Mutant World escrita por Jenny Lovegood
Notas iniciais do capítulo
Vamos para mais um capítulo?
— Mione? - Uma voz adentrou o quarto da morena, que estava com os dois botões da parte de trás do vertido aberto e as asas se erguiam livres sobre suas costas. Ela se olhava em frente ao espelho.
— Oi Gabi. - Sorriu para a irmã, ao se virar, e viu os olhos da mais nova rutilar.
— Nossa. - Falou boba, fixando os olhares no branco par de asas da morena. - Como elas estão grandes.
— Estão, não é? - Hermione sorriu, olhando para os lados e observando as asas balançando levemente.
— Eu queria ter asas pra poder voar também. - Gabriela confessou sonhadora, e se sentou na cama, observando Hermione encher um pouco os pulmões de ar e as asas subitamente se encolher. A morena levou as mãos até as costas, e segundos depois, terminou de abotoar o vestido.
— Pena que eu não posso voar. - Lamentou a garota e se sentou ao lado de Gabriela na cama.
— Mas não vai demorar muito pra você ficar maior de idade Mione. - A mais nova comentou.
— Mas enquanto eu estiver dentro dessa casa não vou poder. Papai e mamãe não vão deixar. - Falou tristonha.
— Você não está pensando em fugir, está? - Gabriela indagou e viu Hermione, momentaneamente, pensar na possibilidade.
— Não sei. - Respondeu, depois de segundos procurando a resposta.
— Vou te apoiar se você decidir isso.. papai e mamãe te prendem muito. - Gabriela falou com sinceridade e a irmã lhe lançou um sorriso em agradecimento. - Hmm.. Mione.. - Ela começou outro assunto,sem jeito.
— O quê? - Questionou a morena.
— Você.. hmm.. não pensa em ter um.. namorado? - A mais nova indagou, um pouco tímida, e percebeu Hermione ficar tão tímida quanto ela.
— Ah Gabi.. você sabe que eu vivo presa aqui desde pequena.. não conheço muitas pessoas além de você, mamãe e papai. - Respondeu um pouco sem jeito. - E também.. quem iria querer ficar comigo sabendo que eu sou assim? - Questionou, mais a si mesmo, e apontou para as costas.
— Você é linda Mione. Tenho certeza que se os garotos pudessem te conhecer, iam gostar de você. - Gabriela falou com sinceridade, tentando animar a irmã.
— Você não acha que tá sabendo demais sobre esse assunto pra sua idade não mocinha? - Hermione ergueu uma das sobrancelhas e, depois de ver a irmã mais corada, riu pelo nariz. - Vamos, não falei por mal.
— Tudo bem. - Gabi sorriu com as bochechas vermelhas. - Eu vou descer. - Disse se levantando da cama. - Você não vem?
— Acho que não. - Hermione voltou a recuperar o tom de tristeza. - Vou pensar um pouco. - Falou, se lembrando da ideia de fugir.
— Então está bem. Até mais anjinha. - Gabriela se despediu, sorrindo, e conseguindo também arrancar um sorriso bobo de Hermione. Depois de ver a irmã sair do quarto e fechar a porta, a morena começou a pensar.
— Fugir? - Ela indagou. - Será?
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— ROSE! - Deborah chamava pela filha, que se encontrava no quarto. - ROSE!
— OI MÃE! - A ruiva gritou lá de cima.
— DESCE AQUI! - A mulher pediu e alguns bons segundos depois ouviu os passos altos da filha descendo a escada.
— Que aconteceu? - Rose perguntou respirando um pouco ofegante, parando no último degrau da escada. Ela segurava em uma das mãos um copo com suco.
— Vem ver o que tá passando na televisão! - A mãe falou estupefata, enquanto apressava os passos rumo à sala.
Rose a seguiu, tanto curiosa quanto preocupada,mas antes de chegar ao destino viu a cabeça subitamente girar e o copo escorregou de sua mão. O baque que os estilhaços de vidro fizeram no chão chamou subitamente a atenção da mãe, que se virou e olhou perplexa a filha.
— Rose? - Deborah a chamou, se aproximando.
Mas a mente de Rose não conseguiu entender ou se quer ouvir. As imagens, com pouca nitidez começavam a se formar em sua mente.
Um tipo de escritório, cheio de papeis sobre uma mesa que tinha um computador. "Finalmente, finalmente!" Dizia um homem alto e de cabelos morenos, com um sorriso vitorioso no rosto, enquanto um outro, também alto, só que loiro, lhe entregava alguma coisa que Rose não conseguiu distinguir bem o que era. "Aqui Lewis. Nesse pendrive tem todas as informações sobre todos os mutantes." O loiro comentou e o homem, agora denominado Lewis sobre a mente de Rose, soltou um "até que enfim" de animação. "E melhor..— Continuou o loiro. - O paradeiro de cada um deles."
Rose sentiu a cabeça girar novamente e por pouco não caiu, sendo segurada pela mãe, que continuava perplexa agora mantendo a filha em pé. As imagens trocaram de lugar, e agora a ruiva pôde perceber a presença do seu próprio pai, junto a um homem que ela não fazia a menor ideia de quem era. "Eu tenho dois filhos.. eles são especiais." Comentava sussurrando, o homem com aparência jovem, à Patrick que não parecia nem um pouco surpreso. "A minha filha também é especial. Eu nunca quis acreditar. Mas no fundo sempre soube." Patrick confessou. As vozes faziam a cabeça de Rose latejar. "Eles estão correndo perigo." A voz aguda do pai ecoava. "Precisamos tirá-los daqui." Rose ouviu o sussurro do homem sem identidade, antes das imagens finalmente se apagarem de sua mente.
A ruiva cambaleou,e sendo novamente aparada pela mãe, conseguiu voltar a si e visualizou os olhos atônitos de Deborah sobre o seu.
— Filha, quê aconteceu? - A mãe perguntou ao perceber que a filha recobrava os sentidos.
— Meu pai.. cadê ele? - Indagou, e antes mesmo da mãe respondeu saiu apressada pela casa.- PAI! PAI!
— O quê que foi Rose? - Deborah perguntava espantada, enquanto tentava acompanhar a filha.
— PAI! - Ela continuava a gritar.
— Que foi minha filha? - Patrick adentrou a sala, assustado com os gritos que ouvia.
— Quem é ele? - Rose indagou, se aproximando do pai.
— Ele quem? - O homem perguntou sem entender. - De quem que você tá falando Rose?
— Eu vi pai. - A ruiva começou. - O senhor e um homem hoje. Falando sobre os mutantes.
— O quê? - Patrick arregalou os olhos e entreolhou Deborah, que estava estupefata. - Mas que homem, Rose, do que você tá falando? Eu não me conversei com homem nenhum hoje Rose, são 10 da manhã.
— Não.. ainda vai acontecer. - Constatou Rose. - Então o senhor sabia?
— Sabia de quê Rose? - Questionou o homem, atordoado por completo.
— Sempre soube que eu era uma mutante, não é? - A ruiva indagou.
— Uma o quê? Rose dá pra falar alguma coisa com sentido?
— Pai, me escuta. - Ela começou, encarando o pai nos olhos. Olhos esses que demonstravam súplica. - O senhor está correndo perigo. O senhor e a mamãe. - Ela olhou Deborah de esguelha. Viu que o pai ia a interromper, e continuou.- O senhor precisa concordar com o que esse homem vai dizer ao senhor.
— Mas que homem filha? - Ele questionou quase desesperado.
— Eu não sei, eu não sei. Ele parece jovem, é moreno e tem castanho-esverdeados. Não consegui ouvir o nome dele. - Ela explicou.
— Você viu mesmo isso acontecer filha? - Deborah questionou pasmada.
— Vi. Assim como vi sua festa ser cancelada, aquele quase acidente que a gente ia sofrer quando eu tinha 11 anos.. - A ruiva replicou olhando a mãe e agora os pais estavam perplexos. - Pai. - Ela se voltou à Patrick. - Eu sei que o senhor sabe quem é ele. Acho que já se conhecem há algum tempo, não tenho certeza. Mas o senhor precisa aceitar o que ele vai te propôr.
— E o que ele vai me propor Rose? - Patrick perguntou atônito.
— Isso o senhor só vai saber na hora. - A ruiva respondeu com sensatez.
— Não.. - O homem começou, descrente, enquanto permitia uma lembrança adentrar sua mente.
— Quê foi Patri? - Deborah questionou assustada.
— Esse homem não seria.. o James? - Ele olhou a filha.
— Eu não sei o nome dele. - Rose tornou a explicar.
— Quem é James? - Perguntou a mulher.
— Ele comprou um carro da empresa uma vez. Ele ainda paga as prestações. Enfim, a gente manteve contato por um tempo, ele pareceu ser um bom homem. E uma vez ele deixou escapar que os filhos eram diferentes.
— Com certeza.. com certeza é esse homem, porque ele disse que tem dois filhos especiais. - Rose concluiu.
— É claro. Clove e Harry, esse é o nome dos filhos deles. - Completou o homem um tanto atordoado.
— Não importa o quê aconteça pai. O senhor precisa aceitar o que aquele homem tem a te dizer. - Rose falou suplicantemente.
— Como você sabe que é o certo a se aceitar filha? - Deborah indagou.
— Simplesmente sei. - A ruiva respondeu olhando séria para os pais.
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— Você viu a notícia que saiu na tv? - Clove perguntou alarmada, adentrando o quarto de Harry e batendo a porta com força.
— Acabou de sair na internet. - O moreno falou preocupado, se levantando de imediato da cadeira e encarando a irmã.
— A gente precisa dar o fora Harry. - Clove parecia uma pilha de nervos enquanto as palavas saltavam de sua boca.
— Dar o fora? - Ele indagou, incrédulo. - Ficou maluca?
— A polícia tá usando soro da verdade Harry. Se pegarem nossos pais todos nós vamos estar ferrados. - A morena replicou.
— Clove, não podemos simplesmente dar o fora. Você nem é maior de idade ainda. - Harry começou mas viu a irmã contradizer.
— Quem se importa pra droga da minha idade Harry? Não é só nós dois que estamos correndo perigo, nossos pais também estão. - Clove contrapôs, um tanto indignada.
— Mas mesmo assim, não podemos ir embora daqui sem avisar eles.. e outra, a gente não tem nem pra onde ir! - O moreno tentou argumentar.
— Olha, eu não vou deixar você ficar aqui e morrer, tá bom? - Ela respondeu irritada.
— Calma Clove! - Ele pediu e a irmã bufou.
— Ás vezes você me dá nos nervos Potter. - A morena falou entre os dentes e fez Harry soltar uma leve risada.
— Tá bom garota, tá bom. - Ele falou se rendendo. - Nem vou discutir porque sei que você não vai tirar essa ideia estúpida da cabeça. A gente vai embora.
— Essa não é uma ideia estúpida. E Potter, eu te amo. - Clove brincou, reprimindo a tensão, e riu pelo nariz, enquanto via Harry revirar os olhos.
— Mas olha.. só aceito ir se falarmos antes com nossos pais.. - Ele argumentou.
— Tudo bem, até porque se a gente não avisasse, eles iam ficar malucos e iam querer vir atrás da gente. - Clove concluiu.
— E tudo que a gente menos precisa é de colocar nossos pais em risco agora. - O moreno completou.
— Você não percebe Harry? - Ela indagou. - Eles já estão em risco.
— Odeio ter que concordar com você. - Harry falou, mas a si mesmo do que à garota e ela revirou os olhos.
— Vou encontrar o Patrick agora. —
— Ouviu isso? - Clove perguntou erguendo uma das sobrancelhas.
— Vem da sala. - Harry concluiu. - Vem, vamo escutar. - Eles foram até a porta do quarto e a abriram, com cuidado. Viram o pai, James de costas para eles e a mãe, Lily logo à frente.
— Vai falar com ele sobre nossos filhos? - Lily questionou.
— Vou. Você lembra o que aconteceu uma vez. - O homem começou e a esposa assentiu.
— Você chegou na loja pra comprar o carro e a filha dele te disse que viu você indo comprar o carro. - Lily completou, relembrando. Clove arregalou os olhos. - Você acha que ela pode ser diferente?
— Eu tenho quase certeza, afinal, como ela poderia saber que eu iria comprar o carro? - Ele indagou e fez uma pausa agonizante. - Precisamos salvar nossos filhos Lily.
Antes que terminassem de ouvir a conversa, Harry puxou Clove para dentro do quarto novamente e fechou a porta, tomando o devido cuidado de não fazer barulho. Eles se encararam.
— Quem será essa garota? - Clove indagou curiosa.
— Não faço ideia. - Harry respondeu pensativo. - Mas precisamos conversar com nossos pais antes deles terem a brilhante ideia de irem embora com a gente e com a família dessa garota aí.
— Também acho.
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— Era por isso que a senhora tava tão preocupada não era? - Rony indagou, olhando a mãe nos olhos. - Não era?
— Ah filho.. - Ela começou, com os olhos marejando. - Eu sabia que mais cedo ou mais tarde isso ia acontecer.
— Então a senhora sabia que existia mais como eu, não é? - Ele questionou, firme.
— S-sabia. - Ela falou entre uma falha. - É aquela clínica.
— Clínica? - Rony perguntou sem entender.
— A clínica em que eu fiz o seu Pré-Natal. - Molly começou a explicar. - Muitas coisas estranhas acontecem por lá. Na época eu não sabia.
— Coisas estranhas? - Ele ergueu as sobrancelhas.
— É. A doutora que acompanhou minha gravidez era fascinada por ciência. Pelo menos era o que ela sempre dizia. - Molly falou relembrando. - Eu não sei, mas tenho a impressão de que ela fez alguma coisa em mim antes de você nascer.
— Tá dizendo que ela modificou alguma coisa mãe? - O ruivo ficou pasmo.
— Eu acho que sim.. depois que eu tive você, fiquei mais alguns dias na clínica. E bom, ouvi um boato de que uma bebezinha tinha nascido com asas. - Molly falou em um tom quase inaudível, como se alguém pudesse os ouvir. Rony arregalou os olhos.
— Com asas? - Ele questionou,incrédulo.- Mas isso não era verdade, era?
— Não sei.. nunca mais voltei lá. - Molly completou.
— Mas e essa mulher.. essa doutora.. a senhora nunca mais teve notícias dela? - O ruivo perguntou.
— Nunca mais.
— Nossa.. - Ele estranhou.- Qual o nome dessa clínica mãe? Ela ainda funciona?
— Acho que sim. O nome é .. Del.. De.. - Molly vasculhou o cérebro. - Delart. Isso. Clínica Delart.
— Clínica Delart.. - Rony repetiu, pensativo. - Aí tem viu..
— Ah meu filho.. eu tô com tanto medo de algo acontecer a você. - A mulher confessou, e em segundos ganhou um abraço confortante do filho.
— Não fala assim tá bom.. nada vai me acontecer. Mas olha.. a senhora tem que prometer que não vai sair daqui, nem pra ir ao mercado, nem pra ir trabalhar, pra lugar nenhum.. - Rony pediu.
— Mas Rony, eu não posso.. - Molly começou e fui interrompida pelo filho, que a olhou nos olhos, segurando em seus ombros.
— Tem que prometer mãe. - Ele voltou a pedir e viu a mãe ficar sem resposta por algum tempo.
— Tudo bem.. - Ela falou,por fim. - Eu prometo.
— A gente vai dar um jeito tá bom? - Rony voltou a abraçá-la. Eu prometo.
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— Oi filha! - Katy falou com um sorriso gentil sobre os lábios ao ver a filha adentrar a cozinha. Era hora do almoço.
— Oi mãe. - A morena cumprimentou, com simplicidade mas sem sorrir, e se sentou em uma cadeira, logo começando a se servir.
— Mãe, eu vi as asas da Mione hoje. - Gabriela comentou sorrindo. - Elas estão enormes.
— É mesmo filha? - Katy indagou, sorrindo de um jeito torto e falso, como se a infelicidade estivesse presente ali. Hermione percebeu, e olhou de relance para o pai.
— Que aconteceu? - Perguntou Hermione desconfiada, e viu o pai pigarrear..
— Hmm, é.. bem.. - Mark começou, tentando encontrar uma maneira de falar. - Filha, eu conversei com um médico. Um médico de confiança.
— Médico? Pra quê? - A morena indagou, desconfiada e viu os olhares da mãe abaixarem por sobre a mesa. - Que tá acontecendo?
— Hermione, eu marquei uma cirurgia. - O homem deixou as palavras escaparem por sua boca.
— Cirurgia? - Hermione questionou, já se assustando, e se levantou da cadeira. - Pra quê? Quem vai fazer cirurgia? - Ela se alarmou.
— Você filha. Essa cirurgia vai ser pra retirada das suas asas. - Mark concluiu.
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Mereço reviews ou tomates?