Mutant World escrita por Jenny Lovegood


Capítulo 49
Buscando Justiça


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demorinha pra postar, mas escrever nos dias de aula é complicado pessoal.

"É Jennifer, você continua enrolando com o último capítulo, né?"



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Foi uma grande surpresa para Cato, Luna e Gina quando as mães dos mutantes escaparam do porão junto de Hermione e Gabriela e apareceram para eles. É claro que todo o grupo que estava preso na ilha por agonizantes dias, esperava muito reencontrar os pais. Eles sabiam que havia uma grande possibilidade de Bellatrix ter trazido suas famílias para a ilha e aprisionado-as no laboratório, mas a emoção de poder ver o rosto daquelas mães, desesperadas por um abraço dos filhos, era inexplicável.

Gina ainda estava abraçada com Claire. A ruiva não conseguir definir o sentindo que estava consumindo-a naquele momento, mas ela sabia que era algo bom, era como uma paz interior que há muito tempo não sentia. Sua mãe estava em seus braços, viva, e Gina simplesmente não abandonaria aquela mulher de novo.

Hermione também abraçava um lado do corpo de Katy, enquanto Gabriela, do outro lado da mãe, fazia o mesmo. A mutante alada havia guardado suas asas em suas costas e agora observava os amigos com atenção. Luna, Cato e Narcisa pareciam tensos e aquilo estava notório entre todos ali.

– Onde está Harry? E Clove? - Lily estava extasiada com a ideia de reencontrar os filhos, mas não os via por perto.

– E o Scorpius? - Astoria secava algumas lágrimas do rosto com as mãos. - Ele não está com vocês?

– Ele está. - Cato disse, enquanto trocava um olhar com Hermione e em seguida olhava Gina. - A gente só não sabe onde.

– Como não sabem? - Molly ficou nervosa. - Rony também está com vocês, não está?

– Calma, senhora. - Hermione soltou o corpo da mãe e se aproximou de Molly. - Ele tava com a gente sim, só que acabamos nos separando.

– Todos nós nos separamos. - Cato avisou às mães, que começavam a ficarem tensas.

– Ouvi tiros agora há pouco, você sabe o que aconteceu? - Gina saiu do abraço com Claire e caminhou até Cato. O loiro balançou a cabeça negativamente, desapontando-a.

– Não sei, mas o laboratório tá cheio de mutantes. - Cato percebeu o nervosismo afluir nas expressões faciais de todas as outras mães, inclusive de Narcisa. A matriarca tocou o braço do filho mais velho e recebeu o olhar dele.

– Isso está muito perigoso. - Narcisa alertou o garoto; ela estava apavorada com toda aquela situação e temia a segurança de Cato e principalmente de Draco.

– O que aconteceu com ela? - Gabriela se pronunciou, depois de observar por segundos a fio o corpo desmaiado de Bellatrix no chão, e uma seringa vazia ao lado da médica.

– Ela tentou me atacar. - Gina rangiu os dentes.

– Temos que sair daqui. - Luna avisou o pessoal. Era óbvio que ela estava abalada com todo aquele reencontro das mães com seus filhos; internamente, Luna ainda tinha esperanças de que seu pai ainda estava vivo, mas depois que o porão foi invadido e só escapou mulheres de lá de dentro, o peito de Luna se apertou, e ela soube que seu pai não tinha mesmo consigo. Ela estava sozinha no mundo agora. - Temos que encontrar os outros e fugir do laboratório. A polícia provavelmente já deve estar aqui, e eles não estão de brincadeira.. eles querem nos matar.

– Que horror. - Deborah encolheu os ombros.

– Eles são horríveis mesmo. - Molly soltou uma respiração pesada. - São uns covardes.

– É, mas vão pagar. - Cato garantiu, seriamente. - É melhor fazermos o que Luna disse. Vamos encontrar os outros e então vamos sumir desse lugar.

– Vocês vão levá-la? - Lily ficou surpresa quando Cato caminhou até o corpo de Bellatrix, se agachou no chão e agarrou a mulher pelos braços; sem dificuldade, Cato ergueu-a do chão e agarrou a cintura da médica desacordada, fazendo-a ficar de pé.

– Ela é a nossa maneira de sair daqui. Além disso, vamos precisar dessa vaca para provar que foi ela que fez experiências proibidas em humanos. Ela é nosso meio de sermos inocentados em Manchester. Só assim vamos viver em paz. - Explicou o garoto, forçando o corpo de Bellatrix a parar em pé.

– Fica em alerta. - Gina avisou o amigo. - Se ela acordar, vai te atacar na primeira oportunidade.

– É ela contra nós. - Cato argumentou, prontamente. - Ela não tem a menor chance.

– Então vamos.. vamos sair daqui e encontrar logo os outros. - Hermione advertiu os amigos, que concordaram no mesmo instante.

– Como vamos encontrá-los? - Gabriela viu Hermione e Gina se entreolharem, enquanto Cato respirava fundo e encarava o rosto de Luna; ela tão nervosa quanto ele.

– Com sorte. - Respondeu Cato, quebrando o silêncio daquela pergunta que ficou no ar por longos segundos. - É assim que vamos encontrar o resto do grupo.

– Deus queira que dê tudo certo. - Molly alisou seus próprios braços. - Quero muito reencontrar meu filho.

– Ele também quer muito reencontrar a senhora. - Hermione garantiu, olhando a matriarca Weasley. Molly abriu um sorriso frouxo que foi retribuído por Hermione.

– Não tem mais ninguém lá dentro? - Luna se aproximou da mutante alada e olhou a amiga nos olhos. Hermione contraiu os lábios e balançou a cabeça negativamente. - Tem certeza?

– Sinto muito. - A morena viu a tristeza no olhar de Luna. Contendo sua dor, Luna respirou fundo e se conformou com a resposta.

Então eles saíram de perto do porão quando se assustaram com um rugido de pantera e foram à procura do restante do grupo.

O grupo precisava se reencontrar logo e sumir daquele laboratório. Hermione, com sua sensibilidade sobre-humana, sentia que algo de muito errado estava para acontecer.

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Desde que a notícia sobre a existência de mutantes super poderosos e perigosos havia se espalhado pela sociedade de Manchester, Fleur começou a tentar desvendar todos os mistérios que surgiram a seguir, junto com o inimaginável fato de existirem seres geneticamente modificados no mundo. Mas as investigações de Fleur não se baseava nas especulações e indícios que a delegacia da cidade estava seguindo. Fleur simplesmente não conseguia aceitar a ideia que que algum pai de alguma das inúmeras crianças especiais teve a capacidade de cometer aquele crime contra a espécia humana.

Não fazia sentido: por que algum pai ou alguma mãe desses mutantes faria de seus filhos cobaias, submetendo-os a todo e qualquer tipo de experimento arriscado e cruel? Não, Fleur definitivamente não acreditava que isso pudesse ter acontecido. Todas aquelas experiências proibidas tinham sido realizadas minuciosamente pelas mãos de um psicopata tentando ser Deus.

Mas quem estava a frente do caso dos mutantes era o policial Lewis, junto de seu agente, Andrew. Os dois exclusivamente obtinham todas informações sobre o surto de mutantes em Manchester. Fleur, uma policial honesta e que cumpria seus deveres perante a sociedade, tentava participar do caso, tentava sondar Lewis e Andrew em busca de mais informações sobre os mutantes, mas eles sempre negavam os detalhes. Então a polícia começou a desconfiar de algo errado estava havendo ali.

Sem sucesso com suas rondas diárias pela sala de Lewis à procura de mais informações sobre o caso, Fleur tomou a decisão de investigar toda aquela história por conta própria. Na verdade ela tinha um aliado, um amigo da delegacia que sempre estava unido à ela nas investigações perigosas e arriscadas que chegava até a delegacia. William Arthur, um homem de estatura média e cabelos de cor indefinida, meio ruivo, meio amarelado; era ele o parceiro fiel de Fleur Delacour naquela delegacia. Ela confiava nele, e chegou a contá-lo que estava investigando o caso dos mutantes por conta própria. Claro que Bill - apelido de infância do policial - achou arriscado, aliás, ele sempre achava que Fleur se arriscava demais na maioria das vezes, ela era totalmente impulsiva; mas Bill acabava apoiando a mulher no final das contas.

Fleur então passou a investigar os pais dos seres geneticamente modificados; não foi difícil conseguir as identidades desses pais e desses mutantes, já que as fotos deles estavam diariamente aparecendo em noticiários de televisão e saindo nos jornais.

A policial investigou a ficha de cada um dos pais e de cada uma das mães dos mutantes, e foi assim que ela descobriu que todas as mulheres tiveram seus filhos numa clínica de reprodução chamada "Clínica Delart". Era uma clínica bem conhecida em Manchester, Fleur já havia ouvido sobre ela várias vezes; era lá que mulheres que não conseguiam engravidar passavam por tratamentos e tinham seus filhos. Depois que Fleur descobriu a ligação dos pais dos mutantes nessa clínica, as desconfianças da policial em relação às experiências genética terem sido realizadas pelos próprios pais - como a maioria da cidade especulava e como a metade da delegacia imaginava - aumentaram significativamente. Aliás, Fleur já nem acreditava naquela hipótese mais. Era óbvio que as mães dos mutantes haviam passado por algum tratamento proibido na clínica, e era por isso que aqueles inúmeros mutantes nasceram daquele jeito; modificados.

Fleur continuou investigando a clínica Delart por várias semanas. Ela interrogou enfermeiras e até algumas pacientes que juravam não fazer a menor ideia do que Fleur estava falando - das experiências genéticas em seres humanos realizadas naquela clínica -. Fleur não tinha provas sobre sua teoria, mas a cada dia que se passava na cidade de Manchester, a policial tinha mais certeza de que era aquela a linha de investigação que toda a delegacia precisava seguir. Os mutantes e suas famílias não tinha nenhuma conexão com aquele crime; era alguém muito psicótico que realizava as experiências na clínica Delart.

Mas as coisas começaram a dar errado. Fleur acabou contando de sua teoria para Lewis e Andrew, e eles imediatamente negaram qualquer possibilidade do que ela estava falando ser realmente o caso daquela investigação. Era como se eles soubessem exatamente o que estava acontecendo, e omitissem evidentemente tudo da polícia, e de outros poucos agentes da delegacia que também achavam que os pais dos mutantes não tinham ligação àquele crime. Então a mulher começou a perceber que estava sendo seguida em muitas das vezes que ela saía da delegacia para investigar mais profundamente o caso. Mas ela não tinha medo, e ela estava decidida a desvendar aquela história e prender quem quer que fosse o realizador de experiências proibidas em seres humanos.

– Você resolveu se meter onde não devia, Delacour. - Um policial barbudo agarrava fortemente a cintura de Fleur com a mão esquerda, enquanto segurava um fuzil AK-47 em sua outra mão. Fleur conhecia aquele homem, trabalhou ao lado dele por vários anos e só agora entendia que ele realmente havia escolhido o caminho do crime junto de Lewis e Andrew. Era revoltante para ela, saber que seus colegas de trabalho, homens que deveriam proteger a população e defender pessoas inocentes de bandidos, se tornaram exatamente os bandidos que eles deveriam caçar.

Fleur já havia desvendado toda a história dos mutantes. Ela sabia que era Bellatrix Lestrange quem havia feito as experiências proibidas nos embriões humanos, ela sabia que as experiências perigosas haviam todas sido mandadas para a ilha e aprisionadas no laboratório, e ela sabia que Bellatrix continuava a realizar aquelas malditas experiências.

Manchester tinha sido invadida por mutantes selvagens mas os policiais da delegacia capturaram praticamente todos, a mando de Lewis e Andrew, e todos os capturados tinham sido aprisionados no laboratório secreto de Bellatrix. Fleur também sabia que Lewis e Andrew estavam envolvidos com a médica, mas disso ela não tinha a certeza. Fleur só teve essa certeza quando chegou na ilha e foi capturada por vários de seus colegas da delegacia, colegas esses que agora já não estavam mais do lado dela; eles a viam como impostora, e Fleur estava em perigo.

– Eu não acredito que você também está envolvido nesse podre, Fredo. - Fleur se debatia e tentava se soltar do policial; ela havia sido desarmada e estava em total desvantagem. Apesar de Fleur saber lutar muito bem, ela não era mais forte do que todos aqueles policiais, que antigamente costumavam trabalhar junto com ela. Fleur estava completamente revoltada.

– Pode acreditar, viu? - O homem apertou a costela de Fleur quando a loira tentou mais uma vez se soltar. Fleur gemeu de dor. Ela estava soada e tinha sido arrastada por toda a ilha até o laboratório que estava um caos; Fredo e os outros policiais apedrejaram a porta metálica do laboratório com suas armas de fogo, e invadiram ferozmente aquele lugar. O corpo de Andrew Hart morto do lado de fora do laboratório só deixou ainda mais claro que uma guerra errado estava acontecendo ali dentro. - Nós te avisamos pra não meter o bedelho nessa história. Agora você vai se ver com o Lewis e com nossa amiga Bellatrix.

– Será que ele tá vivo? - Indagou outro policial, de cabelos grisalhos e nariz grande. Tudo no laboratório estava fora do lugar; as celas estavam todas abertas e havia cacos de vidro e metal espalhados por todo canto do chão nos corredores. Objetos de dentro das celas, como pratos de comida, algumas seringas vazia e partes de correntes quebradas no meio também estavam espalhadas pelo chão. Ouvia-se muito ruído ecoando das paredes dos laboratórios, além de alguns gritos, e vez ou outra, tiros. Era como se estivesse acontecendo uma carnificina naquele lugar.

– Vamos procurá-lo! - Ordenou Fredo, quem forçava a manter Fleur presa em seu braço. - Os mutantes rebeldes que estão contra a Bellatrix com certeza estão aqui dentro, também temos que encontrá-los. A ordem é atirar na perna para retardá-los e levá-los para o porão, onde eles ficarão presos.

– Vocês não podem fazer isso, eles são inocentes! - Fleur se debateu e tentou acertar uma cotovelada no abdômen de Fredo, apesar de ele estar de colete; ela sabia que era vão. O homem agilmente subiu sua mão que agarrava a cintura da policial, e segurou de forma brutal o rosto de Fleur.

Com as investigações dela sobre o caso dos mutantes, Fleur descobriu a identidade de cada ser geneticamente modificado na clínica Delart; ela sabia exatamente quais eram os mutantes que representavam perigo pra sociedade, e quais eram os que estavam apenas procurando a verdade sobre aquela loucura; além do mais, os nomes de Rony Weasley, Gina Whotsley, Hermione Granger, Clove e Harry Potter, Draco e Cato Malfoy, Luna Lovegood, Rose Listey e Scorpius Moddley passaram a ser comuns nos noticiários depois de um tempo; segundo os jornais, esses eram os mutantes mais perigosos e que precisavam urgentemente serem encontrados e aprisionados em celas especiais da delegacia, que passou a temporariamente ter o nome de DECOMM, mais especificamente: Delegacia de Controle de Mutantes de Manchester. Fleur achava tudo aquilo simplesmente revoltante.

– Eles não são inocentes. - Fredo machucava o rosto de Fleur com a intensidade em que seus dedos apertavam-na. - E eles ficarão presos nesse lugar pra sempre.

– Você é um estúpido. - Fleur cuspiu as palavras e recebeu um olhar fuzilante do policial como resposta; ele quis machucá-la naquele momento, mas tinha muito o que fazer no laboratório de Bellatrix.

– Fredo, não vamos conseguir retardar o mutante que se regenera. - Comentou um outro policial, com sua arma erguida no ar e o dedo no gatilho, pronto para atacar se fosse atacado.

– É, eu sei. - O homem narigudo raspou a garganta, irritadiço. Soltou o rosto de Fleur e voltou a prender a policia, dessa vez segurando-a pelo braço. - Aquele maldito dá trabalho. Mas Bellatrix já me ensinou a capturá-lo.

– Como? - Indagou César, intrigado.

– Com uma seringa.. - Fredo baixou seu olhar até um dos bolsos de seu colete. - uma seringa que paralisa os poderes dessas criaturas malditas. Sem poderes, Cato Malfoy não é nada páreo para nós.

– Nenhum deles é. - Garantiu César, olhando Fredo por sobre o ombro.

– Eu sou. - Fleur chutou fortemente a canela de Fredo e se livrou das mãos do policial. Ele praguejou em dor, e imediatamente atacou Fleur para capturá-la mais uma vez; entretanto, Fleur sabia que era mais esperta do que todos eles, e isso poderia ajudá-la a escapar daqueles policias infelizes que enganou toda a população de Manchester, além de ter enganado a própria agente da delegacia. Fleur só se conformaria quando visse todos eles atrás das grades, e ela faria de tudo para que isso acontecesse. Ela ainda acreditava que existia sim honestidade no ramo policial, e ela faria de tudo para que a justiça fosse feita. Astutamente, Fleur chutou o fuzil da mão de Fredo, e ela conseguiu capturar a arma no ar. Sabendo que estava prestes a ser fuzilada pelos outros policiais, que não teriam dó, Fleur apontou sua arma para Fredo o mais rápido que pôde, ameaçando qualquer movimento que outros policiais dessem. - Se alguém se aproximar, eu atiro. - Fleur alertou-os, mirando o fuzil para Fredo, que respirava descompassadamente e fuzilava a policial com o olhar, mesmo amendrontado.

– Não façam nada. - Ordenou Fredo aos outros homens. Fleur assentiu, concordando com as palavras dele.

Lentamente, a policial começou a se afastar dos agentes, sem se descuidar por um segundo sequer de sua segurança. Ela ainda mirava o fuzil em suas mãos em direção a Fredo e seus olhos captavam todos os movimentos os outros policiais. Quando Fleur chegou até um dos corredores de pouquíssima visibilidade, já que as lâmpadas de sensores avermelhados tinham sido estouradas.

Fleur soltou uma respiração pesada. Ela sabia que estava se arriscando, e que tinha grandes chances de ser morta naquele lugar, mas seu instinto de justiceira lhe falava mais alto. A mulher precisava encontrar aqueles mutantes do bem, encontrar Bellatrix Lestrange, e então colocar seu plano em prática. No fim do dia, tudo teria de acabar bem. Fleur torcia imensamente por isso.

Distante o suficiente pra poder fugir dos policiais, Fleur mirou o fuzil acima da cabeça de Fredo e disparou várias balas contra o ar, assustando os agentes e fazendo-os se protegerem.

Com essa distração, Fleur sumiu pelo corredor e começou sua busca pelos mutantes do bem. Ela precisava encontrá-los o mais rápido possível, antes que fosse morta. Não podia nem imaginar esbarrar em algum mutante com genes de leão, ou em mutantes com habilidades de invadir a mente humana e destruí-la sem esforços. Fleur era uma policial, mas acima de tudo, era uma humana. Ela era esperta, mas não tinha nenhum poder que a ajudaria a ficar viva naquela batalha.

Tudo o que Fleur precisava era encontrar os mutantes do bem e explicar o perigo que eles estavam correndo.

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Rose não fazia a menor ideia de onde estava naquele laboratório, mas seus passos não sessavam em momento algum; ela e os amigos já haviam encontrado a listra vermelha do chão que os levariam até Clove e Draco. Eles estavam no caminho certo, mas aquela área afastada e profunda do laboratório parecia ainda mais perigosa. Inúmeros mutantes soltos das celas já haviam atacado-os e Scorpius e Harry conseguiram até alguns ferimentos nos braços enquanto lutavam com um homem-serpente. Se Rose ainda acreditava que existia algo impossível naquele mundo de mutações, depois que viu um homem se transformar em uma serpente frente a seus olhos, ela chegou à conclusão plena de que Bellatrix Lestrange era realmente bizarra, e suas experiências, totalmente inacreditáveis.

– Rose, a faixa vermelha acaba ali. - Avisou Scorpius, enquanto tossia um pouco de sangue. Ele realmente estava machucado em consequência do ataque que sofreu há poucos minutos.

– Eles deviam estar aqui. - Rose paralisou imediatamente quando pisou no fim da listra vermelha no chão. Eles haviam chegado sim no lugar onde Rose viu com seus poderes de clarividência. As paredes brancas manchadas de sangue e sujeira denunciavam claramente que era ali onde Clove e Draco estavam quando Rose visualizou-os em sua cabeça; ela lembrava dessas paredes e da faixa vermelha no chão. Eles estavam onde precisavam estar, mas os amigos pareciam ter sumido.

– Ah, merda. - Harry bufou e bagunçou os cabelos. - Será que eles foram atacados?

– Eu não sei. - Rose alisou a testa com as mãos; ela sentia suas energias esgotadas, mas ao mesmo tempo, sentia um calor muito grande dentro de seu corpo. Era como se uma chama estivesse mantendo-a de pé, e pronta pra lutar contra qualquer ataque.

– O sangue está seco. - Rony analisou as manchas vermelhas nas paredes. - Não é deles.

– Eles devem estar por aqui, vamos procurar e.. - Quando Harry começou a falar, uma mulher cruzou o caminho do corredor onde eles estavam, assustando-os e deixando-os em alerta. A figura da mulher era de arrepiar; ela tinha cabelos longos e bem vermelhos completamente bagunçados, o seu rosto era deformado com várias cicatrizes e suas pernas eram e pés eram inversamente proporcional ao seu corpo.

– Porra, o que é isso? - Scorpius tinha os olhos arregalados.

– É como.. - Rose parecia perplexa e nem conseguiu terminar suas palavras.

– Um curupira. - Rony completou a frase. Eles estavam chocados com a visão da mulher. Aquela mutante deveria ter sofrido experiências horrorosas nas mãos de Bellatrix para ter aquela forma. Rose chegou a sentir dor.

– Eu quero sair daqui! - A mutante curupira urrou, seus berros fizeram Rony, Rose, Scorpius e Harry se afastarem instintivamente.

– Calma, nós também qu.. - Rony tentou tranquilizá-la; ela parecia estar completamente revoltada com Bellatrix Lestrange e afim de fugir daquela prisão, então talvez aquela mutante pudesse se unir ao grupo e ajudá-los e escapar. Mas a mulher não pareceu nada amigável quando começou a expelir um líquido avermelhado e fervente de suas mãos; não era fogo, era como lava de um vulcão.

– Eu quero sair daqui! - Ela berrou mais uma vez, e mirou as mãos em direção aos mutantes, lançando a lava destruidora em direção a eles.

– ROSE! - Scorpius agarrou os braços de Rose e puxou a garota para o chão imediatamente; a lava fervente veio de encontro a eles com extrema rapidez. Rony e Harry também se jogaram no chão, escapando por pouco de terem parte do corpo derretida pelos poderes chocantes da mutante curupira.

– Como vamos escapar disso? - Rony sabia que a mulher estava mirando novamente suas mãos para eles, que agora estavam agachados no chão. O corredor de paredes brancas era muito extenso e não havia nenhuma porta por ali, nenhuma cela, nenhum lugar para onde eles pudessem correr e se proteger. E sem Luna ali para curá-los, morreriam em poucos segundos.

Mas algo súbito os surpreendeu. Inicialmente, Rose pensou estar ficando louca quando viu alguém saindo de dentro de uma das paredes e agarrando o corpo da mutante curupira, atacando-a. Entretanto, sabendo que suas vistas estavam extremamente aguçadas e que tudo era possível de acontecer naquele laboratório; Rose viu Draco Malfoy lutando com a mutante que atacava o grupo; e depois de longos segundos sendo eletrocutada pelas mãos de Draco, a mulher curupira caiu ao chão, já sem vida.

Rose se ergueu do chão, e ao lado dela, Scorpius também fez o mesmo. Rony e Harry, bastante perplexos, também ficaram de pé e observaram Draco se aproximar deles; o garoto Malfoy tinha o rosto bem machucado e seus cabelos estavam desgrenhados, junto de sua respiração totalmente acelerada.

– Draco. - Rose sentiu um enorme alívio quando pôde ver o amigo de perto, e ela sabia que Scorpius, Rony e Harry se sentiram da mesma forma. Além de terem sidos salvos por Draco, o garoto estava vivo, e era provável que Clove também. As esperanças haviam sido revitalizadas.

– Como você fez aquilo? - Rony ainda estava pasmo; Draco começou a cumprimentar os amigos: Rose com um abraço, e Scorpius e Harry com um caloroso aperto de mão. Quando o loiro foi cumprimentar Rony, soltou um sorriso convencido.

– De nada. - Draco brincou, se gabando. Rony riu e apertou a mão do amigo.

– É sério, como fez aquilo? - Rose também estava surpresa. Ainda não conhecia aquela habilidade de Draco, inclusive, também não sabia que o mutante era capaz de dar choques elétricos nas pessoas. Ela só sabia que Draco conseguia controlar o tempo.

– Consigo atravessar as coisas. - Explicou o loiro, respirando fundo. - E acho que agora estou mais forte, não sei explicar.

– É, eu também me sinto assim. - Rose disse, entendendo a situação. Era como se eles estivessem conseguindo controlar melhor seus poderes e se fortalecer ainda mais, justamente por consequência de todos os perigos que estavam enfrentando. Mas não eram todos eles que se sentiam assim; Rony por exemplo, só estava conseguindo materializar com mais precisão os objetos que eles precisavam - tanto que, ainda há pouco, o ruivo conseguiu materializar uma garrafa com água pois eles estavam necessitando de hidratação -, mas o teletransporte de Rony ainda não funcionava.

– Onde está a Clove? - Harry se aproximou de Draco, exasperado. - Ela estava com você, não estava? Ela tá bem?

– Tá, calma, calma! - Draco assentiu várias vezes e os olhos de Harry cintilaram. - Ela tá bem, ela tá bem. E nós conseguimos ajuda.

– Ajuda de quem? - Rony ficou estupefato com a ideia de conseguirem ajuda para sobreviverem naquele laboratório.

– Me leve até a Clove, eu preciso ver ela. - Harry segurou o braço de Draco e disse firmemente. Draco sabia como Harry se sentia, ele sabia que cada vez que o irmão se separava da irmã, o desespero de um se perder do outro crescia imensamente dentro de cada um deles. Draco sabia disso porque era assim que se sentia quando tinha que se separar de Cato; depois de todos os perigos que ele teve de enfrentar na ilha, depois de todas as situações precárias e agonizantes que precisou vivenciar, Draco entendeu que era a união e o afeto que cada um dos mutantes do grupo sentiam por alguém, que fazia tudo valer a pena. Draco amava seu irmão, não podia sequer imaginar perdê-lo; e ele sentia esse mesmo medo com Luna, a garota que o fez sentir-se vivo em meio a todo aquele inferno. E desde então, Draco presava imensamente pela segurança do irmão e de Luna, e ele sabia que Harry sentia o mesmo em relação à Clove e à Gina.

– PODEM SAIR! - Draco gritou para que Clove e Snape pudessem ouvi-lo. Rony, Rose e Scorpius se entreolharam, enquanto Harry fixava seus olhos em Draco sem entender.

Uma porta camuflada se abriu em meio à parede branca, exatamente onde Draco tinha surgido há poucos minutos e enfrentando a mutante curupira. Um homem de vestes pretas e longas foi o primeiro a sair de lá de dentro, não antes sem checar a área para ver se estava seguro. Rony reconheceu imediatamente Severo Snape.

– Severo? - Rony ficou ainda mais surpreso. Então a ajuda que Draco e Clove tinham conseguido era daquele homem? O homem que contou naquele pendrive do pai de Gina, sobre Bellatrix e sobre sua ilha secreta?

– Ele é nossa ajuda. - Draco contou, quando Snape se aproximou deles, deixando a porta por onde saiu aberta.

– Acho que eu não me surpreendo com mais nada. - Scorpius comentou, meio abobado.

– É, eu também não. - Rose olhou o loiro, tão surpresa quanto os outros amigos.

Eles realmente passavam por situações totalmente inusitadas. Desde que começaram a ser perseguidos pela polícia, ainda em Manchester, cada novo descobrimento se tornava único para eles. Eles descobriram ser mais poderosos do que podiam imaginar; descobriram a força da união e da amizade quando se encontraram; descobriram a paixão em meio a tanta contradição do bem e do mal; descobriram que eram capazes de matar o que queria matá-los para proteger a quem amavam; descobriram que tudo de inimaginável era sim possível, e que juntos eles não desistiriam de fazerem justiça contra tudo que tentava separá-los.

Quando Clove saiu pela porta e reencontrou os olhares dos amigos, ela sentiu seu corpo se fortalecer um pouco mais, preparando-a para enfrentar tudo de ruim que ainda poderia esperá-los; ela sentiu que aquelas pessoas eram seu real motivo para não desistir, pelo contrário, eles eram a força dela. Clove sempre se fez de durona; ela era forte, sabia disso. Mas também sabia que por dentro, tinha um coração imenso, e cada um de seus amigos havia conquistado um espaço lá dentro dela.

Ela abraçou Harry fortemente quando o irmão veio ao seu encontro; suspirou quando pôde ter a certeza de que o garoto estava bem. Clove não via Cato por ali, e talvez isso fez a morena enriquecer de forças para continuar vasculhando aquele laboratório, lutando com mutantes selvagens, se ferindo nas lutas, mas continuando na esperança de encontrar paz quando aquele dia chegasse ao fim.

Clove estava decidida, e sabia que não era apenas ela que pensava daquela forma. Eles não morreriam naquele laboratório, a união deles não iria permitir que o grupo se quebrasse.

Clove e Cato;

Draco e Luna;

Harry e Gina;

Hermione e Rony;

Rose e Scorpius;

todos eles estavam interligados.

E eles venceriam.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de comentar, hein?
Espero que tenham gostado.

XX, Jen



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