As crianças se entreolharam um pouco surpresos pelo fato de seu avô ter gostado de um garoto, mas logo se acalmaram, pois estavam acostumados com a homossexualidade presente na família.

Depois do pequeno choque que tiveram, os dois se acalmaram e perguntaram um pouco incomodados para seu avô o que tinha acontecido com aquele garoto que tanto ouviam falar e que gostava aponto de chorar lembrando-se dele. O maior se levantou de sua cadeira com um pouco de dificuldade, buscando uma espécie de gorro azul claro um pouco velho com detalhes amarelos no final.

Nadja franziu a testa e perguntou um pouco curiosa:

“Por que buscou esse gorro velho, vovô?” Ela tentou não rir, pois o menino do seu lado, Max, estava com uma cara seria tentando decifrar o que significava aquilo para seu velho. Então, olhou para a imagem e sua cara pareceu um tanto surpresa e aliviada.

“Esse era o gorro que o tal de Cartman usava, certo?” Ele ficou com um peito estufado, orgulhoso de sua “grande” descoberta.

“Sim, Max. Ele costumava usa-lo com frequência”. Ele sorriu para o menor, deu um leve suspiro e segurou firme o gorro com umas de suas mãos e prosseguiu “Peguei esse gorro para conseguir lembrar ainda mais de meu querido Cartman e agora posso lhes contar minha história”.

As crianças pareciam animadas e curiosas com a grande história de seu avô e estavam loucas para saber o que de fato, havia acontecido com Eric Cartman.

Kyle sorriu e deu um grande suspiro e voltou-se a falar.

“Tudo começou quando os amigos Stan, Kenny, Cartman e Kyle tinham mais ou menos com 24 anos e estavam reunidos para celebrar o noivado de Stan e Wendy. Quando Kenny sugeriu que fizemos uma festa de despedidas em Las Vegas, como no filme “Se Beber Não Case” e é claro, Stan aceitou a proposta e assim arrumamos as malas e fomos”.

“Nunca mais tinha visto Cartman após a morte de sua mãe quando ele tinha apenas 15 anos. Ele havia se mudado para a casa de seus tios depois do ocorrido e desde então nunca mais conseguimos contato com ele. Até então, Stan definitivamente não queria que um dos seus grandes amigos perdesse seu casamento e logo Eric Cartman que era tão dramático. Ele conseguiu o endereço dele não sei como e mandou o convite, logo entrou em contato com Stan e confirmou sua presença no casamento”.

“Fiquei um pouco de curiosidade para saber como tinha ficado a voz do garoto depois de 9 anos, mas logo no aeroporto quando estávamos prontos para embarcar e aproveitar a festa de solteiro de Stan, ele apareceu. Estava usando uma blusa vermelha como de costume, calças jeans, cabelos um pouco curtos castanhos como sempre e um sapato preto. Algo nele havia mudado, ele não era mais gordo e parecia se sentir bem com isso”.

“Eu particularmente gostava disso. Sempre quis que ele se cuidasse, pois não queria ver meu amigo morrendo com tudo aquilo. Logo todos ficaram boquiabertos com a aparência de Cartman, ate mesmo Kenny, que não usava mais aquele casaco laranja que cobria boa parte de seu rosto e que agora usava uma blusa laranja como de costume, calças jeans pretas e um all star azul escuro.”

“Logo ele se aproximou com um sorriso no rosto”

– Olá meus caros amigos, sentiram minha falta? “Ele deu uma leve risada e logo voltou-se para mim e meu coração disparou” – Claro que sentiram, não é mesmo, judeu?

– S-Sim, Cartman... “Meu coração quase que saia pela boca, não conseguia acreditar que ele estava ali, parado me olhando e me chamando de judeu, como sempre”– Esses anos todos, Cartman, por que nunca telefonou ou entrou em contato com a gente?

– Vocês não valiam o esforço do trabalho de procurar o número de vocês. – “Ele deu um sorriso perverso, então saiu andando em direção à sala de embarque e todos os seguiram”.

“Ele era definitivamente o Cartman que conhecia: frio, egoísta, mimado, racista, dramático e com apenas uma mudança que ainda me incomodava um pouco, mas estava feliz, o fato de que ele não era mais gordo, como eu havia dito antes para vocês”.

“A viagem foi longa, mas quando chegamos em Las Vegas, só deu tempo de colocar as bagagens no hotel e fomos curtir a noite naquela adorável e populosa cidade”.

“Quando entramos em um bar de stripers, fui logo em direção a parte de bebidas, não aguentava mais e precisava beber um pouco e por sinal, Cartman foi junto e parecia um pouco desanimado”.

– O que houve, bundão? “Não sabia se chamava-o de bundão, pois agora ele era magro e não fazia muito sentido”.

– Não me chame assim, judeu – Rosnou Cartman – Não sou mais assim, se é que você percebeu. “Ele parecia um pouco bravo por lembrar dos velhos tempos em que ele era assim, mas definitivamente ele não gostava daquilo”.

– Claro que eu perceb- “Eu mesmo havia me interrompido depois de reparar em uma das garçonetes que me observava franzindo a testa e ela era realmente familiar para mim. Ela tinha cabelos castanhos ondulados e usava um pequeno vestido vermelho para chamar atenção dos rapazes e que inclusive, a minha”.

“Ela estava vindo em minha direção e eu estranhamente havia ficado nervoso. Não sabia o por que, mas ela me deixava nervoso.

– Olá, Kyle – “Ela deu um leve sorriso para mim e sua voz me pareceu familiar tanto quanto sua aparência” – Err... Com licença, mas você é o Kyle, certo?

– Sou, mas quem é você? “Falei um pouco nervoso e dei um sorriso torto” – Eu tenho uma leve impressão que lhe conheço.

– Sou eu, Rebecca Cotswolds.

“Logo após aquela revelação, ficamos conversando e Cartman se retirou e saiu andando bufando e com um aspecto de raiva ao mesmo tempo ciúmes”.

– Cartman! – “Corri em direção à ele e segurei-o pelo seu braço em busca de repostas pelo por que daquilo tudo” – O que aconteceu?

– Sabe o que aconteceu? – Ele gritou – Rebecca aconteceu, junto do resto das garotas que você gostou!

– O que você quer dizer com isso, Cartman? – Fiquei confuso – Você nem ao menos me viu depois dos 15 anos! Como você sabe se já gostei ou não de outras garotas?

– Eu não sei! – Gritou novamente e com isso, parecia sincero – Eu apenas sei que... “Ele se interrompeu e corou em seguida”.

– Você apenas sabe do que? – Gritei de volta – Cartman, você está bebad-

“ O maior havia me segurado pela cintura e me beijou, fazendo com que aquele dia fosse o melhor dia de toda a minha vida”.