A Batalha Contra O Deus Esquecido escrita por Destrus Kyosuke


Capítulo 1
I - Mattew


Notas iniciais do capítulo

Quem nunca teve um dia ruim?Esse é o começo de uma aventura que vou tentar fazer épica,em busca de segredos escondidos do Olimpo.Aproveitem! (:



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Mattew acordou,sua cabeça doía.Parecia que tinha acertado por uma bala de canhão,o que a julgar pelas suas roupas,poderia ser verdade.

Ele olhou em volta,estava no que parecia ser uma mansão inteiramente congelada.Mais ao longe,o som de ferro podia ser ouvido,o som frenético da batalha.

Mattew agarrou a espada negra ao seu lado e usou o mesmo para se levantar.Suas memórias estavam confusas,mas só sabia que tinha que parar aquela batalha.Sabia que algo horrível estava para acontecer.

Ele caminhava mancando,mas começava a conseguir enxergar além da espessa névoa.Duas figuras começaram a aparecer ao longe.Trovões ressoaram ao céu.O chão tremia bruscamente.Um garoto e uma garota lutavam freneticamente.

A garota usava uma espada e um escudo que reluziam em meio a névoa.O garoto usava uma espécie de tridente,que portava com ambas mãos.Aquilo era tudo que a névoa permitia lhe ver.

–Parem!-Ele conseguiu gritar,mas nenhum dos dois parecia prestar atenção.Ele escutou passos e olhou para trás.Um exercito de guerreiros esqueleto estavam em posição de batalha,porém parados,como se esperassem ordens.-Não era pra ser assim...-Continuou.

–Não?-Uma voz feminina,delicada porém maldosa falou.Ela sibilou no que seria talvez uma risada.-Você causou isso tudo,herói.Você falhou.Porém,eu mostrarei o mínimo de compaixão,e o darei outra chance,mas não agora.

–Não pode acontecer...-Ele repetia.O exercito atrás dele começou a marchar em direção da batalha.Vários trovões continuavam a ressoar ali perto,e de repente,o mar próximo a mansão começou a tomar vida própria.Era como se céu e mar lutassem entre si.

–Você não pode...-Mattew estendeu a mão ainda tentando andar.Ele sentiu seu rosto quente,e percebeu que chorava.De repente,sentiu todo seu corpo paralisar.Sua mão começou a congelar lentamente,passando para seu corpo.Ele não podia fazer mais nada além de ver toda a destruição iminente.

“Eu mostrarei o mínimo de compaixão,e o darei outra chance,mas não agora.”A voz repetiu.Então,sentiu seu corpo entrar completamente em dormência.E desmaiou.

Ele novamente acordou,mas dessa vez estava em uma espécie de quarto de madeira com vários beliches...um dormitório.Ele tateou ao seu redor.Sua espada havia sumido.No lugar dela,um anel prateado em forma de caveira cobria seu dedo.

Ele desceu de sua cama e caminhou até o banheiro do local.Ainda mancando,molhou o rosto e olhou-se no espelho.Parecia que havia passado anos desde que ele caminhara da ultima vez,pois nem sequer lembrava seu rosto.Seu corpo mal seu corpo ainda estava um pouco dormente.Seus cabelos e olhos eram uma mistura de castanho e preto,como um carvalho maduro.Seu rosto e corpo estavam pálidos,como de um cadáver,e agora que ele havia notado,sua barriga estava com bastante fome.Usava uma roupa preta bastante surrada.Sua mente estava nebulosa,e ele não se lembrava de muitas coisas,não muito mais do que seu nome e aquele sonho estranho.

Ele voltou para sua cama e procurou por alguma pista.Embaixo de seu travesseiro,havia algumas roupas e ao lado da cama tênis novos e brancos.Se apressou em trocar de roupa.Agora usava uma camisa preta parecida com a outra,casaco e calças jeans e azuis e havia calçado seu novo tênis.Seu corpo não estava mais tão paralisado e sua mente começara a se acalmar,mas ainda tinha fome.

Caminhou vagamente até a porta e andava pelos corredores,enquanto seguia o cheiro de comida quente.Agora olhando melhor,estava numa escola,mas era bem mais diferente do que as escolas que conhecera antes.No corredor era possível ver varias marcas estranhas de tinta nas paredes,uma espécie de mini-cofres que muitos mexiam,como se cada um tivesse um próprio.Ate as roupas eram diferentes daquelas que ele conhecia.Era como se estivesse na década errada.

Ele andava pelos corredores normalmente,e pensou que naquele ponto alguém suspeitaria de um garoto pálido e estanho que nunca haviam visto antes,mas as pessoas pareciam evitar o olhar dele.Mattew tinha a estranha impressão que aquilo acontecia com freqüência.

Finalmente conseguiu chegar ao refeitório.Era grande como um campo de futebol,e os alunos conversavam alto,fazendo uma grande poluição sonora.Ele caminhou até a fila onde várias pessoas pegavam seus pratos e conversavam com seus amigos ao lado.

Talvez sua prioridade fosse buscar informações sobre seu passado,talvez até roubar um carro ou descobrir por que a espada de seu sonho não estava mais lá,mas ele não se importava.Sua barriga falava a frente do cérebro,e ele tinha a impressão de que essa não seria a primeira nem a ultima vez.

A julgar pela refeição era hora do almoço.Ele pegou um prato com um almoço que agora de perto,não tinha um cheiro tão bom.Caminhou entre as lotadas e barulhentas mesas procurando um lugar para sentar,mas era difícil.Tampouco imaginava que alguém o quisesse por perto.

Finalmente localizou um local.Em uma pequena mesa no canto,uma garota estava sentada sozinha.Ela tinha feições simples mas belas.Seus cabelos eram negros como a noite e seus olhos cinzas,mas não um cinza comum.Eles tinham um leve tom de verde.Seu almoço estava na mesa,mas ela apenas focava-se em seu livro.

Ele sequer notou que tinha chegado a mesa e olhava a garota com um olhar que poderia dar medo.Ela o fitou.

–Sim?-Ela disse.

–Err...Bem...Eu...

–Você quer sentar?

–Sim...Sim,eu gostaria de sentar.

Mattew tentou sentar,mas acabou se atrapalhando e quase caiu da cadeira.A garota a sua frente deu uma leve risada e voltou a atenção ao seu livro.Talvez realmente não tivesse jeito com as garotas.

Enquanto comia,notou que de vez em quando a garota olhava escondido para ele e freqüentemente dava risadinhas,como se ela o avaliasse e achasse pequenas imperfeições nele.Garotas realmente eram estranhas.

Ele acabou de comer,mas sua barriga ainda roncava.Ele fitou o almoço da garota,praticamente intocável.

–Você vai comer isso?-perguntou.

–Pode ficar.

Dessa vez,enquanto ele comia,ela o fitava com aqueles olhos,como se a idéia de aquele garoto magro e pálido comer tanto fosse engraçado.

–Sabe...-Ela disse-Eu nunca te vi aqui nesses últimos seis meses.

–Digamos...Que as pessoas costumam não me notar muito.

–Ah...-Ela suspirou-Eu sei como é isso.

Ele não tinha idéia de como uma garota como aquela podia não ser notada,mas talvez ele estivesse em um mundo paralelo estranho.Essa era a única explicação que ele conseguira encontrar para isso tudo.

–Você é estranho.-Disse ela.

–Obrigado.

–Eu gosto disso.

Mattew sentiu seu rosto corar,passando sua face de pálida para vermelha.

–Meu nome é Elizabeth.-Ela falou estendendo a mão.

–Meu nome é Matt-Sua voz foi interrompida por um barulho alto de sino,que encobriu todo som das conversas.Água começou a cair do teto em forma de chuva.Um alarme de incêndio.

As mesas começaram a se mexer.Um terremoto retumbou o chão.De uma das portas,um grande monstro com um único olho de cerca de três metros apareceu.Ele estava coberto de lixo e várias partes de uma lata de lixo.

Alguém de outra mesa gritou algo como um robô descontrolado.Aquela coisa era feia,mas não parecia nada com um robô.Robôs eram legais.Aparentemente Elizabeth vira a mesma coisa que Mattew,pois ela retirou de sua bolsa um livro sobre mitologia grega e abrira na página de criaturas grandes e feias.De onde ela havia retirado aquele livro?

–Ri vhar vor deu!Sinto cheiro de semideus!-A criatura farejava o ar enquanto varias pessoas corriam do “robô” e a chuva artificial continuava caindo.Talvez aquela chuva fosse uma benção,pois aquela coisa coberta de lixo devia ter um cheiro horrível.

–Eu vou encarar o ciclope!Quer dizer,robô,que seja...Maldita nevoa!-Elizabeth sacou uma espada de bronze de sua cintura enquanto fitava o monstro segurando o livro na outra mão.

Mattew não sabia de que nevoa ela falava,mas não podia deixar uma garota lutar contra um ciclope gigante com uma armadura de lata de lixo.Instintivamente,ele saltou da cadeira e colocou sua mão direita para trás.Seu anel começou a brilhar e em uma fração de segundos,Mattew empunhava uma longa espada de prata bordada de varias caveiras. Ele não sabia como tinha feito isso.

–Creio que o ponto fraco dele seja o olho,certo?-Disse o pálido garoto em um tom sarcástico.Parece que aquela comida não tão boa havia renovado sua energia.

–Matt,você consegue ver através da nevoa?!Você também é um semideus?!-Gritou ela em meio a confusão de água,gritos e terremoto,devido aos grande passos do ciclope.

Matt?Ele não tinha conseguido terminar de falar,mas aquilo soava como um apelido.Ele nunca tivera um apelido e agora que tinha um era seu nome com menos duas letras?Por que estava pensando naquilo?Ele se forçou a voltar para a batalha.

Tarde demais.Elizabeth estava caída ali perto,e o ciclope estava a sua frente.Ele atacou com uma grande viga que Mattew não sabia de onde ele tinha pego.Rapidamente,o garoto saltou para o lado e rolou no chão.Uma grande nuvem de poeira cegou o ciclope.

Mattew correu para Elizabeth e ficou a sua frente,em uma posição de batalha.Ela estava ferida,porem consciente.Uma bolsa verde estava presa as suas costas.Quando ela tinha pego aquilo?

O ciclope voltou a se aproximar,dessa vez com o único olho vermelho de raiva.-Ri vhar vhom dors!Vim devorar você filho dos mortos!

Filho dos mortos?Aquele sim era um apelido legal,embora ele não soubesse o por que o ciclope o chamara assim.A batalha estava prestes a reiniciar,quando algo mais estranho aconteceu.

Em meio aos gritos frenéticos,a fumaça,a chuva e o ciclope,uma parede explodiu,dando passagem para uma carruagem levada por dois cavalos de fogo.

Na carruagem,um garoto robusto porém com uma aparência frágil portava um arco,sua flecha pegava fogo e estava mirada para o ciclope.Um garoto pequeno e moreno,com um óculos sujo com um material preto (graxa talvez?) portava um tipo de metralhadora improvisada de um material idêntico a faca de Elizabeth.

Mattew ainda não lembrava nada de seu passado,mas tinha certeza que nunca tivera um dia tão estranho quanto aquele.


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Notas finais do capítulo

Esse é o fim do capítulo,espero que tenham aproveitado.Deixem suas críticas aqui,lembrando do respeito.Até a próxima amigos semideuses!