Cheguei à escola e estavam todos comentando sobre a festa da Ambre e o que mais me impressionou foi: o fato estarem com uma camisa branca e escrita team junto de nossos nomes, e com nossas fotos, as camisas eram uma de cada pessoa, e uns alunos estavam com a camisa que tinha o meu nome e minha foto, o que me deixou um pouco com vergonha. Cheguei à sala e ela estava completamente deserta, eu olhei meu celular, faltavam 15 minutos para a aula começar, os outros alunos deviam estar lá fora.

–Olá, Amy-chan!- Ouvi uma voz familiar, virei meu rosto e era o Armin, ele estava com uma camisa com a minha foto!

–Ah... -Fiquei um pouco assustada com aquilo e acabei dando um passinho para trás. -O-Oi...

–Ficou surpresa com a camisa? Se quiser eu posso tirar... -Ele botou as mãos na camisa quase tirando.

–N-N-N-Não precisa!!-Fiquei um pouco corada, deu para ver o seu abdômen.

–Ok, você soube que vai ter um passeio escolar?-Ele falou sentando em sua mesa, sentia meu rosto voltando ao normal...

–Não... -Falei sentando em minha mesa que era na frente da dele.

–Eu soube que vai ser para um acampamento...

–E você está animado?

–Eu? Não! Lá não tem internet e é no meio do mato...

–Então você não vai, né?

–Eu vou ser obrigado a ir, o Alexy vai e meus pais disseram: “Você tem que se desligar desses games e passear mais, e também tem que cuidar do seu irmãozinho!”.

–Mas... O Alexy pode ser cuidar sozinho, certo?

–É... Isso era só mais uma desculpa para eu ir...

–Como você soube do passeio, se ainda não anunciaram na escola?

–A Peggy, a maior fofoqueira da escola descobriu e anunciou para mais da metade da escola, você é a única pessoa que eu conheço que não esta sabendo...

–Nossa... -Como sempre eu sou a última a saber, eu sou mesmo uma excluída da vida social escolar.

O sinal bateu, e veio a multidão de alunos entrando na sala, junto estavam a Lucy e a Annie.

–Eae, gente!-Falou Lucy animada como sempre, e enquanto Annie acenava para a gente levemente.

–Ué? O Alexy não está com vocês?-Armin perguntou um pouco preocupado.

–Ele ta com a Violette.

–Violette...?-Perguntei.

–É a irmã mais nova da Annie, vive no clube de jardinagem desenhando, ela é quieta e tímida, até mais do que a Annie!-Lucy falou, e logo após olhou para mim e o Armin maliciosamente e com um sorriso perverso.

–E o que vocês dois estavam fazendo aqui sozinho, hein? Tsc, tsc... Escola não é lugar para fazer isso, hein? Se é que me entende... -Ela falou mostrando a língua, eu senti meu rosto pegando fogo.

–Por quê? Está com ciúmes?-Armin falou olhando para a Lucy dando uma risadinha.

–Que? Eu? Claro que não!-Ela falou agora séria.

–Sei... Toda a escola sabe que você é gamada em mi... -Antes de ele completar a frase Lucy deu um soco nele, deu para ver que ela ficou séria e corada, eu fiquei um pouco confusa, a Lucy gosta do Armin? Annie ficou me olhando sorrindo, parece que ela sabia o que estava pensando.

–Não é isso o que você está pensando... -Ela falou docemente, e como ela sabia o que estou pensando?

–Não? Mas aparenta ser muito!-Falei sorrindo.

–Na verdade, Lucy gosta de outra pessoa... Mas antes disso, ela e o Armin ficaram um tempinho juntos...

–Ah, sim... Mas de quem Lucy gosta?

–Eu não sei se tenho permição de falar isso para você, mas... -Ela botou suas mãos sobre meus ouvidos e sussurrou. –É o representante de turma, o Nathaniel!

Nossa! O representante de turma é o garoto mais popular de toda a escola, e as meninas vivem em volta dele, mas ele quase não sai da sala do grêmio, nunca imaginei que a Lucy iria gostar dele...

Annie colocou suas mãos nos meus ombros e me olhou séria.

–Mesmo que você esteja achando que eles não se combinam, eu tenho muita fé que eles ficaram juntos!

–Mas que poder é esse que você tem de ler mentes?-Ela riu do meu comentário.

–É que você emite o que está pensando facilmente... Agora vou voltar para o meu lugar, até... Amy-chan!-Ela falou acenando de leve novamente.

Foi a primeira vez que a Annie me chamou de “Amy-chan”, será que agora ela me considera uma amiga por completo?

–Annie, é fofinha não é?-Armin falou olhando de forma doce para mim.

–É sim... - Falei sorrindo e revirando meus olhares para ele.

–Estou preocupado com o Alexy, o professor deve chegar daqui a pouquinho e nada dele... –Quando ele falou veio o Alexy entrando muito animada e com os olhos brilhando.

–Eu sabia! Sabia! Sabia!-Ele gritou e a turma toda olhou para ele entendendo nada, ele correu até o Armin, o tirou da cadeira e começou o abraçar. –Você me ama muito! Você se preocupada comigo!

Armin estava sendo sufocado, e a cara dele estava ficando roxa.

–AAAAAAAAAAAAAAAH!!-Armin gritou Alexy o soltou e ele começou a respirar todo ofegante. -Você está tentando me matar?

–Claro que não, Armin Nii-chan!- Alexy deu uma piscadinha.

–Não me chame assiiim!!-Armin tampou rapidamente a boca de Alexy. O professor chegou e viu os dois em pé fazendo bagunça.

–Armin, Alexy! De novo fazendo baderna não é?

–Claro que não, fessor! Pelo contrário, estávamos mostrando como funciona o amor fraterno entre irmãos. –Alexy falou.

–Pois é... -Armin também tentou disfarçar.

–Enfim... Sentem-se. –Após o professor falar isso eles se sentaram. –Então turma, tenho um aviso a dar a vocês: Iremos fazer um passeio!

A turma começou a se animar e conversar alto.

–Silêncio, por favor, senão não consigo dar o aviso!-Todos ficaram quietos e ele continuou. –Vamos passar no máximo 5 dias em um acampamento, lá iremos aprender mais biologia e fazer as atividades físicas que tem lá. O passeio será depois de amanhã, até lá, vocês deveram entregar esse bilhete com a permissão de seus pais!

Ele entregou os bilhetes e continuou o a aula, que por sinal foi muita chata, dei graças a Deus quando acabou. Na saída fui embora junto com o Armin.

–Afinal, você mora aonde?-Ele perguntou.

–Se você virar essa esquina já é minha casa...

–Legal! Você mora pertinho da minha. –Ele parou de andar e olhei para ele. –Eu moro aqui!

–Legal, moramos bem perto mesmo!

–Sim... Quer que eu te acompanhe até sua casa?

–Não precisa não, eu posso ir sozinha até lá tranquila!

–Ah, você não vai não!

–Por que...?

–Eu soube que a casa na frente da sua deixou o cachorro a solta, e ele é enooorme e como você é baixinha deve acabar sendo esmagada por ele!

Eu não sabia se ficava feliz em ver sua preocupação comigo ou com raiva de ele ter me chamado de baixinha, mas ele está certo que houve boatos de o cachorro daquela casa estava a solta, e esse cachorro é enorme e feroz mesmo!

–Claro que não, eu posso dar o meu jeito e ir sozinha... –Comecei a andar direto para minha casa e ele correu em minha direção e começou a caminhar ao meu lado.

–Espera!-Ele estendeu o braço na minha frente me fazendo parar. –Acho que o cachorro está vindo para essa direção. Comecei a ficar nervosa afinal, eu tinha medo desse cachorro, comecei a ouvir latidos e avistei-o correndo em nossa direção.

Armin me colocou rapidamente no colo, ele correu e subiu em cima de um muro comigo.

–O-O que você acha que está fazendo?-Falei corada, enquanto o cachorro latia alto tentando nos pegar.

–Não precisa agradecer por eu estar te protegendo...

–O-Obrigada... - Revirei minha cabeça para baixo e vi aquele cachorro pulando, fiquei nervosa e comecei a me remexer.

–Aaargh! –Fiz nós dois cairmos do muro, só que para o interior dele, olhei em volta e vi que estava em cima do Armin, rapidamente sai de cima dele.

–D-D-Desculpa... –Falei completamente corada, comecei a olhar em volta e percebi que estávamos na minha casa. -Ah! Essa é a minha casa!

Ele ficou a observando, e começou a se levantar.

–Ai... –Ele falou e colocou a mão em seu joelho, que estava sangrando.

–Desculpa! A culpa é minha. –O ajudei a levantar, abri a porta da minha casa e percebi que não tinha ninguém nela, auxiliei Armin a se sentar no sofá, e fui para o banheiro pegar uns curativos.

–Voltei!-Falei segurando uma caixa com curativos.

–Não precisa se preocupar com isso, não está doendo mesmo... –Ele falou.

–Até parece... E também é o mínimo que posso fazer por você ter me ajudado. –Comecei a pegar os curativos e fazer nele. –Desculpa, mais uma vez...

–Não precisa se desculpar, fui eu que quis fazer aquilo...

Meu coração estava batendo forte, enquanto eu estava tentando me concentrar em cuidar de suas feridas.

–Sua casa é bonita... –Ele falava, tentando puxar assunto.

–Obrigada!

Ficamos conversando por um tempo, e consegui terminar o curativo.

–Pronto! Terminei!-Falei sorrindo, animada.

–Muito obrigada... -Ele retribuiu o sorriso.

–Você quer alguma coisa? Meu pai preparou suco de maracujá ontem...

–Então quero um, por favor.

–Vou pegar... –Fui até a cozinha e botei em um copo para mim e para ele.

–Aqui. –Falei entregando para ele.

–Obrigada... –Ele pegou e começou a beber, me sentei no sofá e bebemos juntos, liguei a TV e começamos a ver, depois de um tempo Armin adormeceu e dormiu sobre meu colo, fiquei completamente corada e paralisada, até que ouvi a porta se abrir e meus pais e a Katy de queixo caído vendo essa cena, não foi bom eu ter dado suco de maracujá, ele ficou com sono!

–A Amy tem um namorado... –A Katy falou.

–N-N-NÃO É NADA DISSO!!-Estava tentando me explicar, por que os pais só aparecem nas piores horas? A única coisa que fiz foi pegar a cabeça do Armin e jogar no chão.

–AAIII!-Ele gritou. –Por que você fez isso, Amy?

Ele coçou a cabeça e virou para trás e viu meus pais, Armin se levantou e foi até eles.

–Olá, muito prazer pais da Amy!-Ele falou apertando a mão de cada um. –Obrigada por terem criado sua filha tão bem, sou um colega da escola dela, e ela me viu machucado e me convidou para descansar um pouco e eu acidentalmente acabei dormindo.

Armin estava disfarçando perfeitamente, ele e o Alexy pareciam ser mestres nisso.

–Então eu já vou indo, obrigada por tudo e desculpe pelo incomodo!-Ele falou indo embora, fiquei aliviada.

–Ele é seu namorado, é?-Minha mãe falou com os olhos brilhando, enquanto meu pai olhava para ela chocado com seu comentário.

–Não é não!!-Falei e logo depois entreguei o bilhete da permição para eles assinaram, eles concordaram e assinaram, a Katy estava implorando para ir também... Como sempre, aliás!

Os dias se passaram, e chegou o dia do passeio, o ônibus estava estacionado em frente à escola e todos pareciam muito alegres! Encontrei o pessoal e fui até eles.

–Oi gente!-Falei animada.

–Oi!-Eles responderam sincronizados.

Ouvimos a diretora anunciar para entrarmos no ônibus em ordem, mas todos os alunos foram correndo para o ônibus, Armin parecia desanimado.

–Não se preocupe, vai dar tudo certo... -Falei sorrindo para ele.

–Espero que sim... –Ele falou e entramos todos no ônibus.

Só espero que o que eu falei vire realidade...