POV Nathaniel

Quando levantei, senti algo quente tocar minha pele, uma parte de mim estava iluminada pelo sol, incrível isso, eu podia senti-lo!

Como aquilo era bom, o calor do amanhecer do sol em meu rosto, era prazeroso.

Como nunca senti aquilo? Mas infelizmente para estar sentindo essa sensação significava que eu estava na terra, se tornara um humano, não aceitava aquilo, quando realmente o entendimento caiu sobre mim, corri gritando:

Pai, por favor, Não me deixe aqui! - Com toda força que meus pulmões agora cheios de ar ao qual nunca fora necessário, eu soltava minha indignação.

Uma dor imensurável em meu peito se apoderava de mim.

Cansaço, eu nunca havia sentido essa sensação, mas tive de parar de correr, e sem as asas aquilo se tornava inútil, eu queria voltar, tentei voltar, mas nada da luz celestial vir ate mim dos céus.

Eu deixei pender meu peso e sentia quando na areia meus joelhos tocavam custava a acreditar, não era possível!

Voltei a falar com meu pai, ou pelo menos tentei, ele deveria me ouvir de alguma forma.

Por favor, não pertenço a este lugar!

Meus joelhos estavam cravados na areia, eu podia sentia os pequenos grãos roçando, mesmo por cima de uma vestimenta que eu estava, sentia a onda que vinha e barra em minha coxa.

Nada de uma resposta, nenhuma luz, nenhum sopro de vento, nada!

A dor me consumia, estava com meu peito nu, e minha cabeça baixa.

Escutei o murmúrio e risos próximos, olhei sobre meu ombro e observei um casal de mãos dadas caminhando à beira do mar, seus semblantes eram de felicidade, a garota sorria de uma forma impressionante e o rapaz a observava de forma carinhosa.

Pensei como podia estar felizes diante do mundo em que viviam?

Levantei-me e olhei para cima, observei o céu, a perspectiva daqui de baixo é tão diferente, meus olhos estavam ardendo, como se fosse impossível ficar de olhos fixos ao lugar ao qual era meu lar.

No lugar celestial, podíamos olhar a terra, sempre sem que os olhos doessem, pois deveria doer, ao ver tanta desgraça e dor.

Meus pés descalços sentiam a água do mar, o balançar das ondas. O vento que chegava a meu rosto era reconfortante, uma brisa levemente salgada, eu nunca sentira gosto, mas sabia que era sal.

Não era meu lar, não era meu lugar e eu necessitava descobrir como voltar.

Minha distração estava além, estava em admirar a criação, todos sabíamos do trabalho que foi criar as maravilhas, o problema era a outra criação, a qual veio para estragar o mundo, e aqueles que deveriam cuidar o transformaram em um inferno, pois era isso que a terra era um inferno.

Ai, sinto muito eu...!

Olhei para quem havia se batido em mim, ela estava vestida de roupa de corrida, seus cabelos vermelhos como as rosas estavam presos, seus olhos eram como as pedras de safira, e sua pele, era alva.

Não prestei atenção aonde ia.

Sem problemas, Oh, você esta ferido? Quer ajuda?

Foi quando segui seu olhar, olhei para minhas costas e estavam sangrando.

POV Anelyse

Os raios de sol entravam por minha janela no alvorecer, a sensação de conforto e de prazer era magnífico.

Por mais que meus dias fossem ruins eu nunca desistia, estar cercada pela desgraça, pelas pessoas que estavam necessitando de ajuda, eu sabia que sempre havia uma luz ao final do túnel.

Não desistir das pessoas esse era um de meus lemas, minha vida era rodeada pela desgraça alheia, no entanto eu não deixava isso abalar a fé que tinha no ser humano.

Caminhei ate o banheiro, e olhei no espelho, antes de jogar água em meu rosto, nada mal para uma garota que às vezes tem noites em claro em seu trabalho, escovei meus dentes, meu cabelo eu os coloquei em um alto rabo.

Caminhei pelo apartamento ainda de pijama e na cozinha peguei uma banana e a parti na tigela, joguei a granola, abri a geladeira pegando o suco e o leite.

Observei o jornal enquanto estava debruçada na bancada da cozinha, noticias ruins como sempre, mas eu sabia que a vida não era toda desgraças, eu ria um pouco com a tirinha do dia, observava algumas poucas noticias boas, que infelizmente era de menos destaque, mas estavam ali, era só procurar.

Depois de meu café, eu coloquei meu agasalho, meus tênis de corrida e deixei meu apartamento em direção à praia.

Bom dia Bob.

Bom dia senhorita Lise.

Sorri ao porteiro simpático do turno da manhã.

No caminho encontrei com um de meus colegas o detetive Tompson.

Lisie é cedo e já esta na rua.

O dia está lindo, e tenho que correr antes de trabalhar.

Estava indo a farmácia, minha mãe esta doente novamente.

Mande melhoras a ela, se meu tempo permitir eu vou vê-la.

Continuei meu caminho até a praia.

Chegando a beira da calçada eu inspirei fundo, ergui meus braços para o alto esticando meu corpo, mais um pouco de alongamento e pronto, eu desci em direção à beira mar, comecei em ritmo mais lento e logo comecei a correr.

Sentir o ar puro, a maresia entrando em meus pulmões era quase como se eu pudesse sentir o caminho que fazia em meu corpo.

Inspirar e expirar, eu marcava o ritmo de minha corrida, ao som de 3 Doors Down - Here Without You , enquanto meus pés tocavam a areia, eu observava o mar, era esplendido todo se encaixava perfeitamente, não sei como as pessoas não admiravam as pequenas coisas.

Observei um casal de namorados passeando felizes, eu amava ver nas pessoas o amor, a amizade, todo sentimento humano bom, isso mostrava que sempre podíamos enxergar a felicidade e a maravilha que o mundo é.

Distraída com meus pensamentos eu continuava em meu ritmo.

Ai, sinto muito eu...!

Um Rapaz bem apessoado, moreno, de cabelos negros, bagunçados e ainda úmidos, alguns fios rebeldes teimavam em estarem caindo na sua testa, seus olhos eram de um azul intenso, diferente do habitual, ele esbarrou em mim. 

Não prestei atenção aonde ia.

Sem problemas!

Sorri para ele, mas observei seu peito nu, seu corpo era definido, mas algo me chamou atenção á presença de sangue escorrendo de suas costas.

Oh, você esta ferido? Quer ajuda?