Spilled Blood escrita por Bella Croswell Mikaelson


Capítulo 11
Capítulo 10 - Assumptions


Notas iniciais do capítulo

E aí galera, tudo bacana? Voltei com mais um capítulo, sei que demorei dessa vez e me perdoem... Queria agradecer a todas vcs que dedicam um pouquinho do seu tempo para ler e comentar essa história que eu amo de paixão!
E a ti Izzy Ramos que tem revisado essa fic com todo amor e sempre me dando conselhos *--*



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POV Klaus

Passei a noite refletindo e refletindo, tentando lembrar das espécies de vampiros que eu já havia conhecido ao longo dos meus mil anos, muitas espécies haviam sido dizimadas por exporem demais o nosso mundo outras tantas eu mesmo matei para minha glória aumentar cada vez mais e ser temido por qualquer um que ousasse pronunciar meu nome. Se eu estivesse certo, os tais “frios” que foram mencionados eram uma raça existente há cerca de 400 anos e tinham características diferentes dos da minha espécie, eles não podiam hipnotizar os humanos e nem desligar seus sentimentos, uma só mordida e as vítimas já são transformadas em vampiros, seus olhos eram vermelho sangue e eles brilhavam quando expostos a luz solar, no entanto eram todos frutos de mim e de meus irmãos, os vampiros originais.

Eu estava tão curioso e confuso, não fazia ideia do que estava acontecendo comigo, se eu queria a verdade e não conseguia hipnotizar Bella então porque eu não a ameaçava ou algo do tipo? Porque eu não estava torturando-a? Esse era eu, o monstro sem coração, abandonado por tudo e por todos e, no entanto, estava eu numa cidade agora nem tão pacata assim prezando o bem-estar de alguém inferior a mim.

Isabella estava me saindo um perfeito quebra-cabeça, eu só conseguia pensar em todos os segredos que ela escondia e o seu dom de resistir a hipnose. A campainha tocou e atendi já supondo quem era, eram três homens que contratei para mudarem os móveis da casa.

Expliquei para eles onde eu queria que colocassem cada um dos móveis novos que eu havia encomendado e mostrei os desenhos que eu tinha feito para entenderem melhor, os hipnotizei para fazerem um serviço bom e de bocas fechadas. Hora outra eu passava para supervisionar se os meus desejos estavam sendo bem atendidos e aproveitava para saciar minha sede de sangue, a maioria das quinquilharias foram armazenadas em caixas e colocadas dentro do porão até eu dar um fim em tudo aquilo.

Terminaram tarde, mas pelo menos estava tudo do meu gosto e para minha completa satisfação a poltrona nova era muito melhor. Resolvi mandar uma mensagem para Bella

“Podemos conversar amanhã? ”

“Onde nos encontramos? ” Sorri vitorioso com sua rapidez em me responder, parecia que alguém estava ansiosa para me ver.

“Eu te busco na sua casa, as 13:30. Pode ser? ”

“Combinado. Até amanhã então. ” Me respondeu e eu fechei a cara, achava que ela puxar assunto e me xinguei mentalmente por estar feito um adolescente esperando a resposta de uma garota

“Até amanhã, love ”

Percebi que o apelido que eu havia dado para ela combinara muito mais do que com Caroline, a loira era forte e decide, porém não era exatamente a mais dócil das criaturas. Já a morena era doce, embora sua auto estima e confiança estivesse em baixa nos últimos tempos dava para notar que era uma moça persistente e que sempre estava disposta a lutar. Sorri com isso. Fui ao porão no qual eu havia transformado em ateliê e peguei alguns dos desenhos que tinha de Caroline, a maioria ela havia rasgado, mas salvei outros o que não impedia de eu desenhar mais.

Comecei a rabiscando a tela, lembrando do qual bonita ela estava num dos bailes de Mystic Falls, depois de terminar o rascunho comecei a pintar o quadro expressando todo o meu amor por ela. E então me lembrei do qual ingrata ela tinha sido comigo, eu tinha mudado por ela, deixado o infeliz do Tyler viver por ela, não machucado mais seus amigos por ela e ido embora para que ela pudesse ter uma vida feliz e ela nunca me agradeceu por nada do que eu fiz. A medida que eu pensava as pinceladas ficavam mais agressivas e demonstravam mais ódio do que amor, pensamentos de como ela estaria com Tyler inundavam minha mente e num momento de raiva peguei a tela é arremessei contra a parede, olhei por um momento e decidi ir dormir, não que eu precisasse, mas era uma coisa que eu fazia quando queria me desligar do mundo.

Acordei e me lembrei da noite anterior, olhei no meu celular e já eram meio-dia e me surpreendi, fui direto no banho e me troquei já indo em direção ao meu carro para buscar a humana.

POV Bella

Acordei extremamente animada naquela manhã, fui ao banheiro e fiz minha higiene e depois desci até a cozinha. Charlie tomava uma xícara de café enquanto lia o jornal e parou quando me viu chegar.

–Bom dia, Bells!

–Bom dia, pai! –Respondi enquanto abria a geladeira e pegava a assadeira que tinha um bolo de chocolate.

–Sobre ontem... – meu pai começou enquanto eu pegava, pratos e talheres indo nos servir – Eu acho que talvez seja uma boa ideia você ir ver o Jake pessoalmente.

Ele dizia hesitante me olhando e eu continuei a servir ele com um pedaço de bolo.

–Talvez o senhor tenha razão. –Entreguei o prato a ele é me servi de uma fatia de bolo.

–Então, você quer que eu te leve a La Push agora? -Perguntou e deu uma garfada no bolo.

–Não hoje –Disse rapidamente evitando de dizer que tinha um encontro com Klaus.

–E porque não hoje? É sábado, poderá passar o dia todo lá cercada de pessoas e eu não vou ficar preocupado. –Ele disse me questionando.

–Errr que hoje eu tenho muita coisa para fazer. –Eu dizia tentando me esquivar.

–O que por exemplo? Dever de casa? Eu vi você fazendo ontem e mesmo se não tiver terminado pode fazer amanhã.

–Não, é isso. É que eu preciso lavar a roupa e limpar a casa – eu falava torcendo para que ele não percebesse nada de diferente em mim, e continuei a comer tentando parecer indiferente.

– Bella, você lavou a roupa na terça e a casa já está arrumada! –Ele dizia sem muita paciência. –O que está acontecendo? Porque você não quer ir? Ontem parecia tão interessada!

– É que hoje eu tenho um compromisso. –Eu respondi francamente, abaixando a cabeça e torcendo para que ele desse o assunto por encerrado, mas Charlie não era assim.

–Que compromisso?

–Eu vou sair com. Ângela, é eu vou ir com ela –Corei.

–Você não é boa em mentiras. Fale logo o que você vai fazer!

–EutenhoumencontrocomKlaus! – Disparei.

–Você tem o que? – Ele me olhava como se eu fosse louca

–Eu tenho um encontro com Klaus –Repeti e corei mais ainda.

Meu pai suspirou e senti-o olhar para mim, meu rosto queimava de tão corado e a única coisa que eu pensava era que eu adoraria enterrar minha cabeça na areia ou que poderia abrir um buraco no meio da cozinha no qual eu poderia me enfiar.

–Eu pensei que não era nada sério, só uma amizade!

–E é. Klaus me convidou para sair, de dia porque somos amigos! – Eu falava e exagerava nos gestos.

–Está gostando dele? –Ele perguntou sério.

–Não, eu ainda não superei Edward. Só estou fazendo o que o senhor sempre quis, que eu saísse com meus amigos! –Disse fracamente e o encarei.

–Ei, eu não estou te julgando ou nada do tipo. Só quero entender – ele explicou levantando as duas mãos.

–Ele me convidou e eu aceitei, acho que vai ser bom. Sair com amigos! – Frisei.

–Eu também acho e fico feliz de você estar seguindo em frente com seu amigo. -Ele fez aspas no ar.

–Pai, o senhor não está atrasado? –Perguntei querendo me esquivar daquela conversa.

–É claro que n... Deus, sim , estou atrasado –Ele disse olhando para o relógio e saindo apressado e eu ri com a sua distração. –E lembre-se não faça nada que eu não faria, eu te amo e tenha um bom encontro.

Ele me deu um beijo na testa e saiu apressado em direção a viatura, dei graças quando ouvi o carro saindo da garagem e terminei o meu café da manhã sossegado e sem mais constrangimentos. Passei a manhã toda lendo um livro qualquer de Agatha Christie e depois tomei um bom banho e sequei meu cabelo, estava muito frio e chovia como sempre, então coloquei uma roupa quente qualquer e voltei a me deitar esperando ansiosamente a hora marcada com Klaus.

Já eram 12:55 e decidi me arrumar, dei graças a Deus por Charlie não vir almoçar nos sábados e sempre pedir pizza com os policiais do departamento, eu não precisava passar mais vergonha que o necessário me arrumando para um encontro enquanto meu pai almoçava no andar de baixo.

Meu coração batia mais forte e tentei me acalmar, seria somente um encontro entre amigos e nada mais. Assim como eu, Klaus também saiu de um relacionamento recentemente pelo pouco que ele havia me dito e eu estava começando a colar caquinhos em que me encontrava. Vesti um jeans de lavagem clara, uma blusa de manga estampada e um suéter por cima, coloquei meu cachecol azul marinho e uma bota de cano curto preta, passei um pó no rosto e máscara de cílios e peguei meu celular, as chaves e minhas luvas cinzas e desci.

Olhei as horas, 13:20, logo Klaus chegaria e comecei a formar possíveis diálogos ao decorrer do dia. Eu queria conhecê-lo mais, saber mais da sua história e do porquê estar numa cidade no meio do nada, continuei pensando pelo que pareciam horas e fui sobressaltada pelo toque da campainha e olhei as horas eram exatamente 13:30. Ele era pontual.

Peguei minhas coisas e dei passos lentos até a porta tentando em vão fazer meus batimentos cardíacos se normalizarem. Abri a porta e Klaus estava ali me olhando com olhos curiosos e um sorriso de canto nos lábios.

–Olá love, espero não ter me atrasado! –Me perdi momentaneamente com seu sotaque.

–Olá, não está atrasado. Chegou pontualmente! –Eu disse sorrindo.

–Eu não seria um bom inglês se não fosse pontual. Vamos? – Assenti e tranquei a porta, e fomos em direção ao carro.

–Está com uma aparência melhor. –Observou.

–Eu me sinto melhor. –Corrigi. –Graças a você.

Ele me olhou enquanto abria a porta do carro para mim e vi de relance um traço de emoção passar pelo seu rosto, na qual ele se recompôs rapidamente e fui do outro lado do carro e abriu a porta se se sentando em seguida no banco do motorista.

–Creio que irá apreciar as mudanças que fiz em minha casa! –Ele disse gabando-se e eu sorri. Esse seria um ótimo sábado.

POV Klaus

–Está com uma aparência melhor. –Eu disse a garota enquanto íamos em direção ao meu carro, aprovei as mudanças na qual tinha feito, ela estava mais bonita, sem a aparência triste e cansada e seus cabelos longos formavam leves cachos nas pontas e a deixavam extremamente admirável.

–Eu me sinto melhor. –Ela me respondeu. -Graças a você.

Eu estaquei a olhando enquanto abria a porta do passageiro a ela, eu nem ao menos me lembrava da última vez que alguém havia me agradecido verdadeiramente e me senti comovido por isso. É claro que a garota não teria a mesma opinião se realmente me conhecesse, mas me senti feliz por saber que eu havia mudado para melhor a vida de alguém, fui até banco do motorista e liguei o carro.

–Creio que irá apreciar as mudanças que fiz em minha casa. – Sorri com meu comentário, humanos hipnotizados fazia o trabalho tal rápido, pensei.

–Tenho certeza que sim! –Ela sorriu e eu também enquanto eu dirigia pela rua de sua casa. –Então... –ela começou hesitante.

–O que? –Fiquei curioso.

–A que se deve esse convite?

–Gosto de conversar com você. –Eu disse sincero. –Também saiu de um relacionamento difícil como eu, acho que podemos nos ajudar. –A olhei nos olhos e desviei dando atenção a estrada é indo com mais rapidez. –Você é jovem e tem um bom espírito.

–Você fala como se fosse um velho. –Ela ria e eu sorri pensando que ela tinha total razão, mais de 1000 anos não é para qualquer um. –Quantos anos você tem?

–29 –Menti. –E você?

–17. – Franzi o cenho.

–Parece ter mais! – Disparei e me retratei logo em seguida. – Não na aparência é claro, digo que você é responsável demais para sua idade.

–Aparentemente é o que todo mundo pensa. –Ela disse desgostosa.

–“Todo mundo” quer dizer seu ex-namorado? – Perguntei curioso.

–Também. –Ela suspirou e olhou para a janela por um tempo e resolvi deixá-la com seus pensamentos até chegarmos na minha casa.

–Chegamos. –Eu disse sorrindo e sai do carro, fui correndo abrir a porta para ela, Bella saiu e eu estendi meu braço a ela, no qual a garota enganchou seu braço no meu.

–Não me lembrava direito de como era. –Ela admitiu enquanto andávamos e ouvi seus batimentos cardíacos acelerados e sorri com isso, pois certamente medo era a última coisa com que ela estava.

–Então se surpreenda. Seja bem-vinda! – Disse abrindo as portas e dando passagem para a humana entrar.

A observei olhar maravilhada para o local, ela estava admirada com a mudança que eu e meus empregados hipnotizados fizemos, Bella se dirigiu para a estante repleta de livros e tocou um por um enquanto lia os títulos.

–Gosta de ler? – Perguntei já sabendo a resposta.

–Eu amo. Já leu todos eles?

–Sim, tenho bastante tempo. –Sorri me lembrando que eu tinha a eternidade a meu favor.

–Você que fez? – Ela perguntou curiosa olhando para a mesinha de centro que tinha os desenhos que eu havia feito para a reforma da casa.

–Sim, é meu hobby. Sou um artista nas horas vagas! –Disse sorrindo e abrindo os braços me gabando. –Eu tenho um ateliê, é claro que não está totalmente pronto, eu tinha que colocar as coisas velhas em algum lugar.

–Eu posso conhecer? Só se você quiser, não quero atrapalhar e nem nada. –Ela dizia já se desculpando.

–Claro que pode. Venha – disse e fui a conduzindo até o porão

–Você disse que trabalha com isso nas horas vagas.... Qual é o seu trabalho realmente?

–Eu sou advogado! – não era totalmente mentira, já havia estudado advocacia ao longo da minha vida – No entanto, eu não exerço há um bom tempo. Tenho uma empresa e sou sócio em tantas outras.

Eu falei sincero, eu tinha muito dinheiro na qual fui investindo durante séculos e tenho orgulho em dizer que nesse ramo foram pouquíssimas as vezes que eu compeli alguém para fazer algo em meu favor, tudo era mérito meu.

–Não repare a bagunça, ainda estou arrumando lugar para colocar minhas coisas.

–Imagina. –Eu abri a porta do porão e acendi a luz dando passagem para Bella entrar, ela desceu as escadas tomando o máximo de cuidado para não tropeçar.

–São lindos, não acredito que você fez tudo isso. – Ela dizia realmente admirada chegando perto de todas as telas para observar mais de perto e eu sorri.

–Como eu disse tenho bastante tempo.

–Esse é lindo! –Ela se dirigiu ao outro lado da sala pegando a tela, era um pôr-do-sol e um belo riacho que refletia sua imagem, era uma das minhas favoritas e eu sempre levava comigo durante minhas andanças.

–Obrigado. – Eu disse agradecido de verdade.

–Você tem que ver esses daqui! –Fui até o outro do enorme porão e a deixei ali enquanto procurava em uma das caixas um caderno com várias paisagens da qual eu tivera desenhado pelo mundo. – Achei esse caderno eu semp...

Parei de falar quando vi a garota ajoelhada olhando para o quadro que eu havia jogado na noite anterior, o quadro de Caroline e seus belos olhos azuis que tanto me faziam sonhar.

–É ela? – Bella perguntou fracamente e não deu a oportunidade de eu responder – Você me disse que teve dois grandes amores na sua vida: uma havia morrido e a outra te decepcionara recentemente

–Sim, é ela, a mais recente quero dizer. – Disse lentamente jogando o caderno em um canto qualquer e me agachei do seu lado, a observei e ela ainda olhava o rosto de Caroline na tela – Ela me trocou por outro há pouco tempo atrás.

PV Bella

–Você tem que ver esse daqui! – Ele disse eufórico sumindo no porão repleto de caixas e me deixando sozinha.

Foi quando eu vi jogado o quadro de uma moça e me aproximei, havia sido arremessado com força, vários lugares estavam arranhados. Me agachei e observei mais de perto era uma bela moça loira e de olhos azuis, concluí que deveria ser um dos dois maiores amores da vida de meu anfitrião. Klaus começou a falar qualquer coisa da qual não me importei de ouvir e o cortei

–É ela? – Eu perguntei timidamente sentindo uma ponta de inveja da bela loira. -Você me disse que teve dois grandes amores na sua vida: uma havia morrido e a outra te decepcionara recentemente.

Continuei olhando o quadro e me sentindo mal por não ter a metade da beleza da qual ela tinha, senti Klaus chegar perto imitando meus movimentos

–Sim, é ela, a mais recente quero dizer. Se chama Caroline, ela me trocou por outro recentemente. – ele disse tentando conter a dor.

Olhei para o quadro e algo me fez sentir mal, a loira era extremamente linda até mais do que Rosalie e eu era tão comum, tão normal.... Afastei esse pensamento de minha cabeça, eu não tinha que me sentir mal, Klaus não era nada meu e nunca seria.

POV Klaus

–Ela é linda – Bella disse e seu tom demonstrava algo como ciúme talvez? Isso seria interessante.

–Ciúmes Bella? – Sorri convencido.

–Claro que não. Da onde tirou essa ideia? – Ela garantiu se levantando e indo para longe de mim.

–Ela não importa mais. É passado, agora sou todo seu, Sweet! – eu falei em tom de brincadeira abrindo meus braços

–Acho bom, já perdi coisas de mais e eu gostaria de te manter. – Ela me disse encarando e um calor percorreu todo o meu corpo.

Por mais que eu ainda gostasse de Caroline, não era a mesma coisa quando eu estava com Bella, a bela morena apreciava a minha presença e não escondia isso. No entanto, ela não teria a mesma opinião sobre mim assim que soubesse da verdade e uma parte de mim tinha vergonha de ser exatamente o que eu era: um monstro.

E quando ela descobrisse tudo que eu fiz? Todas as mortes que causei e o mar de sofrimento e dor que eu provocara? Será que ela ainda me olharia com esses olhos cor de chocolates e confiaria ainda em mim? Eu sabia da resposta e mesmo sabendo das consequências, eu não queria mais mentir para ela e tentar ser alguém melhor por ela.

–Você já almoçou? – Perguntei torcendo para que a resposta fosse não e quando ela negou com a cabeça, disparei. - Então, me dê as honras de preparar um excelente almoço para a madame!

Me curvei para ela, em uma pose teatral e ri quando ela gargalhou. Fomos para a cozinha e insisti para que ela ficasse na sala lendo algum livro enquanto eu preparava nosso almoço. Modéstia parte, eu tinha um certo talento na cozinha e gostava disso, eu não precisava comer comida humana, mas ainda assim fazia quando tinha vontade.

Me concentrei em preparar as almôndegas enquanto a massa estava no fogo, eu me movimentava com minha velocidade sob humana já que não tinha perigo de Bella me ver da sala e ela estava tão absorta lendo um dos meus livros que eu tinha plena liberdade em fazer o que bem entendesse.

–O cheiro está ótimo – ela falou alto para que eu a ouvisse.

–Garanto que o gosto está ainda melhor, Sweet – me gabei e coloquei os talheres na mesa.

–Já está pronto? Estou morrendo de fome. – Ela disse impaciente e riu.

–Em um minuto. – Desliguei o fogo e coloquei a macarronada num refratário bonito e as almôndegas em outra, peguei uma garrafa de vinho e depositei na mesa e fui em direção à sala.

–Vamos? – A convidei e ela largou o livro no sofá e caminhou ao meu lado suspirando quando sentiu o cheiro da comida na cozinha.

–Não acredito que você fez macarronada e almôndegas! Faz tanto tempo que eu não como isso! – Ela disse se dirigindo para a mesa e eu arrastei a cadeira para ela se sentar. – Obrigada!

–De nada – me sentei e peguei a garrafa de vinho. –Será que Charlie ficaria aborrecido se eu te desse uma taça?

–Bem, ele não precisa saber – ela disse refletindo e eu sorri malicioso abrindo a garrafa e depositando o líquido nas taças.

Nós servimos e continuamos todo o almoço rindo e nos divertindo, falando sobre cultura, música, arte e tantas outras coisas. Até que o assunto pesou chegando em nossos relacionamentos frustrados.

–Porque não deu certo com Caroline? – Ela perguntou hesitante – Não precisa responder se não quiser...

–Tudo bem, não dá para fugir sempre. – Disse a tranquilizando. – Só digamos que eu não sou o mocinho da história, Bella, fiz coisas terríveis, menti e manipulei todos a minha volta e embora eu tenha certeza que ela ainda me ama, isso não foi o suficiente para Caroline me perdoar.

Desabafei e dei mais um gole na taça, acabando com todo o seu líquido e o enchi novamente enquanto eu observava Bella ficar quieta.

–E você? Porque não deu certo com Edward? – Perguntei curioso e vi seu semblante mudar e me arrependi imediatamente de ter tocado no assunto.

–Eu acho que ele se cansou de eu ser sempre a mocinha em perigo – ela disse vagamente e refleti sobre sua escolha de palavras, provavelmente ela sabia que Edward era um vampiro, no entanto eu não podia ter certeza – Ele começou a ficar frio comigo até que um dia depois da escola ele me levou até a clareira, um lugar que nós chamávamos de nosso e ele terminou comigo.

Ela dizia com o olhar vago lembrando dos momentos ruins no qual havia passado e continuou:

–Ele me disse que eu não era boa o suficiente para ele. – Ela terminou com um fio de voz e algo dentro de mim mudou e fiquei incomodado com a atitude que o tal vampiro teve com a garota.

–Ele estava errado e eu já te falei isso. Você é melhor do que imagina e não devia acreditar em uma palavra do que ele te disse – falei um pouco revoltado e ela ficou quieta assimilando.

–Você tem razão, eu estou tentando passar por cima de tudo isso, mas é um processo e isso ainda me machuca.

–Eu sei, mas uma coisa que eu aprendi na minha vida é que algumas coisas se vão para vim outras melhores. – eu disse olhando aqueles belos olhos chocolates – Um brinde?

Eu propus e a vi levantar sua taça e continuei:

–A novos amores.

–Ao futuro. – Ela continuou e brindamos.

Terminamos com o almoço e ela insistia em me ajudar a lavar a louça, na qual eu insistia que ela era minha convidada e não iria fazer nada.

–Por favor, Klaus. Eu já fiquei sem fazer nada enquanto você tinha todo o trabalho de fazer o almoço, me deixe ao enxugar a louça. – Ela pedia suplicante arrastando a voz.

–Tudo bem! – suspirei e ela bateu palmas feliz, revirei os olhos e pegamos os talheres e vazias sujos pondo-os na pia.

Vi Bella retirar seu suéter e estender as mangas da blusa que estava por baixo e foi quando eu vi uma cicatriz em seu pulso. Não era qualquer uma cicatriz, era a marca de uma mordida de vampiro e disso eu tinha certeza absoluta, mas como então ela não era uma vampira? A espécie de vampiros da de Edward com apenas uma mordida a vítima se transforma!

–Como conseguiu essa cicatriz? – Perguntei curioso, mas tentando ser casual e continuei a ensaboar aos pratos.

–Eu, ahm, caí. – Ela hesitou e pude perceber que a havia pegado desprevenida. Eu tinha absoluta certeza: Bella sabia sobre a existência de vampiros.

–Como aconteceu?

–Uma vez eu e Edward brigamos e fui embora para a Flórida onde minha mãe morava, fiquei hospedada num hotel e ele foi atrás de mim e eu acabei caindo dois lances de escada. Quebrei alguns ossos. – Ela se explicou desviando o olhar e estava na cara que era mentira.

–O que realmente aconteceu? – Perguntei direto a entregando o prato.

–Foi isso que aconteceu – ela dizia com a voz convicta, mas suas mãos tremendo denunciavam o contrário e ela começou a enxugar o prato sem realmente prestar atenção no que fazia.

–Tudo bem se não quer me contar a verdade, mas saiba que eu não sou tão cético como apareço, já vi muita coisa na vida. – falei lavando os talheres e ouvi seu coração disparar.

–Você não faz ideia do que está falando!

–Não totalmente, mas parcialmente talvez – falei erguendo a sobrancelha sugestivo

–E qual é a sua teoria? – Ela disse me desafiando e achei que era hora de brincar um pouco.

–Eu acho que você foi mordida por um vampiro, sua cicatriz é e uma arcada dentária perfeita e não de um corte ocasionado por uma queda.

Observei Bella e minhas suspeitas foram confirmadas, a garota sabia muito mais do que devia. Suas mãos apertavam com o prato na qual enxugava, sua expressão era assustada e seus batimentos cardíacos tinham se elevado de tal forma que achei melhor acabar com minha brincadeira e explodi em risos enquanto ela me olhava como se eu fosse um louco.

–Vampiros? Da onde eu tirei essa ideia – e voltei a rir descontroladamente e ela riu um pouco nervosa.

–É, da onde você tirou essa ideia? – Ela voltou a enxugar os talheres tentando parecer normal.

–Ah sei lá, cidade sem sol talvez? – E voltei a rir enquanto lavava a última panela.

–É deve ter sido daí mesmo...

Bella disse vagamente e a observei, ela não era nada normal e sabia muito sobre o meu mundo e se Edward não amava porque então a contou sobre isso? Eu não achava respostas para minhas dúvidas, mas em breve eu as teria não importava com o preço.


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Notas finais do capítulo

Até a próxima galerinha