–Monica, que horas são? Eu tenho que...

–Eduardo, cala a boca

–Mas ta tarde Monica.

–Não são nem três da manhã Edu. Se diverte

Mas que droga, onde é que Monica estava com a cabeça? Eram quase três da manha, e Monica queria que eles continuassem bebendo. Eduardo não estava acostumado, e não estava gostando nada daquilo. Já era tarde, e eles trabalhavam (juntos) amanha cedo.

–Monica, mas e o trabalho?

–Eduardo, se liga, a gente não vai trabalhar amanha

–O QUE? Sinto muito Monica, tenho que ir embora.

–Edu- Monica desistiu da pose de brava, e apelou pra carainha triste- por favoor, fica?

–Monica, eu, eu, me desculpa. Não dá.- Eduardo beijou Monica, e correu pra fora.

Pediu um taxi e foi pra casa, não estava com sono, mas adormeceu pois sabia que tinha que trabalhar amanha

Enquanto isso, Monica se embebedava na boate. Com os olhos cansados, a cabeça imóvel, e ouvidos zumbindo por causa da barulheira, pensava, como numa promessa a si mesma:

–Eu ainda ensino esse moleque a beber.

(...)

E como era de se esperar, Monica não apareceu no serviço no dia seguinte. O chefe brigou com todos os funcionários naquele dia, Monica teve até sorte, mas Edu decidiu não comentar nada. Ligou pra ela quando chegou em casa, e combinaram de sair a noite

(...)

–Eduardo, vamos pra casa.

–Não, não, mais uma rodada.

–Chega Eduardo. Você ta bêbado

–Pela primeira vez né hehehe- Monica olhou pra Edu, ele parecia realmente mal, não era do feitio dele agir daquela forma. Ele nem gostava de beber.

Porque será que ele estava reagindo daquela forma estranha? Não era a primeira vez que ele ficav... Na verdade, era sim.

Monica, apesar de preocupada, sorriu, tinha cumprido sua promessa.

–Ok, chega, vamos pra casa - ela disse, rindo- vamos, anda.

–AAAHHH ok. – Eduardo disse, fazendo voz de criancinha emburrada.

(...)

Deixou Eduardo em casa e foi pro seu apartamentinho. Que bom seria se tivesse uma casa maior. Ela E Edu poderiam ter uma família, uma vida juntos, casados e com filhinhos. Que bom seria.

Monica estranhou o pensamento assim que ele chegou a cabeça. O que? Filhos? Casamento? Monica não era assim, não era caseira, não namorava pra casar. Mas, mas Eduardo era diferente, Eduardo ensinava coisas diferentes pra Monica, coisas que Monica nunca aprenderia sozinha. Jogar D&D, como não ficar bêbada o tempo todo. Como isso tinha acontecido ?

Ele tinha mudado a garota. Involuntariamente. Monica também tinha mudado Eduardo, mas ela fizera de propósito. E dormiu, pensando em Eduardo.

No outro dia,era o aniversário de Eduardo. Monica fingia ignorar esse fato, pois pareceria mais natural quando ela fosse desejar parabéns. Marcaram de ir até o farol

Eduardo passou na casa de Monica e eles foram juntos, caminhando. Chegaram la cerca de cinco horas da tarde. O céu já estava mais escuro, porem os restinhos do sol o tornava colorido, o que fascinava Monica.

Sentaram-se ao pé do farol, olhando para o céu e abraçados. Monica pensava em como, em meses de namoro eles ainda não tinham nem se beijado ainda. Isso não era muito comum no histórico de namoros dela.

–Ei, Edu, um passarinho me disse que era seu aniversário hoje...

–Ahn, pois é né?- ele etava um pouco nervoso, porem fez uma brincadeirinha – E voce trouxe um presente?

Monica apenas chegou bem preto do rosto dele e disse:

–Voce sabe que sim – e o beijou. Ofegante, descolou os lábios dos dele – Parabéns Edu