Red escrita por A Menina que Roubava Palavras


Capítulo 23
23. Eu odeio esse cheiro de cigarro


Notas iniciais do capítulo

Oioi, galerinha!!
Bom, a vida anda a 100Km/h e hj eu achei tempo pra terminar esse cap, que por sinal ficou foi grande...
A história já está mais ou menos no seu clímax e desse cap em diante as coisas vão desandar e se arrumar tudo ao mesmo tempo
Então se preparem para o turbilhão de feelings que vem por ai!

obs.: desculpa ai qualquer erro de portugues



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“Eu odeio esse cheiro de cigarro!”, pensou Justin. “Por que papai e mamãe sopram aquilo?”

— Justin, meu amor, já está na hora de naná! – disse sua mãe com aquela voz doce e suave.

No mesmo instante, o menino bocejou em consequência das palavras que pareciam ter um efeito poderoso sobre ele. Justin levantou os braços, num claro gesto de que queria ser pego no colo. Mary levantou-o e ninou-o em seus braços até ele adormecer.

— Boa noite, meu anjinho.

Na virada da noite, Justin acordou com o cheiro insuportável de fumaça de cigarro e, sonâmbulo, foi até o quarto dos pais para fechar a porta, assim o odor não chegaria até seu quarto.

De repente, a temperatura do ambiente subiu consideravelmente e o cheiro de fumaça, ao invés de diminuir, começou a dificultar a respiração do menino até o ponto de deixa-lo inconsciente.

 

[...]

 

— Justin... Justin. Justin!

Ele fez um movimento rápido com a cabeça como se estivesse acordando de um pensamento profundo, que o levara para outro lugar sem ser a realidade.

— Chegamos. – completou Ian assim que percebeu que o rapaz estava ciente do que estava acontecendo.

Respirou fundo e perguntou:

— Aonde chegamos, exatamente?

— Londres. – respondeu Megan, ríspida e objetiva como sempre.

Passageiros, por favor esperar até que a aeronave se encontre completamente parada. — a voz britânica da aeromoça ressoou dentro do avião.

— Se continuarmos assim, daremos a volta ao mundo em menos de oitenta dias. – brincou, sem aparentar qualquer tipo de humor.

— Ian... – Luce o chamou, receosa. – O que... o que eles querem de mim? – perguntou com lágrimas nos olhos.

O agente hesitou em responder. Ao olhá-la naquela estado, seu coração se compadeceu. O cenário, no geral, estava bastante complicado e confuso: guerra civil nos EUA, mentir para Megan, mentir para Luce, viajar ao redor do mundo com dois adolescentes enquanto uma gangue de bandidos barra pesada está atrás deles...

— Luce, antes de te explicar, eu preciso que você me conte exatamente o que aconteceu no dia em que achamos vocês. – disse Ian, sério.

— Você quer dizer... – indagou a menina, já sentindo o arrepio percorrer seu corpo.

— Isso mesmo. – Justin impediu que Ian falasse. – Ele quer saber o que aconteceu quando fomos sequestrados.

— Vocês, gênios, não acham que aqui não é o lugar mais apropriado para ter essa conversa? – indagou Megan, já se levantando para pegar as poucas bagagens de mão que trouxeram.

Justin revirou os olhos e se levantou com o intuito de sair da aeronave, já que o restante dos passageiros já havia começado a fazer uma fila. Luce esperou um pouco mais para ver se Ian ia dizer alguma coisa, porém ele permaneceu calado e olhando de um jeito estranho para Megan. Suspeitou que, talvez, algo tivesse acontecido entre os dois, mas preferiu ignorar este pensamento.

O casal mais velho providenciou, imediatamente, um táxi para se hospedarem num motel que não chamasse a atenção dos bandidos. Ian sentou-se no banco do carona enquanto que os outros ficaram no banco de trás nessas posições: Justin e Megan, cada um em uma janela, e Luce no meio. Durante a trajetória, o clima dentro do carro só ficava cada vez mais tenso e Megan não mostrava interesse em disfarçar o seu descontentamento.

Chegando no motel, Ian providenciou o check-in, só que, dessa vez, ele pediu dois quartos com duas camas de solteiros cada. Era sua intensão juntar Megan e Luce para que a primeira pudesse criar mais intimidade com a segunda, afinal, eram mãe e filha. Além do mais, também pretendia ter uma conversa séria com Justin, em particular.

— Bom, vamos ter algumas mudanças por aqui... – disse Ian enquanto caminhava em direção à Megan, que estava junto de Justin e Luce.

— Você os viu?! – perguntou Megan, apreensiva.

O agente olhou ao seu redor e percebeu que o casal de irmão não estavam mais lá.

— Merda!

[...]

— Justin, eu tenho certeza de que isso não é uma boa ideia.

— Então... – olhou para um folheto de propaganda de hambúrgueres, fazendo sua barriga roncar – Senhorita sabe-tudo, por que veio comigo? – lançou um olhar provocador.

— Porque... eu... eu estou morrendo de fome – respondeu, depois completou. – E também, o clima com aqueles dois estava muito tenso, não sei se você percebeu.

Assim que ela falou aquilo, Justin diminuiu a velocidade dos passos.

— Mas, é óbvio que você não percebeu isso, porque você é muito tapado. – provocou sua irmã.

Ele ficou tentado a falar tudo o que sabia, ele queria falar, mas não sabia por quê. Sabia que o fato de Megan ser a mãe dela iria trazer mais confusão para sua mente e iria deixa-la irritada, mas seria a coisa certa a fazer. Porém, o próprio Justin sabia que ele não era de fazer a coisa certa.

— Idiota. – resmungou ele para ela.

— Você que é um estúpido! – respondeu Luce.

— Para quem está com fome, você tem uma boca suja e tanto. – alfinetou ele.

 A garota poderia passar o resto da noite discutindo e falando palavrões, porém, como era a mais sensata dos dois, decidiu engolir o orgulho e mudar de assunto.

— Então, para onde estamos indo?

— Para um bar. – rebateu na mesma hora.

— Para sua informação, você não vai conseguir me fazer ficar bêbada de novo. – afirmou Luce.

Justin ia discordar dela, dizendo que ele nunca a compeliu a fazer nada (o que era mentira), entretanto indagou:

— E o que minha irmãzinha achou da sua primeira experiência de ficar bêbada, em?

— Arh, foi horrível! – resmungou - Eu não me lembro de nada e, no final, fiquei me sentido... – procurou as palavras certas – Eu me senti um lixo e isso não vai se repetir!

— Se você diz... – deu de ombros. – Chegamos!

[...]

— Mas era você quem devia ficar de olhos neles! – argumentou Megan, com os nervos à flor da pele.

— Nada disso! – respondeu Ian – Eu te avisei que eu ia fazer o check-in e VOCÊ ficaria aqui!

— Não, eu disse que precisava ir ao banheiro, mas ,você, cabeça de vento, não me ouviu!

— Que diabos de bexiga é essa que toda hora você tem vontade de ir ao banheiro?!

— Bom, isso pouco importa agora já que eles fugiram! – retrucou Megan, mudando o rumo da conversa.

— Eles não fugiram. – fez uma pausa para respirar – Não são burros o suficiente.

— Pra mim, por hoje já deu. – finalizou Megan, virando de costas para Ian e caminhando em direção ao quarto, deixando-o sem chance de falar qualquer coisa.

Ele respirou fundo aquele ar frio e úmido de Londres, tentando recuperar a paciência. O casal de agentes já tivera muito mais harmonia e cumplicidade para realizar certas missões do que agora. Talvez fosse a situação atual, o que havia ocorrido nas últimas semanas, o fato de Megan ter reencontrado sua filha, ele não sabia ao certo, mas, com certeza, se quisessem todos sobreviver, teriam que resolver seus problemas emocionais. E era isso o que ele queria conversar com Justin.

Estava óbvio a atração que o garoto sentia pela irmã, na maioria das vezes, escondida pelos atos grosseiros e linguagem chula, mas aquilo, Ian sabia, era apenas a maneira dele de tentar driblar a seriedade da situação. Uma hora ou outra, o rapaz teria que, ou se abrir, ou seguir em frente.

Quando o relógio marcou nove horas, Ian sentiu sua barriga implorar por comida. Foi então que ele teve uma ideia de onde os jovens poderiam estar. Além disso, o folheto de propaganda de hambúrgueres amassado na lata de lixo o ajudou nessa questão.

[...]

— Eu quero um... – Luce fez um bico de dúvida quando o garçom a interrogou sobre o que ela iria pedir.

Justin revirou os olhos, impaciente.

— A mesma coisa que o meu. – disse rapidamente, percebendo que a garota demoraria para fazer seu pedido.

O garçom anotou em seu bloquinho de papel e, segundos depois, estava indo em direção à cozinha, que se encontrava após ao balcão que servia de bar. O local era uma restaurante popular, que oferecia café da manhã e jantar, sendo que, nos finais de semanas, funcionava como casa de show com karaokê para amadores. O palco estava ocupado por uma mulher no microfone, uma na bateria e um homem na guitarra tocando um cover de “R U Mine?” de Arctic Monkeys.

Querendo ou não, Justin se envolveu com a música e começou a batucar os dedos na mesa conforme a batida da música. Luce não pôde de deixar de notar aquilo e percebeu que sentia uma espécie de saudade dos tempos em que sua maior preocupação era se seu irmão iria flagra-la o espionando enquanto cantava com sua banda. Eram bons tempos, por mais que lá atrás não parecesse.

— Sabe... – Luce tentou puxar assunto – Você até que tem uma voz bonitinha.

Justin sorriu de lado, deixando transparecer sua sensualidade e satisfação ao ouvir aquilo da sua irmã.

— Então você quer que eu cante lá no palco? – provocou.

Ela deu de ombros, como se tentasse tornar sua participação imparcial.

— Okay, eu vou, mas só porque você me pediu.

— Mas eu... – Justin já havia se levantado e estava indo em direção ao palco quando Luce tentou contestar sua fala.

Ele simplesmente subiu em cima do palco e esperou a música começar. As pessoas presentes, surpresas pelo gesto súbito, começaram a prestar atenção àquela figura de preto. Logo, todos no restaurante estavam atentos à letra da música.

Step one you say we need to talk

He walks you say, “sit down, it’s just a talk”

He smiles politely back at you

You stare politely right on through

Some sort of window to your right

As he goes left and you stay right

Between the lines of fear and blame

And you begin to wonder why you came…”

 

No primeiro refrão da música, uma galera havia se formado em frente ao palco com copos de bebidas, dançando e curtindo a música. Justin não parecia perceber a movimentação que causou no local. Ao invés disso, estava centrado na melodia, num tipo de transe na qual seu ponto de suporte era o olhar de Luce. Esta também se encontrava envolvida por aquele par de esmeraldas que, pela primeira vez em muito tampo, cintilava.

O barulho do sino da porta se abrindo fez com que Luce se dispersasse e olhasse ao redor, tentando voltar a si. Foi quando ela percebeu, em meio a tantas pessoas, um semblante conhecido. Ela se espantou com a presença dele e, curiosa, o seguiu até o lado de fora da lanchonete, se esquecendo completamente do seu irmão.

Luce parou a alguns passou atrás e, não se contendo, exclamou:

— O que diabos você está fazendo aqui!?

Harry se virou para ela com a expressão mais séria e preocupada que alguém seria capaz de fazer.


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Notas finais do capítulo

Geralmente nessas notas finais o escritor tenta explicar algumas coisas que no texto n ficou mt claro ou tentar manipular sua mente para acreditar em certas coisas na história que estão por vim, mas n vou obedecer a isso, n
Eu quero é saber o que vcs acharam do cap com suas próprias palavras!
Bjs



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