Red escrita por A Menina que Roubava Palavras


Capítulo 14
O Início do Fim


Notas iniciais do capítulo

Não quero ser hipócrita, mas vou acabar sendo de qualquer jeito.
Se ninguém mais comentar na história, vou ter que parar de posta-la, até porque, eu tenho mais o que fazer da vida.



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Megan acordou com uma dor horrível na sua perna direita. Ela abriu os olhos ao som do barulho irritante e contínuo das máquinas do hospital. Olhou para o seu lado que não tinha uma parede e encontrou Ian deitado na maca, inconsciente. Seu coração saltou do peito e se sentiu sem ar. Ela tentou gritar o seu nome, mas a voz não saiu. Aquilo a assustou ainda mais, mas, felizmente, conseguiu se manter calma devido aos anos de treinamento árduo. Procurando por alguém que pudesse dar alguma explicação a ela, Megan fez um sinal para uma enfermeira que anotava algo na caderneta perto de outra maca com outro paciente.

- Você está no hospital da CIA. – a moça tinha dito.

Foi então que uma sucessão de imagens fragmentadas começou a clarear sua mente. Ela se lembrou da manhã quente ao sair do carro com Ian e Paul horas antes da inauguração começar, se lembrou da recarregar as armas e do momento em que o presidente fez seu discurso.

- Megan?

Ela virou sua cabeça quase que imediatamente para a voz alterada pela quantidade de analgésicos que entravam em seu corpo. Seu namorado estava abrindo os olhos devagar, a luz ofuscante da sala do hospital impedindo-o de ver Megan nitidamente.  Por um momento, ela sentiu seu coração se muchar ao ver Ian naquele estado, mas conseguiu se consolar dizendo a si mesma que ele era forte e conseguiria passar por isso.

- Você está bem? – ele sussurrou. Uma pergunta um tanto irônica diante a situação que os dois se encontravam. Porém, o que se lavava em consideração era a preocupação que ela sentia por Megan.

- Sim, e você? – ela disse.

- Com um pouco de dor de cabeça.

Ao notar que o paciente havia acordado, a enfermeira se dirigiu a Ian e ajustou a dosagem do soro. Megan ia pergunta-lhe se por um acaso ele se lembrava de alguma coisa que aconteceu, ou melhor, o que e por que aconteceu, mas não foi preciso. Alguém vestido de terno preto entrou na sala com passos fortes e uma expressão claramente nervosa e enraivada. Quando chegou perto o suficiente, a agente o reconheceu.

- Vocês sofreram um atentado. – Eric Stark explicou. Olhou para Megan – Aquela mesma quadrilha.

Aquela mesma quadrilha. Essa frase ecoou na mente de Megan por alguns segundos até seu sangue gelar. Ela olhou para o lado e viu que Ian estava se esforçando ao máximo para se manter acordado e prestar atenção ao que era dito. Comprovando isso, ele virou sua cabeça para ela e assentiu. Sim. Os dois tinham visto Edward minutos antes da bomba implodir e ambos sabiam que o mesmo fora o responsável por aquilo assim como fora responsável pela criança que Megan carregou no ventre por nove meses.

- E o que você quer que eu faça? – ela perguntou, se endireitando na cama.

- Agora, eu quero que você descanse, mas depois, você irá arrancar o mal pela raiz.

                                                                         [...]

Edward se jogou no sofá do seu apartamento quarto e sala. Pensou em ligar a televisão para se deliciar vendo o noticiário, mas estava muito cansado. O que superava o seu cansaço era a sua satisfação. Finalmente tinha colocado seu plano em ação e, nesse exato momento, ele estava acontecendo. As pessoas já estavam mortas e outras, feridas. Não precisava fazer grandes coisas para conseguir atingir o ápice do seu esquema: a guerra civil. Distribuir armas era um bom começo. Tacar fogo em alguns estabelecimentos, assaltar bancos, coisas do cotidiano, mas que agora teriam o apoio da população. E era isso que sustentava uma guerra.

Ele também se lembrou de quem tinha visto na inauguração do hospital. Para ser sincero, Ed não esperava vê-la por ali, ainda mais trabalhando para o governo. Não ficou surpreso ao ver Ian, aquele nerd patético do ensino médio que roubou Megan dele. Ele sempre fora apaixonado pela amiga de infância. Aquilo para Edward era mais que ridículo. Chegava a ser nojento. Ele queria que os dois morressem naquele exato momento e estava quase confiante de que seu desejo havia se realizado. Infelizmente, seus pensamentos foram interrompidos pelo seu celular tocando.

- Quem é? – disse, irritado.

- Oi, chefinho, sou eu, Phill.

- O que você quer?

- É que... – faltaram-lhe as palavras devido a grosseria de Edward. – O senhor esqueceu sua pasta no escritório.

- Então venha trazer! – retrucou como se fosse a coisa mais óbvio do mundo.

- Mas... o senhor me prometeu férias...

- E trazer a minha pasta até mim vai te matar? – falou sarcástico – Não seja molenga.

- Mas...

- Você é mesmo um imprestável! – resmungou ao telefone e depois desligou.

Phill ficou sem reação por um momento. Para ele, aquilo tinha sido uma sucessão de disparates. Ele podia ser tudo, menos imprestável. Servia ao seu chefe dia e noite, obedecia suas ordens sem questionar, ouvia suas reclamação e seus resmungos, exatamente como agora.

Edward tinha lhe prometido férias assim que o hospital fosse por água abaixo. Phill não via a hora de passar um mês no Havaí, mas agora ele vinha com essa grosseria para cima dele. Até quando Phill ficaria nessa submissão? Até quando ele engoliria seu orgulho e sua dignidade para cumprir com os caprichos do seu patrão? Ah. Isso não ia ficar assim. Não mais.

- Alô? Gracy? – Phill falou com sua namorada pelo telefone. – Sim, sou eu. Olha, a gente vai ter que adiar a viagem... Eu sei! Eu sei! Mas é por um bom motivo. Você vai ver. – desligou o telefone.

Ele pegou a pasta de Edward e a abriu. Talvez ali dentro tivesse uma arma, e Phill com certeza a usaria para matar seu chefe, mas por outro lado, acabou achando outra coisa. Uma foto que para muitos não significava nada, porém Phiil, mesmo com seu QI baixo, conseguiu bolar um plano. Já tinha visto a pessoa da foto. Na verdade, ele tinha visto Edward tirando a foto da pessoa.

Era uma tarde de outono. Eles estavam procurando algo que seu chefe havia cismado em achar, custe o que custasse. Phill não tinha certeza, mas já se passara alguns anos desde esse dia. Ao dobrarem uma esquina, eles pararam em frente a um orfanato que Phill não teve a mínima curiosidade em saber o nome. Andaram ao redor desse lugar até encontrarem um muro de grade de ferro, com cercas elétricas envolta dele. Dentro, um jardim se estendia com algumas árvores e, mais ao longe, um parquinho com crianças brincando. Mas, o que chamou a atenção de Edward, Phill percebeu, fora uma menina de mais ou menos onze anos sentada debaixo de uma macieira lendo um livro. E, por incrível que parecesse, ela tinha muitas características em comum com seu chefe. O cabelo era da mesma cor, mel, o nariz afilado que repousava no rosto dela podia ser visto no rosto dele, seu cenho franzido de concentração tinha a mesma aparência de quando Edward se encontrava numa situação complicada. Phill tinha a certeza que se pudesse ver a garota mais de perto encontraria mais semelhanças entre os dois.

Com a foto dessa menina no bolso, Phillip já tinha em mente um modo de atingir seu patrão.

                                                                     [...]

Luce estava terminando de ler o último livro ao final da tarde. Sua cabeça doía devido a grande quantidade de coisas para assimilar e entender. Pelo menos seus esforços renderam algum fruto. Ela tinha achado dentro de um dos livros que falava sobre música um rabisco num papel com a letra do seu irmão. Era uma canção que ele tinha composto. Luce sorriu vitoriosa quando descobrira. Logo depois, a guardou no bolso da calça para tentar interpretá-la depois.

Justin não tinha dado nenhum sinal de vida durante todo esse tempo. Na verdade, ela podia jurar que estava sozinha em casa. Nem mesmo Jack lhe fazia companhia, a companhia que Luce tanto queria.

Havia noites em que ela dormia ao sabor das suas lágrimas. Nessas noites, sentia falta da companhia de Harry, do jeito que ele a fazia rir e de ser útil e amada, porque, sendo útil, Luce tinha a sensação de que não era uma desgraça na vida de ninguém. Ela sabia que de alguma forma seu melhor amigo estava em algum lugar também pensando nela, sentindo a mesma dor da solidão e da distância.

De repente, sentiu seu celular vibrar no bolso da calça. Era uma mensagem de Alex, sua amiga da escola.

Veja o noticiário. AGORA.

Luce se levantou imediatamente do sofá e foi em direção à sala, se perdendo em alguns corredores. Ela estava com o cenho levemente franzido, se perguntando o que poderia ter acontecido de tão grave assim. Do jeito que conhecia sua amiga, provavelmente era alguma coisa relacionada aos artistas de Hollywood. Quando chegou na sala, ficou surpresa e estática. Seu irmão estava lá, assistindo televisão com os olhos arregalados.

- O que aconteceu? – perguntou ela com o coração quase saindo pela boca.

- O hospital – Justin balbuciou, notando a presença da irmã. – Ele... Ele foi destruído. 


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Notas finais do capítulo

Talvez eu tenha sido grossa nas notas lá de cima, mas vcs precisam me entender, poxa! Tipo, eu tenho uns cinco leitores e a cada capítulo, no mínimo eu tinha três comentários,e agora... nada. Sabe qual foi a última vez que alguém comentou na história? Há 43 dias! Um mês e 13 dias! É muito tempo.
Até agora, eu estava encarando a situação tranquilamente, mas se continuar assim...



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