Red escrita por A Menina que Roubava Palavras


Capítulo 19
Cia


Notas iniciais do capítulo

n vou dar spoilers, n vou dar spoilers, n vou dar spoilers, n vou e ponto final......



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Gracy Willians se escondia nas sombras para não ser vista. A rua estava deserta e mal iluminada. Um cachorro cotoco procurava por um pedaço de comida no lixo. Ao perceber um movimento, ele correu atrás do pequeno roedor e mordeu sua garganta, sufocando-o e matando-o. Pelo menos, ele tinha conseguido carne fresca para jantar.

Um barulho sinistro a fez se encolher atrás de um poste. Era de alguma coisa se quebrando. Não perecia vidro, nem porcelana. Ela reconheceu o barulho seguido de um gemido de dor. Ela olhou para o céu negro, sem vida, e rezou para que a alma descansasse em paz.

Um homem saiu de uma loja de conveniência rugindo alguma coisa incompreensível. Se não fosse pelo aspecto humanoide, podia-se jurar que se tratava de um lobo, ou urso. Qualquer animal irracional que segue seus instintos primitivos de proteção. Gracy fechou os olhos e contou até três para dá tempo ao homem de sair do seu campo de visão. Quando achou que estava seguro o suficiente, ela saiu de trás do poste e continuou sua jornada quase suicida.

Ela parou em frente a uma casa abandonada e com a porta entreaberta. O silêncio do local era perturbador, mas sabia que tinha que entrar. Lutou contra todos os seus instintos e medo e abriu a porta. Ninguém. Era o de se esperar. Adentrou um pouco mais e sentiu algo se pressionando contra a sua nuca, algo gelado e duro. Um arrepio dominou seu corpo ao perceber que uma arma estava prestes a matá-la.

– Nome. – uma voz grassa e mais fria que o Polo Norte grunhiu.

– Gracy, namorada de Phill.

– O que você veio fazer aqui?

Ela recuperou o fôlego antes de responder.

– Vim lhes contar o que aconteceu com ele e com seu chefe.

Algumas sombras começaram a tremular ao redor dela, mas era impossível reconhecer as feições. Elas estavam escondidas atrás de alguns balcões e móveis. Gracy se sentia mais confortável agora, pois sabia que estava no controle da situação.

– O que têm eles? – um deles perguntou.

– Eles foram mortos.

Um murmúrio surgiu logo depois do que foi anunciado. Uma agitação cresceu em meio a multidão de pessoas que, agora, se revelavam pelas vozes. Infelizmente, estava muito escuro e Gracy não pode reconhecer ninguém, nem mesmo Harry, que estava ao lado do seu pai, Jonas.

Ele, como todo o restante da quadrilha, tinha se refugiado por causa da guerra. A situação atual dos EUA estava incontrolável. Ninguém podia sair às ruas sem um sexto sentido aguçado, pois tinha chances de morrer sem mesmo saber como ou quando. As pessoas perderam completamente o bom senso; era cada um por si. Famílias e laços de amizades foram destruídos em função da sobrevivência. Harry tinha sorte.

– Como eles morreram? – Jonas perguntou.

– Alguém os matou. – disse. Já sabendo qual seria a próxima pergunta, se adiantou em responder: - Fiquei sabendo que foram agentes da CIA.

Novamente, um novo murmúrio se formou, mas dessa vez não demorou muito tempo.

– A questão é: quem vai assumir o controle agora? – uma voz sobressaiu no meio da confusão controlada.

Gracy, que não tinha nada a ver com a situação, propôs a resposta mais óbvia.

– O seu chefe tinha algum herdeiro?

Jonas e Harry se entreolharam e sentiram seus sangues gelarem. Harry, em especial, também foi atingido por um forte soco no estômago.

[...]

O embarque do voo era às nove horas. Ian e Megan estavam sentados, pacientemente esperando o horário, ao contrário dos jovens irmãos, que além de não saberem para onde iriam, não confiavam neles.

O aeroporto de Pequim era mais movimentado do que Justin esperava. Na verdade, ele não fazia ideia do que esperar. Não sabia se aquelas pessoas iriam matá-lo ou ajudá-los. Alguém poderia envenenar sua água, ou colocar chumbo na sua comida. Ele não sabia, não sabia de nada, e aquilo estava acabando com ele.

– Eu não gosto de aeroportos – murmurou de si para si, mas alto o suficiente para que Luce ouvisse.

– Eu também não. – completou, e ele se surpreendeu quando ela disse.

Era de se esperar, afinal tudo começou a piorar depois que eles entraram em um aeroporto, e as coisas podiam ficar pior ainda se entrassem em outro, por isso lutaram como puderam para não embarcarem, até Megan se estressar e ameaça-los. Agora, faltavam alguns minutos para saírem daquele pesadelo e irem sei lá para onde.

– Eu vou comprar água. – Luce avisou ao casal adulto quando se levantou.

– Eu vou com você. – Ian disse.

– Eu só vou comprar água. – insistiu.

– Não gosta da minha companhia? – perguntou, com um sorriso sem graça na ponta dos lábios.

Luce não respondeu. Percebeu que não teria argumentos para convencê-lo do contrário, mas ela ficou si questionando o porquê. O motivo pelo qual Ian teve a iniciativa de acompanhar a menina era que ele, igualmente a Justin, não confiava em ninguém ali presente. Qualquer um poderia ser um bandido e qualquer um poderia raptar Luce ou seu irmão, e o agente tinha prometido que daria a vida para protegê-los.

Eles foram até a praça de alimentação. Cada vez que eles avançavam, um embrulho ia crescendo no estômago de Luce. Ela estava pressentindo algo ruim, ou poderia ser apenas uma peça da sua mente pelo o que aconteceu no passado. Inconscientemente, ela procurou por uma escada de emergência e ficou mais tranquila ao perceber que não havia nenhuma naquele espaço. Assim que chegaram ao balcão, Ian se posicionou na frente de Luce e se adiantou em falar em mandarim com a atendente. A adolescente ficou chateada por um momento, mas se permitiu ficar satisfeita por ele ter tomado o controle da situação. Demoraria um pouco até que a mulher entendesse o que Luce queria dizer.

Sem que os dois percebessem, a atendente ao invés de ir até a geladeira e pegar a garrafa de água, foi em uma direção em que duas pessoas em especial a pudessem ver e meneou discretamente com a cabeça, como um sinal. Voltou para os dois e informou que não tinha água com gás. Ian achou estranho, já que estavam em uma aeroporo internacional, mas deixou para lá. Se não tivesse feito isso, se tivesse insistido, provavelmente estaria morto.

Uma fração de segundos depois, um bala passou zunindo no local que sua cabeça estava. Numa reação rápida e treinada, ele protegeu Luce com o corpo e agilmente pegou a arma que estava escondida na sua roupa e apontou para onde o tiro tinha vindo. Luce respirava ofegante. Não fazia ideia do que estava acontecendo, mas arregalou os olhos quando viu que o homem que a protegia tinha uma arma nas mãos.

– Você tem uma arma?! – ela estava tão espantada que sua fala saiu mais em forma de pergunta do que como uma afirmação.

– Não devia ficar surpresa. Olhe em volta. Todos têm uma igual a minha.

Foi então que ela viu o que estava acontecendo. Havia dois homens mascarados apontando uma pistola para Ian. Se encolheu atrás dele e, sentindo o movimento, Ian se apressou em escolher um alvo. Um barulho de tiro estrondou o aeroporto. Luce, inconscientemente, prendeu a respiração e fechou os olhos. Outro barulho de tiro inundou seus ouvidos. Ela ainda sentia algo em sua frente, o que significava que Ian ainda estava vivo. “Milagre!”, pensou. Ele respirava ofegante e, não aguentando de curiosidade, Luce abriu os olhos.

Dois corpos caídos faziam crescer uma poça de sangue aos seus lados. Uma mulher estava parada na atrás deles, ainda com os braços esticados e com uma arma nas mãos. Seus olhos, dois buracos negros, não expressavam nada. Eram indiferentes, imparciais. Ela era uma verdadeira assassina sangue frio. Mas tudo isso que Luce pensou foi em apenas alguns segundos, pois os olhos de Megan voltaram a brilhar quando se deu conta de que Ian, o homem que ela amava, estava em segurança. Ele se virou para Luce.

– Está vendo? – disse, com a voz mansa - Nós vamos te proteger.

– Vamos sair daqui. – disse a agente.

Ian assentiu e Luce finalmente voltou a respirar. Se perguntou por quanto tempo tinha tampado a respiração. Os acontecimentos seguintes se passaram tão rápido que ela não teve tempo de pensar a respeito da declaração de Ian. A maioria das pessoas ali presentes ligou para a polícia e outras, para ambulância. Os seguranças do aeroporto logo se puseram em frente ao casal de assassinos e bloquearam sua passagem. Justin ainda estava sentado na sala de embarque e viu quando os homens armados tamparam a porta. Ele soube na hora que Ian e Megan estavam metidos nessa confusão. Seu coração ainda disparava, pois não tinha ideia do que acontecera. Quem tinha saído ferido?

Os dois agentes deram dois passos delicados para frente. Qualquer movimento brusco poderia ser interpretado errado e isso, provavelmente, lhes custaria a vida. Eles tiraram do bolso suas carteiras e entregaram aos seguranças. Nesse mesmo momento, os policias chegaram ao local e tomaram uma iniciativa de algemá-los. Luce tinha gritado um não como protesto, mas, felizmente, um dos policiais fez sinal para que não fizesse isso. Ele falou alguma coisa em mandarim e a menina franziu o cenho, sem entender nada. Ela jurou que ouviu a palavra CIA, porém não tinha como afirmar. Megan falou algo também e gesticulou em direção a Luce, querendo mostrar que ela estava com eles e não tinha nada a ver com o crime.

Depois de alguns minutos conversando, os três foram liberados para embarcarem. Assim que passaram pela porta, Justin correu até eles, esbaforido.

– O que aconteceu?!

– Já passou. – respondeu a mulher, sem nem olhar para ele.

– Nada com que se preocupar agora. – tentou reconfortá-lo Ian.

Justin olhou para Luce, que estava da cor de cera de vela. Ele engoliu em seco e ficou em silêncio. Se tivesse de saber, alguém o contaria. Todos foram em direção à entrada e entraram no avião. Quando Luce conseguiu superar parcialmente o que tinha acontecido, uma dúvida brotou na mente. Cada um se sentou em sua cadeira, Ian e Megan juntos; Justin e Luce na fileira da janela. Mas antes de se sentar, a adolescente se dirigiu ao casal de adultos.

– O que são vocês para terem licença para carregarem uma arma? – ao falar isso, ela sentiu seu estômago embrulhar e sua confiança para com eles diminuir.

Agora, a situação deles se complicou. Não podiam simplesmente ignorar essa pergunta, por mais que fosse isso que Megan queria. Eles tinham que pensar numa resposta rápida, não muito assustadora e compreensível. Chegaram a cogitar algumas maneiras de falar o que devia ser dito, mas, em todas as vezes, a reação da menina era a mesma, por isso a mulher proferiu sem se preocupar.

– Nós somos da CIA.


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Notas finais do capítulo

okay, guys, vcs n sabem o tamanho do trabalho= Força x Deslocamento *tá parei* que esse capítulo me deu!!! jizuis, pra imaginar todas essas cenas e descrever-las sem nenhum desvio do que eu tinha imaginado e que parecesse o que eu imaginei quando fosse lido....
Eu mereço um review, meus NEURÔNIOS merecem um review



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