Mutant World escrita por Jenny Lovegood


Capítulo 58
"As Asas do Meu Anjo"


Notas iniciais do capítulo

Enfim, o penúltimo epílogo. Agora temos uma explosão de fofura com Romione. Quem não ama?

Música quando aparecer o asterisco *
https://www.youtube.com/watch?v=Za8IAvtlvRk



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22 de Junho de 2004

Mais de 10 meses depois...

Rony estacionou sua motquano próxima à estradinha de pedra que era caminho para a casa de Hermione. Era de frente à floricultura dos Granger, então o ruivo não achou que teria problema deixar sua moto sozinha por ali. Além disso, não existia uma vizinhança por tão perto assim.

Ele desceu da moto e caminhou até a entrada da floricultura, já que ela estava de portas abertas. Era início de uma tarde de terça-feira e Katy provavelmente estaria trabalhando àquele horário. Ela agora não tinha mais a ajuda de seu marido, mas não se imaginava abandonando a floricultura. Faziam-se muitos anos que a floricultura era propriedade da família Granger e eles sempre cuidaram daquele lugar da melhor maneira possível. Na época em que Katy, Hermione e Gabriela estavam presas na ilha, metade da estufa de flores perdeu vida e tudo ficou sem cor. Mas, desde que elas retornaram para casa, a floricultura voltou à vida e agora recebia muito mais clientes que antigamente. A popularidade de Hermione, a mutante de asas, ajudava um pouco na divulgação da floricultura. Entretanto, Katy não podia reclamar; ela precisava sustentar suas três filhas. A bebê da mulher, que nascera há quase três meses, era tratada com muito carinho e amor.

— Ei, Katy. - Rony despertou a atenção da mulher, que estava agachada sobre uma plantação de tulipas, verificando se elas estavam crescendo saudáveis.

— Rony. - Katy girou o pescoço e sorriu para o ruivo. A mulher se ergueu do chão e limpou um pouco da terra em suas mãos no avental que cobria seu corpo. Ela já havia voltado à sua forma normal, a barriga de grávida já havia sumido completamente. - Hermione não disse que você vinha, que surpresa. - Ela cumprimentou o genro com um leve e rápido abraço, evitando sujá-lo de terra.

— Eu não disse que ia vir. - Rony encolheu os ombros e Katy sorriu de novo. - É que minha mãe foi entregar umas roupas para uma cliente que mora um pouco longe daqui e resolveu levar o meu irmão para a cliente conhecer. Então eu resolvi aparecer.

— Fez muito bem. - Katy viu ele sorrir de volta. - Hermione sempre fica feliz quando você aparece.

— Não é só ela. - Ele confessou e ela deu uma piscadela, sorrindo marota. - Você se importaria se eu... - Rony apontou para uma das tulipas coloridas e viçosas atrás do corpo de Katy. A mulher olhou para as flores e em seguida olhou Rony.

— Claro que não. - Katy foi amigável. - Pode pegar. Ela vai adorar.

Rony sorriu e concordou com um aceno de cabeça. Ele foi até as tulipas e arrancou cautelosamente uma delas de lá, na cor branca. Instantaneamente ele se lembrou da vez que viera junto de Hermione até a casa, antes mesmo de encontrar a ilha de Bellatrix, e ele acabou dando uma flor exatamente igual aquela para a morena. Ele se lembrou do sorriso maravilhoso que ela lhe deu quando recebeu a tulipa em seus mãos.

O ruivo pediu para que Katy desse uma olhada de vez em quando em sua moto lá fora; a mulher o assegurou de que faria isso, e então ele saiu da floricultura. Caminhou pela trilha de pedra e logo chegou até a casa dos Granger. O jardim da casa sempre se destacava naquele lugar. Frente ao portão estava Gabriela, a irmã de Hermione, que Rony jurava ter crescido uns três centímetros desde a último vez que ele a vira (e ele a viu na última semana que se passara). Gabriela segurava a bebê Ísis em seus braços, ela levava muito jeito para cuidar de crianças.

— Ela parece ter crescido. - Rony se aproximou de Gabriela e a garota deixou de acariciar a bochecha da bebê para olhar o ruivo. - E você também.

— Até parece que você não vê a gente há anos. - Brincou a menina, observando Rony levar a mão que não segurava a tulipa recolhida na floricultura até a testa de Ísis e carinhar a pele delicada dela.

— É sério. - O ruivo sorriu. A bebê estava de olhos fechados e parecia tranquila. - Caramba, ela é linda.

— Ela é mesmo. - Gabriela falava com a voz baixa e Rony também. O ruivo deixou de carinhar a bebê e voltou a olhar a irmã de Hermione.

— Ela continua com a pele quente. - Rony comentou, agora sério.

— Não é febre. - A menina balançou levemente a criança nos braços. - E ela também não tá passando mal. Já faz quase 1 mês que ela tá assim. O que você acha que pode ser?

— Ela com certeza nasceu com alguma mutação. - Rony foi lógico, já que, nos tempos em que Katy estava sequestrada na ilha, serviu de cobaia para Bellatrix Lestrange continuar realizando suas experiências genéticas em seres humanos.

— Só temos que saber qual. - Gabriela alisou os poucos fios de cabelo de Ísis. - Às vezes os olhos dela mudam de cor. Ficam dourados, sabe? Mas ela não demonstra nada além disso e da temperatura quente do corpo.

— Foi assim com a gente também. - Rony disse à Gabriela. - Comigo, com sua irmã e o resto do pessoal. Minha mãe diz que desde bebê eu já fazia coisas estranhas, mas não se comparam com as coisas que eu posso fazer hoje. A Ísis tá muito nova ainda. - Ele explicou e a menina assentiu.

— Uma hora ou hora a gente vai saber. - Gabriela finalizou aquele assunto. Era estranho para ela ser a única das irmãs a não ter habilidades especiais. No passado, Gabriela poderia até se chatear com esse fato, mas, nos dias de hoje, sabendo tudo que Hermione fora obrigada a viver e enfrentar e tendo a própria experiência de sentir na pele os efeitos do vírus vampírico devastador, Gabriela só tinha a agradecer. Ela sabia que não teria forças o suficiente se estivesse no lugar da irmã na época das batalhas dos mutantes e policiais. Ela sabia que não teria a força suficiente que os mutantes tiveram em meio à tanto problema e tanto medo.

— Onde está sua irmã? - Depois de uns segundos de silêncio, Rony mudou o rumo da conversa. Gabriela sorriu para ele. Ela sempre admirava o romance entre ele e Hermione. Parecia que, quanto mais tempo os dois passavam juntos, mais aprendiam a se amar. Era algo bonito de se ver.

— Ela deve estar do outro lado do jardim. Cê sabe, com a mamãe na floricultura, a gente revesa pra cuidar da Ísis. E a Mione gosta de ficar no jardim. - Gabriela encolheu os ombros e sorriu junto de Rony.

Ele foi atrás dela. Claro que não era difícil encontrá-la, não para ele. Mesmo em meio a tantas flores e cores, ele podia de longe avistar o cabelo cor-de-mel caído sobre os ombros dela; ele podia de longe sentir o perfume doce dela; ele podia de longe ver as penas brancas das asas que sempre teimavam em escapar pelo tecido da roupa dela.

A sensibilidade sobre-humana da mutante havia se intensificado com o passar do tempo. Quando Rony pisou na tábua de madeira da varanda, Hermione percebeu a presença dele, mesmo ele estando há alguns metros de distância. De costas, ela sorriu e deixou-se inebriar pelo cheiro que exalava da pele dele e voava pelo ar, indo de exato encontro aos sentidos dela. Hermione era completamente ligada aos detalhes dele, e ele conhecia cada detalhe dela.

Rony caminhou lentamente até ela. Quando se aproximou da morena, passou um braço em volta do corpo dela e posicionou a tulipa em sua mão direita no ar, frente aos olhos dela; olhos esses que brilharam instantaneamente.

— Eu trouxe pra você. - Ele sussurrou próximo ao ouvido dela. Hermione sorriu intensamente. Ela recolheu a flor e se virou para ele. O ruivo a observou se virar, e os olhos dele captaram a imagem dela como uma câmera que transforma um vídeo em câmera lenta. Ele primeiro se encantou com o sorriso dela, depois se perdeu nos olhos dela.

— É linda. - Hermione baixou o olhar para apreciar a tulipa em suas mãos.

— Você é mais. - Rony a fez sorrir ainda mais. Ela voltou a olhá-lo com ternura.

— Eu tava com saudade. - A morena confessou e o ruivo a envolveu pela cintura. O sorriso nos lábios dela cresceu significativamente quando os corpos entraram em contato um com o outro, e os rostos ficaram bem próximos. Hermione jogou seus braços em volta do pescoço de Rony enquanto ele tirava os pés dela do ar, momentaneamente. Ela segurou firme a tulipa que havia ganho em uma das mãos.

— Eu tava com mais saudade ainda. - Ele falou, próximo aos lábios dela. Hermione arqueou as sobrancelhas e intensificou seu olhar no dele.

— Tava, é? - Ela perguntou, desafiando-o. Rony mordeu a boca e assentiu, olhando-a com ar certeiro. Hermione deu atenção à cena em que ele mordia a boca. Ele sempre fazia aquilo para provocá-la, e ela sabia que era justamente na intenção de provocá-la.

— Com toda certeza. - O ruivo assentiu, seguro de si. Os pés de Hermione continuavam sem tocar o chão, ele tinha controle do corpo dela. - Quer que eu te prove?

— Quero. - Não saiu som na voz dela, Rony deduziu as sílabas na boca da morena.

Ele a colocou no chão e subiu uma mão que a envolvia pela cintura, então segurou na nuca de Hermione e a puxou para um beijo. Ela cedeu no mesmo instante. Repousou uma mão no pescoço dele enquanto aprofundava o contato entre as bocas. Rony capturava os lábios dela com precisão e dominava sua língua inteiramente. Hermione se deixava guiar pelos movimentos dele. Ela adorava quando ele tinha o controle. Aos poucos o beijo foi perdendo a intensidade e os lábios passaram a se encontrar lentamente. Rony depositou alguns selinhos molhados nela quando as bocas se separaram. O rosto dele não perdeu proximidade do rosto dela, e as respirações agora aceleradas se misturaram.

— Céus, eu amo seu beijo. - Hermione confessou e fez Rony sorrir intensamente. As sardas espalhadas pelo rosto dele podiam ser contadas uma a uma por ela, eles estavam tão próximos e ela poderia passar o dia inteiro daquela maneira.

— Você ama só o meu beijo? - Ele fez manha e a morena depositou um beijo sobre o nariz do ruivo.

— Sim, só o seu beijo. - Ela mentiu, brincando. Rony arqueou as sobrancelhas e afastou seus braços dela, então os cruzou.

— É mesmo, mocinha? - O ruivo fingiu acreditar. - Achei que eu valesse mais pra você. Achei que eu fosse mais do que um simples beijo na sua vida. - Dramático, ele a fez rir.

— Que judiação. - Hermione provocou, balançando a flor com a mão frente aos olhos dele. Ele continuou de braços cruzados. - O bebê ficou chateado porque a Mione disse que só ama o beijo dele?

— Na verdade não. - Ele pensou um pouco antes de responder. Descruzou os braços e ajeitou a manga de sua blusa, imitando um ar de superioridade. Hermione continuou a rir.

— Não tá chateado? Poxa, eu achei que eu valesse mais pra você. - Ela entrou na brincadeira, e usou as palavras dele. - Achei que se eu dissesse que não te amava, você ficaria chateado comigo.

— Eu sei que é mentira. - Ele se gabou e foi a vez de Hermione cruzar os braços, se certificando de que não amassaria a tulipa. - Eu sei que você não vive sem esse ruivo aqui.

— Mas tá muito convencido mesmo, né? - A morena riu e foi agarrada pelos braços dele mais uma vez. Rony colou seu corpo no dela e a olhou nos olhos. - Essa convivência com a galera tá rendendo resultados de aumento de ego...

— Confessa que eu tô certo. - Rony fez charme, sorrindo de canto a canto. Hermione sorriu junto e mordiscou o lábio inferior dele. O ruivo tentou começar um beijo intenso mas ela se esquivou, sorrindo ainda mais.

— Confessar que eu te amo? - Ela semicerrou os olhos para falar, fingindo analisar aquela remota possibilidade.

— Não vai confessar? - Rony a apertou em seus braços. Hermione subitamente arfou. Ele sorriu frente aos olhos rutilantes dela. - Eu confesso então.

— Que você se ama? - Ela riu e ela riu junto. O som das risadas se misturaram.

— Não. - Rony acariciou a cintura dela com as mãos fortes. - Confesso que eu te amo. - Essa confissão escapou em forma de sussurro pelos lábios dele. Hermione abriu um dos sorrisos mais lindos que Rony já a viu dar. Era um sorriso apaixonado e podia sim ser descrito como tal, porque, ela sabia, ele sabia: eles estavam mais apaixonados como nunca. Talvez a explicação fosse o tempo, talvez o convívio juntos, talvez a chance deles poderem apreciar coisas que antes não podiam, juntos. Ou talvez a explicação fosse simplesmente o destino.

— Eu também te amo. - Ela sorria intensamente e ele estava vidrado naquele sorriso.

Ela era de longe a garota mais especial que Rony já conhecera na vida. Ele lutou muito para poder viver em paz com ela, longe de confusões e medo, e ele nunca desperdiçaria aquela oportunidade que agora estavam tendo. Ele nunca a deixaria. As bocas se encontraram mais uma vez e eles desfrutaram dos sabores daquela paixão com mais calma e mais desejo.

— Achei que você só fosse aparecer no fim de semana. - Quando se separaram e se olharam, Hermione expôs sua surpresa reprimida. Eles costumavam a se encontrar nos fins de semana, já que Molly, mesmo tendo ganho o filho fruto das experiências de Bellatrix há dois meses, trabalhava diariamente na fábrica de roupas e era Rony quem costumava a cuidar de Cauã, seu novo irmãozinho. Vez ou outra Rony se beneficiava de seu teletransporte para visitá-la de surpresa, mas não demorava muitos minutos; deixar o irmão sozinho enquanto mesmo apenas durante o sono não era uma boa ideia. Hermione também não tinha como visitá-lo mais vezes, estava sempre ajudando sua mãe na floricultura e revesando com Gabriela para olhar Ísis, já que Gabriela voltara a estudar normalmente, como costumava antes de toda a batalha.

— Minha mãe saiu com o Cauã e disse que eu poderia vir te ver. - Explicou ele, abraçando-a pela cintura. Vez ou outra as mãos do ruivo subiam pelas costas dela e tocavam as asas dela, coberta pela blusa.

— Sua mãe é ótima. - Hermione sorriu e beijou os lábios dele mais uma vez. - Então... você vai ficar essa tarde comigo?

— Quer que eu fique? - Rony sorriu de volta. Ambos os sorrisos combinavam, impressionante era esse fato.

— Não quero que fique só essa tarde. Quero que fique comigo. Eu devo preparar um café ou a minha vida inteira? - A morena estava vidrada nos olhos azuis dele.

— Eu pretendo ficar a vida inteira. Deixa que a gente prepara o café juntos. - Ele a fez sorrir ainda mais. Os sorrisos voltaram a se misturar, assim como as batidas dos corações e as respirações quentes. Tudo terminou em beijo, como deveria ser.

Estranha era a forma como Rony havia se apegado tanto nela. Às vezes ele parava pra pensar e não conseguia chegar à nenhuma conclusão, ele não entendia como era possível um sentimento tão forte surgir dentro dele, de uma hora para outra. Sim, porque Rony sabia que se apaixonara por ela no momento em que os dois se encontraram na casa de Gina. Foi algo tão imprevisível. O que aconteceu com ele foi algo extremamente imprevisível. Não só para ele, como para todos os seus amigos. Se a descoberta dos mutantes não houvesse se espalhado pela cidade, se ele não tivesse ido atrás da verdade sobre seu passado e sua existência, ele não conheceria Hermione, assim como Harry não conheceria Gina, Cato não conheceria Clove, Scorpius não conheceria Rose e Draco não conheceria Luna. Se eles não se conhecessem, estariam felizes nos dias atuais?

Rony achava que não. Na verdade, ele tinha certeza. Fora sim cruel a forma como a união entre o grupo surgiu, e no começo, aquela união sequer parecia ser forte o suficiente para ir até o fim. Mas a união foi forte o suficiente.
Muita coisa aconteceu. Muita coisa mudou na vida deles. Rony jamais imaginou viver a vida como estava vivendo agora. No passado, tudo era à espreita, sua mãe sequer podia ter uma vida normal por causa do medo de expor o filho. Era injusto pra ele e pra ela. Agora os mutantes podiam conviver socialmente com a população, mesmo que, vez ou outra recebendo olhares tortos de muita gente, mas eles eram simplesmente livres. Rony era livre. Ele era livre para sair de casa sem se preocupar com sua mãe, e agora com seu irmão, porque ele sabia que os dois estariam a salvo. A polícia sempre estaria do lado dos mutantes do bem. Ele era livre para montar em sua moto, viajar pelos bairros da cidade, encontrar a garota que amava. E ele era livre por vê-la livre também, quando a garota abria suas asas, sem medo ou ameaças e simplesmente... voava.

Ela gostava de voar, talvez aquela satisfação se dava ao fato dos hormônios de seu corpo estarem ligados à sua mutação. Hermione não sabia de fato. O que ela tinha a certeza era de que, de uma forma ou de outra, eles estavam se curando das coisas ruins que viveram. Ela estava se curando, sua mãe estava, sua irmã, Rony, Gina... eles tinham um ao outro, e essa era a força da cura deles. Talvez fosse uma força de cura do tamanho dos poderes de Luna, e olha que ela era muito poderosa.

Hermione agora podia agradecer aos céus. Ela podia agradecer por estar viva, por estar livre, por poder ser quem ela realmente era ao lado das pessoas que faziam sua vida melhor. E ela era uma mutante.

xx xx xx xx xx

Os meses iam se passando devagar. Nada mais precisava de pressa, nada mais corria contra o tempo. O tempo agora era a solução de tudo.

O tempo trazia momentos inesquecíveis entre Rony e Hermione, momentos esses que ficariam gravados dentro deles pela eternidade; sim, eles tinham certeza!

O tempo ajudou Hermione a conseguir contar todas as charmosas sardas que decoravam o rosto de Rony, e aquilo gerou imensos sorrisos na tarde da descoberta.

Rony não ficou em dívida com o tempo; o tempo o ajudou a conseguir contar todas a penas das enormes asas da morena. Ele contou pena por pena, sem pressa, sem deitar de tocar a pele nua das costas dela, sem deixar de provocar arrepios pelo corpo dela.

O tempo fazia Hermione ficar ainda mais linda, Rony sempre chegava a essa conclusão. Podiam ser os olhos dele que brilhavam demais quando a via chegando sorrindo, mas que ela ficava mais linda a cada novo amanhecer, ela ficava. E ele ficava ainda mais sedutor com o passar das horas. É, das horas: Hermione sempre descobria um novo jeito sedutor dele sorrir quando estavam juntos, ou então, dele a olhar; vidrante, intenso.

O tempo os uniu ainda mais.

Quando Katy saía de casa, o que era raro, Gabriela saía junto para ajudar a mãe a cuidar da bebê Ísis.

Hermione sempre ficava sozinha. Ela gostava de ficar sozinha nas noites longas e de céu estrelado, ela gostava de poder respirar o ar puro do jardim de sua casa, gostava de sentir o vento tocar seu corpo, e gostava de pensar. Mas a verdade era que ela não ficava sozinha, e da presença de Rony ela gostava muito mais.

Eles eram tão intensos juntos e sozinhos eram um tanto mais.

Ele gostava de tocar a pele dela olhando-a nos olhos.

Ela gostava de beijá-lo devagar, despenteando seu cabelo ruivo.

Ele gostava de segurá-la forte pela cintura, prendê-la em seus braços, impedi-la de se soltar.

Ela não gostava de se soltar, ela gostava de se prender a ele. Ela gostava dos lábios dele correndo por seu pescoço, ela gostava das mãos dele correndo por seu corpo.

Ele gostava das palavras que ela sussurrava involuntariamente quando ele a provocava prazer, ele gostava das mãos dela agarrando seus braços fortes quando ela chegava ao ápice.

Ela gostava da conexão que os faziam tão únicos. Rony era tão carinhoso com ela e ao mesmo tempo tão sedutor, e talvez essa fosse uma contradição nele que Hermione adorava. Talvez não, Hermione realmente adorava aquela contradição. Ela adorava quando ele dizia que a amava baixinho ao pé de seu ouvido, e ela adorava ainda mais quando ele a colava em seu colo e prensava os dois corpos um no outro, criando o máximo de contato que podia. Rony simplesmente tirava Hermione do chão.

Ele se perdia de desejo nos detalhes dela. Rony simplesmente ficava hipnotizado (e Scorpius não tinha nada a ver com isso) quando os olhos castanhos dela ficavam sobre o seu, brilhando, exalando felicidade. Ele se extasiava quando o sorriso nos lábios dela mudavam de aspecto, passavam de ternos para provocantes. Ele ficava inebriado quando as asas dela escapavam por suas costas no momento em que ela já não vestia mais nada... não tinha cena mais tentadora e vidrante.

* Ela estava em frente ao espelho.

A porta de seu quarto, entreaberta, tornava a entrada de Rony bem-vinda. Mais que bem-vinda.

Rony caminhou lentamente até a morena, que estava de costas, se olhando pelo espelho. Existia um sorriso misterioso nos lábios dela; existia uma ternura em seus lábios, mas também existia desejos insanos. Os olhos de Rony rutilavam, as íris azuis estavam mais intensas que nunca.

Ele tocou o ombro esquerdo dela com a ponta dos dedos, acariciou aquela região. O corpo de Hermione instantaneamente se arrepiou. Rony segurou o cabelo dela entre os dedos e jogou os fios completamente para o outro lado. O ombro dela ficou exposto quando o ruivo desceu a alça da blusa da morena. Ele baixou o queixo e beijou a pele dela, sem pressa. Os lábios dele ficaram passeando pelo ombro dela por longos segundos. Hermione deitou um pouca sua cabeça para o outro lado, apreciou internamente aquela carícia, de olhos semicerrados. Com a outra mão, Rony tocou a cintura da garota, e então enfiou um dedo pela barra da calça que ela usava. Sem dificuldade ele desabotoou o tecido, com total permissão de Hermione; a permissão que ela demonstrava em sua respiração profunda e quente, seu corpo reagindo aos beijos que ele depositava agora sobre o pescoço dela.

Rony parou um pouco com a carícia para olhá-la, a viu refletida no espelho, de olhos fechados. Era tão linda... Rony podia olhá-la o dia inteiro, não se cansaria. Hermione abriu os olhos sem pressa e também viu a imagem de Rony refletida no espelho. Ele atrás do corpo dela, tendo uma das mãos enfiadas dentro da calça já desabotoada dela. Ela girou o rosto num leve movimento e pôde ver o rosto dele, agora frente à ela. Rony tocou os lábios da garota com sua boca, sem pressa,apreciou por alguns segundos o gosto daqueles lábios. Quando as bocas se separaram, eles se olharam nos olhos. A intensidade do desejo deles era recíproca em ambos os olhares. Rony deu um sorriso de lado, aquele sorriso em Hermione via contradição: cheio de ternura e sedução. O ruivo dirigiu sua outra mão para a calça da morena, e agora com as duas mãos em trabalho, desceu o pano pelas pernas dela. Ela permitiu, observando-o se agachar para fazer. Rony passou a calça pelos pés descalços dela e jogou o tecido em um canto sem importância do quarto. O importante naquele momento era os sentimentos dos dois, dos corpos dos dois.

Hermione permaneceu de costas, pois sabia que ele terminaria de despi-la. Ele adorava fazer isso, e ela adorava quando ele fazia. Se sentia tão cuidada por ele, e aquela era uma sensação maravilhosa. As mãos do ruivo tocaram a blusa que ela usava, tinha botões no meio das costas. A maioria das roupas que a garota usava tinha aquela abertura para suas asas. Ele desabotoou cada botão, olhando-a pelo espelho. Aquele contato visual fazia a garota perder o equilíbrio de suas pernas sempre. O coração dela estava acelerado, e o dele também, ela podia sentir. Ela sempre sentia demais. Quando Rony terminou de desabotoar a blusa, passou-a pelos braços de Hermione e jogou no chão. Ele se afastou automaticamente e as asas da mutante abriram em suas costas. O sorriso de canto nos lábios dele foi inevitável, ele se fascinava com aquelas asas.

— Você gosta delas? - A voz de Hermione escapou baixa por seus lábios. Ela olhava a reação dele pelo espelho, mas preferia vê-lo em sua frente. A garota se virou para ele, já estava despida da cintura para cima. Rony mordeu os lábios e continuou a sorrir.

— Gosto de você toda. - Ele sussurrou e se aproximou dela. As mãos da morena automaticamente agarraram a barra da camisa azul que ele usava e, sem dificuldade, Hermione se livrou daquela peça. O peitoral dele ficou exposto e os olhos dela brilharam ainda mais.

Os corpos se aproximaram de forma sincronizada. As bocas se uniram mas não se moveram, os lábios de Rony ficaram apenas roçando por sob os de Hermione. Os olhares sim estavam penetrados um no outro. Rony desabotoou sua própria calça jeans e a tirou, agilmente. Quando ele se ergueu novamente, segurou de forma envolvente a nuca de Hermione e a beijou com urgência. Hermione se agarrou nos braços dele enquanto provava do gosto viciante do garoto.

— Gosto de cada detalhe seu. - A voz do ruivo soou embargada, quando as bocas deram um intervalo de segundos antes de se encontrarem de novo.

— Não me imagino sem você. - Ela sussurrou ao pé do ouvido dele, quando precisaram respirar e a morena resolveu presenteá-lo com alguns beijos no pescoço. Rony subiu uma das mãos que a segurava pela nuca e envolveu seus dedos entre os fios do cabelo dela. Segurou-os com precisão mas sem machucá-la. Hermione arfou quando ele puxou os fios.

— Não precisa imaginar. - Rony a olhou nos olhos quando os rostos voltaram a ficar frente a frente. As respirações já estavam sem controle. - Você é o meu anjo. Eu vou sempre estar aqui.

— Me olhe assim pra sempre. - Hermione pediu, recebendo um olhar alucinante dele. - Apareça aqui dessa forma pra sempre. - Ela correu as mãos pelos braços dele, arranhando-os. - Me chame de anjo pra sempre. - Sua voz escapou em um sussurro extremamente baixo; os dedos de Rony acariciavam o cabelo dela. - Fica comigo pra sempre, mesmo que o pr..

— O pra sempre é nosso. - Rony colou seus lábios sobre os dela, impedindo-a de falar aquela frase clichê, e que, antigamente, ele poderia acreditar que era verdadeira. Agora não mais. - E eu vou fazer ele valer a pena.
O sorriso dela foi mais do que satisfatório para ele. Ele deixou de segurá-la pelo cabelo e envolveu a cintura da garota, colando ainda mais os corpos. Hermione se deixou levar pelos passos dele enquanto ele se dirigia para a cama. O ruivo se sentou e ela sentou-se sobre o corpo dele. A troca de olhares mais uma vez foi extasiante, capaz de eletrizar ambos os corpos. Hermione sempre se sentia submissa àquele olhar. Aqueles olhos demonstravam tantos sentimentos, e ela se sentia bem de poder fazer parte dos sentimentos que dominavam Rony. Ela se sentia bem porque era Rony o dominador dos próprios sentimentos da garota, e ele sabia disso; ele também se sentia bem. Extremamente bem. Eles se pertenciam, muito.

Eles não precisavam acreditar que aquela paz iria acabar um dia, porque quem controlava o destino deles agora, eram eles mesmo. Podiam até já terem ficado nas mãos do mundo, perdidos ao vento, sem rumo, mas agora eles tinham se encontrado. E nada era perfeito, eles sabiam, mas eles eram perfeitos um para o outro, do jeito deles.

Hermione tinha aquele sorriso perfeito para ele. Ela tinha aquelas curvas perfeitas para ele. Ela o tocava da forma mais perfeita que existia, e ele gostava tanto. Ela se encaixava nele da forma mais perfeita, como um quebra-cabeça.

Rony tinha aqueles olhos perfeitos para ela. Ele tinha aquela voz perfeita que sempre a fazia suspirar e se arrepiar. Ele tinha aquele jeito de ser perfeito para ela, que só dela ficar longe por algumas horas, já conseguia sentir saudade. Ele a segurava da forma mais perfeita e dominante que ela podia imaginar, e ela gostava tanto. Ele a amava da forma que ela desejava ser amada.

Não existia nada que impedisse o pra sempre deles.

O pra sempre era deles.


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Notas finais do capítulo

Vocês estão gostando dos epílogos? Poucos leitores estão deixando opinião... vamos, deixem um comentário. Esse é o nosso penúltimo capítulo

Vejo vocês no último!
XX, Jen!



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