Dark - Your Death is Coming escrita por gustavo


Capítulo 4
Ataque Inesperado.


Notas iniciais do capítulo

'Entramos em uma luta. Será que eles tem apenas granadas de lacrimogêneo? Tenso, eu sinto o cheiro de morte.' - Caleb.



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DARK - CAPÍTULO 4

FASE I

Ponto de Vista Caleb.

Eu não enxergava nada. Já ouvira falar dos efeitos do gás lacrimogêneo. Talvez eu ficasse temporariamente cego, ou talvez fosse apenas um rápido efeito da fumaça.

Levantei-me, tocando nas paredes, enquanto ouvia alguns gritos e arfadas no corredor do Central Hall. Como um cego, me guiei – sem saber pra onde – tocando no mármore frio. Estendi minha mão e senti uma dor imensa nela. Eu havia a cortado em alguma coisa fina.

Abri os olhos, tentando dispersar a cegues. Percebi que fora um grande erro.

Minha mão estava virada em sangue. Minha roupa estava vermelha. Olhei para trás e consegui, com um pouco de dificuldade, ver o que havia me cortado: O grande símbolo do Central Hall. A chama de fogo azul ressaltava da parede, como se fosse em 3D. Era feita de um metal fino, que ao entrar em choque com força pela minha mão, havia feito um grande estrago.

Fechei meu punho, nervoso. Olhei para trás e pude ver vários nortenhos atirados no chão, gritando (alguns fazendo até drama demais), mas o garoto que estava com a bomba havia desaparecido.

Procurei atentamente por Nate e Melissa, mas não havia nem sinal deles.

– NATE! MELISSA! – gritei, sem saber o que estava fazendo.

Entramos realmente em uma luta. Será que ele (ou eles, pois não sabíamos se havia outros esperando lá fora) tinha somente granada de lacrimogêneo. Tenso, eu sentia novamente o cheiro que senti quando vi uma pessoa morrer pela primeira vez, aos doze anos.

Eu sentia o cheiro da morte.

Alguém me puxou pelas costas, e me virei pronto para soquear. Era Alison, sussurrando alguma coisa que não entendi.

– Que? – questionei.

– Vem logo! – ela me puxou de volta para as escadas que levavam ao mesmo lugar onde estávamos antes de toda essa loucura começar.

Entramos no local e ali estavam já vários jovens. Sean passou rápido e entregou uma arma para Alison. Olhei, chocado.

– Vocês vão matá-lo?

Eles começaram a descer as escadas, e Sean gritou:

– Vamos deixá-los desacordados... por um bom tempo.

Eles desapareceram, e eu fiquei olhando para os outros jovens. De repente, saltaram Nate e Melissa. Foi um alívio vê-los de primeira. Depois, olhei para seus braços, empunhados com pistolas e sprays.

– O que vocês estão fazendo? – perguntei.

Ambos carregavam um sorriso no rosto. Nate me deu uma das pistolas que carregava e começou a caminhar rapidamente em direção á um armário.

– Vamos para a guerra! – falou Melissa. Era incrível que com todo esse caos da granada ela ainda estava intacta. Seu cabelo estava perfeito, e ainda assim permanecia sem nenhuma sujeira no rosto. – O que houve com a sua mão?

– Acidente de percurso. – respondi, observando o sangue rojando dela.

Nate abriu o armário e retirou três mascaras de oxigênio e um esparadrapo. Depois, distribuiu as máscaras, me alcançou o esparadrapo e falou:

– São ordens de Sean e Alison. Caleb, coloque isso na mão, achei ali e deve servir. Vamos!

Coloquei a máscara e enrolei o esparadrapo na minha mão sangrando. Rapidamente o pano manchou, mas isso não importava. Apenas a dor era repugnante. Acompanhei meus amigos em direção as escadas. Outros jovens ficaram nos observando, atordoados. Meu Deus, eu estava indo para minha primeira luta e estava nervoso ao manusear uma arma.

Isso foi muito esperado na minha vida.

– Mantenham distância do meio do corredor. – murmurou Nate, enquanto se recostava na parede da escada, esperando qualquer ataque surpresa. – Se avançarem, atirem.

Você não é meu professor, pensei. Decidi dar ‘a louca’ e saí correndo, tomando a frente.

– Caleb! – gritou Melissa, mas era tarde demais. Eu já estava no meio do corredor.

Olhei para os dois lados, procurando algum adversário. Não havia nenhum.

– Todos subam! Vai! – berrou Nate para alguns dos Transitores que ainda cambaleavam pelo corredor.

Ouvi alguns murmúrios baixos como ‘queremos lutar’ ou ‘não quero fugir!’, e então chamei todos.

– Subam lá, peguem armas e desçam outra vez.

Melissa me agarrou pelo braço.

– Você está maluco? Eles...

– Eles o que? – perguntei.

– Eles podem se machucar.

– Melissa eles têm nossa idade.

– Não...

– Eles devem defender o território deles. Ou não? Me diga porque você e mais todos eles vieram então?

Ela não respondeu. Todos desceram e segundos depois apareceram com pistolas de dardos tranquilizantes e máscaras. Começamos a caminhar em direção á porta. Passei pelo guarda que mais cedo havia nos xingado e vi que ele roncava, desacordado.

Chegamos na porta, todos em silêncio, e observamos o que acontecia ali.

Sean e Alison estavam ajoelhados, com as mãos para trás. Rendidos por quatorze ou quinze adolescentes da nossa idade. Alguns, que tinham uma expressão mais nojenta na cara, eram os que cercavam nossos instrutores. Os outros riam na volta, enquanto cinco ou seis faziam piadas sem graça.

– Estamos em maior número. – sussurrei para Nate e Melissa.

Ele me olhou.

– O que sugere que façamos? – perguntou-me meu amigo. Ao ver minha expressão, ele ficou sério e inclinou a cabeça. – Caleb, Caleb! Não!

– Ganhamos desses merdinhas facilmente. – olhei para trás, e vi que metade dos Transitores que estava conosco havia sumido. Estávamos em oito ou nove agora.

– Ótimo. – disse Melissa. – Como temos corajosos aqui!

Sem opções, tínhamos que ir a luta.

Abri as portas e todos os adolescentes viraram o rosto para nós. Um loiro, metido e com cara de chato deu uma gargalhada.

– Temos novos adversários! Fujam dos temidos Nortenhos!

Ele caminhou até outro garoto e sussurrou alguma coisa. O menino foi para o outro lado e ficou na espreita.

– Solte-os! – gritou Nate, enquanto os adolescentes riam.

– Esperava mais de vocês. Não tinham um grito de guerra melhor? – disse o menino loiro, levantando a mão.

Rapidamente, os outros jovens sacaram algumas coisas nos bolsos. Levantei rápido minha pistola e me preparei para atirar.

Uma menina começou a correr em nossa direção, e sem hesitar, atirei. O tiro passou pelo lado dela e um enorme sorriso apareceu em seu rosto. Ela vinha com uma seringa, e parecia objetiva.

Quando a garota chegou perto o suficiente, guardei a pistola e esperei seu salto. Deu, com certeza para notar que eu a esperava por cima. E era isso que eu queria que ela notasse.

A menina escorregou e veio deslizando, com intuito de me derrubar. Foi assim que pulei e depois, quando ela ‘freou’, saquei um canivete e me ajoelhei, colocando ele no seu pescoço. Ela deu uma arcada.

Estava sentada no chão, com as pernas esticadas e com um menino atrás dela, pondo uma faca no seu pescoço. Praticamente todos observavam aquele golpe. A menina tentou me tirar de trás dela, mas sua força fora insuficiente. Saquei minha pistola novamente, retirei o dardo e cravei com minha própria mão – boa – no seu pescoço.

A garota caiu. Eu me virei e então a grande luta começou. Alguns mão a mão, outros se escondendo para atirar e se proteger ao mesmo tempo. No meio disso, tentei correr até Sean e Alison, mas fui impedido pelo garoto loiro. Sim, era o que eu mais queria.

– Vamos representar o Oeste! – berrou o garoto, e ouvi vários gritos dos que o acompanhavam.

Levantei minha mão e dei um soco na cara dele. O garoto desabou no chão, com o nariz sangrando.

– Que grande representação! – falei.

Sem outros para lutar, procurei quem ajudar. Nate parecia dar conta de um magrelo de cabelos escuros. Todos os nortenhos (que restaram) pareciam se dar bem. Procurei Melissa. Ela não estava a vista.

Ótimo, legal. Até ela havia nos deixado.

Corri até Sam e Alison e retirei o esparadrapo da boca deles. Depois desamarrei suas mãos e ajudei-os a levantar.

– Obrigado! – disse ela, sorrindo.

– Ás ordens! – respondi. Olhei para Sean, e ele parecia me olhar com orgulho. Lembrou-me meu pai.

Em seguida, eles pegaram suas armas do chão e olharam para mim.

– Está faltando um deles. Aquele que me deu um chute no joelho. Garoto nojento! – falou Sean.

– Era o que cochichou com o coisa. Parabéns pelo golpe, aliás. – murmurou Alison, olhando em volta e procurando o menino.

Também o procurei. Não havia sinal dele. Depois dele ter sido ordenado para ficar do outro lado não dera mais as caras...

Minha ficha caiu.

– Há outra entrada? – perguntei para Sean, ofegante. – Para o Center, há outra entrada?

– Claro, tem a dos fundos e mais outras dezenas...

Saí correndo para lá, enquanto ambos meus instrutores me olhavam, perplexos.

Atravessei o Center Hall, correndo desesperado. Passei por uma porta fechada a cadeado. Outra. Depois outra. Pareciam não acabar. Dobrei, quando finalmente chegara no fim. Minhas pernas, exaustas, não aguentavam nenhum movimento mais. Apoiei-me nos joelhos e respirei muito rápido.

Olhei para a porta e vi o garoto andando de espreita.

Peguei você.

Quando me aproximei, no instante exato que ele iria entrar, ouvi uma voz feminina.

– Desculpa.

Cheguei mais perto, por trás do garoto, mantendo uma distância grande. Era Melissa na porta, encostada, sorrindo. Ela olhou para o garoto e balançou a cabeça.

– Está fechado. –disse ela rapidamente.

Em seguida, Melissa sacou sua arma e atirou no pescoço do menino.

O garoto cambaleou, com a mão sob o dardo. Ele tentara retirar, mas não dera certo.

O menino caiu no chão, e Melissa correu até mim.

– Não podia deixar isso aqui sem proteção. Como está as coisas lá?

– Tudo sob controle. – falei.

Começamos a caminhar, voltando para o centro principal da luta.

Quando chegamos, nos deparamos somente com nortenhos de pé. Nate se aproximou de nós, com a testa sangrando e o cabelo bagunçado. Ele abraçou Melissa e sorriu para mim.

– Eles fugiram, cara! Foi muito bom!

Sorri de volta. Havíamos vencido.

– A grande maioria fugiu, ficou apenas esses. – Nate disse, olhando para os Transitores do Oeste caídos.

– Melissa foi incrível, ela protegeu a única porta desbloqueada do Center Hall. – falei, dando um soco de leve no braço dela.

– Que nada, aquele menino era ridículo. – Ela pegou sua arma e ergueu os pés. Também alterou a grossura da sua voz ao imitar o menino: - ‘Deixe-me entrar, garotinha!’

Rimos. Alison e Sean se aproximaram de nós.

– Parabéns! – disse ele. – Sua ajuda foi essencial para o Center. Em breve receberão a primeira medalha.

– Se não fosse por vocês, só teríamos ajuda agora, que foi a hora dos outros monitores, guardas e instrutores chegarem. – falou Alison. -Podia ter sido tarde demais.

Lembrei de perguntar.

– Vocês sabem porque eles fazem isso? Os do Oeste... Não foi a primeira vez não é?

– Não. Eles fizeram isso no terceiro ano, com os sulistas. Eles eram muito unidos no início, mas o Norte não teve piedade. Houve seis mortos, cinco sulistas. Os Starks cancelaram a união de ‘primeiro ataque’ e então somente o Oeste fez agora. – explicou-nos Alison.

– Hipócritas. – disse Nate.

– Cara, eu estou amando isso! – murmurou Melissa, olhando em volta.

– É uma garota cruel, Lannister. – falou Sean, sorrindo. – Vamos entrar e ajustá-los. Depois vamos unir os instrutores e carregarmos os corpos derrubados para a fronteira.

Eles se separaram de nós, deixando-nos em um círculo.

– Isso é Center Hall. – falei.

– Não. – corrigiu-me Nate. – Isso é Nova York.


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Notas finais do capítulo

Eai, gostaram? Comentem!

Beijos!



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