Somente duas regras regem o mundo negro do crime. Regra número um: Jamais questione o topo. Regra numero dois: Jamais quebre a regra número um.

No topo de Shinji, somente uma sombra pode ser revelada dentre as outras. A dos menores. Os maiores tem o destino de sempre permanecerem na escuridão. E a escuridão com eles sempre ficará.

– Entre logo pequena! – Lionel Baelik empurra a jovem de cabelos castanhos dentro de uma reservada área escura, dentro da Torre do Medo, sempre emcubida nas trevas. Ela cai de sobressalto no chão, num grito contido. Ela olha com um pouco de medo para seu sequestrador, mas não retira sua espressão serena de uma jovem pura. – Tenho alguns planos para você. Gosta de esferas? Tenho uma de sua cor favorita! – Ele estala os dedos.

No mesmo instante ela é redomada por uma esfera brilhante e rosálea e em seu interior, um ar espesso e pesado. A menina flutua em seu interior mas diferente de antes, ela geme com a dor de algo entrendo em seu espírito e lhe tirando algo. Algo forte.

– Você tem um poder que eu quero minha lindinha. – Ele ajeita seus óculos escuros na face enquanto a menina bate desesperada na esfera na tentativa de quebra-la. – Vejo que gostou desta bolinha. E acertei na cor não é? Um belo e forte rosa. Assim com sua marca de portaller não é?

Ela continua socando a esfera cada vez mais desesperada enquanto Baelik somente olha. Depois de um tempo ela desiste e abaixa os braços, percebendo que é inutil.

– Agora está melhor não? Acalmesse minha jovem. Há muito tempo nesse mundo. Pelo menos para mim! – Numa risada maléfica ele se prepara para sair do quarto, dando as costas. Ele ajeita os óculos pela última vez e olhando por cima do ombro, ainda andando, fala devagar. – Adeus, Rachel Bittencourt.

Então a esfera sobe em direção ao cume do céu. Num brilho da mesma cor, no topo da torre, uma intensa luz quebra as regras do mundo do crime. E a luz se faz na Torre do Medo. E diferente das outras, essa não trazia esperança.