Foi Na Prisão De Azkaban... escrita por Sensei, KL


Capítulo 24
Quando não se sabe mais o que fazer...


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas eu queria um capítulo grande: Missão Cumprida!
Quero agradecer a linda, maravilhosa, Incrível, esplendorosa... CATHERINE POTTER! Ela me deu uma recomendação incrível gente, sério, quando vocês dizem que eu faço vocês lembrarem da JK eu fico no céu, eu me sinto a Diva kkkkk
~le eu fazendo dancinha maluca~
(Me ignorem.)
Espero que curtam o capítulo.
Aproveitem
Beijoos



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PDV Lyra

A passagem virava, então virava de novo, eu não fazia ideia de onde estava indo, só seguia o Harry, na verdade minha cabeça estava no selinho que eu dei em Fred sem querer, meus lábios formigavam só de lembrar, sabe quando alguém beija você e quando se separam você tem a sensação de que os lábios dele ainda estão sobre os seus? É exatamente assim que eu estava me sentindo. Estranho não? Sei lá... É do Fred que eu estou falando.

Notei que a passagem começou a subir, Harry não se dava muito bem no escuro pois eu notei que volta e meia ele tropeçava nos próprios pés.

-Essa passagem não chega nunca gente? –Resmunguei irritada.

-Estou me apoiando no fato de quê a Dedos de mel vai repor minhas energias. –Harry respondeu ofegante.

Dei uma risadinha.

-É algo bom em que se apoiar. –Respondi.

-Tem uma escada aqui na frente. –Ele comentou.

-Vai subindo filhote que estou logo atrás! –Eu disse empurrando as costas dele.

Uns duzentos degraus depois...

-Não dá mais Harry, eu não posso mais você tem que ir sem mim! Salve o mundo. –Fiz drama me jogando no chão e colocando a mão na testa.

Harry deu uma risadinha e me puxou pela gola da camisa.

-Vamos logo. –Ele resmungou, então deu um passo para frente, ouvi um barulho de batida e Harry deu um gemido.

-O que foi? –Perguntei.

-Minha cabeça. Bati em um alçapão. –Ele explicou.

Levantei rapidamente e fui verificar, realmente era um alçapão , não ouvi nenhum barulho do outro lado. Levantei o alçapão devagarzinho e olhei pela borda, era um porão, havia várias caixas e caixotes.

-É o porão da Dedos de mel. –Sussurrei para Harry.

Subi pelo alçapão e Harry veio logo após, ele colocou o passagem de volta no lugar, a coisa se fundiu com a pedra tão perfeitamente que nem parecia que havia algo ali. Harry levantou e me puxou para a escada de madeira, mas no momento em que íamos subir a porta abriu e uma voz invadiu a sala.

-E traga uma caixa de lesmas gelatinosas querido, eles praticamente levaram tudo... –Uma voz de mulher falou.

Pés desceram as escadas e Harry me puxou para debaixo da mesma, ficamos ouvindo, o homem remexia nas caixas por ali, Harry me puxou e fez um sinal com a mão para que eu fizesse silêncio, então subimos a escada rapidamente fazendo o mínimo de barulho possível, saltamos pela porta até o patamar da escada, logo seguimos em direção ao balcão. Harry me puxou para baixo para nos escondermos, ele era bom nisso, parecia até um trabalho de espião. Na primeira oportunidade nós nos levantamos e começamos a andar entre os alunos como se estivéssemos sempre aqui.

Havia tanto aluno por ali que ninguém nem parou para olhar duas vezes para gente, havia tanto doce que acho que fiquei com dor de dente só de olhar, era um sonho.

-Olha, Ron e Mione. –Harry comentou apontando para eles dois.

Eles estavam perto de uma placa com o nome: Sabores incomuns. Ron olhava alguns pirulitos com sabor de sangue.

-Eca! –Mione exclamou. – Não, Harry e Lyra não vão querer isso, são para vampiros, acho.

-E esses daqui? –Rony sugeriu enfiando um vidro de cachos de barata debaixo do nariz de Hermione.

-Decididamente não! –Harry exclamou.

-Detesto barata. –Falei abraçando o braço de Harry e encostando a cabeça no seu ombro.

-Harry!

-Lyra!

Hermione e Ron exclamaram juntos.

-Que é que vocês estão fazendo aqui? Como foi que você...? –Mione gaguejou.

-Uau! –Rony exclamou. –Vocês aprenderam a aparatar!

-Não seja bobo. –Falei rindo.

-Claro que não aprendemos. –Harry falou.

Então nos aproximamos dos dois e falamos baixinho sobre o mapa do maroto.

-Como é que Fred e Jorge nunca me deram esse mapa? –Ron exclamou indigado. –Sou irmão deles!

-Mas Harry e Lyra não vão ficar com esse mapa! –Hermione disse como se a ideia fosse ridícula. – Vão entregá-lo a professora Minerva, não vão?

-Não, não vou não! –Harry disse.

Ela olhou para mim em busca de confirmação.

-Até parece que você não me conhece Mione, é claro que eu não vou entregar. –Disse dando de ombros.

-Você é maluca? -Rony exclamou. –Entregar ma coisa boa dessas?

-Se eu entregar eles vão querer saber onde eu arranjei...  –Harry explicou.

-Filch iria saber que Fred e Jorge o pegaram. –Nós concluímos o pensamento.

-Mas e Sirius Black? –Sibilou Hermione. –Ele pode estar usando uma dessas passagens para entrar no castelo! Os professores tem que saber disso.

-Ele não pode estar entrando por uma passagem. –Harry disse rapidamente. –Há sete túneis no mapa certo? Filch conhece quatro, das outras três, uma desabou e ninguém pode passar, a outra tem o Salgueiro lutador em cima e a última é essa que usei para chegar aqui... Bem... É realmente difícil de ver a entrada dela no porão. Então, a não ser que Black soubesse sobre a passagem no porão...

Harry parou de falar. Ele ficou pensando sobre isso.

Eu também pensei sobre esse assunto, comecei a pensar se talvez ele soubesse sobre as passagens... Então um arrepio desceu pela minha coluna. A passagem do Salgueiro lutador! Se ele soubesse sobre as passagens a do Salgueiro lutador era a mais indicada, ninguém sabe como passar a não ser que já tenha ido antes, mas e se ele já tivesse?

O pior de tudo é não poder contar nada a ninguém!

Rony pigarreou chamando atenção e apontou para um comunicado colocado na porta.

POR ORDEM DO MINISTÉRIO DA MAGIA

Lembramos aos nossos clientes, que até nova ordem, os dementadores irão patrulhar as ruas de Hogsmead todas as noites após o por do sol. A medida visa garantir a segurança dos Habitantes de Hogsmead e será revogada quando Sirius Black for recapturado, portanto, aconselhamos que os clientes encerrem suas compras bem antes de anoitecer.

Feliz Natal.

-Estão vendo só? –Rony disse baixinho. –Eu gostaria de ver Black tentar entrar na Dedos de mel com dementadores por todo o povoado. Em todo caso Hermione os donos da Dedos de mel ouviriam se alguém arrombasse a loja, eles moram no primeiro andar.

-Tá, mas... Mas... –Hermione tentou argumentar. –Olha, ainda assim acho que Harry não devia ter vindo a Hogsmead, ele não tem autorização! Se alguém descobrir ele vai estar encrencado até as orelhas! E ainda não anoiteceu... E se Sirius Black...

Então a voz dela morreu aos pouquinhos e ela olhou em minha direção, Harry e Rony ta,bem olharam.

-Desculpe Lyra. Estamos falando sobre ele e nem percebemos que isso pode estar te afetando. –Ela disse.

Rony e Harry pareciam desconfortáveis.

-Tudo bem Hermione... Eu só... Só não quero falar sobre isso.

Dei de ombros e os três sorriram.

-Tudo bem. –Harry disse.

-Olha Mione, é Natal e Harry precisa de uma folga. –Eu disse. –Nós precisamos.

Hermione mordeu o lábio, preocupada.

-Não vai me denunciar não é? –Harry perguntou.

-Ai, claro que não... Mas, sinceramente Harry...

Então Rony puxou o amigo para ver uns picolés ácidos. Ei ri e abracei Hermione.

-Fique tranquila, nada vai acontecer. –Eu disse sorrindo confiante.

-Não sei não. –Ela falou meio receosa.

Então naquele momento uma cabeleira loira se aproxima de nós assoprando as mãos de frio.

-Olá Hermione, oi Lyra. –Nate diz displicente, então de repente ele fica rígido e olha de volta para mim. –Lyra?!

Eu e Hermione demos gargalhadas altas.

---

PDV Nate

E não esperava encontrar Lyra por ali, mas foi bom, o passeio ficou bem melhor com ela por ali. Confesso que não conseguis tirar aquela garota da cabeça.

-Michelle. –Sussurrei sem me conter.

-O que? –Lyra perguntou, ela estava abraçada comigo.

-Nada, quando chegar a Hogwarts eu te conto. –Falei sorrindo.

-Também quero te contar algumas coisas... Coisas importantes Nate. –Ele falou me encarando.

Eu acenei com a cabeça afirmativamente. Estávamos indo para o Três vassouras tomar uma cerveja amanteigada, era uma estalagem pequena, mas que viva sempre cheia, era um ambiente aconchegante.

-Vamos nos sentar naquela mesa. –Eu apontei para uma no fundo do salão, entre uma janela e uma árvore da natal.

-Vou pegar umas cervejas amanteigadas. –Rony disse corando e indo em direção a madame Rosmerta.

Ela era a dona do lugar, uma mulher tipo violão, minha cabeça não pôde deixar de comparar o corpo dela com o de Michelle, aquele era um corpo violão também, do tipo que eu adoraria tocar. Ok, eu estou pensando como um tarado agora. Balancei a cabeça para espantar os pensamentos e senti na mesa com o pessoal.

Rony voltou com as cervejas, eu entreguei uma para Lyra querendo ver sua expressão quando tomasse.

-Feliz Natal. –Rony falou erguendo sua caneca de cerveja.

Harry e Lyra tomaram ao mesmo tempo, Harry sorriu abertamente e fechou os olhos apreciando.

-Caramba, isso tem um gosto incrível! –Ela exclamou.

-Não é? –Eu falei sorrindo.

Então a porta do Três vassouras se abriu, uma rajada de vento despenteou os cabelos dos ali presentes. O professor Flitwick, a professora Mcgonagall, Hagrid e o Ministro da magia haviam acabado de entrar no salão.

-Droga! –Lyra exclamou.

Rony e Hermione empurraram Harry para debaixo da mesa e Lyra escorregou para o lado dele, ela tinha a autorização para estar aqui, mas todo mundo sabia que ela tinha ficado no castelo. Os quatro se dirigiram até o balcão para fazer os pedidos e vieram em nossa direção, iam sentar-se à mesa ao lado da nossa. Rony e eu olhamos desesperados para Hermione, mas a garota sempre tinha uma carta na manga.

Ela puxou a varinha e sussurrou.

-Mobiliarbus.

Então a árvore de Natal que havia ao lado da nossa mesa flutuou e ficou em frente a nós, tapando qualquer visão de nossa mesa. Ron, Mione e eu colocamos a cabeça entre as ramas para espiar.

Madame Rosmerta veio com uma bandeja até a mesa deles.

-Uma água de gilly pequena... –Ela falou colocando na mesa.

-É minha. –A professora Mcgonagall pegou.

-A jarra de quentão...

-Obrigado. –Hagrid agradeceu dando um grande gole.

-Soda, com xarope de cereja, gelo e guarda-sol...

-Hum... –O professor Flitwick estalou os lábios.

Qual é? Que criatura toma uma bebida com gelo quando tem uma nevasca lá fora?

-Para o senhor é Rum de groselha ministro.

-Obrigado Rosmerta querida. –O ministro disse. –É um prazer revê-la, devo dizer. Não quer nos acompanhar? Venha se sentar conosco.

-Bem, muito obrigada ministro.

Madame rosmerta foi para o balcão deixar a bandeja e logo depois voltou e se sentou junto com todos.

-Então ministro, o que o traz a esse fim de mundo? –Ela perguntou.

O ministro olhou de um lado para o outro, se certificando que ninguém estava por perto para ouvir, mas pouco importava se eu estivesse aqui atrás ou do lado de fora, conseguiria ouvir do mesmo modo.

-Quam mais se ao Sirius Black? – Ele respondeu em voz baixa. –Imagina que saiba sobre o que aconteceu em Hogwarts no Hallowen.

-Ouvi alguns boatos. –Ela disse.

-Você contou ao bar todo Hagrid?! –A professora Mcgonagall reclamou, exasperada.

-O senhor acha que Black continua por aqui? –Ele perguntou.

-Tenho certeza. –O ministro falou.

-O senhor sabe que os dementadores já revistaram meu bar duas vezes? –Madame Rosmerta falou irritada. –Espantaram todos os meus clientes... Isso é ruim para o comércio Ministro.

-Rosmerta querida, gosto tanto deles quanto você. É uma precaução necessária... Infelizmente, mas veja só... Acabei de encontrar alguns. Estão furiosos por que Dumbledore não os deixa entrar nos terrenos da escola.

-É claro que não. –A professora Minerva disse ríspida. –Como é que vamos ensinar com aqueles horrores por todos os lados?

-Apoiado! Apoiado! –O professor Flitwick disse enfaticamente.

-Mesmo assim! –Fudge disse um pouco constrangido. –Eles estão aqui para nos proteger de algo pior... Vocês sabem do que Black é capaz.

Eu tinha medo de como toda essa conversa era capaz de afetar Lyra.

---

PDV Lyra

A única coisa que eu podia fazer era ver os pés do pessoal e ouvir a conversa do ministro, confessor que estava ansiosa para saber mais sobre o meu pai, por que querendo ou não o cara era parte da minha família. Coloquei a mão no meu pingente em forma de Cachorro/Lobo no meu pescoço e suspirei, estava usando aquele colar desde o dia em que o ganhei. Sou uma boba, eu sei.

-Sabem, eu ainda acho difícil acreditar. –Madame Rosmerta falou, como se estivesse pensando. –De todas as pessoas que passaram para o lado das trevas, Sirius Black é o último que eu pensaria... Quero dizer, eu me lembro dele quando era garoto em Hogwarts. Se alguém tivesse me dito, então, no que ele iria se transformar, eu diria que essa pessoa bebeu quentão demais.

Eu não pude evitar sorrir, então quer dizer que ele era tão incrível assim?

-Você não conhece metade do que ele fez Rosmerta. –Fudge disse impaciente. – A maioria nem sabe o pior.

Meu sorriso sumiu... Eu sabia do pior... Pedro Pettigrew.

-Pior? O senhor quer dizer, pior do que matar aqueles coitados? –Rosmerta perguntou, a voz animada de curiosidade.

-Isso mesmo.

-Não posso acreditar. Que poderia ser pior?

-Você diz que se lembra dele em Hogwarts, Rosmerta. –Murmurou a Professor Minerva.-Lembra quem era o melhor amigo dele?

-Claro. –Madame Rosmerta disse rindo. –Nunca se via um sem o outro, não era? O número de vezes que os dois estiveram aqui, ah, me faziam rir o tempo todo. Uma dupla incrível, Sirius Black e James Potter.

Harry deixou a caneca de cerveja que ele estava na mão cair fazendo um barulho alto, Rony deu um chute nele.

Coloquei a mão na boca, surpresa, e Harry olhou em minha direção, ele parecia em choque.

-Exatamente. –A professora Minerva disse. –Black e Potter, líderes de uma turminha. Os dois muito inteligentes é claro, na verdade, excepcionalmente inteligentes, mas acho que nunca tivemos uma dupla de criadores de confusão igual...

-Não sei. –Hagrid seu uma risadinha. –Fred e Jorge Weasley seriam páreo duro para os dois.

-Poderia se dizer que Black e Potter eram irmãos! –Flitwick disse. –Inseparáveis!

Eu sabia que meu pai e o pai de Harry eram muito amigos, mas não tanto, o que só fazia com que a traição dele pesasse muito mais para mim, eu baixei o rosto para o chão cobrindo meu rosto para que Harry não me visse, não aguentaria olhar para ele depois que o ministro contasse sobre a traição.

-Claro que eram. –Fudge disse. –Potter confiava mais em Black do que em qualquer outro amigo. Nada mudou quando terminaram a escola. Black foi padrinho quanto James se casou com Lilían. Depois, eles o escolheram para padrinho de Harry. O garoto nem tem ideia disso, é claro. Imaginem como isso o atormentaria.

Aquela informação pareceu penetrar no meu cérebro lentamente... O meu pai era padrinho de Harry. Isso quer dizer que Harry era o meu primo. Para vocês terem uma ideia de como minha cabeça estava ferrada com tanta informação eu dei um sorriso, saber que Harry era meu primo me deixava feliz apesar de tudo.

-Por que Black acabou se aliando a Você-sabe-quem? –Madame Rosmerta perguntou.

-Foi muito pior do que isso minha querida. –Fudge disse baixando a voz. –Muita gente desconhece que os Potter’s sabiam que Você-sabe-quem estava perseguindo-os. Dumbledroe que naturalmente trabalhava sem descanso contra você-sabe-quem, tinha um bom número de espiões úteis. Um deles avisou-o e ele, na mesma hora, alertou James e Lilían, Dumbledore aconselhou os dois a se esconderem. Bem, é claro que não é fácil se esconder de Você-sabe-quem. Dumbledore sugeriu aos dois que usassem o feitiço Fidelius.

-Como é que é isso? –Madame Rosmerta perguntou genuinamente curiosa.

O professor Flitwick pigarreou chamando atenção e com uma voz que ele usava nas aulas começou a explicar.

-É um feitiço extremamente complexo. Que implica esconder o segredo, por meio de magia, em uma única pessoa viva. A informação é guardada no íntimo da pessoa escolhida, ou fiel d segredo, e torna-se impossível encontrá-la. Enquanto ele estiver calado, Você-sabe-quem poderia revistar o povoado em que Lílian e James viviam durante anos sem jamais encontrá-los, mesmo que estivesse com o nariz grudado na janela da sala deles!

-Então Black era o fiel do segredo dos Potter’s? –Madame Rosmerta perguntou uma voz sussurrada.

-Naturalmente. –A professora Minerva disse. –James Potter contou a Dumbledore que Black preferia morrer a contar onde eles estavam... Mesmo assim, Dumbledore continuou preocupado. Eu me lembro de que ele próprio se ofereceu para ser o fiel do segredo dos Potter’s.

-Ele suspeitava de Black? –Madame Rosmerta exclamou.

-De fato ele vinha suspeitando a algum tempo que alguém do nosso lado virara traidor e estava passando muita informação para você-sabe-quem.

-Mas James Potter insistiu em usar Black?

-Insistiu. –Fudge disse com a voz irregular. – E então, pouco mais de uma semana de terem realizado o feitiço Fidelius...

-Black traiu os Potter’s? –Murmurou Madame Rosmerta.

-Traiu. –Fudge disse.

Eu fechei os olhos, envergonhada, saber todos os detalhes sórdidos dessa história... Minha garganta parecia querer fechar, eu não estava conseguindo respirar direito.

-Black estava cansado do papel de agente duplo. –Fudge continuou. – Estava pronto para declarar abertamente o seu apoio a você-sabe-quem, e parece que planejou fazer isso quando os Potter’s morressem. Mas, como todos sabem, Você-sabe-quem, encontrou seu fim no jovem Harry Potter. Sem poderes e extremamente enfraquecido, ele fugiu. E isto deixou Black numa posição realmente difícil. Seu mestre caíra no exato momento em que ele, Black, mostrara que de fato era m traidor. Não teve outra escolha se não fugir...

-Vira-casaca, imundo e podre. –Hagrid brandiu alto e bateu a caneca na mesa. Dei um pulo assustada.

-Psui! –A professora Minerva reclamou.

-Eu o encontrei! –Hagrid explicou. –Devo ter sido a última pessoa que viu Black antes dele matar toda aquela gente. Fui eu quem salvei Harry da casa de Lilían e James depois eu o casal morreu. Tirei o garoto das ruínas, coitadinho, com um enorme corte na testa e os pais mortos... E Sirius Black aparece naquela moto voadora que ele usava. Nunca me ocorreu o que ele estava fazendo ali. Eu não sabia que ele era o fiel do segredo de Lilían e James. Pensei que tivesse acabado de saber da notícia do ataque de você-sabe-quem e vindo ver o que era possível fazer. Estava tremendo, branco. E vocês sabem o que eu fiz? EU CONSOLEI O BASTARDO TRAIDOR ASSASSINO!

-Hagrid, por favor. -Pediu a professora. –Fale baixo.

-Como é que eu iria saber que ele não estava abalado com a morte de Lílian e James? Preocupado com você-sabe-quem! Então ele disse “Me dá o Harry, Hagrid! Sou o padrinho dele, vou cuidar dele!” Ah, mas eu tinha recebido ordens de Dumbledore, eu disse não, o diretor tinha me mandado levar Harry para a casa dos tios! Black discordou, mas no fim cedeu. Me disse então que eu podia pegar a moto dele para levar Harry. “Não vou precisar mais dele.” Ele disse. Eu devia ter percebido naquela hora que alguma coisa não cheirava bem. Black adorava a moto, por que não precisaria mais dela? A questão é que a moto era fácil de localizar. Dumbledore sabia que Black era o fiel do segredo e o ministério iria cair em cima dele. Mas e se eu tivesse entregado o Harry para Black hein? Ele teria jogado o garoto no mar na metade do caminho.  Filho dos melhores amigos dele! Mas quando um bruxo se alia ao lado das trevas nada mais importa...

Não pude deixar de formar aquela imagem na minha cabeça, Sirius Black jogando um embrulho no mar, um pequeno bebê que viria a se tornar meu melhor amigo... Morrendo afogado. Coloquei as mãos na boca para impedir o soluço de escapar dela, uma lágrima silenciosa desceu pela minha bochecha.

Depois de um silêncio incômodo na mesa Madame Rosmerta fala com um pingo de satisfação na voz.

-Ah, mas ele não conseguiu escapar, não foi? O ministério da magia o agarrou no dia seguinte.

-Ah, se ao menos isso fosse verdade. –Lamentou Fudge. – Não fomos nós que o encontramos, foi o jovem Pedro Pettigrew, outro amigo dos Potter’s. Com certeza enlouquecido de pesar e sabendo que Black era o fiel do segredo ele foi pessoalmente atrás dele.

-Pettigrew? Aquele gordinho que sempre andava atrás dos dois em Hogwarts? –Madame Rosmerta perguntou surpresa.

-Ele venerava Black e Potter como se fossem Heróis. –Minerva disse com a voz embragada de emoção. –Não estava bem à altura deles em termos de talento. Muitas vezes fui severa demais com ele. Podem imaginar agora como me... Como me arrependo disso...

-Vamos Minerva. –Consolou Fudge. –Pettigrew teve uma morte de Herói. Testemunhas oculares, trouxas, é claro, depois pagamos a memória deles, disseram que ele soluçava “Lílian e James, Sirius! Como pôde?” Então fez menção de pegar a varinha, mas Black foi mais rápido. Fez Pettigrew em pedacinhos.

A imagem que formei na minha cabeça não era nada bonita.

A Professora Macgonagall assuou o nariz e disse coma voz irregular de emoção.

-Menino tolo... Menino burro... Nunca teve jeito para duelar... Deveria ter deixado isso para o ministério...

-Eu vou dizer uma coisa, se eu tivesse chegado ao Black antes de Pettigrew não teria pelado para a varinha, o faria em pedacinhos. –Hagrid disse rosnando irritado.

-Você não sabe o que está dizendo Hagrid! –Fudge disse severamente. –Ninguém a não ser bruxos de elite do esquadrão de Execução das Leis da Magia teria tido chance contra o Black. Na época eu era Ministro Júnior de departamento de catástrofes Mágicas e fui um dos primeiros a chegar ao local, nunca vou me esquecer, ainda sonho com isso às vezes. Uma cratera no meio da rua, tão funda que rachou a tubulação de esgota embaixo. Cadáveres por toda parte. Trouxas berrando. E Black parado ali, dando gargalhadas diante do que restava de Pettigrew um monte de vestes ensanguentadas e alguns fragmentos...

Aquela cena foi montada na minha cabeça com exatidão, era até horrível de se pensar, um cenário de filme de terror. Minhas mãos caíram flácidas e eu já não conseguia pensar direito, foi quando o ministro voltou a falar quebrando o silêncio.

-Bem, aí tem você, Rosmerta. –Disse Fudge com a voz carregada. – Black foi levado por vinte policiais do Esquadrão de Execução das Leis Mágicas e Pettigrew recebeu Ordem de Merlim, Primeira classe, o que acho que foi um consolo para a pobre mãe dele. Black está preso desde então.

Madame Rosmerta deu um longo suspiro.

-É verdade que ele é doido, ministro? –Ela perguntou.

Eu gostaria de poder dizer que é. –Comentou Fudge. – Acredito que a morte do mestre o desequilibrou por um tempo. O assassinato de Pettigrew e de todos aqueles trouxas foi trabalho de um homem desesperado e acuado, cruel... Sem sentido. Mas eu encontrei Black na minha última inspeção em Azkaban. Vocês sabem que a maioria dos prisioneiros fica lá, sentados no escuro, resmungando. Não dizem coisa com coisa... Mas fiquei chocado com a aparência normal dele. Conversou comigo muito racionalmente. Deixou-me nervoso. Deu a impressão de que estava meramente entediado, perguntou se eu já tinha terminado de ler o meu jornal, com toda tranquilidade disse que sentia falta das palavras cruzadas. Fiquei realmente espantado ao ver o pouco efeito que os dementadores causavam nele. E olha que ele é um dos prisioneiros mais bem guardados do lugar, dementadores nas portas dia e noite.

Discretamente eu enxuguei os rastros de lágrimas do meu rosto, o pessoal estava concentrado demais na conversa para notar, aquela informação era incrível. No começo eu pensava que ele fosse um assassino louco, mas agora eu sei que ele é um assassino frio e calculista... Não sei qual dos dois é pior.

-Mas por que o senhor acha que ele fugiu? –Madame Rosmerta perguntou. –Por Deus ministro, ele não está tentando se juntar a você-sabe-quem, não é?

-Eu diria que esse é o plano dele... Hum... Em longo prazo. –Fudge comentou evasivamente. – Mas temos esperança de pegá-lo bem antes disso. Devo dizer que Você-sabe-quem sozinho e sem amigos é uma coisa... Mas se tiver de volta seu servo mais fiel e dedicado, estremeço só de pensar na rapidez com que se ergueria.

A conversa parou por um segundo e nenhum deles falou nada.

-Sabe Cornélio, se você for jantar com o diretor é melhor voltarmos para o castelo. –A professora Minerva sugeriu.

Então todos se levantaram, Madame Rosmerta voltou para o balcão e os professores foram embora.

-Harry? Lyra?

Em silêncio se seguiu na nossa mesa, eu não conseguia olhar ninguém, Nate, Mione e Ron colocaram a cabeça debaixo da mesa, a expressão deles era de quem não sabia o que fazer.


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Notas finais do capítulo

Para quem deixa review:OBRIGADA! Amo vocês Suas lindas *-*
Para quem não deixa por que não tem perfil: Tudo bem, eu perdoo.
Para quem não deixa por preguiça: Gente, o dedo não vai cair, faz esse esforçinho vai, por favor?
BEIJOOOS LIINDAS *----------*
RECOMENDEM PLEASE!
Câmbio e desligo