Spilled Blood escrita por Bella Croswell Mikaelson


Capítulo 10
Capítulo 9 - Changes




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/378909/chapter/10

POV Klaus

Entrei no carro e olhei uma última vez para a morena que estava na porta me observando, suspirei e comecei a dirigir rumo a minha nova casa. O caminho todo fui repassando os acontecimentos das últimas horas e tentando juntar o quebra-cabeça, se Bella é uma humana porque não consegui hipnotizá-la? Será que o frio também sabia dessa qualidade da humana e por isso se aproximou? Provavelmente, eu iria manter por perto alguém com esse dom, teria uma espiã no meio dos meus inimigos, uma doce garota frágil que estaria no meio de todos que armam contra mim e sabendo de tudo e me contando todos os planos deles e se um vampiro desconfiasse dela não conseguiria hipnotizá-la, mas ela poderia fingir que sim.

Interessante, muito interessante. Imaginei em como a garota me seria útil em Mystic Falls, se juntando com Elena e sua turma e descobrindo cada truque deles sem ao menos desconfiar da pobre garota que foi abandonada pelo namorado, eu precisava manter a garota mais perto de mim e por mais que eu quisesse já não conseguia tirar Bella da cabeça. Cheguei em casa e entrei suspirando, era hora de mudar esse ambiente, peguei caderno e lápis e comecei a desenhar uma nova decoração para aquela casa e fiquei perdido ali por horas até que ouvi o sinal de mensagem do meu celular tocando e fui verificar quem era.

Boa noite, Klaus.

Era uma mensagem de Bella, sorri instintivamente, pelo visto não seria assim tão difícil me encontrar mais vezes com a bela garota já que ambas as partes queriam, digitei uma resposta é cliquei em enviar:

Boa noite, love.

Não obtive resposta depois disso e me senti levemente desapontado com isso, mas logo tratei de tirar esse pensamento da cabeça eu só conheci ela a 24hrs então porque eu estava cobrando coisas dela e porque meu instinto me dizia que eu devia ficar perto de Bella para protegê-la? Isso era irracional.

POV Bella

Meu despertador tocou de manhã e com muita preguiça me levantei da minha cama quente e macia indo em direção ao banheiro para fazer minha higiene, voltei ao quarto e fiquei fuçando meu guarda-roupa em busca de uma roupa adequada. Eu me sentia bem, não tinha tido pesadelos e me animava em pensar que eu talvez conversaria de novo com Ângela, ela sempre foi uma boa amiga e não era falsa como Jéssica ou Lauren, eu só esperava que ela tivesse pensado no meu pedido de desculpas e que pudéssemos novamente compartilhar confidencias.

Optei por vestir algumas das roupas que Renée me comprou logo após a partida de Edward na tentativa de me animar, em sua maioria eram calças mais justas, jaquetas, botinhas, talvez eu devesse usar mais vezes essas roupas para combinar com essa mais nova fase da minha vida. Vesti uma calça jeans skinny azul marinho com uma blusa de mangas mais larga estilo uma bata na cor cinza e calcei uma botinha marrom com um pequeno salto, peguei minhas luvas e uma jaqueta jeans e desci até a cozinha.

Fui até a geladeira e me servi de um copo de suco de laranja, peguei uma maçã e subi para o meu quarto comendo enquanto arrumava meu material escolar, vi rapidamente meu e-mail e nenhuma mensagem de Ângela ou até mesmo de Jacob, achei estranho Jake não ter me respondido, ele foi o único que não parou de me procurar nesse tempo todo. Parei de pensar nisso e olhei para o kit de maquiagem que Renée também havia me dado e decidi usar um pouco, passei um pó, máscara de cílios e um batom rosa bem fraquinho. Peguei meu material e desci as escadas, encontrando meu pai.

–Bom dia, filha! –Ele disse me olhando e sorrindo. –Você está bonita!

–Obrigada! –Eu disse sorrindo também. –Bem, eu já vou indo, não quero chegar tarde.

Quando estava chegando na porta me lembrei de algo.

–Pai, tem notícias do Jacob?

–Ele está com monocleose pelo que Billy me contou.... Então está de quarentena. –Ele dizia vagamente lendo os jornais.

–Ah entendi, tchau!

–Não quer que eu te leve? –Ele disse me olhando preocupado e já se levantando.

–Não pai, não! –Eu disse quase histérica, desde que minha picape velha ‘faleceu’ Charlie sempre insistia em me levar para as aulas, mas só de pensar em chegar na escola com uma viatura e sirenes me fazia tremer. – Eu levantei mais cedo e o caminho não é tão longo assim!

Eu falei tentando me justificar e suspirei aliviada quando ele voltou a se sentar.

–Como queira, tenha um bom dia então!

–Para o senhor também! –Gritei indo em direção a porta e o ouvi murmurar alguma coisa de “como ter um dia bom com aquele bando de abutres fuçando o trabalho da gente” claramente ele se referia aos jornalistas na cidade.

Cheguei na escola recebendo alguns olhares surpresos e outros que nem davam bola, ainda faltava cerca de 15 minutos para começar minha aula de trigonometria, mas decidi esperar na sala longe de olhos curiosos e comentários maldosos. Sentei-me na primeira fileira, como era meu costume antes da fase depressiva e fiquei esperando impacientemente Ângela, quando já estava quase na hora do sinal tocar minha velha amiga apareceu, com seu rabo de cavalo baixo, óculos e um enorme sorriso na minha direção.

–Ai meu Deus! –Ela disse me puxando para um abraço apertado no qual eu retribuí. –Eu não acreditei quando recebi o seu e-mail ontem à noite.

–É bom estar de volta!

–Não sabe a falta que você fez. –Ela disse tristemente.

–Me desculpe por isso, foi tudo tão de repente e doloroso...

–Eu sei, eu sei! –Ela disse sem deixar que eu continuasse.

O sinal tocou e para minha felicidade Ângela se sentou do meu lado enquanto nossos colegas entravam na sala olhando surpresos para minha repentina mudança, logo o Sr. Pattinson chegou e começou sua aula, quando o professor não estava explicando a matéria nós conversávamos sobre alguma banalidade e Ângela me deixava a par das últimas fofocas, depois da aula me despedi dela já que só tínhamos a última aula juntas que seria Biologia.

Me lembrei de quem eu era par antigamente e isso trouxe de volta várias memórias, o dia passou e eu me esforçava para tirar as malditas lembranças da cabeça, mas eu estava decidida a mudar e não desperdiçar minha vida. No intervalo, eu tinha ficado com Ângela e ela me contara que não era mais amiga de Jéssica, pois a mesma tinha beijado Eric na sua frente mesmo sabendo a amiga gostava dele, me penalizei por Angie, ela sempre foi uma amiga muito boa e leal ao contrário de Jéssica e Lauren que mais pareciam duas cobras e fiquei a consolando durante todo o intervalo. Na última aula fomos avisados que o Sr. Banner estava doente e que podíamos ir embora, minha amiga me convidou para ir a sua casa e eu prontamente aceitei.

–Um dia Eric vai perceber a burrada que ele fez trocando você pela Jéssica! –Eu dizia a ela sobre o asiático, estávamos no seu quarto e ela tinha se jogado na cama enquanto eu me sentava numa cadeira da mesa de estudos dela.

–Eu realmente espero. É bom te ter de volta, sabe? –Ela dizia me olhando e refletindo. –Mike é uma boa pessoa e as vezes ele fala comigo, mas ele é um pau mandado da Jéssica e quando ela vê ele conversando comigo trata logo de estalar os dedos e ele sai correndo como um cachorrinho.

Ela suspirou com raiva e continuou.

–Eu quero dizer antes era só a gente, um contando com outro. Era eu, você, Mike, Ângela, Eric, Jéssica e depois os Cullens.... – Ela observou eu ficar desconfortável –E eu não devia ter dito isso, Bella me desculpe é que escapou!

–Não, tudo bem – A tratei de tranquilizá-la – Isso é passado, estou tentando superar!

–E está conseguindo, você está voltando a ser o centro das atenções novamente, Bella.

–Sabe que eu nunca quis isso. –Disse desconfortável.

–Sim, mas ter sido a garota nova na escola e logo depois começar a namorar o cara mais cobiçado da escola teve suas consequências e bem... – ela parou de falar e olhou meio incerta para mim se sentando na cama.

–O que foi? –Eu disse me sentando na cama do seu lado.

–É só uma questão de tempo até correr os boatos que você foi testemunha dos crimes lá da floresta...

–Eu só vi uma pessoa e.. –Tentei engolir o choro e as imagens que aquilo me traziam. –Como você sabe disso?

–Meu pai e eu estávamos perto da sua casa naquele dia e vimos toda a movimentação e ficamos preocupados, é claro que eu não falei disso para ninguém já que eu não queria te expor, mas quando você chegou já tinha um número considerável de pessoas lá e uma hora ou outra vão acabar falando.

Eu tremi só de pensar na possibilidade de repórteres na porta da minha casa querendo que eu fale sobre o ocorrido, mesmo eu insistindo que não havia visto quase nada.

–Vamos mudar de assunto? –Eu perguntei não querendo lembrar de tudo.

–Tudo bem, como você está? Quero dizer, você mudou assim e eu nem se quer sei o motivo. –Ela me disse com olhos pidões.

–Uma pessoa me fez enxergar que eu não devo gastar minha vida toda chorando por quem não me quer, e embora doa eu preciso continuar vivendo. –Eu disse divagando e me lembrando da conversa que tive com Klaus.

– E essa sua mudança tem a ver com um belo par de olhos azul esverdeados? –Ela sorriu maliciosa e eu a encarei estupefata.

– O que? Como... você – gaguejei

–Eu vi você saindo do carro desse homem naquele dia, eu te disse eu estava lá, e bem, eu vi como ele te olhava. E eu também sabia que você não estava conversando com os nossos amigos da sala e nem com o pessoal de La Push.

Ela me olhava com satisfação, pela minha cara havia concluído que estava certa e eu fiquei muda sem saber o que dizer, tinha me esquecido que Ângela era muito perceptiva.

–Então, estou certa? Qual o nome dele?

–Sim, você está. –Suspirei. –Ele se chama Klaus.

–E você gosta dele. –Ela disse mais como uma afirmação do que como uma pergunta.

–NÃO, não, não, não, não, não! Eu só o conheci a duas noites atrás, não existe isso. –Eu falei rapidamente e balançando a cabeça freneticamente.

–E então porque você ouviu os conselhos de um estranho, enquanto todos nós e seus amigos te dizíamos a mesma coisa?

–Porque, porque, porque... –Eu não tinha respostas para isso e refleti que minha amiga estava certa, então porque eu estava dando ouvidos aquele homem com o belo sotaque inglês e não aos meus amigos?

– Porque tem uma coisa nele que está te atraindo e vice-versa, Bella, não estou te julgando ou nada do tipo e na verdade acho ótimo que você esteja seguindo frente só fico chateada de você não me contar o que rolou entre vocês! –Ela me disse bancando a triste.

–Não houve nada! –Eu garanti e depois me lembrei do primeiro episódio do qual ele disse que trocou minha roupa e corei.

–Você está mentindo. Anda logo e conta tudo, não, espera vou pegar sorvete lá embaixo e já volto!

E saiu correndo com um sorriso estampado no rosto e eu ri também. Quando ela voltou contei tudo o que eu passei os últimos dias e todos os encontros com Klaus e ela fazia comentários na maioria divertidos.

–OMG, eu não acredito que ele trocou sua roupa! – ela dizia fazendo caras e bocas engraçadas e eu só corava.

–Não estaria tão feliz se fosse você no meu lugar, isso é constrangedor.

–Poderia ser se ele fosse feio ou algo tipo, coisa que não é. Isso é um presente do destino!

–Por favor, Ângela... –Disse tentando a conter.

–Isso é uma prova que o destino quer vocês juntos. Ele te ajuda na floresta e com seus machucados, ele te leva sã e salva para sua casa, ele te dá os mais sábios e conselhos e ele te dá o número do celular! –Ela falava enumerando com os dedos e com um tom que não deixava dúvidas que ela tinha razão. – E francamente, ele é bonito e você também acha, estou errada?

–Não, não está. –Eu disse vagamente.

–Conclusão: Você esquece o babaca do Edward, começa a namora com o Klaus e a ala feminina da escola inteira fica se perguntando como é que você consegue os namorados mais gatos da cidade. –Ela caiu na gargalhada e eu inevitavelmente a acompanhei, ficamos o resto da tarde assim até que resolvi ir embora, quando cheguei Charlie já estava lá e pedi mil desculpas por ter demorado e ele não pareceu se importar, ficou até feliz por eu estar passando meu tempo me divertindo novamente.

–Só acho que você deveria ir a La Push qualquer dia, Jacob sempre foi como um irmão para você e tenho certeza que ele ficaria feliz por você! –Ele disse autoritário.

–Eu sei, pai. Ontem à noite mandei um e-mail para ele, mas ele não me respondeu...

–Que estranho, bem, ele não deve ter visto, tente ligar para ele. –Ele disse indo se sentar na poltrona para ver o jogo de baseball.

–Vou fazer isso agora e vou pedir pizza para gente! –Fui andando em direção ao telefone.

–É pizza é bom. –Ele disse vagamente enquanto assistia ao jogo, revirei os olhos, Charlie saía de sintonia quando se tratava de pesca e esportes.

Liguei primeiro para a pizzaria e encomendei uma, depois tentei ligar para o celular de Jacob no qual nunca me atendia, tentei uma, duas, três, quatro, cinco vezes e nada. Suspirei já com raiva e tentei ligar no telefone fixo da casa dele.

–Alô Charlie, assistindo a jogo também, hein? –Ouvi a voz de Billy soar do outro lado.

–Oi Billy, uhm, sou a Bella. Eu queria falar com Jacob.

–Ah, é você! –Ele disse desconfortável e desapontado, eu diria até um pouco frustrado e fiquei me perguntando o porquê. –Meu filho ainda está de cama, ligue daqui alguns dias.

Quando fui falar alguma coisa, ele simplesmente desligou na minha cara e eu fiquei sem saber o que fazer, então coloquei o telefone no gancho e fiquei pensando no que eu podia ter feito de tão ruim para ser tratada daquele modo. Será que Jacob estava me ignorando? E se estava porquê? Fui interrompida pelo motoboy entregando a pizza, depois Charlie foi até a cozinha no intervalo do jogo e pegou uma fatia.

–Conseguiu falar com Jacob?

–Não, ele não atende o celular e quando liguei para Billy ele desligou na minha cara! –Eu disse desapontada e ainda um pouco incrédula.

–Como assim? –Ele me perguntou sério e sem tirar os olhos de mim e eu contei a ele o que Billy havia dito.

–Eu liguei hoje mais cedo para ele e ele disse que Jake estava bem, que já tinha se recuperado! –Charlie franziu as sobrancelhas tentando entender.

–Bem, então ele mentiu –Eu disse com raiva. –Ele foi grosso comigo.

–É bom saber –Charlie disse e voltou em direção à sala assistindo o seu jogo, de vez em quando eu o observava e dava para notar que depois do que eu contei a ele, meu pai perdeu o interesse no jogo.

Deixei-o pensando e subir para tomar banho, depois estudei um pouco e ouvi meu pai bater na porta.

– Pode entrar. –Gritei sem parar de ler o livro e fazer anotações.

–Não vai sair hoje? É sexta-feira! –Ele falou se sentando na cama

–Eu deveria? Sabe que nunca fui muito de sair... –Respondi e ficamos num silêncio desconfortável e eu resolvi perguntar.

–Eu fiz algo errado? –Perguntei hesitante, e repassei todos os progressos que eu estava conquistando.

–Não, espero. Eu só estava me perguntando se por acaso, você não deu razões para Billy te tratar daquela forma?

–É claro que não. Eu passei todos esses últimos 3 meses confinada no quarto e não falei com ninguém, agora que eu decido me recuperar o senhor vem me dizer que Billy foi rude por minha causa? –Eu disse me levantando e começando a ficar irritada.

–Você tem razão, você tem razão! –Ele falava rápido com as mãos levantadas como se estivesse se rendendo. –Eu só estou surpreso com essa atitude dele.

–E eu também! –Disse tentando me controlar.

–Bem, se você não sabe de nada tudo bem. Boa noite, garota! –Ele falou apressado e saindo do meu quarto com mais pressa ainda, possivelmente querendo evitar alguma discussão.

Ouvi meu celular apitar e pensei que talvez fosse Jake, mas não era e sim uma mensagem de Klaus

“Podemos conversar amanhã? ”

“Olá, é claro. Na onde nos encontramos?”

Logo a resposta dele chegou

“Eu te busco na sua casa, as 13:30. Pode ser?”

Fiquei pensando no que será que ele queria falar comigo e digitei uma resposta.

“Combinado. Até amanhã então”

E logo sua resposta apareceu

“Até amanhã, love”

Fui me deitar feliz, por saber que ele não estava me achando entediante como eu achei e fiquei imaginando seu doce sotaque me chamando pelo apelido que agora ele parecia ter me dado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!