Red escrita por A Menina que Roubava Palavras
Notas iniciais do capítulo
descobri essa palavra insolência anti-ontem e decidi colocar como o título pq ela é pomposa;
pomposa tb foi uma palavra que descobri recentemente e parece algo macio tipo um pompom
>.
– Vocês o que? – Lucinda perguntou de cenho franzido.
– Luce, agora não é o melhor momento para conversamos sobre isso. – sussurrou Ian discretamente quando uma aeromoça passou por eles.
– Então por que vocês não falaram antes?!
– Por favor, passageiros queiram se sentar, pois o avião já vai decolar. – uma voz monótona e fina de uma mulher soou de dentro das paredes.
Megan lançou um olhar indicando para Luce que era melhor ela obedecer. A menina corou de raiva e indignação. Sentiu-se traída. Lágrimas começaram a cegá-la e, se não fosse por sua rapidez, provavelmente se perderia ao procurar seu assento. O baque que foi produzido ao sentar-se chamou a atenção de Justin, que estava envolvido com a vista da janela do avião.
– O que foi? – ele perguntou.
À tempo, ela desviou a cara para o lado oposto que seu irmão se encontrava. Não queria deixa-lo vê-la chorando. Os instintos mais primitivos dele diziam que era para ele ignorar o motivo por Luce estar assim, quieta, mas durante esses últimos dias, Justin sentia que muitas coisas estavam sendo omitidas e guardadas em segredo e, se tinha algo que ele não queria fazer, era se relacionar com ela desse jeito.
– Não, Luce. – ele disse. – Eu sei que tem algo. Pode me falar o que é.
Ela olhou para seu irmão, triste. Desejava alguém para consolá-la, mas não sabia onde encontrar. Justin respirou fundo e engoliu em seco. A situação era mais complicada do que parecia.
– Além do fato de eu ter quase sido morta dez minutos atrás, eu descobri que aqueles caras são da... CIA – ela falou baixo a última palavra.
– O que?! – exclamou – Como assim?
– Eles não me falaram mais nada. – Luce explicou, inconscientemente colocando a mão em cima da de Justin. – Foi o homem quem atirou no aeroporto. Ele disse que iria me proteger... Nos proteger...
– Proteger contra o que? – ele perguntou, curioso.
– Eu não sei! – ela se alterou.
Uma mulher no banco da frente se virou e olhou para eles com uma cara brava e repressora, como se dissesse “Fiquem quietos!”. Depois, se virou novamente.
– Por que a CIA iria proteger a gente?
– Eu já disse que não sei de nada! – Luce retrucou, já estressada com as perguntas incessantes de seu irmão.
– Minha confiança neles está baixando... – Justin murmurou.
Ela o encarou, incrédula e indignada, com os olhos cerrados.
– Mas você é mesmo um idiota! Chegou a dar algum tipo de crédito neles?
– Por que não? Eles nos ofereceram comida e abrigo. Ou você preferia ter ficado na floresta comendo frutinhas?
– Você é um egoísta tapado!
– E você é uma mimada cética!
– Algum problema, garotos? – Ian parou ao lado deles, em pé com os braços cruzados sobre o peito, olhando-os como um pai olharia para um filho que acabou de esconder uma lata de refrigerante atrás da camisa nas costas.
Nenhum dos dois respondeu. Ambos fecharam a cara e desviaram o olhar um do outro.
– Assim é bem melhor, vocês não acham? – ele deu um sorriso falso e voltou para se sentar.
– O que foi que aconteceu? – Megan perguntou assim que Ian se acomodou.
– Briga de irmãos. Nada de mais.
– Qual é, eles não falam um com outro há dois dias! Algo alterou essa paz. Com certeza foi o que eu disse à garota.
– E por que você disse?
– Ela já estava me enchendo o saco com suas perguntinhas. Tinha que dá um basta.
– Pelo visto não funcionou.
– E você queria que eu fizesse o quê?! – Megan indagou, furiosa.
– Ei, calma. – Ian colocou sua mão em cima do ombro dela e o apertou-o levemente. – Está tudo bem. Uma hora teríamos que contar a eles mesmo.
– É! Mas podíamos esperar um pouco! – ela exclamou baixinho.
Ian reprimiu uma risada.
– O que foi? – perguntou.
– Nada.
Na verdade, ele achou engraçado o modo como ela falou: “nós poderíamos”, sendo que foi ela quem causou a balbúrdia. Mas, no fundo, ele não se importava em ficar incluído nisso, até porque também era culpado por não ter falado antes. Ele apenas achava engraçado às vezes quando Megan ficava raivosa. Isso o fazia lembrar um dos vários motivos pelo qual ele a amava.
– É que você fica linda quando está zangada. – Ian disse, sorrindo.
Por dentro, Megan se derreteu toda, mas preferiu não demonstrar. Ao fazer isso, ela ficou sem palavras, pois tudo o que queria falar era “eu te amo”. Então, fez um muxoxo. Ian riu da reação dela.
[...]
O voo durou três horas. Devido à confusão no aeroporto de Pequim, os dois irmãos nem pensaram em pesquisar para onde estavam indo. Luce não conseguiu sequer relaxar durante toda a viagem. Ela levantava, ia até o banheiro, se olhava no espelho, lavava as mãos e o rosto, voltava ao banco e bebia um gole d’água. A mente de Justin também não o deixou aproveitar essas horas de descanso. Ela estava a cem por hora. Pensava no que sua irmã tinha dito: “Eles são da CIA.” Ele não parava de relacionar seu pai a isso tudo. O pior era que ele tinha motivos para isso. Justin e Luce uma vez descobriram um quarto secreto cheio de armas e facas. Eles tentaram achar um por quê para ter esses materiais em casa. Seus pais só podiam ser da polícia ou de alguma força secreta. Talvez a CIA.
Todos os quartos desembarcaram ser trocaram nenhum olhar ou palavra. Foi só quando saíram da sala de desembarque que Luce se pronunciou.
– Que lugar é este?
Havia uma confusão de pessoas. Estava mais movimentado do que qualquer aeroporto que os irmãos já tinham visto. Junto com as pessoas, vinha o barulho que se confundia com sirenes e a voz das caixas de som, anunciando os próximos voos. Justin nunca vira tanta diversidade de gente. Mulheres vestidas de panos lindos, enfeitados e bordados de deferentes cores. Também tinha aquelas que usavam roupas comuns. Homens de paletó e gravata e de panos brancos que formavam roupas simples.
– Nova Deli. – disse Megan, com uma tranquilidade quase assustadora.
– Ahn? – murmurou Justin.
– Índia. – Luce falou, não acreditando realmente naquilo.
– Estamos na Índia?! – repetiu o irmão, deslumbrado e um pouco incrédulo.
A pergunta ficou no ar, já que ninguém fazia questão de responder. Aos poucos, aquele fato foi demonstrando ficar cada vez mais concreto. Assim que saíram do aeroporto, o calor os assolou. Era muito confuso consegui pegar um táxi em meio a tanta gente. Algumas carregavam malas, outras crianças e ainda havia os vendedores ambulantes que gritavam coias incompreensíveis.
– Da próxima vez, me lembre de cortar a Índia da minha lista de lugares para ficar. – rosnou Megan, no ouvido de seu namorado.
Depois de alguns minutos em pé, esperando por uma carona, um táxi apareceu. Ian o instruiu para que os levassem ao hotel mais próximo de centro da cidade. Quando todos acharam que a situação não podia ficar pior, ela ficou. Eles tiveram que enfrentar um congestionamento de duas horas até o hotel. Além do calor que parecia corroer seus ossos, a fome e a sede estavam presentes.
– Eu vou morrer! – Justin falou, dramaticamente. Megan, que estava no seu lado direito, respondeu.
– Se você não ficar quieto e de bico fechado, eu vou ter o prazer de fazer isso acontecer.
Justin fechou a cara e tentou se concentrar em outra coisa, algo que chamasse sua atenção mais que a fome e o calor.
– Por que tem vacas na rua?
– Ela é um animal sagrado aqui. – Luce respondeu dessa vez.
Ele riu.
– Que ridículo.
– Não demonstre seu etnocentrismo perto de mim, por favor. – pediu ela.
Justin lançou um olhar cheio de ódio, mas não disse nada.
Quando finalmente chegaram ao hotel, o quarteto teve que se dividir em dois grupos, os dos meninos e os das meninas. Era uma divisão a qual não estavam acostumados, mas seria melhor se separarem assim. Megan, em especial, não apreciou muito ficar no mesmo quarto que a garota, mas ela sabia que, se passasse mais tempo com Luce, iria perder esta sensação pesada e sufocante mais rápido.
Os mais novos foram os primeiros a tomarem um delicioso banho frio. Vestiram roupas leves e frescas que Megan e Ian tinham providenciado e depois desceram para almoçar. O casal adulto deixou bem claro que os irmãos estavam proibidos de sair do hotel sob qualquer circunstância. Porém, Justin ainda guardava rancor pelo modo como Megan o respondeu dentro do táxi e resolveu desafiá-la.
– Aonde você vai? – Luce o interrogou quando ele se levantou e se dirigiu à porta.
– Vou dar uma volta. Quer vir comigo?
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Xxiiiiiii, Justin tá de TPM, vai aprontar uma....
Vamos ver se Luce vai aceitar o seu convite.
Megan e Ian é tipo o casal mais Ying e Yang que já existiu em qualquer mundo fictício, pq por favor...
Eeeeeee eu escolhi a Índia pq eu adoro a cultura indiana