Trouble! escrita por MyParadise


Capítulo 4
Perfeição tem limites? Não em relação a ele.


Notas iniciais do capítulo

Vou confessar uma coisa, esse foi o capítulo que eu mais curti escrever até agora. KK É, gostei demais dele. Enfim, espero que gostem também. Beijão, lindezas. Eu acho que seria legal se eu colocasse algumas músicas durante os capítulos pra dar... sei lá... um clima. (?) Porque geralmente eu escreve ouvindo alguma música que me inspire. KK. Se vocês acharem legal eu posso fazer isso. Que tal?



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Acordei incrivelmente tarde no dia seguinte. Se não fossem pelas batidas fortes de minha mãe na minha porta, eu continuaria dormindo. O sol forte entrava pela janela que a idiota, vulgo eu, deixara aberta na noite passada.

— Já acordei! — berrei como resposta, sentando na cama. Cocei meus olhos e me espreguicei. Peguei meu celular que estava do meu lado na cabeceira. Havia uma mensagem! Sim, era dele, era dele! Não, não era dele. Amy. Meu sorriso animado se desfez e abri a mensagem de Amy. “Eu e as meninas estamos indo aí!” Ela havia mandado essa mensagem 11:40. Já era meio dia. Com certeza já haviam chegado.

Levantei da cama e corri para o banheiro, escovei meus dentes, penteei meus cabelos bagunçados e lavei meu rosto, tirando os resquícios da maquiagem da noite anterior.

Abri a porta do meu quarto e fui desceu lentamente as escadas. Logo, pude ver Amy, Meg e Tiffany sentadas no sofá conversando com a minha mãe.

— Olhem só, a bela adormecida acordou. — falou minha mãe sarcasticamente. — Que sono hein?

— Fui dormir tarde ontem a noite... Fiquei no computador, sabe. — corri até ela e a abracei, por mais que ela tentasse resistir. Aliás, ainda estava brava comigo. — Eu te amo você sabia? Oi, meninas!

—Quando conseguimos arrancar a Tiffany do Josh pra ficar com a gente, você decidi dormir até meio dia. — Meg me olhava com os braços encruzados. — Sabe, foi muito difícil.

— Sim, muito! E ela não desgruda dessa porcaria de celular. — Amy fuzilava Tiffany com os olhos, Tiffany estava muito preocupada mandando SMS. Amy correu até ela e a tirou o celular da mão, colocando-o entre seus peitos, em seguida.

— O que?! Me devolve meu celular agora! — Tiffany levantou do sofá, indignada com os braços encruzados. — É sério, o cachorrinho do irmão do Josh está dodói.

Minha mãe dava risada das meninas que discutiam, e não pude deixar de fazer o mesmo. Me sentei a mesa que tinha uma xícara de café e um pedaço de bolo ao lado. Até que pra quem está zangada, está me tratando bem. Tomei café me divertindo vendo Tiffany tentando arrancar o celular dos peitos de Amy e Meg apenas agitando a “briga”.

Assim que terminei meu café, Amy já tinha devolvido o celular de Tiffany, que comemorava vitoriosa. Subimos para o meu quarto, aliás, eu tinha muitas coisas para contar a elas. Entramos no meu quarto e chequei meu celular novamente, nenhuma mensagem. Estava cada vez mais inquieta e desapontada.

— E então, nos conte tudo, não nos negue nada. — era Meg, com certeza era ela. Demos risada, nos sentado a minha cama.

Contei tudo a elas, desde quando saímos no primeiro dia, o que Amy já sabia. Só não sabia da parte de sair ontem à noite para o Gilderoy’s Bar. Quando cheguei nessa parte, as três me olhavam surpresas, até Tiffany tinha desgrudado do celular.

— Kate! Não sei se te desaprovo ou te mato de inveja por ter entrado no Gilderoy’s. — Amy me olhava séria, mas depois deu um sorriso me dando um tapa no braço. — Esse cara é louco, sabia?

— Eu sei e eu detesto admitir isso, mas não tenho que esconder isso de vocês. Ele está me deixando louca também! — respirei fundo, pensando no meu celular que não dava sinal de vida.

— Ah, deixa eu adivinhar: ele não te mandou mensagem e nem telefonou hoje, certo? — comentou Meg mexendo nas unhas. Depois levantou seu olhar pra mim, balançando a cabeça. — Isso me cheira a bad boy.

— Como assim bad boy? — perguntou Tiffany, tirando as palavras da minha boca.

— Sabe, ele não parece ser o tipo de cara pra se ter um relacionamento. Ele vai fazer você se apaixonar e depois quando conseguir o que quer vai terminar tudo. Nota-se pelo jeito que ele te deixa, Kate. Esse tipo de cara geralmente consegue o que quer, porque ele tem lábia. Ele vai saber o que te dizer na hora certa, ele vai dizer o que você quer ouvir.

— Foi o que eu disse. — era Amy e ela estava certa, já tinha me dito isso antes.

— Sério? Ele não parece ser assim.

— Você pode ficar com ele, só tente não se apegar e não sairá machucada. — disse Meg me sorrindo gentilmente. O que ela havia dito era verdade, não se apegar. Mas como não me apegar?

Ficamos conversando por um longo tempo e depois o assunto Greg já estava bem longe da nossa conversa. Elas me chamaram pra ir ao cinema, mas eu não tinha nem um pingo de vontade de sair de casa. Mamãe disse que iria sair para encontrar papai no centro da cidade onde iriam fazer umas comprinhas. Ótimo, a casa era nossa!

Decidimos fazer brigadeiro, pipoca e ficar assistindo a um filme na sala. Era uma delícia quando fazíamos isso. Tiffany sempre acabava dormindo babando e Meg, dependendo do filme, chorando. Enquanto eu e Amy dávamos risadas. Escolhemos A.I Inteligência Artificial. Onde Meg acabou chorando horrores e confesso que até eu e Amy não resistimos as lágrimas.

A tarde passou como um borrão e nada de Gregory me telefonar ou dar sinal de vida. Digitei várias vezes uma mensagem para enviá-lo, mas desistia na hora.

— Você não vai correr atrás, Kate! — Amy dizia, enquanto tomava o meu celular da mão. — É sério, é ele que tem que vir atrás.

— Concordo. — assentia Meg da cozinha, onde ela levava a panela do brigadeiro e da pipoca.

— Tá tudo bem, eu resisto. — sibilei, abaixando a cabeça.

Do lado de fora escutei o ronco de uma moto e levantei a cabeça na hora. Era ele, com certeza. Olhei disfarçadamente pela cortina da janela e realmente era ele! Me coração deu um salto. Ele estava mais lindo do que nunca! Usava uma calça jeans desbotada, uma camisa branca por baixo e por cima, uma espécie de sobretudo social preto. Suas mãos estavam no bolso da calça e ele andava em direção à porta da minha casa.

— É ELE! — pulei euforicamente, enquanto esperava a campainha tocar. E foi o que aconteceu.

— Demore um pouco, idiota! — Meg segurava meu pulso, no mesmo instante em que eu me direcionava para a porta. Sim, ela estava certa. Demorei mais uns segundos e andei até a porta, enquanto todas se jogavam no sofá.

No mesmo momento que abri, tentei parecer surpresa. Sim, eu estava. Ele estava realmente muito lindo. Meu sorriso foi quase que automático. Ele sorria do mesmo jeitinho de sempre.

— Surpresa. — Greg arqueou as sobrancelhas, enquanto falava calmamente. — Surpresa boa né? Eu sei.

— Nada convencido né? — balancei a cabeça, deixando uma risada baixa sair.

— Tenho que ser. — ele também ria. — Vamos dar uma volta?

— Não posso, minhas amigas estão aqui e meus pais logo estão chegando.

— E amanhã? Se disser não vou ser obrigado a te sequestrar.

— Tudo bem então, nos vemos amanhã.

— E ó, amanhã você vai passar o dia inteiro comigo. Eu vou passar aqui cedo. — Greg me puxou pela cintura e me beijou. Sua língua passeava lentamente pela minha boca, enquanto eu lhe dava total abertura, me entregando totalmente ao beijo. Assim que nos afastamos ele sussurrou um “Tchau, princesa.” Virou e foi embora. Fechei a porta e me encostei na parede, respirando com certa dificuldade.

— Meu Deus do céu, que gato! — Meg pulou na minha frente, me chacoalhando em seguida. — Acorda, idiota!

— Sim, e tem um sorriso que mata qualquer um do coração. — falei ofegante.

Não demorou muito tempo e as meninas foram embora me fazendo prometer que contaria tudo a elas depois. E logo em seguida meus pais chegaram, eu estava deitada no sofá fingindo que via televisão, mas na verdade estava com meus pensamentos totalmente voltados a Greg.

— É sempre a mesma coisa, James! Eu estou cansada disso! — era minha mãe gritando e batendo a porta.

— Cansou? Eu posso dizer o mesmo! Mas que porra, Judith! — meu pai. Levantei do sofá, ignorando meus pensamentos e notei que papai subia as escadas correndo.

Mamãe estava chorando com uma mão na boca, tentando se conter. A ajudei se sentar no sofá e esperei ela parar de chorar.

— O que aconteceu? — perguntei afagando seu braço. Ela permanecia quieta e como vi que não obteria resultado, me dirigi ao quarto onde meu pai estava. Subi as escadas com certa pressa e abri a porta do quarto sem pedir licença.

Ele se encontrava sentado na cama, com os cotovelos apoiados na perna e as mãos na cabeça.

— Pai, o que aconteceu?

— Briga de casal, filha. Normal. — ele sorriu torto, no momento em que eu sentei ao seu lado na cama.

— Eu posso saber o motivo?

— Por enquanto não, está bem? Agora vá pro seu quarto que eu preciso conversar com a sua mãe.

Nos levantamos juntos e me direcionei ao meu quarto enquanto ele descia para a sala. Eu estava preocupada e curiosa ao mesmo tempo, o que não era muito bom. Por um instante havia me esquecido da existência de Gregory, até que senti meu celular vibrar no bolso, o peguei e tinha uma mensagem. Era dele!

“Já estou com saudades, princesa.”

Abri um sorriso quando li a mensagem e digitei em seguida:

“Digo o mesmo, príncipe.”

Comecei a ouvir os gritos do andar de baixo e me contive para não descer. Mas eles precisavam ter uma conversa entre o casal. Não tinha que estar me intrometendo. Então permaneci em meu quarto e, não demorou muito para eu me deitar com o celular do lado. E adormecer, já que não chegara nenhuma mensagem dele.


O dia amanheceu ensolarado como sempre. Levantei-me da cama e vi que eram 8 horas da manhã. Acordei bem cedo em relação ao dia anterior. Fiz minha higiene matinal no banheiro e desci para ver como estavam as coisas. Mamãe estava sentada a mesa tomando café, papai já deveria ter ido trabalhar.


— Tudo bem, mãe? — perguntei me sentando ao lado dela. Me servi em um copo com suco e comecei a pegar uma fatia do pão.

— Sim, querida, está tudo ótimo. — disse minha mãe esboçando um sorriso. Ela realmente parecia bem. — Eu e seu pai já nos resolvemos.

—Ah, fico feliz com a notícia! — tomei um gole do suco e resolvi pedir para sair com Greg. — Mãe, hm... Eu... Posso sair com um cara hoje? Eu não queria sair escondido com ele, acho que estou gostando dele. Por favor, me deixe ir.

— Tudo bem, pode ir.

O que? Minha mãe estava me autorizando a ir sem pestanejar? Como assim? Achei que ouviria um discurso sobre o meu castigo, mas ela tinha deixado. Abri um sorriso imediato sem a intenção de indagar.

Terminei de tomar meu café e subi para o meu quarto me arrumar. Tomei um banho rápido, vesti uma calça jeans e uma blusa caída no ombro com a estampa da Marilyn Monroe. Deixei meus cabelos soltos e fiz uma maquiagem leve, apenas passando um pouco de rímel, blush e um batom rosa claro.

“Passo aí em dez minutos.” — era Gregory em sua mensagem.

Depois dos quinze minutos mais longos da minha vida, ouvi uma buzina do lado de fora. Era ele, com certeza! Me despedi de minha mãe com um beijo na bochecha e sai de casa. Diferente das outras vezes, ele não estava com moto. Mas sim com um carro conversível antigo. O carro era vermelho, era lindo.

— Ual. Mudou de brinquedinho hoje? — perguntei. Ele permanecia sentado dentro do carro, não esperava que ele viesse abrir a porta pra mim. Não mesmo.

— Ah, essa velharia aqui? — ele tinha uma expressão convencida no rosto. — Meu pai me deu esse carro há um tempo. Resolvi botá-lo pra funcionar de novo.

— É lindo. — entrei no carro e Greg deu a partida. — Onde vamos?

— Vou te levar pra fazer uns estragos. — Greg me olhava pelo canto do olho, não pude deixar de dar risada. — Hoje você vai conhecer meus amigos.

— Sério? Já me sinto importante. — demos risadas. Andar em conversível era uma delícia, o carro não tinha teto, então o vento batia quase como se estivesse andando de moto. Parei para olhar Greg. Ele estava, como sempre, lindo. Dessa vez usava um chapéu preto de lado e estava com uns óculos em formato redondo. Cada vez que ele sorria eu sentia meu corpo se arrepiar.

— Me admirando? Sou tão lindo assim? Obrigado. — ele permanecia com os olhos na estrada, mas com um sorriso divertido no rosto.

— Sim, você fica lindo com esse chapéu. Mas tenho certeza que fica bem melhor em mim. — dei a língua pra ela e tirei o chapéu de sua cabeça sem pedir, colocando-o em mim.

— Mas que ousada! — exclamou Greg, dando risada. — Espera só quando eu parar o carro.

— O que vai fazer, hein, convencido? — dei língua pra ele e tirei seus óculos também, colocando-o em mim. Fiz um biquinho, enquanto Greg me olhava dando risada agora que havíamos parado no sinal vermelho.

— É, tenho que concordar. Ficou bem melhor em você. — ele me olhava tão intensamente, que eu tinha vontade de agarrá-lo e lhe dar um beijo ali mesmo. E foi o que ele fez. Greg se aproximou de mim e me beijou, só que dessa vez me beijava de um jeito engraçado. Sem me tocar, suas mãos estavam muito ocupadas tirando o chapéu da minha cabeça e colocando na dele, novamente. Continuamos nos beijando, até que o sinal ficou verde de novo e os carros de trás começaram a buzinar. Greg levantou o a mão e mostrou o dedo do meio para os carros de trás.

— Anda logo, filho da puta! — berrou um homem de trás.

— Vão pra um motel! — berrou o outro.

— Greg, vamos parar por enquanto. — interrompi o beijo, dando risada, enquanto ele, por fim, dava a partida no carro.

Decidi ligar o som do carro e comecei a vasculhar as rádios até parar em um legal. Tocava uma música (http://www.youtube.com/watch?v=pR30knJs4Xk) que eu gostava muito. Era animada e, por sinal, Greg também a conhecia. Fomos cantando juntos pela estrada que parecia não ter fim. TNT do AC/DC.


Greg estacionou o carro em frente a um galpão grande, parecia abandonado, tinha muitas pichações na fachada e algumas vidraças quebradas. Havia dois carros e uma moto estacionados. Descemos do carro e ele segurou minha mão com firmeza, deu uma mordiscada na minha orelha e novamente senti meu corpo se arrepiar, o que era muito comum quando estava com ele. Fomos caminhando até a entrada e entramos.


Tinham algumas pessoas ali. O galpão era grande, mas estava vazio, a não ser no fundo onde tinham umas pessoas, duas meninas e três meninos. Ali haviam alguns sofás e algumas mesas, em uma delas tinham várias garrafas de cerveja, vodca e outras bebidas que eu não identificava. Cigarros, algumas pílulas e por incrível que pareça, tinham camisinhas. Meu Deus, onde eu estou?

— Cheguei. — disse Greg, ao mesmo que dava um tapa na cabeça de um dos caras. — Pessoal, essa é Kate e Kate esses são Michelle, Lorelay, Richard, Chris e Michael. — Greg apontou respectivamente para as pessoas. Michelle era loira e tinha algumas mechas pretas no cabelo, usava uma maquiagem bem forte e suas roupas eram em um estilo meio “dark”. Usava uma camiseta preta e um short rasgado preto. Lorelay tinha o cabelo vermelho e olhos bem azuis, bem bonita. Usava uma calça rasgada na coxa e uma blusa sem alças vermelha. Várias tatuagens nos braços e no colo do seu peito. Richard era loiro dos olhos azuis, uma beleza bem exótica, muito lindo. Estava sem camisa e também tinha várias tatuagens pelo corpo. Chris tinha os cabelos castanhos, estava com uma camisa preta e uma calça preta. Michael era bem barbudo e com os cabelos grandes, bonito também. Aliás, ali só havia gente bonita. Meu estilo era completamente diferente de todas elas.

— Então essa é a Kate? — perguntou Michelle, me olhando de cima a baixo. Definitivamente, não tinha gostado do jeito como ela me olhava. — Oi.

Todos me cumprimentaram e também os cumprimentei, tentando ser gentil. O que não foi recíproco, pois eles não eram nem um pouco.

Greg sentou no sofá e me puxou para sentar no seu colo.

— Pega um aí, Greg. — Richard entregou um cigarro e um isqueiro a Greg, que aceitou sem pestanejar. Acendeu o cigarro e começou a fumar de uma forma bem tranquila e prática. Sim, ele tinha muita prática nisso. — Quer também? — Richard olhava diretamente pra mim.

— Não, não fumo. — neguei com a cabeça e Richard deu risada.

— Você bebe? — ele perguntou.

— Sim. — e no mesmo instante que eu tinha respondido, ele já estava enchendo meu copo com alguma coisa. Me entregou e eu aceitei. Identifiquei como vodca e energético. É, nada mal.

— Você fuma? — perguntei a Greg, o olhando fumar.

— Às vezes sim, princesa. Não com frequência, fica tranquila. Não está saindo com um viciado. — assim que havia terminado de dizer, me beijou. Senti o gosto do cigarro, não era muito bom. Mas o beijo dele ainda era o mesmo, o que me fez esquecer o gosto do cigarro rapidamente.

Notei as pessoas ao redor, Michelle estava beijando Chris, e Lorelay estava com Michael. Richard estava sozinho.

— Sempre um tem que ficar de vela, é a lei. — ele deu risada e eu e Greg não pudemos deixar de rir. Richard parecia ser legal, havia gostado dele de cara.

Ficar ali com eles não era chato. Eles eram legais e divertidos. Richard era o mais engraçado, sempre nos fazendo rir. Michelle era bem séria e parecia uma naja, sempre soltando algum comentário venenoso. Lorelay era legal, começou a puxar papo comigo. Chris era o mais emo, ficava sozinho no canto, fumando e bebendo. Michael era bastante inteligente, dava para render boas conversas com ele. Comecei a gostar de estar ali com eles.

Já estava no meu sétimo copo, mas não era mais vodca com energético o que eu bebia. Era outra coisa, era tequila. Greg continuava fumando e bebendo, não parecia que era só as vezes que ele fumava, definitivamente não. Ele sempre me fazia rir, começamos a conversar sobre a banda dele e ele me contou que compunha algumas músicas. Disse que adoraria ouvir uma canção dele, até ele dizer que não e começar a mudar de assunto. Insisti, mas ele conseguia me persuadir facilmente e acabei esquecendo o papo das músicas.

— Quer experimentar? — ele indicou o cigarro e pensei por um instante. Ah, não deveria ser tão ruim. Fiz que sim com a cabeça.

— Como?

— Você suga a fumaça como se fosse um canudinho, mas não engula e nem respire. Mantenha a fumaça um pouco na boca e depois a solte. Assim. — Greg fez o que tinha me dito, ele era realmente muito charmoso fumando. Em seguida me deu o cigarro.

De início acabei engolindo fumaça e dando origem a uma série de tosses. Depois da terceira tentativa comecei a pegar certa prática. Era uma coisa boa, gostosa. Terminei de fumar o primeiro e fumei mais um.

— Acho melhor a gente ir embora agora. — Greg tirou o meu cigarro das minhas mãos e deu uma tragada, em seguida o jogou no chão e pisou em cima.

Eu levantei primeiro e ele logo em seguida. Demos tchau para o pessoal e fomos andando até a saída. Peguei meu celular e vi a hora, eram 3 horas da tarde. O tempo tinha passado rápido. Entramos no carro, como Greg disse que passaríamos o dia juntos, não imaginei que ele fosse me levar pra casa agora. Ele deu partida no carro e fez o retorno, nos levando de volta a cidade. Fomos conversando o caminho todo, era incrivelmente bom estar com ele. Ele conseguia me fazer esquecer tudo, ele conseguia me prender em uma conversa de um jeito que ninguém jamais tinha conseguido.

Quando comecei a ver os prédios da cidade, Greg entrou com o carro em uma rua que eu nunca tinha estado antes. Tinha várias casas noturnas, mas como era dia, todas estavam fechadas. Paramos em frente a uma espécie de bar ou lanchonete. Tinha uma fachada bonita. A entrada era de um tom vermelho vivo e a porta era de vidro, igual todas as janelas que estavam abertas.

Entramos de mãos dadas e o ambiente era muito agradável. Tocava uma ambiente, tinha várias mesinhas e umas com sofá encostadas a parede. Sentamos em uma.

— Acho que você deve estar com fome, certo? — ele me perguntou. — Porque eu estou com muita fome.

—É, digamos que sim. — afirmei, não havia pensado no meu estômago até agora. Quando senti o cheiro e batatas fritas e meu estômago deu sinal de vida, sim, eu estava com fome.

— Vai querer comer o que?

— O que você pedir também, tendo batata-frita tá ótimo! — sorri e ele sorriu de volta.

Greg pediu a uma garçonete, que parecia conhecê-lo de outras épocas, dois lanches com batatas-fritas e um milk-shake de chocolate pra ele e outro de morango pra mim. Estava tudo uma delícia, inclusive as batatas. Comemos e ele começou a brincar com a batata, me arrancando várias risadas. Começou a tocar outra música de um cantor britânico Ed Sheeran, Lego House (http://www.youtube.com/watch?v=NEqY0eY1_vQ). E por incrível que pareça, Greg conhecia a música e começou a cantar e muito bem por sinal. Adorei vê-lo cantando. A voz dele era mais gostosa ainda cantando do que falando. Ele era tão perfeito... Como conseguia?

Assim que terminamos, Greg pagou a conta e comprou duas fichas em uma mesa de bilhar que tinha no fundo da lanchonete.

— Sabe jogar? — Greg perguntou, pegando dois tacos de bilhar, me entregando um.

— Bom... Sou expert em bilhar. — olhei para o taco, me perguntando como segurava aquilo. Greg deu risada.

— Vejo que não. — ele se aproximou, pegando o giz que tinha atrás de mim, na borda da mesa e me dando um beijo em seguida. Sorri entre o beijo e levei minhas mãos até seus cabelos, o acariciando. — Não tem problema, eu te ensino.

Greg passou giz nos dois tacos, no meu e no dele. Ensinou-me como segurar o taco e essa foi a parte que eu mais gostei, confesso. Seus braços eram fortes e eu me sentia segura entre eles, ele segurou minha mão e inclinou meu corpo um pouco pra frente, sentindo minhas costas roçarem em seu peito.

— Então você segura o taco assim, e... — ele ia falando, enquanto me dava as coordenas. — pronto!

Aos poucos fui pegando a prática, notei que era realmente péssima em bilhar. Greg encaçapou quase todas as bolas enquanto eu apenas uma. Mas fora isso, foi a melhor coisa que fizemos o dia inteiro. Tudo tinha sido incrivelmente bom, mas jogar com ele bilhar foi melhor. Dei tanta risada que senti minha barriga doer. Ele disse que toda vez que eu acertasse ganhava um beijinho, mas logo quando notei meu fracasso, decidi que devíamos mudar as regras, porque eu não ia sair na vantagem em relação a isso. Ou seja, toda vez que ele acertasse eu ganhava um beijinho.

Terminamos de jogar e já iam dar 6 horas da tarde. Decidimos que já era hora de ir embora. Entramos no carro de novo, mas notei que não estávamos indo pra minha casa, quando Greg pegou a estrada em direção ao penhasco que fomos quando nos conhecemos. Não disse nada, apenas encostei minha cabeça em seu ombro, enquanto tocava uma música calma na rádio. Eu estava com uma expressão serena no rosto, mas por dentro estava pegando fogo, meu coração estava batendo tão forte e eu estava sendo invadida por uma felicidade desconhecida. Não falamos nada pelo caminho e era bom assim. Me sentia bem com ele tanto conversando, quanto em silêncio. Vez ou outra ele me dava um beijo no topo da cabeça ou na testa e eu sorria como resposta. O vento batia em mim e deixava meus cabelos balançarem no ar, eu me sentia completa, feliz.

Paramos em frente ao penhasco e saímos do carro. Se ao nascer do sol a paisagem era perfeita, ao por do sol era mais ainda. O céu estava em um tom de laranja e um vermelho claro. Me senti pequena, em relação a imensidão do sol no horizonte. Descemos do carro e Greg segurou minha mão.

— Te trouxe pra ver o nascer do sol, nada mais justo que te trazer para ver o por do sol, certo? — ele sorriu pra mim de uma maneira que só ele sabia fazer.

— É, concordo plenamente. — assenti, sorrindo.

— Devo dizer que é quase tão lindo quanto você. — disse Greg, enquanto sentava na mesma pedra de antes, suas pernas estavam abertas e eu sentei entre elas.

— Ah, para de ser bobo, Dom Juan. — dei risada, contestando. — Isso é tão lindo, não tem comparação.

— Ok, então se compara a mim, certo? — Greg me olhava com as sobrancelhas arqueadas e eu não pude contar a risada, lhe dando um leve tapinha no peito.

Ficamos ali observando e conversando sobre qualquer coisa aleatória. Até que o assunto acabou, mas não me incomodei com isso e pelo visto ele também não. Até porque ele havia achado outra maneira de preencher o silêncio. Greg levantou meu queixo com a ponta de seu dedo, e quando nossos lábios estavam na mesma altura, me beijou. Começou lento, calmo, aos poucos ele ia invadindo minha boca com sua língua. Minha mão permanecia em sua nuca, a apertando levemente. E o beijo foi criando imensidade, intensidade.


E eu poderia tentar descrever como me sentia de qualquer maneira possível, mas não iria conseguir. Era um misto de sensações que me invadia e eu podia descrever tudo com uma só palavra, paixão. Sim, eu estava apaixonada por ele. Completamente apaixonada.



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Notas finais do capítulo

Ah, sobre os links... Eu não tenho certeza se estão funcionando quando se clica na palavra, por isso postei o link da música no youtube. E... Boa leitura! >



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