, sem dizer que a mulher foi inflexível.

Vilarejos tinham essa tradição de ajudar uns aos outros.

Acordou depois de provavelmente as primeiras oito horas seguidas de sono que teve desde os seis meses de gestação. Era uma pessoa nova. Saiu da cama e foi direto para o quarto da filha onde Emiko estava com ela no colo e a filha mais nova da mulher insistia para poder ajudar a fazer alguma coisa.

– Cana-chan, boa tarde! Olha quem acordou, Conny? A mamãe chegou!

Ela tinha cabelos bem escuros e era pequenina, seu sorriso em muito lhe lembrava Mirajane.

– Nossa, Emiko, você salvou meu dia... – pegou a filha no colo – Eu nem lembro quando foi a última vez que dormi tanto tempo.

– Eu sei como é... Mas também você não deixa ninguém te ajudar! Você não fala muito da sua vida antes de chegar a vila, mas imagino que esteja sozinha no mundo, ou melhor, estava... Conny vai te fazer companhia para o resto da vida.

– Você e as outras mulheres têm sido muito importantes para mim, eu não sabia trocar uma fralda quando essa tampinha aqui nasceu!

– Nós moramos num lugar pequeno, é normal um ajudar o outro. Vou fazer alguma coisa para você comer... Milly-chan, fique aqui com a Cana e a Conny, mamãe já volta.

– Hai hai...

A pequena menina se aproximou e a morena sentou-se na poltrona que havia no quarto. A criança de cinco anos logo se aproximou para brincar com as mãozinhas da bebê. Milly era bastante carinhosa e gostava muito de Cana, tinha lhe feito bastante companhia nos dias finais da gestação e também sempre lhe fazia uma visita diária para ver Cornelia.

– Cana-chan...

– Sim, Milly.

– Sabe aqueles seus cartões coloridos que você usa para ver o futuro das meninas que vem aqui?

– Claro, o que têm eles?

– Você deixou um deles perto da janela junto com um negócio que não sei o que é e tem piscado e feito barulho todo dia... Quando você estava dormindo não parou de piscar e fazer barulho um minuto! A mamãe até guardou ele numa gaveta para não te acordar.

Oh Kami... O cartão!! Gildarts deveria estar tentando entrar em contato! Por Mavis... Nem tinha tido tempo de raciocinar nos últimos dias com a filha doente! Será que tinha acontecido alguma coisa com o mestre?

Emiko apareceu na porta do quarto e pegou Cornelia de seus braços para que pudesse ir até a cozinha comer. Correu para sala e não foi difícil achar onde seu cartão e lacrimas haviam sido guardados, afinal, estava chamando. Pegou o cartão e o rasgou. Se recebesse a mensagem seria rastreada. Em seguida, pegou seu lácrima comum e fez uma chamada para guilda.

Quem atendeu novamente foi Mira e a mulher deu um gritinho histérico ao vê-la pela imagem.

– CANA? CANA???? OH POR MAVIS...

– Pare de gritar, Mirajane... – ralhou – Como está o mestre? Ele melhorou?

– O mestre está ótimo! Foi só uma recaída, vai precisar de repouso, mas ele vai continuar com a gente! Mas cadê você? Gildarts disse que nunca te viu desde que foi para a missão, na verdade, ele até achava que você estava com Laxus!

– Estou bem, Mira... Os últimos dias foram corridos... Eu mal tive tempo de respirar. Avise ao velhote que estou bem.

– Por que não fala você mesma?

No segundo seguinte duas grandes figuras masculinas apareceram uma da cada lado de Mira e imaginou que ambos pularam o balcão porque o lacrima tremeu.

– Cana? Cana? Filhinha? O que aconteceu com seu cartão? O meu virou fumaça aqui!

– Porra, Cana!! Cadê você? Por que disse ao velhote que estava em missão comigo? E por que não deu noticias? Estamos tentando te contatar a semana toda.

– Olha como fala com a minha filha, seu pirralho!!! Cana volte para casa agora!!!

– Fiquem quietos vocês dois! Estou ótima, mas não posso voltar agora! Se o mestre melhorou voltem para suas missões!

– Como assim não pode voltar? Está com problemas, filha? O que você tem feito? Sabemos que não é missões!!

– Pare de idiotice, Alberona! Volte para guilda! A gente tem que ter uma conversa séria! Precisa que alguém te busque? Por que parece tão abatida?

– Cana-chan? Por que não está comendo? – a voz de Emiko causou desespero na maga –

– Quem está ai com você?

– Cana, eu sou seu pai e estou te dando uma ordem! Volte para casa agora!!

– Cana-chan, você precisa comer direito...

– Olha, eu vou voltar assim que der! Entro em contato logo para ter noticias do mestre! Voltem para suas missões!

Os dois iriam falar alguma coisa, mas a morena terminou a ligação mágica e no segundo seguinte Emiko apareceu as suas costas com Conny no colo. Foi por um tris.

– Cana-chan...

– Eu já vou comer, Emiko, só estava resolvendo uma coisa... – se virou sorrindo –

– Você precisa estar saudável para ter leite para essa pequenina aqui!

– Você tem razão, vou comer rapidinho e deixar você em paz!

– Oh por favor... Ajudar você não me incomoda!

***

Com a filha recuperada, a maga pôde voltar a ler as cartas para algumas garotas que estavam de passagem pela cidade. Sua vida estava entrando na rotina de novo, apesar de estar preocupada com as coisas na guilda. Acompanhou suas clientes até a porta e foi fazer a contabilidade da semana.

Tinha ganhado o suficiente para cobrir as despesas sem ter que mexer nas economias que ainda estava repondo. Deu um nós nos cabelos e foi até o carrinho onde a filha estava dormindo. Aparentemente ela havia herdado os cabelos claros da família Dreyar, mas os olhos eram seus... Esperava que até completar um ano, quando a cor se definia mesmo, que tal característica permanecesse.

Fez um carinho nos cabelos ralos e viu a menina se mexer um pouco.

– Será que seu pai e avô já voltaram as suas missões?

Fazia dias desde o último contato. Já estava na hora de dar noticias de novo. Precisava acalmar os dois homens antes que eles mobilizassem a guilda a fazer uma equipe de busca. Sem contar que precisava de noticias do mestre.

Caminhou até perto da janela e ativou a ligação, estranhou o fato de demorar para alguém lhe responder. Estava sentada no batente da janela e tinha uma vista da filha adormecida. Sorriu para a pequena... Ser mãe era simplesmente inexplicável.

– Oe, Lisanna, por que ninguém atendia essa coisa?

– Cana!!?? Nossa, temos esperado um contato seu!! Aquele dia quase rolou morte aqui na guilda, Gildarts e Laxus se desentenderam muito feio!

– Oh Kami... Que problemáticos... mas agora já voltaram as suas missões certo?

– Não, depois de quase se matarem, decidiram se juntar para achar você. Estão trabalhando com a Levy e o Fried atrás de um feitiço de rastreamento!

– NANI?? – a mulher se repreendeu mentalmente, podia ter acordado a filha –

– Cana, estamos todos muito preocupados, porque você não volta logo?

– Lisanna... – suspirou – Por que está tão quieto ai?

– Eu acabei de abrir a guilda para Mira-nee, ontem o Gajeel e a Levy noivaram e foi uma festa de arromba, quem não está em casa, está apagado ainda no chão... – a albina riu –

– Os dois se assumiram finalmente e logo com um noivado?? Meu Kami...

– Fazer o que se eles já encomendaram um bebezinho!!!

– A Levy está grávida?!

– SIM!!! Ai Cana, está uma loucura aqui, vamos ter que organizar um casamento e um chá de fralda e um chá de panela!!! Precisamos de você!!! Caramba, é o primeiro bebê pós Tenrou!!

Segundo. A Alberona corrigiu mentalmente.

– Nossa, mande meus parabéns para o casal! E o mestre?

– Ele está que não se contem!! Acho que só vai ficar mais feliz se chegar a conhecer um filho do Laxus!

– Oh... Lisanna, avise que estou bem... Tenho que fazer umas coisas aqui!

– Espere, Cana... Espere...

– O que foi? – indagou a morena –

– Por que não volta? O Laxus e seu pai estão a beira do desespero! O que te impede de voltar? Eu sei que você sentiu falta do Laxus e por isso se afastou...

– Se eu voltar vou acabar com os planos dele, peça para ele estar ai na guilda a noitinha porque vamos conversar.

– Você podia simplificar tudo e voltar.

– Só dê o recado, por favor.

***

Cana só conseguiu ligar por volta das nove da noite, Cornelia teve uma cólica horrível durante a tarde e só conseguiu acalmá-la as oito e meia da noite. Sem dizer que tinha que esperar que a filha entrasse em sono profundo. Sentou-se perto da janela e chamou. Não foi um segundo até que o rosto do Dreyar aparecesse.

Aparentemente ele havia levado a lacrima para um lugar onde não houvesse quinhentas pessoas curiando.

– Laxus...

– A noitinha? São quase dez da noite!

– Boa noite para você também... – disse sentindo o peito apertar ao vê-lo –

– Boa noite. Onde está?

A mulher riu e a carranca dele só aumentou.

– Estou bem, sério, olhe para mim... Eu pareço estar com problemas?

– Cana, alguma coisa está errada, você não mentiria para mim, para guilda e pro seu pai se tudo estivesse correto!

– Eu só não queria ninguém preocupado comigo, não seja dramático.

– Não deu certo.

– Olha, a gente entrou em acordo. Você sairia nessa missão e eu faria alguns trabalhos com o velho pesquisaria a respeito da minha magia...

– Aparentemente você só estava de acordo na minha frente, se não queria que eu fosse, era só ter dito! Eu não perguntei para ouvir uma resposta positiva, eu queria sua real opinião!

– Existem decisões que são particulares e essa é uma delas. Eu só estou cuidando da minha vida...

– Volta, eu já renunciei a missão, vamos retomar nossos planos!

– Não, termine o trabalho e quando voltar nós conversamos.

– Eu já estava prestes a desistir, voltaria em duas semanas no máximo se você não tivesse avisado a história do jiji! Essa coisa de ficar tanto tempo longe da guilda não é para mim!

– Não tome nenhuma decisão precipitada, Laxus... Missões convencionais não são mais para você. Sério, se é por mim, volte para o trabalho. Estou ótima onde estou e vou voltar a guilda assim que for o tempo.

– Não seja teimosa, mulher! Sei o que estou fazendo! Essa coisa de missão de dez anos não é para mim, a adrenalina é boa, mas não vale ficar sozinho. Precisa que alguém vá buscá-la?

– Ainda está afetado pela coisa com o mestre... Preciso ir agora...

– Vai para onde? Pelo menos me conte onde está...

– Não se preocupe, estou em um lugar tranquilo.

– Cana, me escute. Por Mavis, pelo menos me fale onde está! Onde esteve nos últimos meses...

– Eu realmente preciso desligar, quando tomar juízo, voltamos a conversar!

– Ca-

Ela desligou e jogou os lacrimas em uma gaveta. Fechou a janela. Cama.

Cana só queria cama, até porque uma certa menininha iria acordar antes do sol nascer.

***

Três meses se passaram antes que Cana notasse, a filha já tinha quatro meses! Nossa... parecia que ela tinha nascido ontem! Estava louca para ela começar a andar, por mais que isso fosse lhe deixar mais cansada. Estava debruçada sobre o berço observando a filha dormir tranquilamente.

Desde a última conversa com Laxus que não teve coragem de entrar mais em contato, tinha medo dele acabar descobrindo. Não estava na hora ainda. Teve que se contentar com as leituras de seu baralho, pelo menos o que leu ali não era coisa ruim. Foi para a sala onde pegou seu livro sobre magia de cartas para continuar estudando, não teria nenhuma cliente mais naquele dia... Então aproveitaria o tempo. Jogou-se no sofá, ligou a lacrima vision só para ter algum ruído e começou a ler.

Depois de tantos meses morando sozinha, no interior, sem poder beber ou fazer missões, Cana admitia que já estava entediada. Sentia tanta falta de passar os dias no salão da guilda vendo Mira com suas conspirações, assistindo as brigas idiotas... Sem dizer que tinha a questão do barulho e movimento... Levy estava grávida! Oh Kami, aquela coisinha teria um bebê e logo de gajeel. O Redfox deveria estar todo cheio de mimos... Jet e Droy estariam brigando para o posto de padrinho... Será que já tinha casado? Talvez sua filha e o bebê dela fossem grandes amigos no futuro.

Nesses momentos tinha vontade de jogar tudo para cima e voltar. Queria seu lar de volta, ficar longe a fazia sentir-se tão vazia. No fundo, agradecia ao fato de ter Cornelia, porque nem sabia como estaria depois da partida de Laxus se não tivesse que ser forte pelo bebê.

Ser mãe tinha arrancado o que tinha de melhor!

Nunca na vida imaginou que aprenderia a cuidar com tanto esmero de outra pessoa e de si mesma. Afinal, ela dependia totalmente de si, então, consequentemente tinha que estar bem para ela ficar bem. Havia nascido em uma família desestruturada e por isso nunca teve vontade casar como as outras garotas da guilda... Essa coisa de família não era para si...

Até que Laxus entrou em sua vida, desestruturando seu mundinho...

Pena que ele tinha que ser tão parecido com seu pai. Um homem muito poderoso e livre. Não era insensível ou incapaz de amar, apenas não podia ser retido. Não queria atá-lo por culpa ou por obrigação. Talvez fosse esse o sentimento da mãe naquela época, escondê-la não foi retaliação, foi um ato de amor.

Deixou o livro de lado e pegou um álbum de fotos que estava sobre a mesa. Toda vez que sentia-se assim tão saudosa de casa, se consolava com as fotos que sequestrou de Mirajane. Estava com saudades de tudo. Por mais que todos ali fossem tão receptivos, só queria ver os amigos, abraçá-los, compartilhar desse momento tão especial pelo qual estava passando.

Queria ser acolhida...

Mas estava sozinha, ou melhor, estava num lugar onde não podia fraquejar.

Talvez pudesse voltar quando Conny completasse um ano.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Entãooooooooooo, o que acharam da fic quebra-galho postada hoje??? Sim, eu sei que estou devendo Impressão e Bacchus conselheiro, mas hey galerinha, desculpe, faltou tempo mesmo!!! Minha vida anda muito cheia, estou trabalhando já nos capítulos que estão todos em suas metades!!! *v*
Espero que gostem e me contem o que acharam!!!!
Kisskiss, Anny