Pov by Iryna

- Nunca havia visto uma Relsyn tão vazia. - disse Noah cortando o silêncio.

Após aquela ventania, todos da aldeia haviam sumido. A rainha disse que eles deveriam ter deixado o lugar por medo. E as nuvens ainda continuavam escuras no céu...

- Nem acredito que vou dizer isso, mas preciso concordar com você, Noah. Afinal, Relsyn sempre foi tão cheia de vida. - disse Scarpana se sentando ao lado de Noah na escada do templo.

- Eles fizeram o errado em fugir. Foram verdadeiros covardes! Deveriam ter ficado pra lutar.

- E quanto ao Adam? - perguntou Noah.

- O Adam? Ele que se dane! Ele é um traidor! Ele resolveu ir atrás daquela, daquela, daquela... daquela garota do que lutar ao nosso lado!

- Mas Amanda não é como os outros anjos das trevas. Amanda é diferente, Iryna. Eu já tive a oportunidade de vê-la de perto. Ela parece ser muito legal.

- "Parece", não é, Scarpana?! Parece! - repeti - Ela ainda é um anjo das trevas!

- Pra mim "parece" que alguém está com cíumes aqui. - disse Noah fazendo aspas com as mãos e sorrindo. E ambos, ele e Scarpana ficaram olhando pra mim.

- Eu? Com cíumes do Adam? Quantas vezes vou ter que dizer que eu não gosto dele como vocês pensam?!

- Ha, confessa. Ta na sua testa que você ama o Adam.

- Scarpana, Noah e o mundo inteiro! - falei com um tom doce - Eu não gosto do Adam! - falei com todo ar que eu tinha nos meu pulmões. Apesar de que eu mesma, me perguntava as vezes se sentia algo por ele.

- Uhum, você não gosta dele. Você ama ele!

- Olha aqui, Noah... - Estava com tanta raiva daquilo que ia até Noah pra tirar satisfação, mas os guardas me seguraram. E naquele mesmo instante, eu tive uma visão.
A pior visão que eu podia ter...

- Gente, solta ela! Ela não parece bem! Iryna, o que houve?! Você ta pálida! Iryna?

- E-Eu tô bem. - falei, mas estava a ponto de desmaiar. - Eu preciso ir!

- Tem certeza que está bem?

- Eu tô ótima. To ótima! - não conseguia me controlar. Ja estava chorando - Eu to incrivelmente ótima!

E corri até chegar a cachoeira dos elfos...

O que eu vi... não pode ser verdade! Isso não pode acontecer! Ele não vai cometer essa besteira. Ele não pode!

- Ele não pode. - repetia chorando enquanto olhava a água.

- Iryna? Está tudo bem com você? - uma voz doce me perguntou, era Layka. - O que houve? Você está chorando.

- Não é nada demais! Não precisa se preocupar.

- Vamos! Qual o problema em me contar? Somos amigas, não somos?

- Sim, somos sim. Mas isso eu não posso contar. Eu sinto muito, Layka.

- Está bem. Mas eu ouvi você falar "Ele não pode" . Quem, por que, e o que não pode?

- Layka - respirei fundo - realmente não quero falar disso. Até mais!

- Onde você vai?

- Em algum lugar qualquer.

- Por que não conversa com a rainha? Talvez ela possa ajudar.

- Não! Não agora, talvez mais tarde.

Eu sai de lá como um foguete e fui andando pela floresta de Kane.

Não queria que ninguém soubesse o porque de eu estar assim. Mas acho que eu teria que contar a uma pessoa.
Talvez isso traga problemas depois, mas eu, não vou deixar que ele cometa esse erro. Não vou mesmo!

Pov by Jenn

Eu estava sentada em uma cadeira, derramando um mar de lágrimas com uma enfermeira tentando me acalmar. Até que o vi na porta da enfermaria. Ele me olhou com uma expressão triste, caminhou até mim e me abraçou. Um abraço, era o que eu mais precisava naquele momento. Um abraço aconchegante e acolhedor de Blake. As palavras de minutos atrás que a enfermeira me dissera, jamais me acalmaria como o abraço dele.

- Fique calma, está bem. Vai dar tudo certo. - ele disse com uma voz suave enquanto afagava meus cabelos.

- Blake, meu pai, Blake. - eu disse em meio aos soluços.

- Sim, eu sei. Os médicos irão cuidar dele, Jenn. Logo ele estará brigando comigo por causa da comida de novo.

- Mas Blake, dessa vez é mais sério. Você tinha que ver as feridas causadas pela explosão, são horriveis, Blake! Horríveis!

- Jenn, o que acha de sairmos daqui e dar um passeio lá fora. Pode ser bom pra você.

- É, não é uma má idéia. - falei me afastando e enchugando minhas lágrimas com as costas de minhas mãos.

- Então, vamos? - ele perguntou erguendo sua mão pra mim.

Assenti e peguei em sua mão. Assim, saimos da enfermaria e ele me conduziu pelo corredor do hospital.
Havia pessoas sentadas em bancos chorando, outras tossindo, outras com cortes que escorriam sangue. Eu odeio vir a hospitais por causa disso. O que você vê, é sofrimento e mais sofrimento.
Na entrada havia alguns policiais. Aqueles no qual trouxeram eu e meu pai a esse lugar.

- Senhorita Louis, podemos falar com você? - perguntou o policial de olhos azuis e cabelos grisalhos.

- Sim, claro.

- Venham conosco. - ele disse nos guiando até o jardim. - Bem, eu queria que a senhorita me respondesse algumas perguntas.

- Está bem.

Ele me fez um verdadeiro interrogatório e por fim terminou dizendo que iria investigar e disse :

- Suspeitamos que o ocorrido com vocês, esteja ligado aos ataques no centro da cidade. Bem, iremos manter contato. Até mais!

Nossa! Sério que está tudo ligado? Nossa que novidade! É obvio que está tudo ligado! Policial idiota!

- Idiota. - falei baixinho começando a caminhar pela calçada e Blake me acompanhou.

- Jenn, sabe, eu fiquei sabendo que a Sarah vai voltar hoje de tarde.

- Ela ainda não tinha voltado?

- Não.

- Mas é sério que ela vai voltar hoje? - perguntei sorrindo.

- Sim, é sim. Aquela chata vai voltar hoje.

- Há, para com isso! A Sarah não é chata! Ela é uma pessoa incrivel!

Enquanto caminhavamos podemos ver um casal do outro lado da rua, eles pareciam tão felizes. E ai me veio uma coisa na cabeça...

- Blake, o que você sente pela Sarah?

- Nossa, isso foi inesperado! Bem, eu sinto inveja.

- Inveja? Por que inveja? - perguntei curiosa. Por que ele teria inveja dela?

- Bem, porque você dá mais atenção a ela, do que pra mim. - ele falou cruzando os braços.

- Ha é por isso! - sorri com a resposta dele. - Mas eu te dou atenção sim!

- Quando ela não está com a gente. Mas quando está, vocês duas viram duas tagarelas e eu so sirvo pra concordar ou dar opiniões.

- Ha, Blake! Para com isso! Você tá exagerando! E olha, não era bem isso que eu queria saber. Bem, eu queria saber se você sente algo a mais pela Sarah?

- O que quer dizer com isso?

- Você sabe do que eu tô falando. - afirmei ficando de frente pra ele.

- Uh, sim, agora eu entendi. Bem, eu a acho meio burra.

- Blake!

Ele riu e disse:

- O quê?

- Para de enrolar! Você sente amor pela Sarah?

- Jennet, a Sarah pra mim é como uma irmã. A gente briga mas ainda assim é amigo, entende?

- Sim, mas as vezes esse tipo de amizade se torna...

- Nesse caso não. - ele disse me interrompendo - Jennet, eu já gosto de outra garota.

Me surpreendi com o que ele acabou de dizer...

- Ha é? E como ela é ? - perguntei e voltei a andar, ele fez o mesmo e ficou ao meu lado novamente.

- Bem, ela é muito linda, tem olhos azuis tão belos, uma pele branca tão macia e delicada e uma boca que a cada vez que vejo, tenho vontade de beijar - ele está mesmo apaixonado, fala dela com um brilho no olhar - Ela é engraçada, meiga... adora roubar meu sorvete. - tive que rir com isso.

- Eu também adoro fazer isso!

- É, eu sei. - ele disse fazendo biquinho como uma criança e me fazendo rir mais. E agora ele estava de frente pra mim me olhando com o mesmo olhar de quando falava da tal garota. - Ela também tem um sorriso tão lindo.

Ficamos nos olhando por alguns segundos, até que meu celular tocou...

- Meu celular! Achei que ele tivesse queimado junto com as coisas que estavam no carro. Eu achei que tivesse o deixado na minha mochila. - ele estava em um dos bolsos da minha calça. Materiais escolares! Adios pra vocês! Só agora me dei conta de que perdi aula.

- Esse celular devia ter queimado.

- O quê?

- Nada. Pode atender. - ele disse sorrindo.

- Está bem. - falei e atendi antes que a pessoa desligasse.

" - Alô?
- Jennet! Amiga! Sua fofa! É a Sarah!
- Sarah?! - gritei com um grande sorriso no rosto.

- Há que maravilha! - reclamou Blake em desprezo.

- Ha, meu Deus! Por que não me ligou antes?!
- Me desculpa, é que minha mãe não me deixou usar o telefone. Eu quase morri! Foi o apocalipse, Jenn! O apocalipse! Eu não sei como consegui ficar sem falar com você! E bem, eu só fiquei sabendo do que aconteceu agora. Eu queria poder ter te ajudado naquele momento tão dificil.

- Tudo bem. Eu entendo, você não sabia e... e o Blake me ajudou nessa fase.

- Ha o Blake. - ela disse em tom de desprezo. - mas não vamos falar dele! Jenn, eu já cheguei em San Francisco! To aqui no aeroporto! - ela disse animada.

- Sério?

- Sim! E eu vou arrumar um taxi e ir direto pra sua casa! Foi dificil convencer meus pais, mas no final eles deixaram!

- Só tem um problema. Eu não estou em casa, Sarah.

- Não está?

- Você ainda não viu a tv local?

- Ainda não. O que aconteceu?

- Eu e meu pai tivemos um acidente e agora estamos no hospital.

- Ai meu Deus! O que aconteceu com vocês? Você está bem? Quando foi o acidente? Em que hospital vocês estão? E seu pai? Ai meu Deus eu preciso ir te ver!

- Calma! Eu tô bem! Só levei uns arranhões e alguns ferimentos, mas nada grave. Já meu pai... bem, a situação dele é grave.

- Nossa! Eu realmente preciso ir até você. Me diz onde você está.

- Está bem. - falei o endereço e ela respondeu:

- Já sei onde é. Já Já eu chego ai! Tchau, beijos, fofa. Da um beijo no idiota por mim!

- Está bem. Eu e Blake estaremos esperando. Tchau, beijos. - falei desligando.

- Viu o que eu disse? Vocês duas viram duas tagarelas e me esquecem! - ele disse olhando pro lado de braços cruzados.

- Há Blake, não fica assim. - falei o abraçando.

- Acho que vou fazer isso mais vezes pra ganhar mais abraços seus. - ele disse retribuindo o abraço e sorrindo.

- Engraçadinho. Agora vamos voltar para o hospital.

- Nós não iriamos pra sua casa?

- Sim, mas eu ainda quero ficar perto do meu pai e... e a Sarah disse que vai vir aqui também.

- Há isso me deixa tão feliz. - falou em tom irônico.

- Bobo! Agora vamos!

- Está bem, Jenn.

Aquela garota que ele estava descrevendo... ele parecia estar falando de mim... mas eu, eu não sei... ai, eu preciso falar com a Sarah logo!

Pov by Morgan

Havia acabado de acordar e desci as escadas. Durby já estava me esperando na janela da cozinha...

- Oh, Durby. Tem algo pra mim?

Ela piou em negação.

Peguei um pedaço de pão e lhe entreguei.
Ainda um pouco sonolenta, caminhei até a sala deixando Durby na cozinha e liguei a tv.
Dê de cara com uma noticia daquelas...
A reporter do canal dizia :

Mais um acidente aconteceu nesta manhã. Parece que um carro foi explodido e em seguida o mesmo aconteceu com os carros de policiais que haviam chegado ao local. Os passageiros que estavam no veículo eram : Leroy Louis e sua filha, Jennet Louis.
Leroy está em coma e em estado grave, já sua filha, sofreu apenas alguns arranhões e ferimentos.
Ainda não se sabe o que causou as explosões.
Em breve voltaremos com mais noticias.

- Meu Deus. O que será que fez o carro explodir?!

Durby piou em alerta e vôou pela janela. Havia alguém ali. E eu automaticamente me virei para trás...

- Será que não dá pra bater na porta como gente comum? - suspirei em alívio e falei.

- Eu não sou comum. - Jeremy disse dando enfâse ao "comum". - E pelo o que eu vejo, acabou de saber o que aconteceu com sua amiguinha, não é mesmo?

- Sim e ela não é minha amiguinha. Por acaso isso foi obra sua? - perguntei desconfiada.

- Minha? Acha que eu seria capaz de explodir um carro com dois inocentes?

- Eu preciso mesmo responder? - falei cruzando os braços.

- Ok, ok. Mas dessa vez eu juro que não fui eu.

- Ao menos você sabe quem foi?

- Não faço idéia. Tudo o que eu queria no momento era descobrir pra onde aquele gato pulguento levou minha irmã.

- Mas o que eu sugeri era...

- Morgan, pelo amor de Deus! Eu não vou fazer parceria com um anjo da rainha! - disse me interrompendo.

- Está bem, está bem. Mas e então, o que veio fazer aqui?

- Vim te chamar pra um passeio. - ele disse sorrindo.

- Um passeio?

- Sim. Um passeio. - respondeu sorrindo.

Mas o que deu nele? Jeremy sorrindo... o que será que ele está tramando?

- Onde vai me levar?

- É uma surpresa. Não posso te contar agora...

Jeremy havia arrumado um carro. Um Sedan preto. Como ele o conseguiu?

- Wow, como você conseguiu esse carro?

- Da mesma forma que os humanos conseguem. Comprando!

- E você pagou com o quê?

- Essa, é a pergunta mais idiota que você já fez! - disse abrindo a porta do carro pra mim.

Entramos no carro e Jeremy começou a dirigir... a fofoqueira da vizinha ao lado já estava com a cabeça esticada pra fora da janela pra ver o que se passava na rua. E eu tenho certeza, eu seria o próximo assunto na vizinhança...

- Ok, onde está me levando?

- Você parece um cd arranhado, sabia?

- Jerry! Poxa, por favor, me conta!

- Não. Não vou.

- Esse lugar fica longe?

- Por que quer tanto saber?

- Você está sorrindo. É isso que me deixa mais curiosa.

- Já, já, você vai saber, Morgan. - disse ainda sorrindo. - Já, já você vai saber...