[...] Oito anos antes [...]

#Lucy

‘Nos vamos embora Lucy, vamos viver bem perto da vovó e do Laxus’

Era a frase que não queria sair da minha cabeça. Minha mãe a Sra. Layla Heartfilia, disse que iriamos embora, mas só eu e ela...

‘‘Querido diário esse e o dia mais triste de toda a minha curta vida vou marca essa data para nunca mais ser esquecida. Dia 25 de agosto de 2005, o dia em que irei deixar 10 anos de lembranças e amizades para trás... ’’

 Senti algo úmido no meu rosto e depressa percebi que eram lagrimas, logo as tratei de limpar. Eu tinha prometido a mim mesma que não iria chorar por coisas tão bobas. Lembrei do que meu pai tinha me dito hoje mais cedo...

“‘ Não chore minha querida Lucy... ’ Enxugou todas as lagrimas que desciam pelos meus olhos já vermelhos e continuou. ‘ Não tem motivos para chorar, você vai voltar logo, eu prometo e afinal garotas grandes não choram. ’ Ele empurrou meu ombro de leve, me mostrando um sorriso radiante. ‘Vamos lá, me mostre esse lindo sorriso que ilumina ate o dia mais nublado. ’ Ele sorri e sorrio de volta, para o meu sol particular. “

Eu tinha que ser forte, por mim, por meu pai e meus amigos. Afinal meu pai disse que eu voltaria logo e eu acreditava no meu pai.

Ouvi um barulho na minha janela, era como se alguém tivesse jogando pedrinhas na vidraça, quando eu cheguei perto dela vi dois garotos. E eu deveria ter adivinhado que era nada mais nada menos que Natsu Dragneel e Gray Fullbuster, meus melhores amigos.

Eles estavam no quarto do Natsu, que era meu vizinho desde sempre. Ele pegou seu caderno de desenho e começou a escrever, porque mesmo sendo vizinhos, para nos falar teríamos que gritar, e bem fazíamos isso só que minha mãe e a tia Seiko mandaram parar.

‘ – Porque não foi à escola hoje? ‘

‘ – La no covil chame todos os membros! ‘

                               ---~*~---

Quando eu cheguei ao nosso toca, com nosso pais chamavam, já estavam todos lá, ate mesmo a Lisvaca, espera Lisanna agarrada com o Natsu revirei os olhos, o Gajeel estava apoiado na Juvia, que suspirava de amores pelo Gray que estava discutindo com a Erza.

Puxei a Juvia, que no momento era a mais perto.

-Tudo bem que eu disse que era para o Natsu e o Gray chamar todo mundo, mas trazer animais para o nosso covil já e demais... - Ela só me olhou, levantou uma sobrancelha e caiu na risada comigo. Ela ate limpou uma lagrima imaginaria. Eu sentiria falta da Juvia e sua mania de falar em 3º pessoa.

- Lucy-san, Juvia ficou sabendo que a Lisvaca veio sem ser convidada. Quando ela viu o Natsu-san, grudou nele e não soltou mais.

Revirei os olhos.

- Juvia, eu não me surpreendo mais.

Peguei um caixote que estava no outro lado da sala para ficar maior e chamar a atenção desse povo todo.

 - Ei, ei... – Só a Erza e a Juvia olharam para minha direção.

 - Que uma ajudinha Lucy? – Perguntou a Erza com um sorriso fofo, em minha opinião.

 - Fique a vontade.  – Sai do caixote e logo ela subiu.

 - Todos calados! – Ela gritou mais ninguém prestou atenção, e a Erza não gosta de ser ignorada. Ela falou de novo, com uma voz mais baixa. – Todos calados... – Quando viram a aura assassina que emanava dela, todos ficaram quietos. Eles tinham razoes em temer ela, da ultima vez que alguém apanhou dela, foi parar no hospital.  – A Lucy quer falar uma coisa importante, e o primeiro que falar um “pio” vai experimentar o meu novo taco de basebol.

- Bem pessoal, tenho algo muito importante pra falar com vocês, recebi essa noticia hoje de manha.

- Deixe de enrolar Lucy, fale logo.  – Gritou Gajeel do fundo da sala.

 - Tudo bem, tudo bem... Eu to indo embora com a minha mãe – Levantei a minha cabeça que ate aquele momento estava baixa, vi Natsu revirar os olhos, o Gray estava com uma cara de tedio, e Gajeel e a Juvia estava praticamente dormindo.

- Sabe Lucy, primeiro de abril já passou faz um bom tempo, então se era só isso sai dai que eu e o Gray vamos precisar do caixote.

- Não é brincadeira pessoal. Estou mesmo indo embora para Crocus, estudar na Sabertooth , vou estudar com o Laxus.

- Mas lá é um colégio integral Lucy, só tem as férias de inverno e nas férias de inverno nos temos aulas e o Laxus quase não vem aqui por causa disso.  – Falou Erza seria era nessas horas que percebemos que ela era mais velha que a gente.

- Eu sei, mas meu pai disso que ele me traria de volta, e eu acredito nas palavras do meu pai.  – Falei sorrindo. – Vou ficar no máximo um semestre lá, então nesse tempo não me troquem okey?  - Fui ate o fundo da sala onde estava Natsu de um lado e Gray do outro. Eu não entendia porque eles falavam que se odiavam, mais viviam grudados. Sentei no meio deles e abracei um de cada lado. – E tirem essas caras emburradas, estão ficando mais feios do que a são!

 - Cala a boca Lucy – Falaram os dois ao mesmo tempo e depois começaram a brigar e Erza estava tão pasma que nem ligou que quem teve que separar foi a Juvia e o Gajeel, porque eu não me meto mais na briga dos dois.

- Bem, então vamos à festa. Porque a Bunny Girl merece! – Ele me colocou sobre os ombros como um saco de batatas e saiu correndo pelo bairro.

                                                                                ~*~

Hoje era o dia em que eu iria pegar o trem e iria para a Sabertooth, com a promessa do meu pai de que logo voltaria. Todos estavam aqui. O Gray me abraçando de um lado e uma Erza chorosa do outro, quase me esmagando. O Gajeel que da nossa turma era o mais velho, estava em um canto afastado com os braços cruzados e murmurando meia tonelada de palavrões, enquanto Natsu estava encostado em uma arvore todo emburrado. Como eles eram fofos!!

Quando estou perto de ir falar com ele aparece uma azulada toda descabelada e parecendo que tinha acabado de correr uma maratona.

- Lucy-chan, Lucy-chan... Espere a Juvia!  - Ela pulou em cima de mim e me abraçou apertado. – Juvia vai sentir saudades da Lucy-chan.

 - Lucy também vai sentir saudades da Juvia, mas a Lucy vai voltar logo. – A abracei forte. Ela e Erza eram como minhas irmãs mais velhas, apesar das constantes crises da Juvia e da Erza.

- Ei, olhos puxados é melhor chorar agora e mostrar pra Lucy que você gosta dela, do que chorar em casa quando ela for embora. –  Gray falou provocando o primo mais novo. Mesmo sendo melhores amigos viviam implicando um com o outro, e a única que conseguia parar as brigas era a Erza e sua aura maligna.

- Capitão cueca, é melhor ficar calado. Afinal quem fica de boca calada não fala merda. - Acho que depois que ele veio ver que o Gray estava praticamente me disputando com a Erza, pra ver que me abraçava mais.  – E que apego é esse com a Lucy? Juvia, você vai deixar? – Sim eu tinha que admitir, ele sabia as armas que tinha.

-Claro que não. O Gray-sama é só da Juvia. - Ela tentou puxar o Gray, que se segurou mais em mim, que se segurou em Erza que não segurava em nada e nem estava preparada para o puxão. Bem o resultado foi nos quatro no chão e um Natsu e Gajeel rindo da nossa cara.

-Lucy, esta na hora, o trem já chegou. – Falou minha mãe afastada do grupinho de “crianças”.

- Tudo bem mãe, já estou indo, deixa eu só me despedir deles.

Meu pai disse que ficar discutindo com ela só pioraria as coisas. Eu iria para uma cidade distante de Magnólia, chamada Crocus, ficava à cinco hora de viagem de trem. La eu irei estudar na Sabertooth, umas das maiores rivais da Fairy Tail, mas eu não me importo muito com esse pequeno detalhe, afinal minha estadia lá vai ser passageira.

Me levantei, limpei meu vestido e olhei em direção a eles... Meus amigos.

Sorri para todos e podia apostar que vi o Gray e o Gajeel limparem uma lagrima.

- Se cuida Bunny Girl, vê se volta inteira. E vê também se não nos esquece, afinal somos sua família, e família tem que permanecer unida, custe o que custar.

Dei um ultimo abraço neles e quando foi a vez do Natsu e ele tinha os olhos tristes.

Erza arrastou todos para uma barraquinha de sorvete. Ela achava que eu e ele tínhamos alguma coisa. Bufei e Natsu sorriu.

- Tenho que te dar uma coisa, antes de você ir...

- E o que é?  - Ele tirou o seu precioso cachecol, é uma surpresa. O cachecol era um presente seu pai, um presente que eu nunca o vi sem.

- Não é um presente. É um empréstimo, disse que voltaria. Quando estiver de novo em casa de novo, eu vou querer de volta, e enquanto você não volta eu fico com isso.  - Ele me mostrou o molho de chaves colecionáveis que eu tinha desde dois anos.

- Você é mal cabeça de fogo. – Tentei pegar as chaves, mais ele era mais alta que eu.

- Ninguém mandou você ir embora, sua baixinha irritante. – Ergui uma sobrancelha e coloquei o cachecol e volta do meu pescoço. Ele sorriu e eu fiquei vermelha como o cabelo da Erza.

- Não foi isso que eu quis dizer. Mais sua mãe é muito malvada. Não deveria separar melhores amigos assim. – Ele me abraçou e sussurrou no meu ouvido.  – Você ficou linda com o meu cachecol.

Sim, agora eu estava mais vermelha que o cabelo da garota ruiva. Ouvi minha mãe me chamar de novo, o abracei rapidamente e fui correndo em direção a ela, enquanto Natsu se juntava aos outros, que acenavam freneticamente.

- Desculpe Lucy, mas é para o seu bem.

- Ai depois, você me abandona, como fez com Laxus? Que bela mãe você é! – Olhei para ela com lagrimas já pronta para cair. Mais eu iria cumprir minha promessa. “Nada de chorar por coisas bobas.” Ouvi a voz do meu pai na minha cabeça.

- Foi seu pai que falou isso pra você?  - Ela falou irritada.

- Não preciso que me falem nada, para saber que fara o mesmo comigo. – Me sentei ao lado da janela, com esperança de ver meus amigos mais uma vez, naquela multidão de pessoas que se despediam de seus parentes e amigos. – É fácil, somar um mais um. Você viajou com o Laxus quatro anos atrás, quando ele tinha a mesma idade que eu tenho agora, no caso dez anos... Foi nesse mesmo mês que ele foi pra a Sabertooth... – Peguei meus fones, colocando em uma musica qualquer, aumentando no volume máximo. Olhei para a janela e limpei uma lagrima teimosa que insistia em descer e acenei para meus amigos e meu pai.

Apertei mais o cachecol de Natsu, agora meu, em torno no meu pescoço e murmurei um “adeus”, mais Natsu só negou com a cabeça. Rodou meu molho de chaves entre os dedos e deu um pequeno sorriso e foi embora. Lagrimas começaram a cair, molhando meu rosto e meu único pensamento naquela hora foi  “Ainda bem que o Natsu não esta aqui”.

O trem estava partindo...

 Eu não sabia que com a partida daquele trem mudaria toda a minha vida