Pov by Scarpana

No Templo de Relsyn...

– Mas que droga! - gritava a rainha em fúria andando de um lado para o outro.
– Pra que ele foi fazer isso?! Por que justo isso?!

– Se acalme, rainha! - pediu um dos guardas.

– Me acalmar? Ele quase matou meu marido! Precisamos ataca-los logo! Se não o pior vai acontecer.

– Mas rainha, você não acha que eles são fortes demais pra nós? - perguntei.

– Scarpana, o mal pode sempre parecer mais forte que o bem. Porém não há trevas que não se destruam com a luz sagrada.
Agora chame Iryna pra mim.

– Rainha, a Iryna não está no palácio - respondi.

– Então chamem Adam.

– Ele também não está, vossa alteza - respondeu um dos guardas.

– E pra onde os dois sairam afinal?!

– Bem, Adam deve estar no mundo dos humanos. Já Iryna parece ter tido uma visão e saiu correndo rumo a floresta sem dizer nada. - disse a rainha que já estava soltando fogo pelas ventas.

– Mas na última vez que eu a vi, ela estava chorando e dizia repetidamente: "Ele não pode" - disse Layka caminhando até a rainha.
– Eu a aconselhei a falar com vossa alteza. Mas ela não quis e partiu em desparada em meio a floresta.

– Mas de quem ela estava falando?

– Ela não quis contar. Mas pelo visto o assunto parecia muito sério.

Pov by Iryna

Um coração em pedaços, uma tristeza enorme e lágrimas. Lágrimas que eu não conseguia conter. Eu havia ido ao mundo dos humanos e estava correndo por um campo com uma estrada o cortando.
Eu parecia um leão correndo em direção a presa. Correndo contra o tempo.
Até que algo desviou-me de meu caminho. Fui cruzar a estrada e nem percebi que um carro se aproximava e com o impacto acabei sendo jogada ao chão.

Aquele que o dirigia e sua companheira foram logo ver a minha situação. Eu estava bem. Mas queria ter morrido. Eu juro que queria ter morrido.

– Você está bem? - o homem perguntou.

– Morgan? Jeremy? - perguntei ao reconhecê-los.

– Ei, eu lembro de você! É um anjo da rainha! - Jeremy respondeu.

– E você irmão de Amanda, certo?

– Sim, sou.

– Iryna, mas o que você esta fazendo aqui? - Morgan perguntou me ajudando a levantar.

– Eu precisava falar com ele. - falei olhando pra Jeremy.

– Comigo? Mas o quer comigo?

– É sobre a sua irmã - disse com seriedade - Adam vai leva-la pra cama.

– Mas o quê? Você só pode estar de brincadeira!

– Eu não estou! Eu estava indo justamente atrás deles!

– Então entre no carro. Não vou deixar que ele faça isso com a minha irmã - disse Jeremy soprando fogo pelas ventas.

Todos entramos no carro e Morgan curiosa perguntou:

– E o que você vai fazer?

– Vou decepar uma cabeça!

Pov by Amanda

– Hey, vamos parar para descansar um pouco? - sugeriu Shendrick diminuindo sua velocidade ao perceber que estavamos em um campo calmo, onde eramos apenas nós e a natureza.

– Está bem - concordei.

Ao descer de cima dele, avistei uma pequena cabana naquele campo. "Será que seria uma boa idéia entrar lá?" pensei.

– Será que tem alguém morando ali?

– Eu não sei - ele disse voltando a forma de um gato comum, com seus pelos brancos - Mas parece abandonada.

– Nós deviamos ir verificar?

– Acho melhor deixarmos para lá - ele disse dando de ombros.

Mas quando vi de longe que Adam estava entrando ali, eu perdi minha consciência e fui correndo atrás dele.

– Adam!

– Amanda, não faça isso! Espere! Deve ser uma armadilha! - gritava Shendrick correndo atrás de mim, enquanto eu parecia uma louca chamando o Adam.

Quando cheguei até a cabana, fui andando devagar até a porta. Com o coração já a mil, a abri devagar. E Shendrick veio atrás de mim.

– Vamos voltar, pode ser perigoso! - Shendrick sussurrou.

– Mas se parecia demais com ele, Shendrick - respondi e segui em frente dando passos com cuidado.

Quando vi a mobilia ali dentro, me dei conta de que aquela cabana, não estava abandonada mesmo! O sofá estava intacto, sem nenhuma sujeirinha, a lareira estava com fogo aceso. Na estante um conjunto de xicáras arrumadas em volta de um bule, uma boa quantidade de livros empilhados, pequenos enfeites de gatos e alguns outros objetos ali colocados. E o chão então? Este brilhava de tão limpo.
Eu dúvido que a pessoa que entrou ali, arrumaria isso tudo tão rápido.

– Amanda, só porque você o acha parecido, não quer dizer que

– Amanda!?

– Adam!

– Então era ele mesmo! - Shendrick disse.

– O quê?

– É que vi você entrando aqui e resolvi vir atrás de você. Mas, o que você faz aqui?

– Oh, vim tentar esfriar a cabeça - ele disse se sentando numa poltrona.

– Você mora aqui?

– Não, é só um lugar que encontrei pra passar o tempo. Gosto daqui. É bem calmo, concorda?

Assenti.

– E mais alguém sabe dessa cabana?

– Não, apenas eu. Quer dizer, agora você e Shendrick. Quando pretende voltar a Relsyn? - ele perguntou.

– Eu não sei. Sinto falta do papai, mas também... mas também não quero ficar sem você.

– Amanda, eu já disse isso e vou repetir. Acho que deveria voltar.

– Voltar?

– Sim. Imagine o que Strayder pode fazer. Antes eu do que os outros, Amanda. As pessoas não merecem sofrer por minha causa.

– Mas Adam, eu não quero imaginar você sofrendo - disse indo de encontro a ele e o abraçando forte.

– Talvez uma hora ou outra, seja preciso. Você precisa viver sua vida.

– Não! Eu quero viver com você! Eu posso fugir com você! - disse com um pouco de esperança. Pois já estava achando que ele queria me levar de volta ao meu pai.

– Amanda, você se arriscaria demais - ele disse e se afastou um pouco de mim - Já fizemos muitas coisas contra as leis de Relsyn.

– Eu não ligo pra aquelas leis! Quero que elas se danem! E quer saber?!

– O quê?

– Eles que se ferrem com as leis idiotas deles! - disse e lhe ataquei com um beijo.

Um beijo faminto, intenso e provocante.

– Você tem certeza de que quer fazer isso?

– Quero. Não importa o que eles vão pensar. Só sei que eu te amo. E quero muito isso com você.

– Então vamos fazer isso, como se fosse o último dia de nossas vidas...

Continua...