Mutant World escrita por Jenny Lovegood


Capítulo 39
Planejando Armadilhas


Notas iniciais do capítulo

O capítulo ficou pequeno, mas eu estava um pouco "sem cabeça" enquanto o escrevia. Então, me perdoem se não tiver ficado bom.



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– Está brava comigo também? - Quando Draco seguiu Luna até um ponto da mata afastado o suficiente para que os amigos não ouvissem a conversa que ele teria com a garota, o loiro se aproximou dela, já que os passos fortes e apressados de Luna haviam cessados. Ela cobria o rosto com as mãos, de longe podia-se ouvir a respiração pesada escapando por seus lábios.

– Não sei o que estou sentindo. - Confessou ela, depois de deixá-lo sem resposta por longos segundos. Draco entrou na frente da loira, mas continuou escondendo o rosto com as mãos.

– Olhe pra mim. - Pediu ele, tocando as mãos de Luna e descobrindo o rosto dela. Os olhos azuis da garota estavam vermelhos, lacrimejavam. - Quer conversar sobre isso? - Indagou ele, serenamente. Com o polegar esquerdo, Draco acariciou o queixo da loira.

– Eu só.. - Luna respirou fundo enquanto sentia a carícia dele. Os rostos se fitaram. - Tá tudo tão difícil. Eu não sei se consigo aguentar mais.

– Não diz isso. - Draco tocou os lábios de Luna com o dedo, calando-a. - É claro que você vai aguentar. Nós vamos conseguir sair desse lugar.

– Você não entende. - Luna se afastou dele. Enfiando as mãos entre os cabelos, a loira ergueu o olhar até vislumbrar o céu claro. O dia tinha amanhecido. - Eu tô agindo contra todos meus princípios nessa ilha, e isso tá me destruindo. Matei uma pessoa, agora vou ter que comer animais pra não morrer de fome.. Isso tá totalmente errado.

– Você acha que eu também não me sinto assim? - Draco respirou fundo. - Tá tão difícil pra mim quanto pra você. Pra todos nós.

– Você achou o seu irmão. - Luna retrucou, sua voz demonstrou ressentimento. Não sabia se era egoísmo, mas quando a garota parava para pensar, percebia estar descobrindo um turbilhão de novos sentimentos dentro dela. E Luna não sabia se aquilo era bom ou ruim. - E sua mãe está de volta. Isso deve significar algo, não é? Você não está sozinho..

– Você também não está sozinha! - Draco rebateu prontamente, um pouco indignado. - Todos estamos juntos nessa.

– É diferente. - Luna puxou alguns fios de seu cabelo com as mãos, ela estava realmente atormentada.

– Não é nada diferente. - Draco tentou se aproximar, mas Luna novamente se afastou. Contraindo os lábios, Draco segurou-a pelo braço e fez a garota o olhar nos olhos. - Estamos juntos sim! E eu sei que você tá enfrentando uma barra, mas eu também estou. A minha mãe estava sendo uma cobaia para aquela maluca da Bellatrix, aliás, minha mãe pode estar gerando um novo mutante. Você acha que isso não me deixa preocupado? E o meu irmão? Ele tá solto por essa ilha tentando achar alguma coisa que faça os nossos dias de durarem mais um pouco. Ele tá sozinho, ele quis nos ajudar. Então você não pode dizer que está sozinha.

– Você já tem problemas demais pra se preocupar com o que eu digo ou penso. - Luna demonstrou mágoa. Sabia que ele estava nervoso, e o entendia. Até porque, ela também estava. Mas Luna estava totalmente sem controle de seus sentimentos.

– Para. - Draco ainda a segurava pelo braço, encarava fixamente os olhos de Luna. - Eu me importo com você. E eu não quero que pense bobagens.

– Não são bobagens. - Luna aumentou o tom de voz, os dois estavam frente a frente. - É a verdade. Você não precisa se preocupar comigo. Eu sou fraca, Draco.

– Não, você não é! - Draco também ergueu a voz, apertou o braço dela com certa força. - Você é forte. E precisa entender isso de uma vez!

– Eu não preciso entender nada! - Luna gritou, puxando seu braço abruptamente e se afastando do garoto. Draco respirou fundo e bagunçou os cabelos. - Eu não quero entender. Eu não quero continuar lutando..

– Você tem que continuar. - Draco contrapôs, ficou nervoso ao ouvir aquelas palavras.

– Eu tenho? - Luna riu cinicamente. - Quem disse?

– Luna.. - Draco precisava fazê-la enxergar novamente seus objetivos. - Você não pode desistir. Pense em seu pai...

– Meu pai provavelmente tá morto. - O tom de voz frio e entristecido dela fez Draco insistir em uma aproximação.

– Então pense em mim. - Pediu ele, depois de um silêncio gélido se formar entre os dois. Luna o olhava, mas parecia distante. Draco estava perto, mas ainda pareciam distantes. Quando o loiro pediu, Luna olhou-o nos olhos. - Se você não tem mais razões pra continuar, tenta continuar por mim.

– Não me olhe desse jeito. - Ela quase suplicou, quando percebeu seu coração amolecer com aquele olhar pedinte e entristecido dele.

Luna estava visivelmente confusa. Sentia vontade de desistir de tudo. Sentia arrepios pelo corpo ao lembrar do tiro que disparou contra a mutante da invisibilidade. Tinha matado uma pessoa, e seu repugno contra si mesma era notório. Queria desistir. Ela queria muito desistir de tudo aquilo. Estava perdida em uma ilha cheia de perigos, e pra sobreviver, tinha que matar. Aquela sina chegava a ser cruel. Sentia uma imensa saudade de seu pai. Da vida que tinha com ele.

Mas, quando estava perto de Draco, quando o olhava nos olhos igual estava fazendo naquele momento.. ela sentia-se ainda mais confusa. Sentia que precisava continuar. Céus, ela não sabia mais o que pensar!

Talvez Draco estivesse certo. Afinal, estava acontecendo algo entre os dois, não estava? Luna sabia que sim. Seu coração batia forte quando Draco estava por perto, sua respiração acelerava quando ele sorria ou dizia alguma coisa que a deixava corada, e o desejando mais. Pensando em tudo aquilo, Luna já sentia a vontade de desistir esvair de seu corpo. É claro que ela estava completamente afetada por todas as coisas ruins que enfrentou. Mas, se tinha chegado até ali, por que desistir agora? Se tinha feito amigos, por que abandoná-los? Eles eram fortes juntos! Se estava conhecendo a paixão, por que desistir daquele único bom sentimento em meio às trovoadas e tempestades?

– Você tem a mim. - Draco respirou fundo quando viu a expressão fechada no rosto dela sumir, e um fraco sorriso curvar os lábios da loira. - Eu sei que não é muito, mas.. não desiste. Por mim.

– Me desculpe. - Pediu ela, se tocando de que estava agindo com frieza com o loiro, e ele não merecia. Ela gostava tanto dele. - Eu.. - Respirando fundo, Luna se aproximou de Draco. - Eu só estou muito confusa. Não sei bem o que está acontecendo comigo.

– Só quero que não desista. - Ele estava sendo sincero, e Luna sabia disso.

– Eu não vou. - Então, Luna o abraçou. Ela não tinha controle dos próprios sentimentos, mas sabia que por Draco, ela sentia algo incrivelmente bom. E isso era suficiente pra fazê-la acreditar que eles ainda viveriam coisas boas. - Desculpe as coisas que eu disse.

– Não peça desculpas. - Draco abraçou a cintura da loira intensamente, se reconfortando naquele abraço. - Só não me deixe mais com medo de te perder.

Draco conseguia entendê-la. Já não era fácil para eles encararem sem dor aquela vida que levavam. Cresceram isolados, não tiveram a chance de ter amigos. Não tiveram a chance de viver como deveriam viver. A felicidade sempre esteve nas pequenas coisas para cada um deles, e agora, eles não tinham nem mais pequenas coisas para serem felizes. Tinham que agarrar qualquer motivo que fosse para fazê-los persistirem naquela batalha.

Um turbilhão de sentimentos confundiam a cabeça e o coração de cada um deles, Draco sabia disso, porque era como ele se sentia. Evidentemente, o desespero e a vontade de desistir rondava-os cada vez que enfrentavam problemas. Cada vez que ouviam um grito, ou viam sangue.

Estavam atormentados.

E Luna parecia estar prestes a explodir, como uma bomba detonando em uma guerra.

Ela era humana demais para encarar tudo aquilo.

E era Draco quem precisava ajudá-la a enfrentar aquele destino mórbido e cruel.

– - - - - - - - - - - - - -- - - - -

– Mortos! Eles estão mortos! - Bellatrix estava furiosa. Lewis nunca tinha visto a mulher reagir daquele jeito em qualquer notícia que recebera sobre lutas entre mutantes na ilha. - Meus mutantes estão mortos!

– Isso não é novidade. - Lewis estranhava aquela enorme ira. - Não era isso o que você queria? Que os mais fortes sobrevivessem?

– Os mutantes do laboratório são minhas preciosidades! - A mulher praticamente gritava. Andava de um lado pro outro, quebrava objetos de vidro, bufava alto.

– Se você não queria que isso acontecesse, porque soltou eles pra lutar contra os outros? - Era muito complicado entender a cabeça de Bellatrix Lestrange. O policial Lewis não tinha a menor dúvida disso. A médica era completamente instável, e isso chegava a ser motivo para preocupação.

– Cala a boca, Lewis! - Ela ordenou, fuzilando-o com o olhar. - Eu criei cada um deles com perfeição, não quero perdê-los!

– Mas Bellatrix, você disse que não queria mutantes fracos aqui na ilha. E os que vieram de Manchester provaram que são fortes. - Lewis não entendia qual a lógica da extrema raiva da mulher.

– Eles vão pagar! - Bellatrix rangiu os dentes, enfiou as mãos entre os cabelos e puxou os fios pretos com força. Lewis quase arregalou os olhos. Ela estava muito enraivecida. - Cada um deles!

– Quer que eu acabe com eles? - O policial sugeriu, maliciosamente.

– Não! - A mulher praticamente rugiu, e o homem encolheu os ombros. - Eu vou lidar especialmente com eles.

– Parece que a mãe dos Malfoy não foi isca suficiente pra atraí-los.. - Lewis relembrou Bellatrix do propósito que a fez a cientista soltar sua cobaia na ilha.

– Mas eles vão vir. Não dou um dia pra esse laboratório ser invadido e eles virem resgatar os pais. E ai eles estarão ferrados. - Bellatrix fechou o punho e socou a parede atrás de seu corpo. Lewis arregalou os olhos; a mulher parecia descontrolada.

– E se não vierem? - A hipótese de Lewis deixou a mulher ainda mais irritada. Quando Bellatrix o olhou, seus olhos rutilaram em perversidade.

– Eles vão vir. - Ela garantiu, friamente. - Nem que pra isso eu tenha que mexer no calo de cada um deles.

– Pretende deixar Narcisa Malfoy solta com eles? - Lewis tentou entender o raciocínio da mulher.

– Ela não vai durar três dias. - Bellatrix teve completa convicção de suas palavras.

– Chefia, não está esquecendo que o Andrew está desaparecido, não é? - O homem relembrou do sumiço do outro policial que também era aliado de Bellatrix.

– Outros policiais da delegacia já foram chamados pra ilha, não foi? - Bellatrix viu Lewis assentir. - Eles acharão Andrew. E acho bom nenhum deles se meter com os mutantes, ouviu bem? Sou eu quem vou lidar com minhas criações.

– O que pretende fazer com eles? - Sorrateiramente, Lewis perguntou.

– Não te interessa. - Retrucou a mulher, enfurecida. - Eu acho bom você lembrar que só temos uma aliança, porque você se meteu no meu passado. Além disso, eu preciso de você e dos outros policias pra fazerem o serviço sujo com os pais dos mutantes.. Mas é somente isso, Lewis! Você não tem que entender nada do meu projeto, e nem dar palpite. Estamos entendidos? - Quando Lewis assentiu, Bellatrix respirou fundo. Ela sabia que ele não poderia se voltar contra ela, porque, caso isso acontecesse, Lewis sumiria do mapa com um estalar de dedos da mulher. Ela tinha controle sobre todos os policiais. - Agora vá abrir a porta do laboratório. Isso vai atrair a atenção deles.

– E então eles vão cair na armadilha. - Lewis dediziu.

– Exatamente. - A expressão de fúria no rosto de Bellatrix sumiu em alguns segundos, e um sorriso sombrio curvou nos lábios da mulher. - O Weasley, a Granger, os Potter, os Malfoy, a Lovegood, o Moddley, a Listey, a Whotsley.. todos eles vão tentar invadir novamente o laboratório, eu não tenho dúvidas disso. Eles precisam de mim. Precisam de mim pra fugirem da ilha.

– Mas eles não vão conseguir.. - Lewis sorriu junto, maliciosamente.

– Claro que não. E quando eles ficarem presos aqui dentro, meu querido.. Ai nós vamos ver se eles são tão fortes quanto parecem. - A frieza na voz de Bellatrix chegava a arrepiar Lewis. Acima de todos os mistérios daquela ilha, e da criação de todos aqueles seres bizarros, o maior mistério de todos era justamente Bellatrix Lestrange.

– Você pretende matá-los? - O homem arqueou as sobrancelhas e cruzou os braços.

– Eu já disse que não os quero mortos. - Rebateu Bellatrix. - Nenhum deles! Eu só quero ver quem tem capacidade de ser superdotado aqui na ilha. Eu quero vê-los honrando cada dom que tem!

– E se eles não fizerem isso?

– Ai eles não me darão escolhas. - Coçando a testa, Bellatrix vidrou seu olhar em Lewis. - Todos morrerão!


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Notas finais do capítulo

Gente, geralmente eu faço confusões com os nomes dos personagens. Eu estava revisando o capítulo anterior, e percebi que logo no começo tinha me referido à Safira como a doutora da clínica (aquela que virou vampira e atacou o Rony e a Hermione). Mas na verdade é a doutora Serena. Já corrigi o erro, mas caso aconteça novamente, vocês podem me avisar no review. São muitos personagens e isso sempre me confunde.

Próximo capítulo tá cheio de emoções. Se eu não postar até o final de semana, não se preocupem, eu posto no sábado! Já tenho o capítulo formado na minha mente, e vou escrevê-lo bem detalhadamente, então preciso de tempo.

XX, Jen.



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