Ill Be There escrita por kimryuu


Capítulo 3
Capitulo O3: Do outro lado da rua


Notas iniciais do capítulo

nhee por fim mais um cap TUT
boa leitura!



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- Yunho, será que dá pra você parar com isso? – bufou irritado enquanto voltava a fazer os exercícios de matemática.
- Shhh! – desde a janela, olhou para o moreno com o cenho franzido - Calma aí Chun – e voltou a olhar, através dos binóculos, o alvo daquela manhã. Mais uma vez o silencio tomava o cômodo.

- ...

- ...
- Não acredito que você está espionando o Jaejoong?! – levou uma mão a boca, extremamente surpreso. Yunho deu um salto assustado e rapidamente virou-se para Yoochun, escondendo o objeto atrás de si e logo abriu um sorriso nervoso.
- Q-Que? – ria ainda mais nervoso – E-Está ficando louco? – suava frio.
- Louco? – riu – Então por que existe um vizinho loiro, trocando de roupa com a janela aberta do outro lado da minha rua, naquela casa bem ali? – cruzou os braços, arqueando uma sobrancelha.
- Yoochun!! O que você acha que eu sou? Gay? – riu desesperadamente.
- Bom, vendo as circunstâncias... sim – falou seriamente. Yunho era gay?
- Eu não estava vendo esse.. esse tal de Jaejoong – irritou-se e olhou novamente para rua.
- E o que estava olhando? O Jaejoong ou... o meu amigo Jaejoong? – falou ironicamente. O moreno sorriu esperto e rapidamente respondeu.
- Aquelas três gatinhas bem ali – apontou, ainda sustentando aquele sorriso. Yoochu segurou o riso. Claro que não acreditou.
- Aquelas meninas sentadas no meio fio? Ah....
- Sim... Quem são? – perguntou curioso.
- São as três irmãs do Jaejoong – sorriu – Interessado?

- Muito – mordeu o lábio inferior, olhando... não exatamente para as três garotas, mas sim um pouquinho mais acima delas, em direção a uma das janelas do segundo andar. Jaejoong estava se olhando no espelho, conferindo o visual.
- Hum... Então qualquer dia eu as apresento para você. Agora... vou continuar meus estudos – e voltou a se sentar na cadeira, retomando a leitura de alguns exercícios.
- Ta, ta – pegou os binóculos e novamente voltou a observar o lindo e sexy vizinho de seu amigo Yoochun.

x-x-x

Jaejoong

- Alô? – o celular não parava de tocar. Eu realmente não queria atender... Era aquele tal de SeungRi da minha sala. Sabe, ele é louco por mim... Não para de pegar no pé e quer de qualquer jeito sair comigo. O problema é: eu não estou nem um pouco afim.

- Jaejoongie? COMO VOCÊ TA!!! – certo, não precisava ter gritado ao telefone.
- B-Bem, bem... – eu não quero sair com você T-T
- Queria saber se você está livre hoje... Quero ir ao cinema com você... – apesar de eu não ter visto isso, aposto que está muito corado agora.
- Não sei... Tenho muita coisa para fazer.. – não tinha NADA pra fazer.
- Por favor por favor por favor TOT Eu quero assistir aquele filme que você estava louco pra ver – eu gostava de muitos filmes... mas um em especial iria estrear hoje. Talvez...
- E qual seria o filme? – se fosse aquele... eu iria. Mas só por que é AQUELE filme *-*
- Takumi-kun 2 – O.O (silencio) – Jae?

- Que horas? – abri um largo sorriso. Só de imaginar vendo um dos meus filmes Yaoi predileto... TUT
- Isso quer dizer que nós vamos sair em um encontro? *O* - encontro? ;O;
- S-Sim – tentei falar mais animado. Apesar de eu não querer isso, eu não queria que ele se machucasse por minha causa.
- Então as duas eu passo aí, ok!? – falta uma para as duas!?!?
- Ok! Até mais! – desliguei o telefone, mas antes deu para ouvir a alegria do Ri, gritando ao longe antes da ligação ser cortada.

Subi depressa ao meu quarto para me arrumar. Eu não ia me arrumar tanto assim, mas eu não ia feio, né?! Ninguém sabe o que pode acontecer no caminho... Escolhi um conjunto bem bonito e o vesti devagar para não estragar o trabalho que minha mãe teve em passar essa roupa *-*. Conferi e achei legal... Não ia me enfeitar tanto. Peguei meu espelhinho e verifiquei meu cabelo, rosto. Eu sei que eu não tinha jeito, mas uma tentativa, mesmo fracassada de me deixar menos feio, eu tinha que fazer.

Eu nunca dei sorte no amor.. Mesmo já tendo saído com muitos e muitas, eu nunca tive meu primeiro beijo. Sempre acontecia algo para atrapalhar minhas “quase ficadas” e isso realmente não era uma coisa muito legal. Talvez aquelas pessoas ainda não fossem as certas... Ok, eu pensava assim, mas era a única explicação! Ou talvez eu não tenha nascido virado para a lua como algumas pessoas.

 

Não demorei muito me arrumando e logo que chequei se tudo estava bom eu senti uma estranha vontade de olhar a janela do quarto do Yoochun. Sentia como se alguém estivesse me observando... E assim fiz, olhei rapidamente, mas... não havia ninguém lá.

 

- Aff – ri – Deve ter sido coisa da minha imaginação – mas mesmo assim, fechei as cortinas.

 

Resolvi dar uma checada em meus e-mails, mas só deu tempo de abrir um por que ouvi a buzina do carro do Ri. Desliguei o computador e desci para a sala, logo saindo de casa.

 

x-x-x

 

Yunho tentava normalizar sua respiração enquanto se espremia entre as cortinas. Por pouco o loiro não o havia pegado espiando. Pôs uma mão no peito respirando fundo e Yoochun apenas ria em silencio.

Yunho era mesmo um bobo.

 

- Yun, relaxa... Olha lá – apontou para a janela do vizinho – Ele já saiu de lá e ainda fechou as cortinas – riu, em um tom gozador por que isso era sinal de que o moreno havia fracassado em sua espionagem.

- Eu não tava nem olhando para lá cara! – irritou-se, jogando os binóculos sobre a cama de Yoochun – Vou embora que é melhor – e pegou sua mochila, colocando uma das alças no ombro.

- Yoochun... – Junsu o chamou baixinho da porta.

- O que foi Junsu? – falou seco sem tirar seus olhos do caderno.

- O almoço está pronto – avisou e logo se retirou. Yunho olhava a cena, um pouco incomodado.

 

O clima ali realmente não estava bom.

 

- Yoochun – disse após pigarrear.

- Fica para almoçar com a gente – sorriu, olhando o amigo que mordia o lábio inferior ainda se sentindo um pouco deslocado. O moreno pensou um pouco antes de responder.

- Tudo bem então ^^ - e retribuiu o sorriso – Eu só vou usar seu banheiro e logo irei.

- Ok! Então eu irei na frente... Te espero lá embaixo – e desceu para a cozinha enquanto o moreno entrava no banheiro.

 

Após uns poucos minutos, Yunho já saía do banheiro... mas antes de se encontrar com Yoochun, deu mais uma rápida espiada pela janela e para sua surpresa, Jae entrava em uma Pagani Zonda F de cor preta e sorrindo, parecendo estar bastante contente com a pessoa que certamente estava sentada no lado do motorista.

Yunho apenas franziu o cenho incomodado. Quem seria o dono daquele carro? Jae estava indo a um encontro?

 

x-x-x

 

- Junsu – finalmente o moreno dirigia a palavra ao menor desde que entrou na cozinha – Sua mãe já foi?

- Já sim – respondeu um pouco frio, mas podia perceber uma ponta de tristeza... afinal sua mãe havia ido embora, mal sabendo ele que seria para sempre.

- E... a minha mãe? – ambos não se olhavam.

- Acho que acompanhou a minha mãe. Ela me disse que volta daqui a uma semana – levantou-se, dirigindo-se aos armários para poder pegar os copos, talheres e pratos para o almoço.

- Junsu

- Que? – seu tom agora estava triste.

- Apartir de hoje você irá dormir no quarto da minha mãe... e claro, vai ficar só até ela voltar – o menor o olhou um pouco espantado.

- S-Sozinho? – sua voz já estava trêmula.

- Claro. Não quer que eu durma com você, não é?! – riu debochadamente – E... quero as luzes TODAS apagadas. Ah... e a porta do quarto... eu quero ela aberta para poder ventilar mais a casa.

- M-Mas... mas...

- Junsu, eu já te avisei. Agora termina logo de ajeitar a mesa antes que Yunho desça.

- Por que você tem que fazer isso comigo? O que eu fiz para você, hein!? – falou com os olhos já marejados.

- Você quer eu te lembre? Ou quer me contar VOCÊ mesmo o que VOCÊ fez? Acho que você não é tão burro para esquecer – falou serio.

- Você é um idiota! – tentava não soluçar, sendo mais sério possível.

- Esse será seu castigo – o olhava friamente – E não me desobedeça por que eu posso tirar você daqui rapidinho.

 

[flashback]

 

Junsu

 

Eu não queria que tivesse escorregado da minha mão. Não foi minha culpa...

 

Manuseava cuidadosamente aquele objeto que tanto gostei desde que eu cheguei à casa dos Park. Aquela garrafa de vidro onde continha um pequeno barco feito á mão. Eu achava tão bonito! Olhava cada detalhe e cada pintura... cada partezinha daquele barco de madeira. As velas eram de pano e isso era o mais legal *-*.

 

Foi poucos dias atrás... Yoochun havia saído com Yunho e eu fiquei em casa sozinho. Minha mãe e a senhora Park haviam saído para resolver alguns assuntos sobre a viagem da minha mãe. Como eu não tinha nada para fazer, subi até o quarto de Yoochun para poder ver se havia algum livro para eu passar o tempo, mas acabei foi vendo tudo que ele tinha nas estantes... tudo aquilo que eu sempre quis ter. Olhei cada prateleira e logo voltei para o objeto que mais me encantou: o pequeno barco dentro daquela garrafa.

 

Olhava e segurava delicadamente para não estraga-lo. Sorria, as vezes me lembrando das histórias de pirata que meu pai me contava...

Eu sentia falta dele.

 

- JUNSU! O que faz aqui!??? – eu levei um susto com sua chegada. Por que ele não pode ser mais educado? Na mesma hora em que me virei, deixei escorregar o objeto das minhas mãos... eu tentei recuperá-lo, mas foi em vão: ele caiu no chão e se espatifou em pequenos pedacinhos, sobrando apenas aquele barco.

 

- Não... Yoochun eu... – ele fitou aquele barco tão profundamente... como se estivesse se lembrando de algo, mas logo olhou para mim muito enfurecido – Me perdoe...

- CALA A BOCA! Olha o que você fez seu imbecil? O que você tem na cabeça!!? – disse me empurrando e começando a recolher os cacos.

- D-Desculpe Yoochun... – eu tentei, mas ele não disse nada e nem olhou para mim.

 

Depois de tudo ajeitado, ele se sentou na cama fitando aquele barco em suas mãos, que antes estava na garrafa. O que me doeu foi ter visto as lágrimas escorrerem pelo seu rosto... O que eu fiz?

 

- Você sabe quem me deu aquele barco? – falou sorrindo tristemente – VOCÊ SABE? – levantou um pouco o tom de sua voz, me olhando com os olhos vermelhos e o cenho franzido.

 

Eu apenas neguei com a cabeça e ele voltou a olhar para o barco.

 

- Meu pai... a pessoa mais importante da minha vida – riu, ainda chorando – Ele me deu isso quando eu era pequeno e eu sempre cuidei tão bem... Não tinha nenhum arranhão nem nada – sorriu – Ele disse para eu ficar com isso para sempre... E eu prometi a ele que eu faria isso – tornou a olhar para mim – Mas VOCÊ! Você fez questão de quebrar! Você não tem idéia do quanto isso valia para mim... Se eu pudesse te matar você já estaria morto agora!

 

Aquilo me doeu... Eu não sabia o quanto isso era importante para ele e nem que seu pai havia lhe dado aquilo... Não foi minha culpa... Eu me assustei e escorregou das minhas mãos.

 

- O que... houve com ele..? – eu não tinha mais coragem de olhá-lo, então preferi que meus olhos fitassem o chão.

- Ele faleceu há dois anos.

 

O silencio invadiu o quarto. Eu não consegui dizer nada e nem ele.

 

Ele me puxou pelo braço e me colocou para fora do quarto, fechando bruscamente a porta e a trancando no final. Deixei meu corpo escorregar na parede... eu me sentia horrível e essa angustia só piorava por que dava para escutar os soluços dele vindos do quarto.

 

[/flashback]

 

- E então... Vai me obedecer? – perguntou, com os braços cruzadas enquanto o menor distribuía em silencio as louças sobre mesa. Junsu não respondeu imediatamente. Terminou de ajeitar os pratos, copos e talheres e se sentou junto à Yoochun, mas do lado oposto – Você não me ouviu? – elevou um pouco tom. Ser ignorado pelo filho da empregada era o cumulo para Yoochun.

- EU NÃO FIZ NADA! FOI SEM QUERER – seus olhos marejados não demoraram muito tempo para liberarem as lágrimas – Eu não sabia que era importante para você e muito menos que seu pai havia falecido! – Yoochun respirou fundo, levantando-se e enterrando os punhos sobre a mesa.

- EU NÃO QUERO SABER SE VOCÊ SABIA OU NÃO! – respirou fundo mais uma vez, controlando sua voz – Eu só te avisei o que terá que fazer então apenas faça sem reclamar – e voltou a sentar a espera de Yunho.

 

Junsu por sua vez ficou estático e fitando Yoochun, enquanto seu rosto recebia mais rastros de lágrimas. Como Yoochun podia ser tão insensível? Por que ele tinha que ser tão cego!? “Cego...” A cegueira noturna do pequeno ruivo era um problema para um medo. Junsu tinha medo de escuro... e Yoochun o havia obrigado a ficar no escuro sozinho... “Nessas horas eu sinto tanta falta da minha mãe” . A senhora Kim sempre foi cuidadosa ao máximo com o problema do filho. Como eram apenas os dois, Junsu dormia no quarto de sua mãe, que o aquecia em seus braços para que o medo em seu coração fosse espantado. Como sentia falta disso...

 

- E então... Vai ficar aí parado, me olhando? – arqueou uma das sobrancelhas – Anda, nos sirva o almoço... ou não viu que o Yunho já chegou?

- S-Sim... Já sirvo – abaixou o olhar e voltou a fazer suas obrigações... Obrigações que o moreno havia lhe imposto por que Junsu não precisava fazer nada daquilo.

 

O problema era que agora, o simples medo do escuro havia tornado Junsu submisso a Yoochun.

 


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Notas finais do capítulo

vcs gostaram? ó-o
eu estava meio desanimada, mas me empolguei de novo com a história
obrigada para quem está acompanhando ;u;
reviews? (L)



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