Ill Be There escrita por kimryuu


Capítulo 2
Capitulo O2: Escuro


Notas iniciais do capítulo

desculpem pela demora! alem do bloqueio de criatividade eu tava escrevendo os caps das minhas outras fics ;-;
mas espero que gostem desse cap! boa leitura *-*



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Yoochun estava ansioso pela chegada da mãe e Junsu para saber o que aconteceria com ele naquela casa. Passou o dia inteiro tentando evitar esbarrar em Yoochun e também olha-lo. Não o supotava desde que chegou naquela casa.

 

- Mãe, o que significa aquilo!? - apontou com o polegar em direção a porta fechada do quarto de sua mãe.
- O Jun!? - perguntou sorrindo – Ele é um menino tão gentil! Eu não podia deixar que ele não viesse com sua mãe...
- Mas precisa colocá-lo no meu quarto? - falou irritado. Como sua mãe ousa a desrespeitar a única regra que ele impôs na casa.
- Meu filho, eles não tem condições de ter um lugar para morar... esse é um dos motivos pelos quais eu contratei aquela empregada.
- Ah ta e agora aquele moleque de rua vai ficar no meu quarto? - cruzou os braços, nervoso.
- Vai e você não vai tirá-lo de lá – falou seria – Eu, por vontade própria, vou cuidar dele como se fosse um filho. Ele irá frequentar a mesma escola que você e terá os mesmos direitos nessa casa.
- Um estranho?! Você vai sustentar um estranho e o fazer como seu filho? – indignou-se.
- Sim. Algum problema ou você vai querer discutir comigo? - olhou nervosamente para Yoochun que bufava irritadíssimo. O moreno respirou fundo, puxando o cabelo para trás.
- Ok mãe, mas depois não diga que eu não avisei, ok!? Se algo sumir você já sabe quem foi... - levantou-se da cama, indo em direção à porta.
- Aonde você vai!? - perguntou a mãe preocupada, deixando a raiva se dissipar.
- Eu vou sair com o Yunho. Volto mais tarde – e saiu do quarto, batendo a porta com um pouco mais de força ao fechá-la.

 

Jogado em sua cama, fechou os olhos pensando na discussão que acontecera a pouco. Respirou fundo tentando aceitar o fato de um estranho dormir no mesmo quarto que ele e ainda ter os mesmos direitos.

 

“Não posso me conformar com esse absurdo”, pensou levantando-se ao ouvir um barulho de uma buzina vindo da rua. Deu uma rápida espiada pela janela e viu que era o carro de Yunho. Pegou suas chaves em cima do criado, sua carteira e seu casaco. Desceu para o andar inferior e passando pela sala sentiu o olhar do menor em si, o fitando até que saísse pela porta de entrada. Respirou fundo mais uma vez incomodado e seguiu em direção ao amigo que lhe esperava animadamente.

 

- E essa cara? - perguntou curioso logo que Yoochun entrou no carro.
- Nada Yun, nada – bufou – Vamos logo que eu preciso me distrair rápido!
- Heey! - gritou alguem do outro lado da rua, acenando para o Vectra negro que já estava preparado para sair – Yoochun!! - correu até o veículo, chegando à janela do lado do passageiro.
- Ah é você... - falou um pouco impaciente – O que quer?
- Hum.... - retirou os fones dos ouvidos – Eu só queria saber por que você ainda não me devolveu... “aquilo”.
- O-O que!? - arregalou um pouco os olhos assustado. Não era hora dele falar essas coisas ainda mais por que Yunho estava ali.
- Você sabe... - piscou – Aquela... 'revista'...
- Ah!!! - gritou mais alto do que deveria, tentando não deixar Yunho desconfiado – A-A playboy? - falou com todas as letras, dando uma olhada maliciosa para Yunho. O vizinho loiro revirou os olhos sorrindo. Yoochun dava muito na cara quando mentia e isso era engraçado.
- É, que seja... - riu – Quando vai me devolver?
- Já, já... só me deixa ter tempo daí eu passo na sua casa e te entrego, ok!? - falou ansioso.
- OK! Então até! - se despediu se afastando do carro. Os dois amigos o olharam até que este entrasse em sua casa.
- Quem é o garoto? - perguntou Yunho interessado.
- É meu vizinho dã.
- Eu sei besta – riu – Quero saber o nome...
- JaeJoong, mas aqui na rua todo mundo chama ele de JJ – sorriu – Ele é um bom amigo sabe. Me ajudou pra caramba em um negócio aí e...
- Que negócio? - Yunho estava se divertindo com o estado de Yoochun. Ele estava escondendo alguma coisa e claro que aquela história da 'playboy' não colou.
- N-Nada. Será que dava pra gente ir?? Eu to com fome, to afim de dançar e beber alguma coisa então dá partida logo – disse irritado, cruzando os braços. Yunho riu balançando a cabeça negativamente e o veículo começou a se movimentar para o alivio de Yoochun. 

- Jang Wi minha querida, tem certeza que você não quer contar a ele? – falou baixo, em um cochicho.
- Não, senhora. Prefiro que ele não saiba – sorriu tristemente enquanto seus olhos cansados marejavam aos poucos.
- Ele vai sofrer muito depois...
- Garanto que não vai. Eu sei que a senhora irá cuidar muito bem de Junsu quando eu não estiver mais aqui – bebeu um gole d'agua. Ela e a senhora Park estavam sentadas À mesa da cozinha.
- Não falta muito não é... - seus olhos começaram a se encher de lágrimas.
- Apenas 1 mês – disse calma, mas seu coração estava muito apertado. Já havia aceitado à doença, mas se afastar de seu filho era o mais difícil.
- Você não quer fazer uma viagem em vez de ficar trabalhando aqui? Os sintomas já estão começando a ficar mais fortes e evidentes. Isto não é bom para você e Junsu irá perceber se continuar aqui – segurou as mãos da velha amiga.
- Não se preocupe. Eu tenho uma irmã no Japão e eu irei pra lá daqui a uns dias.
- E ela já sabe?
- Sim. Ela cuidará de mim até a minha hora chegar – sorriu serena.
- Jang, eu sentirei muito sua falta – levantou-se já chorando, indo em direção à amiga. A abraçou tão apertado, deixando as lágrimas correrem em seu rosto.
- Obrigada. Obrigada por aceitar cuidar do meu pequeno – sussurrou chorando no ouvido de Park.
- Eu cuidarei como se fosse meu filho. Não se reocupe com isso... eu te devo muito – segurou o rosto de Jang – Obrigada por tudo... - sorriu.
- Eu que agradeço por tudo que está fazendo por mim.
- Mãe? - Junsu chegou à porta da cozinha assustado – O que foi!? Por que está chorando? - correu até ela, fazendo Park abrir espaço para sua passagem. Junsu segurou suas mãos trêmulas.
- Não é nada meu filho... - beijou-lhe o rosto – Vá dormir que já é tarde. Você já tomou banho?
- Sim... - sorriu, mas seu rosto ainda demonstrava preocupação – Tem certeza de que está tudo bem?
- Tenho sim – sorri – Eu só... estava conversando com  senhora Park sobre uma longa viagem que farei daqui à uma semana.
- Eu vou ficar aqui!?
- Vai sim. Você tem que estudar para se tornar um grande homem! - sorriu, bagunçando os cabelos do filho.
- Mas queria ir com você...
- Não se preocupe comigo. Eu... - suspirou – Voltarei logo... - seu coração se apertou ainda mais pela mentira.
- Tudo bem – sorriu – Boa noite mãe! - beijou-lhe a mão – Boa noite senhora Park!

 

Não demorou para que todos naquela casa fossem dormir. Apenas a luz do quarto de Yoochun estava acessa. Junsu preparava sua cama para dormir. Como ainda não havia comprado uma cama, colocou um colchão confortável no chão ao lado da cama de Yoochun. Sentou-se nela e olhou ao redor. Um quarto que sempre sonhara ter e todas as coisas que ele sempre quis estavam ali.

 

“Se Yoochun fosse mais legal, ele me deixaria usá-las”, suspirou triste.

 

Ele e a mãe passaram momentos bastante difíceis desde a morte de seu pai. Ele havia deixado muitas dívidas para pagar e como a família não tinha muito dinheiro, a casa teve que ser vendida juntamente com todos os móveis e eletrodomésticos, restando-lhes apenas as roupas e pertences pessoais. Eles não tinham para onde ir e foi quando a mãe de Junsu conseguiu um emprego de servente naquela casa. Apesar do filho da dona da casa ser um chato e idiota, Junsu agradecia por aquela oportunidade de pelo menos ter um teto para morar e comida para se alimentar.

 

Na estante acima da escrivaninha, observou um pequeno livro no qual o título lhe despertou curiosidade. O pegou e começou a ler.

 

O tempo passou sem que percebesse. Fechou o livro e olhou seu relógio de pulso. Já eram 2 am. Deitou-se, sentindo a luz forte do quarto sobre si. O incomodava, mas não queria apagá-la.

 

- Estou com sede... - engoliu seco - Mas eu não quero descer sozinho... - mordiscou os lábios com medo.

 

Não queria incomodar ligando as luzes do corredor, da sala e da cozinha. Respirou fundo e abriu a porta do quarto deixando que um pequeno feixe de luz riscasse o chão do corredor. Olhou  para a direção onde havia o primeiro degrau da escada. Não conseguia vê-lo, mas sabia que ele estava ali. Andou levemente sobre o carpete do corredor e à medida que o avançava, o escuro ia dominando sua visão. Sua pupila dilatava a medida que não conseguia mais ver nada. Sentiu a textura do chão mudar do macio para uma superfície lisa significando quee era o começo da escada. Tateou encontrando o corrimão e descia devagar. O medo lhe invadia a cada segundo que se encontrava naquela obscuridade. Conseguiu chegar até a sala, mas ainda não havia se acostumado com a escuridão. Junsu não enxergava absolutamente nada. Nenhuma silhueta. Andou devagar chegando até a cozinha. Tateou a mesa, encontrando uma bandeja com vários copos, pegou um deles e seguiu devagar em direção a geladeira. Tremia e suava frio. Junsu tinha medo do escuro. Seus olhos estavam mais arregalados que o normal tentando enxergar, o que ainda não era possível. Abriu com cuidado sentindo um alívio ao ver a luz vinda da geladeira iluminar a cozinha. Pegou um pequeno jarro e despejou um pouco de água no copo e o tomou com vontade. Recolocou o jarro e o copo já limpo no lugar e fechou a porta da geladeira, se encontrando novamente em uma escuridão total. Respirava com dificuldade enquanto seguia para a sala. Ficou imóvel quando ouviu alguém ali, fazendo seu medo ficar pior.

 

- Q-Quem ta aí!? - perguntou em um tom choroso. Ninguém respondeu – Por favor... responda... 

 

Lágrimas começaram a escorrer em seu rosto. Sentia a agonia em sua garganta, o fazendo ter mais sede. Sentiu alguém lhe abraçar por trás.

 

- Boo! - sussurrou em seu ouvido e logo uma risada maliciosa ecoou pela sala.
- Yoochun? - perguntou Junsu ainda chorando – Você é idiota? - irritou-se, secando as lágrimas e tateando o ar à procura do moreno.
- Hey, você não ta me vendo ainda!? - riu ao pé da escada, observando Junsu balançar os braços pelo ar, com os olhos muito abertos
- Não!
- Quanto tempo você ta aqui em baixo? - perguntou curioso, ainda rindo.
- Acho que tem uns 10 minutos...
- Q-Que?! - assustou-se – E você ainda não enxerga nenhuma silhueta?
- Eu não tenho culpa se tenho essa doença! - falou triste ao mesmo tempo em que a irritação ainda o dominava – Mas daqui a mais 10 minutos eu conseguirei ver e você vai ver!

 

Ambos subiram para o quarto e Yoochun ajudou Junsu ainda que não quisesse. Não gostava do menor mas não podia deixar ele na sala depois do que ouviu.

 


- D-Doença? - Yoochun o olhou franzindo o cenho. Já estava deitado em sua cama.
- É. Eu tenho cegueira noturna¹. Eu demoro um pouco mais para ver no escuro – sorriu um pouco envergonhado - Assim que apagam as luzes eu fico cego e durante uns 20 minutos. Não consigo ver nada, nada mesmo.
- Nossa... com você conseguiu isso!? - riu.
- Essa doença é genética. Nasci com isso... - deitou-se.
- Hum.. - levantou-se, pegando sua toalha e seguindo em direção ao banheiro. Estava um pouco menos irritado depois de sair com Yunho.

 

Deixou que a água o relaxasse depois de tanto dançar naquela festa. Fechou os olhos pensando em tudo que aconteceu durante o dia. A chegada de Junsu mudaria sua vida e não gostava muito disso. O menor parecia do tipo que infernizaria o resto de seus dias. Bufou, tentando esquecer por um momento a face do garoto, mas não adiantou muita coisa. O rosto de Junsu era... inesquecível. Os olhos grandes e puxados de uma forma fofa. O nariz arredondado e pequeno e os lábios cheios e rosados não saiam da cabeça de Yoochun.

 

- Junsu é bonitinho... - riu mas logo balançou a cabeça – O que eu estou dizendo?! - riu inconformado. Como ele poderia ter pensado nessas coisas?

 

“O que deu em mim?” , pensou enquanto se enxugava. Vestiu sua calça e uma blusa regata confortável para dormir.

 

Voltou para o quarto e notou que Junsu parecia já estar dormindo.

 

“Por que ele não apaga o abajur?! Que droga...”, resmungou mentalmente. Desligou a luminária e o quarto ficou escuro, apenas clareado fracamente pela luz da lua. Deitou-se em sua cama.

 

- Y-Yoochun!? - o menor lhe chamou com uma voz tremida e fina, parecendo uma criança.
- O que é... - respondeu impaciente, deitado de lado e de costas para o lado em que o menor estava.
- Deixa a luz do abajur acesa? - pediu baixinho.
- Não. Eu não consigo dormir com uma luz na minha cara – disse irritado – Boa noite.
- É que...  Eu... eu estou com medo... - disse respirando com dificuldade.
- E o que eu posso fazer? - falou irônico.
- Segura a minha mão? - pediu o menor já sentindo seus olhos se encherem de lágrimas. Yoochun abriu os olhos por um instante, surpreso por aquele pedido.
- Não tenho nada haver com isso agora vai dormir – disse frio.

 

Yoochun fechou os olhos e tentou dormir, mas os soluços abafados de Junsu o impediram. Respirou fundo e virou-se devagar, deitando-se de lado, mas agora virado para  lado do menor. O olhou deitado no colchão bem próximo de sua cama com os olhos bem abertos e sua respiração descompassada. Apesar do escuro percebeu que suas bochechas estavam úmidas e suas mãos apertavam desesperadamente as bordas do cobertor. O moreno sentiu seu coração bater mais depressa e sentiu uma enorme e desconhecida vontade de protegê-lo. Engoliu seco, tentando entender aquele sentimento estranho e umedeceu os lábios ainda fitando o menor. Respirou fundo e pegou delicadamente a mão suada e fria de Junsu que se desprendia aos poucos dos panos. Segurou de uma forma que ela não pudesse se soltar da sua.

 



¹: Trata-se de uma doença degenerativa da retina e sua principal característica é o aparecimento de pigmentos negros na região do fundo dos olhos A pessoa afetada não consegue enxergar à noite em locais com pouca luminosidade. A cegueira noturna é causada pela falta de vitamina A no organismo.


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Notas finais do capítulo

eu vou tentar não demorar no próximo cap, ok!? ^^~
é qe eu preciso escrever as outras minhas milhões de fics -qqq
obrigada pra quem ta lendo *-*

S2



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