Pov Scarpana

– Perdão por interromper, mas preciso avisa-la de uma coisa - disse tentando ser firme.
– Mas o que houve? Eu estou ouvindo gritos lá fora.
– É o exercito de Strayder, estão atacando!
– O quê?!
– Os dragões deles já começaram a atacar, destruiram um celeiro e uma casa.

– Droga! Eu sabia que deviamos ter feito a barreira - Adam disse preocupado.
– É, mas agora já é tarde pra isso! Melhor irmos...

Os vidros das grandes janelas se quebraram e três cavaleiros negros passaram por elas, saltaram pra dentro do salão com suas armas em punho e miraram na rainha.
– Droga! Afastem-se! - gritou a rainha se pondo na nossa frente - O que pensam que estão fazendo aqui? - perguntou um tanto brava e eles baixaram as armas.

Em seguida, um anjo de grandes asas negras pousou sobre uma das janelas. Era uma garota de cabelos pretos e estava com a cabeça abaixada, por isso não conseguia ver seu rosto, mas já desconfiava de quem ela era.
– Quem é você? - perguntou a rainha.

A garota levou as mãos até as costas e retirou uma espada de prata afiada, ergueu-a e saltou pra dentro do salão. Agora já conseguia ver quem ela era, era Amanda.
– A-Amanda?! - Adam estava pasmo.

– Eu disse que honraria meu pai. E eu vou honrar! - ela ergueu a espada em nossa direção e quatro vultos negros entraram dentro da sala.

– Há, droga! - Adam resmungou de mãos atadas. Estavamos ferrados! A maioria dos guardas estava lá fora, Adam e a rainha não tinham mais poderes nem armas e Iryna não estava em Relsyn.

– Amanda, por favor! Você sabe que não precisa fazer isso - a rainha tentava persuadi-la.

– Não adianta, não vou mudar minha opinião, eu já fiz a minha escolha. Não vou voltar atrás... cavaleiros! - ela deu a ordem e eles correram até a rainha.

– Não! - Adam gritou e se pôs na frente de Alana para protegê-la, mas um cavaleiro negro deu um soco na cara dele, o fazendo cair no chão.
– Adam! - a rainha se pôs de joelhos sobre ele, porém outro cavaleiro negro a agarrou por trás e a obrigou a levantar - Não! Me solte!

Enquanto a rainha se debatia nos braços daquele ser, os vultos sobrevoavam a minha cabeça.
– Mas que droga vocês querem?! - gritei e eles sobrevoaram mais baixo. E a energia deles ali era irritante e percebi que quanto mais baixo eles voavam, mais pesado meu corpo ficava. Até que tentei me mover, mas não consegui! Tive vontade de gritar, mas nenhuma palavra saia da minha boca. Aqueles seres haviam me deixado paralisada.

Adam se levantou e tentou correr pra ajudar a rainha, mas os outros cavaleiros seguraram ele e o arrastaram pra trás.
– Me soltem!

– Acho que eles não vão te obedecer - uma garota em pé na janela respondeu. Era Morgan...

– Morgan? Mas o que você...

– E ai, Adam? Surpreso?

– Mas o que você está fazendo aqui? Não me diga... não me diga que está do lado deles!

– Pois é, Adam. Eu estou! Estou e na verdade sempre estive do lado deles!

– Eu devia saber, você nunca foi muito confiável! Mas e você, Amanda. Como pode me esconder isso? - ele gritou enfurecido.

– Eu sinto muito, Adam. Mas achei que nunca fosse necessário.

– Nunca foi necessario, ein? Certo. Mas e quanto a rainha? É realmente necessário fazer isso a ela?

– São ordens do meu pai, Adam!

– Amanda, você sabe muito bem que não precisa agradar seu pai em tudo! Fazendo isso, você está agindo como um fantoche de seu pai! E se eu me lembro bem você disse que estava cansada de ser fantoche dele. E olha só! Você continua fazendo tudo o que ele quer - ele gritou indignado.

– Cala a boca! Isso não é verdade! Eu faço o que eu quero e eu quero isso! Quero acabar com vocês! - ela respondeu erguendo a espada!

– Não, não quer! - ele disse num tom de voz mais calmo - Se quisesse já teria me matado.

Ela fechou os olhos e já cansada de tudo aquilo gritou:
– CHEGA, ADAM! EU JÁ FIZ MINHA ESCOLHA, TA LEGAL? Eu vou lutar ao lado do meu clã sempre que for preciso! Por isso, não dou a minima para os seus comentários! CAVALEIROS! - ela ordenou e os cavaleiros jogaram Adam no chão.
– Mas que merda é ess...

Eles deram um chute na barriga de Adam e um deles ergueu um chicote. Deu uma chibatada nas costas dele e Adam urrou de dor. Mais um chute, mais um grito, mais uma chibatada, mais dor, mais um grito, mais um chute, mais uma chibatada, muito mais dor, mais um grito... mas agora ele estava chorando e pra variar Morgan caminhou até ele e o pegou pelo pescoço, o obrigando a levantar.
– Parece que se meteu numa bela encrenca, não?
Ela o ergueu no ar e começou a enforca-lo.
– Você é muito tolo, sabia? Eu sou uma bruxa! Achou que eu ajudaria vocês, é? Se enganou!

– Pra mim você era... - ele pronunciava as palavras com dificuldade enquanto tentava se soltar das mãos dela - achei que... que você era diferente... - ele estava quase sufocando - quanto a Amanda... você me deixou magoado demais... e acho que ... escolhi o anjo errado... pra amar.

– A primeira coisa certa que fala hoje!

E ela o atirou contra a parede, fazendo ele bater com a cabeça e adiquirir um grande corte na testa. Depois disso, Amanda caiu de joelhos no chão e desabou em lágrimas.
– Adam! - a rainha estava desesperada, queria ir atrás dele e conseguiu se soltar do cavaleiro negro. Ela correu, mas os cavaleiros pegaram ela de novo.
– Droga! Droga! - Amanda estava aos prantos e soluçava incontrolavelmente.

E vendo seu sofrimento, a rainha a olhou com pena.
– Amanda... querida...

– Cale a boca! Não venha me dizer nada! Cavaleiros, acorrentem a rainha, já! - ordenou aos gritos e um deles ergueu uma corrente.

Eu estava cansada de ficar só olhando e me esforcei pra sair daquele maldito transe! E eu consegui!
– Parem! - gritei e joguei uma lamina de luz nos cavaleiros negros e corri até a rainha para impedi-los, eles desviaram da minha lamina de luz e quando eu estava perto de Alana, um deles me deu um chute tão forte na barriga que me fez cair no chão. Tentei me levantar, mas Morgan me deu um chute na cara.
– Nã, nã, ni, nã, não! Você vai ficar quietinha ai!

E caída, com aquela forte dor me impedindo de levantar, vi toda a cena se desenrolar e tive ódio de mim mesma por ser tão inutil.

Amanda que havia parado de chorar um pouco, se levantou e se aproximou de Adam.
– Perdão... - ela sussurrou baixinho. Desenhou um circulo de fogo em volta dele e as chamas tamparam seu corpo.
– Sinto muito por isso. Mas minha familia é mais importante - ela disse e Morgan se aproximou dela. A bruxa fez as chamas aumentarem e deu um sorriso com seu feitio, seus olhos escureceram e as chamas aumentaram mais ainda!

– Pra que chorar, Amanda? Veja as chamas! Olhe pra o que conseguimos! Nós devemos é sorrir! - e ela deu uma gargalhada.

Amanda enchugou as lágrimas e deu um sorriso fraco.
– Você tem razão! Mas que idiotice essa minha! Sou um anjo negro, não uma babaca que nem eles!

Aquelas palavras doeram mais que os chutes, no entamto eu sabia... sabia que ela falava da boca pra fora. Dava pra ver que ela queria voltar a chorar. A dor que estava em seu coração por tudo aquilo era enorme...

Mas a rainha não se aguentou e acabou gritando:
– Seus monstros!

E o sorriso de Amanda logo se desfez.
Ela olhou pra rainha e disse aos cavaleiros:
– Prendam ela a parede!

Obedecendo as ordens, eles se encaminharam com a rainha até a parede e prenderam ela ali com correntes e pregos.
– Mas o que estão fazendo? - a rainha perguntou desesperada.

– Os chicotes... - Amanda solicitou e os três ergueram seus chicotes. Acertaram uma chibatada na barriga da rainha e duas, três, quatro na cara dela... e a rainha urrou de dor.

– E quanto a ela? - Morgan apontou pra mim. Amanda veio até mim e me analisou.
– Tenha piedade - sussurrei e a expressão dela se suavisou. Eu sabia. Ela fechou os olhos e me deu outro chute na cabeça. Aquela sensação era horrivel. Parecia que tinham jogado uma pedra em mim.
– Sua covarde! Você podia estar do nosso lado agora, não precisava estar ai sofrendo.
– Não precisava mesmo! Achei que era minha amiga, Amanda! Você podia ter evitado isso!

– Sim, eu podia! Mas o que está feito, está feito, Scar! Eu comecei essa droga - ela colocou a espada de prata apontada pra minha cabeça - e eu vou terminar - então eu apaguei...

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Pov by Strayder

Lil Wick... eu poderia chama-lo de louco. Sim, louco! Louco por se atrever a vir atrás de mim sendo que ele sabe o quanto eu o odeio. E quem me conhece bem sabe que não gosto de rodeios, gosto de ir direto ao ponto! E ele está me obrigando a fazer um cirquinho idiota! Que vontade de enfiar a mão na guela desse infeliz e arrancar as tripas desse verme pra fora!
- Então, irmão - ele começou daquela maneira calma e irritante e colocou a xicara de café com o pires na mesa. Que idiotice! Ainda tenho que gastar meu café com isso! - fiquei sabendo que queria atacar Alana. Mas como pretende fazer isso?

Deixa eu ver, não é da sua conta!
- Como pretendo ataca-la? Bem, tenho várias maneiras de fazer isso. Mas a mais doce e torturante que encontrei - eu sorri ao me lembrar de que posso controlar a garota - foi mandar a filha dela a matar! - e ri, ri com prazer. Por que por onde que eu controlava a garota mesmo? Há, é! Pelo medalhão do idiota que tava bem na minha frente.
- Vo-Você obrigou a garota a matar a própria mãe? - ele parecia assustado e até um pouco preocupado, eu diria - Mas como?

Pensei em dar mais um tempo pra ele, no entanto minha paciência já estava se esgotando...

- Num sei! Talvez com isso aqui? - ergui o medalhão e os olhos dele quase saltaram das orbitas.

- O medalhão. Strayder, como você conseguiu ele? - agora ele estava mais sério. Provavelmente, estava bravinho porque eu peguei o brinquedinho dele. Pobre bebê chorão!

- Ora, eu sou Strayder, meu caro amigo! Posso conseguir várias coisas!

- Você sabe que se me devolvesse seria de grande ajuda, não é? - ele estendeu a mão como se esperasse que eu fosse entregar seu brinquedo precioso.

Segurei a mão dele e dê um aperto de mão.
- Muito boa! Meus parabéns! Você é muito engraçado, irmãozinho!

Ele se soltou da minha mão com arranco e se levantou estufando o peito. Como se isso o fizesse mais forte! Fala sério!
- Strayder, me devolva isso. Isso me pertence!

- Não mais. Se eu estou com ele, acho que é meu agora, não? - sorri me divertindo.

E ele estendeu a mão mais uma vez pra que eu devolvesse o medalhão.
- Me. Devolve.

- Como sempre, insistente - me levantei da cadeira e peguei em seu pulso. Rapidamente, corri pra trás dele e puxei seu braço, o prendendo em suas costas. Ele gritou de dor e eu continuei - Ainda bem que acabou, porque já estava começando a me encher! - gritei em seu ouvido e o joguei sobre a mesa. A mesa se partiu ao meio e ele se levantou com dificuldade.
- Irmão, ein? Que belo irmão você é, Wick? Tentando me passar a perna pra acabar com a minha raça! - Peguei uma faca que estava na pia e corri pra trás dele de novo. O segurei e coloquei a faca sobre sua garganta. - Pois quem vai acabar com a raça de alguém aqui sou eu.

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Pov by Jenn
Minha vontade era ter dado meia volta e ir correndo pro Templo. Mas Derek e Shendrick não deixaram... eles disseram que se eu fosse, provavelmente uma tragédia ia acontecer e que se continuassemos até o pálacio, poderiamos pegar aquele bendito anel e acabar com tudo aquilo de uma vez só!
E foi assim que concordei em seguir em frente! Contrariada, mas fui.
Pegamos dois cavalos no mercado e partimos para o palácio. Chegando lá, avistei o campo de rosas vermelhas e mais a frente o enorme palácio. Corremos até uma distância próxima aos portões - que estavam abertos - e paramos atrás de alguns arbustos.

- Ótimo! Agora acho melhor tomarmos as poções.

- Certo - assenti e descemos dos cavalos.

- Quanto tempo dura cada poção? - perguntou Shendrick.

- Meia hora - Derek respondeu. Depois enfiou a mão dentro de sua bolsa e retirou de lá duas poções - Jennet, para você... a da invisibilidade e a que impede Strayder de controlar sua mente - ele me entregou dois pequenos frascos, um com liquido azul e o outro com liquido roxo - O azul é pra invisibilidade e o roxo é pra sua proteção - esclareceu e voltou a fuçar na bolsa de novo...

- Essa poção "anti-controle mental" funciona mesmo?

- Olha, Shendrick, modéstia a parte, mas minhas poções nunca falharam.

- E quem garante que não irão falhar agora? O medalhão está com o infeliz, não está? Pois bem, aquele medalhão faz e desfaz qualquer feitiço!

- Eu sei, eu sei. Mas não custa nada tentar, não é? Por Relsyn! - Derek respondeu e pegou sua poção de corvo - Jennet, poderia dividir a sua poção com Shendrick? Talvez precise da ajuda dele.

- Claro - assenti e retirei a tampa do vidrinho roxo. O seu liquido era um pouco denso e não tinha cheiro. Decidida, virei ele de uma vez e acabei constatando que o liquido também não tinha gosto.
- Certo. Agora beba a azul.

Assenti e retirei a tampa do vidrinho azul. O seu liquido já era menos denso e dele saia uma fumacinha, mas eu a ignorei e tomei um gole, entregando o resto para Shendrick, que bebeu tudo.

- Espera! Se vamos ficar invisiveis, como vai saber onde está o outro, Derek? - perguntei.

- Bem, digamos que como fui eu que fiz a poção, eu posso ver os dois! E como os dois compartilham da mesma poção podem se ver! - Derek disse sorrindo e deu um gole na sua poção - Mas quando a poção fizer efeito, vão ver um tipo de aura azul aparecer em volta de vocês.

E realmente, uma luz azul apareceu em volta de Shendrick. Achava aquilo bem curioso.
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Depois de as poções terem feito efeito, amarramos nossos cavalos as árvores e atravessamos os portões com Derek nos seguindo em forma de corvo. Quando estavamos de frente pro palacio, vi que as portas também estavam abertas... "isso facilita bastante as coisas" pensei. Mas quando entramos, chegamos a tempo de ver Strayder agarrar Wick e colocar uma faca sobre seu pescoço. E assim como eu, Shendrick ficou petrificado. Mas ele logo recobrou sua consciência e se transformou na pantera negra. Ele fitou Strayder por um tempo e então começou a correr na direção dele. Strayder, percebendo sua presença, pulou pro lado e Shendrick abocanhou a cabeça de Wick...