Red escrita por A Menina que Roubava Palavras


Capítulo 1
15 Anos Atrás


Notas iniciais do capítulo

Os primeiros capítulos sempre são uma merda pra escrever, então, valorizem um bom primeiro capítulo :p



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A campainha da casa de Edward tocou. Como somente ele estava em casa, foi atender a porta.

– Oi Megan – disse ele.

– Eu posso entrar? – perguntou a moça molhada por causa da chuva.

– Claro. Você gostaria de um chá, uma água...

– Olha, Edward. – ela ficou com um tom de voz sério – O que eu tenho para te falar é muito importante e, preciso que você preste bastante atenção.

Ele engoliu em seco. Depois, sentou-se no sofá. Megan preferiu ficar em pé.

– Pode falar.

– Eu estou grávida.

– O que?! – ele deu um pulo do sofá – Não, você...

– Eu fiz o teste e... Eu estou grávida.

Edward andava de um lado para o outro da sala, desesperado e agoniado. Ele estava com as mãos na cabeça e os olhos arregalados.

– Como... você... – ele respirou fundo antes de continuar – Eu não posso cuidar dessa criança.

– Mas...

– Eu não consigo nem cuidar de mim quanto mais de um bebê! Megan, eu sou pobre, não tenho um emprego, moro aqui por causa de um favor. Como você acha que eu vou poder ser pai?! Isso não estava planejado!

– E você acha que eu sou rica?! Você acha que eu estou preparada?! – gritou com lágrimas nos olhos – Sinceramente, eu esperava mais de você!

– Então, você não me conhece direito...

– Você é um canalha! – ela avançou para cima dele e lhe deu um tapa na cara. Estava indo em direção à porta quando ele interveio.

– O que você vai fazer?

– Não te interessa – respondeu friamente.

Ela saiu e bateu a porta com força. Sem saber para onde ir, já que seus pais a haviam expulsado de casa, Megan sentou na calçada e começou a chorar. Estava com medo e confusa em relação ao que ia fazer. Não tinha ninguém, só ela e a maldita criança que estragara sua vida.

Ao longe, uma luz de farol cegou sua visão por um instante. Um carro se aproximava. Ela o reconheceu de imediato. Um cara vestido de preto saiu de dentro dele com um guarda-chuva e se abaixou ao lado dela.

– Megan? – perguntou o rapaz.

– Ian é você? – ela olhou para ele e o abraçou.

– O que está fazendo aqui?

– Edward não quer assumir a criança – respondeu choramingando.

– Venha, vamos entrar no carro. Está chovendo muito forte.

Eles entraram no carro, e Ian ligou o aquecedor.

– Nossa, você está encharcada! Vou te levar para sua casa.

– Não! Por favor, não! Eu não tenho mais casa...

– Então eu vou te levar para minha – falou decidido.

Megan abriu a boca para protestar, mas não tinha escolha. Não tinha para onde ir e com quem ficar.

– Obrigada, Ian. Não sei o que faria sem você – agradeceu com um sorriso meio torto.

– Agora que você já está mais calma, pode me explicar o que aconteceu?

– Foi o Edward! Aquele filho da puta! Ele... ele disse que não vai assumir a criança.

– E você já sabe o que vai fazer?

– Não, mas eu estava pensando...

– Aborto? – sugeriu.

– Não! Não quero matá-la. Ela não tem culpa de nada. Continuando, eu estava pensando em deixa-la na adoção.

– Você... ainda está pensando, né?

Megan deu de ombros. Na verdade, o que ela realmente queria era cuidar da filha ou filho. Estava muito cansada para pensar no que iria fazer, queria dormir e pensar que tudo não tinha passado de um pesadelo.

Eles chegaram na casa de Ian. Paul, o irmão dele, estava assistindo televisão quando os dois entraram.

– Megan? O que aconteceu? – perguntou com o cenho franzido.

– Agora não, Paul. Leve ela para o quarto de hóspedes. Eu vou procurar alguma coisa para ela vestir.

Ele assentiu sem protestar.

Depois de banho, Megan comeu uma tigela de sopa inteira que Paul tinha preparado. Muito agradecida, ela foi dormir. Os dois irmãos deixaram o quarto e foram conversar na sala.

– O que aconteceu? – ele perguntou.

– Ela está grávida.

– Como assim?! Aquele canalha...

– Exatamente. Edward é o pai de criança – Ian esclareceu.

– Meu Deus! – Paul levou as mãos à cabeça – Como ela vai fazer para...

– Ela ainda não sabe – como de costume, Ian pegou um copo e se serviu de whisky.

– Você vai beber a essa hora?

Ele apenas deu de ombros. Não se importava com as horas, o dia ou a situação que se encontrava, para Ian, um whisky era sempre bem-vindo.

– Quer saber? Coloque uma dose para mim também. – Paul pediu – Fica difícil pensar quando se está tenso.

– Para piorar a situação, a coitada também foi expulsa de casa.

– E você vai acolhê-la aqui – deduziu – Irmão, você sabe que o nosso trabalho...

– Pode colocá-la em perigo. Eu sei, eu sei, mas ela estará correndo mais perigo abandonada nas ruas.

– O que vamos fazer então? – perguntou Paul.

– Vamos esperar até a criança nascer. Independente do que ela escolher, poderá até arranjar um emprego, quem sabe até conseguir uma vaga no nosso.

Paul segurou uma risada.

– Acho muito improvável.

– Enfim, o que mais importa nesse momento é: ela precisa da nossa ajuda mais do que nunca. Nós somos os seus únicos amigos.

– Você deve estar adorando isso – comentou.

– Em parte – Ian deu um sorriso malicioso.

Nove meses depois, Megan estava no hospital em trabalho de parto. Ian estava do seu lado, segurando sua mão e a incentivando.

Nunca mais tinha visto Edward. Provavelmente, ele tinha fugido, pensava ela. O bebê tinha crescido saudável e normal, mas Megan sempre evitou saber qual era o sexo. Tinha decidido que o deixaria num orfanato e que teria as mínimas memórias possíveis. Não queria se lembrar da parte trágica da sua vida.

O choro do bebê fez-se ouvir dentro da sala de parto. Não teve como Megan conter suas lágrimas, por mais que ela insistisse em não sentir nada pelo seu filho. Ian também estava chorando ao seu lado, emocionado. O médico levou o recém-nascido até a sua mãe, porém ela virou a cabeça de lado para não encará-lo.

– Por favor, leve-o para o berçário – pediu Ian.

Ele mesmo se dispôs a fazer o serviço de levar a criança embora. Teria que ser em outra cidade, e ele não poderia nunca contar a ela. Era um trabalho que exigia sangue frio, mas por Megan, ele fazia qualquer coisa.

No mesmo dia, à tarde, o trabalho foi feito.

O sol estava se pondo quando Ian deixou o bebê dentro de um cesto na porta de um simples orfanato. Ele tocou a campainha e deu uma última olhada para o bebê. Nem ele sabia que sexo era. Havia apenas um bilhetinho colado no cesto dizendo: “Cuide bem deste bebê, já que sua mãe não pode fazer isso”. Logo depois, ele foi embora.


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Notas finais do capítulo

Adoro finais trágicos *-*
Até próxima semana fofuchos.



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