A Irmã De Renesmee escrita por Thatty


Capítulo 44
Nosso proposito.


Notas iniciais do capítulo

Avisos lá em baixo!!!!

Boa Leitura!



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[Especial de capas - últimos 7 capítulos da história]

Ariel

Se passaram algumas semanas desde a nossa decisão. Tentamos tomar as rédeas sozinhos, mas não estava dando certo. Então, hoje deixei Nícolas e Lucy cuidando do bebê, enquanto eu e Lauren fomos resolver a primeira parte do nosso plano.

Conversar com minha tia.

Nos encontramos Alice, em um restaurante mais íntimo em Port Angeles.

Contamos tudo a ela.

Nosso plano, os motivos de tudo, e o porque precisávamos dela. Ela não falava, nem se quer esboçou reação, só se manteve quieta escutando tudo com os olhos vidrados.

—E? - Lauren perguntou ansiosa quando terminei de falar.

Ela ainda não dizia nada.

Segundos depois, eu tive que bater na mesa para ela acordar.

—Desculpe, estou absorvendo toda a informação. - Disse se ajeitando na cadeira.

—Precisamos de uma resposta. - Lauren insistiu.

Alice suspirou colocando os braços em cima da mesa e olhando para nos duas.

—Então vocês querem minha ajuda para caçar Ícaro em minhas visões? E vigia-lo?

—Isso - respondemos.

Alice balançou a cabeça em negação, depois fechou os olhos colocando a mão na testa.

—Você me odeia, só pode. - Disse brava.

—Alice, você não entende... - comecei a dizer, mas ela me interrompeu.

—Eu entendo sim. Entendo o seu propósito e o seu acerto de contas... - Disse olhando de mim para Lauren, respectivamente. - Eu entendi muito bem Liza. Mas você e Nessie por muitos anos foram a nossa razão e o nosso propósito. De nos mantermos unidos e sermos uma família, proteger e criar vocês. Você não entende o que vai fazer com essa família se morrer. Se embarcar naquele avião e não voltar mais.

—Acha que eu não sei? Alice, eu estou deixando meu filho para trás, tem noção disso?

—E você tem noção do que vai acontecer comigo se tudo isso der errado? Quando souberem que me envolvi e não contei a ninguém? Você não calculou bem as consequências disso tudo para mim Liza.

Sobre isso, eu não tinha como rebater. Se tudo desse errado, provavelmente colocariam a culpa em Alice, e ela mesma não se perdoaria por ter me permitido fazer e ainda ter ajudado.

Eu entendia o lado dela, mas isso não mudava nada para mim. Eu ainda estava certa de que esse era o certo a se fazer. E eu ia fazer. Custe o que custar.

—Não vai mudar de ideia, não é? - Ela bufou com os olhos presos no futuro. - Nada do que eu disser, vai fazer você parar.

—Não. Me desculpa. - Dei de ombros. - Vou com ou sem a sua ajuda.

—Alice - Lauren chamou sua atenção. - Precisamos de uma resposta.

Alice estava incomodada, e agora preocupada e chateada ao mesmo tempo. Odiava fazer isso com ela. Mas eu não tinha escolhas, precisava dela.

—Elizabeth sua sorte é que não posso impedi-la de certas coisas, mas como sua tia, jamais vou deixa-la fazer essa burrice sem ajuda. Eu amo tanto você, o seu pai e a nossa família, que sinto como se fosse sua tia de sangue. Como se meu sangue corresse em suas veias. Sou responsável por você, não importa a idade que tenha, porque você é uma parte do meu coração, Edward e Bella colocaram você e Nessie lá. Sempre vou estar aqui. - Então eu respirei aliviada quando ela pegou minha mão.

Aquilo quase me fez chorar. O amor que todos da família sentiam um pelo outro era tão puro, que realmente parecia que Carlisle e Esmee tinham gerado cada um deles. Eu já tinha convivido com outras famílias, mas nenhuma delas nem de longe tinham a ligação que nós tínhamos.

E obviamente meu pai e Alice eram os irmãos mais próximos dali.

Alice era o chaveirinho dele, ele até a mimava demais, dando carros e roupas caras a ela. E ela via nele um protetor e melhor amigo, alguém com quem compartilhar as dores e inferno de poder ver o futuro e ler mentes.

Eles se amavam de um jeito que acho que nem eu e Renesmee tínhamos esse tipo de ligação.

Alice mesmo sabendo que eu podia saber, sempre era muito sincera com o que sentia.

—É uma tarefa difícil. Pode e vai levar tempo. - Explicou ela. - Enquanto vocês falavam, eu já tentava achar uma brecha do paradeiro dele. Alguém está ajudando a encobrir seu rastro. Vai levar tempo.

Ótimo. Já imaginava.

—Tia, estou confiando em você para ninguém saber disso. Se não por mim, se esforce por Ariel. Vocês são tudo que ele vai ter se eu morrer.

—Quando seus pais descobrirem isso, eu vou estar oficialmente morta.

Eu engoli em seco sabendo que era verdade.

—Talvez, mas ao menos estarão todos vivos e meu filho estará seguro com vocês.

O alarme do meu celular tocou avisando que estava na hora do meu neném mamar, e eu já sentia meus peitos inchados. Desliguei o telefone e Alice encurtou a conversa vendo minha ansiedade para ir embora.

—Quando pretendem ir atrás dele? - Ela perguntou.

—Depois do casamento. - Lauren disse.

Os olhos de Alice focaram em mim brilhando igual cristal. De repente aquela aura tensa desapareceu do ambiente.

—Que casamento? - Perguntou.

—Nícolas pediu a mão dela. - Lauren contou com um meio sorriso.

Alice juntou as mãos no rosto parecendo uma adolescente, agora ela estava animada e emocionada ao ponto de querer chorar sem ter lagrimas.

—Ahhhhh! Quando iam me contar? - Gritou entusiasmada quase derrubando a água da mesa.

—Com certeza, não em um lugar público. - Disse afundando na cadeira.

As pessoas olhavam para nós como se Alice tivesse fugido de um hospício.

—Maravilha. A menos poderei organizar o casamento?

—Você pode fazer o que quiser, contanto que nos ajude. - Lauren respondeu por mim.

Ela se levantou e veio me abraçar emocionada. Me prometeu ajudar e ficar calada. E sim, ela iria organizar meu casamento. Quem mais poderia?

Ficou concluído então. Alice nos deu um prazo de mais ou menos um mês para achá-lo. E o casamento seria conforme o prazo estipulado.

Lauren e Lucy iriam fingir uma viagem no mesmo período, e nos encontrariam no destino onde Ícaro estaria.

Eu só estava torcendo para que tudo isso desse certo.

Porque poderia ser o fim, ou o começo das nossas vidas.

[...]

Pov. Nícolas

Voltei da caçada com Lucy, tinha deixado o bebê com meus pais depois que ele dormiu. Quando cheguei minutos depois, Elizabeth estava com ele em seu quartinho, o amamentando sentada na poltrona ao lado do berço.

—Como foi com Alice? - Perguntei parando na porta. Ela me olhou e sorriu.

—Deu tudo certo, ouvi um belo sermão é claro, mas ela vai ajudar. - Disse segurando a mãozinha ágil de Ariel que mamava e puxava seu cabelo e o colar ao mesmo tempo. - E vai organizar nosso casamento.

—E você aceitou? - Perguntei surpreso.

—Não podia contrariá-la, nosso futuro está nas mãos dela. - Disse rindo e eu ri também. -E outra, eu não me importo com isso, será perfeito de qualquer jeito.

Ela tirou Ariel do peito enquanto brincava e conversava com ele. O ajeitou em seu colo.

Ele estava crescendo, gordinho e esperto. Parecia aqueles bebês de comercial, cheio de dobrinhas, o cabelinho liso e preto na pele alva, com os olhos azuis parecendo duas bolas de gudes, os olhos dele eram lindos, cheios de cílios e com o formato igual da Liza.

Ele era perfeito.

—Viu isso? - Disse com os olhos vidrados nele. - Ele gargalhou para mim!

Ela estava toda feliz e voltou a brincar com ele novamente. Ele soltou outra gargalhada gostosa e ela logo o acompanhou rindo também, toda boba.

Aquilo ficou gravado na minha memória.

Nunca imaginei ver essa cena em minha vida, entre várias possibilidades de futuro que criei com Elizabeth na minha cabeça, antes de nos conhecermos de fato. Uma família nunca foi uma possibilidade para mim, porque não sabia se a condição dela de não ser totalmente humana permitiria isso.

Liz era a mulher da minha vida e eu iria selar isso com ela no nosso casamento.

Temos um lindo filho e a nossa própria família. Nunca irei abrir mão disso. E é por ela e pelo bebê que vou acabar com esse tormento.

[...]

Pov. Elizabeth

Se passaram mais semanas e a ansiedade estava me comendo por dentro. Os preparativos do casamento estavam a todo vapor, e Alice focada em sua função.

Mas até agora nada, nenhuma notícia, nenhuma pista. Absolutamente nada. Eu estava frustrada e desanimada.

Eu sabia que minha tia estava trabalhando duro para encontra-lo e eu tentava ajuda-la no que podia, mas meu dom agora não era de muito valor.

Ele estava longe demais para encontra-lo em meu radar.

—ELIZABETH!!! LIZAAA! - Gritou Lauren enquanto eu fazia o bebê dormir. Ela invadiu o quarto com uma felicidade notável.

—Grita mais alto desgraçada, ele ainda não acordou. - Sussurrei colocando-o em seu berço.

—Ah não enche. - Disse eufórica - Alice ligou e disse que tem notícias importantes. Vamos para a mansão agora.

Meu coração parou e voltou tão rápido que me deu até tontura.

—Cadê o Nícolas?

—Foi ver os últimos detalhes do terno dele com a Lucy. Já liguei, ele falou que nos encontra lá.

Não esperei mais nenhum minuto.

Arrumei o bebê, peguei as coisas dele e saímos correndo. Já estava na hora de termos novidades. O casamento estava próximo, e se até lá Alice não tivesse achado nada, íamos a uma caçada as cegas.

Quando chegamos na mansão me deparei com um grande alvoroço.

Cadeiras sendo carregadas para lá e para cá, mesas também, um palanque sendo montado, Emmett corria com a decoração...

Aquilo me deixou sem fôlego.

—Olá - Esmee apareceu segurando várias flores que eu quase não conseguia vê-la. - Como vão queridas?

—Muito bem senhora Cullen, obrigada. - Respondeu Lauren, fingindo ser educada.

—Porque tem um palanque sendo montado ali? - Perguntei ainda assustada. - É um casamento, não um show.

—Esqueceu quem está organizando? - Ela riu tranquilamente. - Meu amor, ela vai fazer disso um grande festival.

—Ah Deus, estou perdida. - murmurei observando aquilo tudo e sabendo que não podia reclamar por conta do nosso acordo.

—Mas é muito estranho, Alice esta comandando a organização do casamento de longe. Disse que não precisa ver presencialmente, esta supervisionando nosso trabalho pelas suas visões. - Esmee colocou os jarros de flores em um banco e suspirou preocupada. - Sabe, sua tia tem andado muito estranha. Distante. Sempre trancada naquele quarto. Quando pergunto, ela diz que não é nada. Nem Edward consegue entrar em sua mente. Ela está bloqueando ele. Alice está me preocupando.

Lauren e eu nos olhamos preocupadas, mas tentei não deixa-la perceber.

—Olha Vovó, Alice é particularmente estranha, é só uma fase, não de tanta importância a isso. Mas se for ajudar, posso tentar falar com ela. - Menti arrumando uma desculpa. - Pode ficar com Ariel para mim enquanto isso?

—Mas é claro, me dê ele aqui - pediu com os olhos transbordando amor, como só Esmee conseguia fazer com o olhar.

Ariel amava ficar com ela e foi de braços abertos.

—Sabe onde ela está?

—Onde mais estaria - disse revirando os olhos - Trancada no quarto.

—Tudo bem, eu volto logo. - Disse dando um beijo em Ariel.

Puxei Lauren pelo braço e seguimos para dentro da mansão, onde estava tudo mais bagunçado ainda.

Roupas e sapatos pendurados em cabides na sala, arranjos de flores, lembrancinhas e convites...

Eu ignorei tudo aquilo para não surtar, fui direto ao quarto de minha tia. Bati na porta duas vezes até ela responder.

—Entrem.

Abri a porta e quando entrei me deparei com ela sentada numa poltrona no canto do quarto, ela estava com o olhar distante e fixo.

As janelas do lugar estavam todas fechadas, assim como as cortinas, só havia uma luz bem fraca que vinha de um pequeno abajur de canto, deixando o quarto totalmente escuro e sinistro.

—Só faltou o pentagrama no chão - Lauren disse achando estranho como eu. - Está invocando algum demônio aqui?

Ela se virou para nós ignorando Lauren e seu comentário, e deu um largo sorriso.

—Descobri tudo.

—O que? - Perguntei em choque.

—Levou um tempo, mas eu descobri. - Ela se levantou da poltrona com um sorriso sombrio. - Sua titia aqui, sabe o que faz.

—Meu Deus você é incrível - disse a abraçando completamente surpresa.

Esperava que ela tivesse notícias, mas não que ela tivesse descoberto tudo.

—E pode dizer onde ele está? - Lauren perguntou impaciente.

—Londres. - Falou e seus olhos voltaram a focar no futuro, arregalados e fixos. - O infeliz ficou mudando de lugar toda hora, por isso não disse nada antes. Mas faz um tempo que ele se fixou em Londres. Seu antigo lar ao que parece.

—É claro - Lauren suspirou olhando para o nada. - Ele voltou para casa. Voltou para Serena, a única família que ainda tem. Quer dizer, apesar dela estar morta, faz sentido.

—Não vejo sentido nenhum nisso. - Disse confusa. - Porque ele voltaria para lá? Só por conta de um túmulo?

—Não é um túmulo, ele embalsamou ela. Ela está do mesmo jeito desde que morreu, ele a mantém em um caixão de vidro. As vezes a leva por onde vai. Ele é louco. - explicou Lauren.

—Então, aquele S na porta do castelo de vocês onde fui sequestrada, era onde ele a deixava.

—Sim. - Lauren respondeu. - A diferença é que quando ele está em Londres, para ele é como se estivesse em casa com a mulher e a família. Lá é a casa dele. Ele está com a mulher... Morta, mas foi o que sobrou para ele.

—Que horror.

—Vocês devem ser rápidos - Alice interrompeu a explicação. - Sabem que minhas visões são controladas por decisões. Se ele mudar de ideia ou tomar outra decisão, a visão muda. Sejam rápidos.

Eu não podia perder essa oportunidade. Ele estava lá, sozinho e me esperando para morrer.

—Vai ter que apressar o casamento. - Lauren disse olhando para mim.

—O que? - Perguntei.

—Ela tem razão. Não dá para correr o risco, não sabe como foi difícil acha-lo, se ele sumir de novo nem sei se consigo encontra-lo mais uma vez.

Bateram na porta nos dando o maior susto, porque eu estava tão entretida na conversa que não percebi que alguém estava se aproximando.

Paramos de falar na hora.

Era tia Rosalie.

—Vamos, está na hora de provar seu vestido de noiva - disse empolgada entrando no quarto. De repente parou olhando em volta. - Pelo amor de Deus, abram a janela e acendam a luz. Estão fazendo sessão espirita aqui?

—Ok, to fora dessa, vou resolver umas coisas - Lauren avisou saindo. Sabia que ela ia contar a Lucy e Nícolas sobre o que Alice disse.

Ela nos fez cortar o assunto e me puxou pelo braço sem me deixar protestar me levando para o closet. Eu já tinha escolhido o vestido a alguns dias, mas ele precisou de reparos e tinha me esquecido que hoje era o dia da prova.

Sem contrariar peguei o enorme vestido, com um pouco de dificuldade claro. Tia Rose me ajudou a colocá-lo.

Depois de vesti-lo voltei para o quarto e minha mãe estava lá, assim como Nessie e Alice que não tinha saído.

—Ficou maravilhoso - Rose disse ajeitando a calda dele.

—Filha você está perfeita. Vai ser a noiva mais lindo do mundo. - Bella disse emocionada.

Fui até o espelho e fitei o vestido bem meu moldado em meu corpo.

Cara, esse vestido agora estava caindo como uma luva. Quando o vi pela primeira vez, me apaixonei e nem quis provar outro, depois desses reparos ele ficou melhor do que um dia já tinha imaginado.

Ele era um clássico, estilo princesa, não muito exagerado, é claro. Mas com uma pedraria incrível, um decote suave e elegante, sua calda enorme dava um charme a mais. Eu estava encantada.

—Ficou.... Muito bonito. - Sussurrou Renesmee atrás de mim.

Quando olhei para ela, seus olhos estavam cheios de água. Sim, se não perceberam até agora, ela era a irmã emotiva.

—Você está chorando? - Perguntei rindo.

—Que é? Partos e casamentos me emocionam tá. - disse pegando um lencinho.

Voltei a me olhar no espelho, e me ver vestida de noiva com o vestido dos meus sonhos.

Não que um dia eu sonhei em me casar, mas depois que Nícolas apareceu, ele abriu uma janela de possibilidades na minha vida.

Casar e ter filhos era uma delas. Uma já tinha ido, que era Ariel, e ao passar as mãos pelo vestido perfeito minha ficha foi caindo.

—Caramba, eu vou me casar. - Disse respirando fundo.

—Só notou isso agora? O que andou fazendo todo esse tempo? - Perguntou tia Rose - Já passaram quase dois meses e só agora notou que vai se casar?

Quase respondi "Estou caçando um homem que não para em nenhum lugar do globo terrestre, para mata-lo ou ele me matar. Fiquei sem tempo para focar no casamento..."

—É que... Ariel tem tomado todo o meu tempo, a ficha caiu agora.

—Mas e então, onde irá passar a Lua de mel? - Ela perguntou com um sorrisinho bobo.

Antes de responder Alice me lançou um olhar cúmplice e eu disfarcei.

—Londres.

—Oh, é um ótimo lugar, muito romântico. Da onde saiu essa ideia? - Perguntou minha mãe.

Da minha futura missão suicida.

—Sempre tive vontade de ir lá. - Falei sem jeito.

Lauren voltou no quarto agora com Ariel nos braços. Ele estava aconchegado nela, com a chupeta na boca e agarrava uma de suas mãos brincando.

Quem diria, mas ela era uma das tias mais apegadas a ele.

Não sei se por tudo que passamos na gravidez durante o sequestro, ou por morarmos juntos, ele não podia vê-la que sorria, e quando ele chorava a noite e eu e Nícolas não acordávamos, era ela quem ia.

Renesmee morria de ciúmes.

—Nícolas chegou, e Lucy trouxe uma surpresa. Tira logo esse vestido e desce.

Todas saíram do quarto me deixando sozinha. Tirei o vestido lindo e o guardei em sua capa no closet de Alice.

Quando desci para a sala de estar, Lucy segurava um bolo enorme e nele estava escrito "Feliz 5 Meses"

—O que é isso? - Perguntei me chegando em Nícolas, que estava encostado na janela.

—Lucy, comprou um bolo para comemorar os 5 meses de Ariel. Esqueceu?

Esqueci.

—Droga, tanta coisa na minha cabeça.

Emmett pegou o bebê no colo e o sentou sem jeito em sua nuca, enquanto todos fizeram uma roda em volta dele.

Alice comprou confetes e balões e estourou enquanto começaram a cantar a famosa música de aniversário.

Ele mantinha seus olhinhos curiosos em todos em volta dele. As vezes gargalhava empolgado com a bagunça ao seu redor, as vezes me encarava de longe como se não tivesse entendendo nada. Mas ele estava adorando a bagunça, os balões, a cantoria, os confetes e o bolo que minha mãe insistiu em deixa-lo comer.

Só não protestei porque tínhamos um acordo em deixa-lo comer doce antes dos dois anos.

Eu e Nícolas ficamos abraçados de longe, só observando a bagunça em volta do nosso filho e em como ele estava feliz mesmo não entendendo nada do que estava acontecendo.

Era incrível como eu ainda achava ele tão perfeito que não podia ser meu.

Fui até a varanda respirar um ar puro enquanto a festa continuava na sala de estar.

—5 Meses. Como passou tão rápido? - Nícolas veio atrás de mim com um sorriso largo.

—Isso me assusta um pouco. - Sussurrei e ele me virou de frente para si. Seus olhos estavam um azul bem escuro agora. Ele beijou minha testa bem lentamente enquanto eu fechei os olhos.

—Vi sua cara enquanto a festança rolava, porque não participou?

—Eu só fiquei emocionada em olhar. Fico feliz de saber que ele é capaz de ser feliz sem mim, e que vai ser bem-criado e muito amado. Independentemente do que acontecer, eu e você fizemos um bom trabalho, vai ter valido a pena independente do resultado, não é?

—Com certeza, nosso amor se multiplicou e vai continuar quando Ariel crescer, e mostrar ao mundo o que os seus genes e o meu em um ser humano só, é capaz de fazer. Vai ser a morte mais honrosa da minha vida. O meu propósito.

Me virei e encarei todos la dentro.

Eles estavam felizes e brincando, Ariel só ria com o rostinho todo sujo de bolo, ele gargalhou com as palhaçadas do meu pai e a animação de todos em volta dele.

A única coisa que eu sentia vindo de todos eles agora, era paz e uma felicidade genuína. Era o que eu queria. O que desejava para sempre para todos eles.

Por isso, tudo isso tinha que dar certo.

—É o nosso propósito. - Disse e ele segurou minha mão com firmeza.

 


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Notas finais do capítulo

(E)