Nárnia - Um Conto De Terror escrita por Bengie Narnians


Capítulo 3
Parte 3 - Ataque dos Lobos


Notas iniciais do capítulo

Olá, primeiramente agradeço todos os comentários dos primeiros capítulos e aviso que não pretendo demorar a postar os capítulos já que a fic será pequena! Espero que gostem de mais este capitulo! Bjus nos veremos nos comentários!



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Acordei de manhã, vendo os raios de sol atravessando pelas frestas da janela e tocando meu rosto. Me espreguicei depois de uma noite bem dormida e me levantei sentindo cheirinho de café recém passado. Afastei a cortina e entrei na sala vendo a pequena mesa de canto posta pra mim. Sorri enrolando meu cabelo e jogando-o para trás, depois me sentei e apanhei o bule de café quente e servi uma caneca pra mim. Cortei um pedaço de bolo de milho e dei uma mordida. Caspian abriu a porta e entrou segurando alguma coisa nas mãos. Quando viu que eu já estava acordada ele deixou o braço abaixado na lateral do corpo e andou até a mesa.



– Bom dia! –eu disse olhando pra ele.


– Dormiu bem?

– Sim! Isso é pra mim? –eu disse olhando um pequeno raminho de flores em suas mãos.

– Eu... Achei isso no meio da mata... –ele pareceu ficar sem graça. – Tem um cheiro agradável... Eu... Achei que podia gostar... –disse enquanto sacodia os galhinhos.

– Posso? –estendi minha mão e ele me entregou. – Eu vou colocar aqui antes que você acabe com elas! –depositei as flores dentro de um potinho de barro. – Obrigado!

– Eu saí cedo... Acho que encontrei alguma coisa. –ele mudou de assunto e ficou bastante sério.

– Já tomou café?

– Não...

– Então senta!

– Não eu vou deixar voce a vontade...

– Toma café comigo... Vou me sentir melhor tendo companhia.

Ele me encarou mostrando que não se sentia muito a vontade com aquela situação mas acabou se sentando a minha frente.

– Voce não recebe muita vizita aqui né? –eu sorri.

– Não.

– Como se sente? Vivendo aqui sozinho?

– Bem... Ninguém me incomoda.

– Parece triste...

– Porque acha isso?

– Não sei... Eu não gosto da idéia de ficar sozinha.

– As vezes é melhor estar só... –disse cortando um pedaço de bolo.

– Do que mal acompanhado! –eu ri.

– É.

– Voce fez isso? –apontei pro bolo.

– Não é grande coisa.

– Está otimo! Melhor do que o que eu faço...

Caspian parecia mesmo pouco a vontade ate pra uma conversa amigável. Estava um pouco diferente da noite passada. Pareceu mais disposto ao diálogo no dia anterior do que naquele momento. Mesmo assim ficou comigo a mesa até que eu terminasse de comer...


...




Durante a tarde Caspian pediu que eu o seguisse pela floresta até uma montanha onde supostamente ele pensava ter visto o simbolo da rainha. Ao longo do caminho ele me contou sobre a história dos antigos governantes da velha Nárnia. E boa parte do que ele me contou me soou familiar de acordo com as estórias que eu ouvia desde menina pelas palavras do senhor Carpenter.




– Foi muito gentil da sua parte preparar meu café da manhã... –eu disse depois de um trecho em silenncio.


– Só queria que voce não sentisse tão mal por não estar em casa. –disse enquanto seguia em frente, acho que estava tentando bancar o durão.

– Obrigado! –eu sorri e toquei seu antebraço.

Não demoramos muito a chegar no local onde Caspian disse ter encontrado uma pista sobre a moeda da rainha. Era um tipo de caverna escondida em uma montanha cuja entrada estava oculta por galhos de plantas. Foi dificil invadir o lugar mas logo conseguimos. Estava escuro e Caspian segurou minha mão.

– Fica perto de mim... –disse ele.

Nós dois seguimos rumo ao interior daquela caverna escura até chegarmos em uma área mais baixa por onde corria um rio de águas claras. A água que passava por ali era tão clara e pura que sua transparencia era luminosa, e dava para se ver o fundo coberto de pedras.

– É lindo! –eu disse.

–Pertence a uma cachoeira... As águas passam por baixo da montanha até chegar ao mar... –explicou ele.

– Tem alguma praia aqui?

– Muitas... Mas são inacessíveis...

– Por quê?

– Território hostil...

– Vampiros? Não sabia que eles andavam no sol.

– E porque não? –disse ele franzindo a testa.

– Sei lá... Ouvi dizer.

– A noite são melhores caçadores mas, a luz do dia não incomoda... Só facilita sua localização...

– Entendi... Onde voce disse que viu o padrao da rainha?

– Lá embaixo... –ele parou na beirada do rio e apontou pro fundo.

Me aproximei e percebi que o simbolo estava nas pedras do fundo do rio.

– É a fenda... –eu disse. – Mas a chave não está não lá... –disse ficando de joelhos no chão.

– Precisamos descobrir onde...

– Mais alguém vive aqui? Além de vampiros e lobos?

– Tem um povoado do outro lado da montanha...

– Talvez exista alguém lá que saiba onde encontrar a chave... –encarei Caspian. – Só tem um problema... –voltei a olhar para o rio.

– E qual é?

– Eu não sei nadar...

– Agente pensa nisso quando encontrar a moeda... Vem... –ele estendeu sua mão a mim e logo saimos dali.

No lado de fora seguimos por entre as árvores. De repente Caspian parou e me segurou, enquanto ficava diante de mim, e olhava tudo a nossa volta.

– O que foi? –perguntei.

– Tem alguém aqui...

– Quem?

– Vem... –ele segurou minha mão e começou a andar mais rápido.

De repente já não estavamos mais andando, e sim praticamente correndo. Então:

– Caspian pra onde agente ta indo? O que ta acontecendo?

– Meus irmãos... –disse me encarando. – Eles sabem que voce ta aqui...

– O que? Como?

– Eu não sei...

Continuamos correndo mata a adentro até que finalmente paramos em um bosque aberto. Caspian me conduziu até uma árvore alta e disse:

– Eu quero que voce suba... Até o topo... –ele segurava meus ombros.

– O que? É muito alta. –eu disse depois de dar uma boa olhada pra cima.

– Faz o que eu to mandando... –disse em tom um pouco rude.

Antes que ele fechasse a boca um bando de lobos nos cercou. Caspian me encarou e fez sinal para que eu começasse a escalar aquela árvore, e me ajudou nessa tarefa. Enquanto eu subia Caspian tentava me proteger. Ele se aproximou dos lobos e disse:

– Vão embora, não tem nada aqui pra vocès...

De onde eu estava, eu podia ver os lobos se aproximando e encarando Caspian enquanto rosnavam.

– Não... Eu não vou deixar. Ela não fez nada a nenhum de voces... Deixem ela em paz...

Um dos lobos, o branco de caninos afiados se aproximou pela lateral então eu gritei:

– Caspian! Cuidado...

Ele se virou e encarou o lobo logo ficando em posição de ataque com os joelhos arqueados e os braços parcialmente erguidos nas laterais do corpo como se fosse levantar voo.

– Pode fazer o que quiser comigo mas não vou deixar que toquem nela... – dizia ele.

Sem mais demora o lobo branco saltou sobre Caspian e eu gritei. Ele grudou suas mãos no corpo do animal e o jogou contra a árvore enquanto os seguintes se aproximavam dele e o cercavam.

– Podem vir... Eu sei me virar muito bem sozinho. Não preciso andar em bando pra me proteger...

Um deles saltou sobre Caspian logo arranhando seu braço com suas garras e tentando morder sua jugular. Mas Caspian foi rápido e se livrou do grande animal. Porém o outro lhe atacou em seguida enquanto o seguinte tentava subir pelo tronco da árvore para me pegar.

– Suba Lucia. –gritou Caspian entre os lobos. – Continue subindo...

Fiz o que ele mandou mas acabei escorregando quando um dos galhos se quebrou. Não cai o suficiente para que o lobo me pegasse mas ele conseguiu arranhar minha perna com uma dentada. Subi novamente e eu estava apavorada. Então ouvi grunhidos vindo de baixo e voltei meus olhos naquela direção vendo apenas lobos. Caspian estava entre eles dessa vez na forma daquele animal que me salvou. Ele não parecia estar indo muito bem, mas notei que havia mais alguém naquela luta. Era Tristan, o vampiro irmão de Caspian. Mas ele não parecia estar contra nós, mas sim a favor de Caspian. Já que dilacerava o pescoço de um dos lobos usando as suas garras e dentes. Não demorou muito para que os animais fossem se dicipando e nos deixando em paz. Lá embaixo Tristan se aproximou de Caspian e disse com aquele sorriso assustador:

– Como vai irmão? Vejo que continua firme na sua batalha de proteger os humanos...

Caspian apenas deu alguns passos enquanto rosnava.

– É muito nobre da sua parte proteger o que todos nós caçamos... –ele olhou para o alto e me viu. – Olá doçura! –ele disse lambendo os lábios.

Virei o rosto então continuei agarrada aquela árvore mesmo sabendo que ele poderia subir ali. E foi o que ele fez. Foi rápido e logo me arrancou dali me levando de volta ao chão. Ele me segurou pela cintura diante de si, depois envolveu seu braço ao redor do meu pescoço e retirou o pano que cobria meu ferimento.

– Hum! –disse me farejando. – Esse cheiro... É muito bom! Cheiro de sangue jovem... Delícia! –ele mais uma vez lambeu os lábios e depois passou sua língua no meu ferimento fazendo com que ele ardesse.

– Ah... –eu tentei me soltar.

– Já sentiu o gosto dela? –Tristan perguntou enquanto Caspian mostrava os dentes. – Ah é! Você não machuca os humanos... É patético...

Caspian se aproximou então olhei em seus olhos e disse me dirigindo ao seu irmão:

– Tristan... Por favor... Me solta...

– Parece que andaram falando sobre mim não é mesmo? –ele riu. – Ela sabe até meu nome! –ele puxou meus cabelos e tocou meu rosto com o seu e beijou minhas bochechas. – Acho que eu poderia me divertir muito mais com ela viva do que morta!

Dito isso ele ringiu seus dentes e me empurrou contra a grama me fazendo cair de bruço. Virei o rosto e encarei a cena. Caspian andava na minha direção de modo a me proteger enquanto seu irmão andava em direção a árvore e se escorava nela.

– Quero ver o meu irmão. Não esse cachorro pulguento. Vamos... Mostrea-se.

Caspian rosnou em resposta.

– Qual é? –ele riu. – Eu não vou machucar nenhum dos dois... Sabe disso... Dou minha palavra... –ele cruzou os dedos diante da boca e beijou-os.

Então Caspian olhou pra mim e depois se transformou voltando a ser homem. Desviei o olhar assim que o vi totalmente despido. Ja seu irmão riu e se aproximou de Caspian.

– É melhor se cobrir! Parece que temos uma virgem presente! –disse jogando seu casaco para Caspian.

– O que voce quer? –disse Caspian. – Por que me ajudou? –ele vestiu o casaco preto.

– Não ia permitir que aqueles cães sarnentos ferissem meu único irmão...

– Muito autruísta da sua parte... –resmungou Caspian.

– O que pretende ajudando ela? –disse me olhando. – Aonde acha que vai parar se continuar desrespeitando seus irmãos lobinhos?

– Ela só quer voltar pra casa... –disse olhando de canto pra mim que ainda estava sentada no chão.

– E você muito bonzinho vai ajudar... –disse Tristan em tom ironico.

– Não espero que voce entenda... –Caspian se virou e andou até mim.

– Sempre tentando salvar a pátria! Voce é mesmo patético...

– Só nos deixe em paz. –ele estendeu a mão me ajudando a levantar.

– Tá abraçando uma causa maior do que pode sustentar sozinho irmão... –dizia Tristan enquanto Caspian envolvia seu braço ao redor da minha cintura e caminhávamos.

– Eu dispenso a sua preocupação... –Caspian parou por um instante e encarou Tristan. – E mais uma coisa... Fica longe dela.

– Como quiser! –disse Tristan sorrindo e erguendo as mãos.

Caspian e eu logo seguimos em frente, e logo mais adiante eu o encarei e perguntei:

– Acha que ele vai me deixar em paz?

– Não... –disse me olhando. – Ele quer você... Só não agora.


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Notas finais do capítulo

Gostaram de tudo? Ficou legal? Só pra esclarecer: Na primeira foto que usei do Tristan (vampiro irmão do Caspian) era o próprio Ben ok? Já a nova foto (sem olhos vermelhos) pertence ao ator Charlie Cox, escolhido por ter certa semelhança com o Ben (eu acho)...