Capítulo 17

Edward POV

Bella estava sentada num pequeno estabelecimento, em frente ao hospital de Port. Angeles esperando por mim. Ela já estava grávida de dois meses e meio e não me contava, então resolvi fazer uma surpresa e contar que eu já sabia. Eu não sabia o porque dela não me contar sobre a gravidez. Será que ela não queria realmente um filho e tudo aquilo não passou de um momento de euforia? Será que ela planejava fazer um aborto? Não! Ela não seria capaz de tal atrocidade, mas por que ela não me contava?

Adentrei a pequena lanchonete caminhei silenciosamente em sua direção, o nervosismo me consumia, e minha cabeça inventava mil e uma idéias absurdas para a ela não ter me dado essa notícia pra mim, a mais importante da minha vida. Sorrateiramente me aproximei dela por trás enquanto tirava um par de sapatinhos brancos, que compramos no dia seguinte ao qual concebemos o nosso bebê, parei atrás dela e passei minha por seu rosto pequeno cobrindo a sua visão e coloquei o par de sapatos na mesa.

- adivinha que é? – sussurrei ao seu ouvido inutilmente pois ela já sabia que era eu assim que coloquei minhas mãos sobre seus olhos.

- Edward! – ela me repreendeu falsamente. – como se eu fosse esquecer dessas mãos ou até mesmo dessa sua voz. – agora o seu tom era pura e completamente malicioso.

- errado! – sussurrei fazendo-a gargalhar gostosamente.

- e quem seria? – ela perguntou curiosa.

- o pai do nosso bebê. – falei e tirei a mão de seus olhos só para descer até o ventre de Bella. A respiração dela falhou e a cor fugiu do seu rosto enquanto lágrimas escorriam por seu delicado rosto e seus olhos nunca desviavam do pequeno par de sapatos á sua frente. Ajoelhei-me a sua frente e beijei suas mãos, querendo a sua atenção que não sabia do par de sapatos.  

- por que não me contou antes? – perguntei um pouco magoada com sua reação. – você não quer o nosso bebê? Diga-me o que está pensando pelo amor de Deus antes que eu enlouqueça. – pedi agora segurando seu rosto forçando-a olhar para mim.

- eu ... eu... – gaguejou e se jogou nos meus braços num abraço apertado. – desculpe amor! – pediu, levantei-me e levei-a junto a mim, deixando uma nota que eu nem sequer olhei o valor sobre a mesa e segui para o carro.

Sentei Bella no banco do carona de frente para mim e de costas para o banco do motorista. Apoiei minhas mãos em suas coxas e encarei-a querendo entender o que ela estava querendo dizer com “desculpe amor!”, pois eu precisava muito que não fosse o que eu estava pensando.

- eu quero muito esse bebê, Edward! – falou depois de um tempo. – eu só não sabia como te contar. – suspirei aliviado. – desculpe por te fazer pensar besteiras, é só que eu não sou boa com surpresas, nem mesmo aquelas que eu faço. – falou  e  acariciou meu rosto.

- se eu não soubesse que você estava grávida desde que concebemos esse bebê, como você me contaria? – perguntei enquanto acariciava o seu ventre por debaixo de sua blusa.

- bem eu estava esperando que você descobrisse por si próprio ou eu seria obrigada a contar quando ficasse enorme. – falou sorrindo orgulhosa de seus planos. Gargalhei admirado do qual inocente ela é.

- bem eu já sei, mas a Julie não e ela está preocupada com você ou acha mesmo que ninguém percebeu que a única coisa que fica no seu estomago é sorvete de chocolate. – falei beijando a bochecha de Bella e a senti enrijecer. – o que foi? – perguntei me afastando para encarar seu rosto.

- eu vou ter que fazer surpresa de novo? – perguntou fazendo careta de desgosto me fazendo gargalhar.

- que tal se nós falarmos juntos? – perguntei passando o dedo pela linha de preocupação que se formou na sua testa.

- seria ótimo, mas será que ela vai gostar? – perguntou preocupada.

- claro! Julie é a melhor criança que eu já conheci, ela é esperta, inteligente, linda e o melhor de todos é a filha que todos gostariam de ter, mas só nós temos. – falei fazendo-a abrir aquele sorriso brilhantemente meigo que ela só dava pra mim.

- só NÓS temos? – perguntou arqueando a sobrancelha, me fazendo entender o erro que eu havia cometido.

 Eu entendia o porque da Bella não querer que eu tratasse a Julie como filha e nem a Julie me tratasse como pai, mas era inevitável que eu esquecesse que ela não era minha. O problema é que a reação da Bella sempre me magoa, como ela repreende a Julie por me chamar de pai as vezes sem que ela nem perceba.

- você tem. – falei chateado e me afastei dela.

Fomos até a escola da Julie buscá-la para contar a novidade num silêncio incomodo, assim que estacionei, Julie entrou e cumprimentou-nos com beijos e abraços. Quando Julie estava devidamente acomodada na cadeirinha no banco de trás do carro seguimos para o restaurante italiano o preferido por nós três e tivemos um almoço agradável, depois pedimos sorvete como sobremesa e decidimos contar a Julie a surpresa.

- nós temos uma novidade para lhe contar. – iniciei a conversa com Julie vendo que da boca de Bella não sairia uma palavra.

- o que é? – perguntou a pequena curiosa.

- bem... é que... hum... – Bella tentou sem sucesso falar alguma coisa, mas ela estava visivelmente nervosa.

- a mamãe está grávida. – fui direto ao ponto, Julie era esperta e não gostava que ficassem abordando o assunto pouco a pouco.

- oba! – gritou jogando as mãos para o alto. – eu vou ter um irmãozinho. Que legal! – exclamou e se jogou nos braços de Bella. – obrigada mamãe! Obrigada pa.. tio Ed. – sorri para ela e acariciei seus cabelos.

- tem mais uma coisa. – falou Bella para minha surpresa e de Julie.

- o quê? – perguntamos eu e Julie ao mesmo tempo, eu mais surpreso do que a Julie.

- bem vocês podem se chamar de pai e filha, não quero que pensem que eu não gosto porque eu amo saber que vocês se amam assim, eu só achei que James ficaria esquecido. – terminou de falar e encarou Julie.

- não mamãe eu nunca esqueceria o papai. – falou alisando o cabelo de Bella com sua pequeninas mãos. – mas eu acho que ele não se importaria se eu tivesse alguém que me amasse tanto quanto ele. – falou fazendo Bella sorrir.  

Passamos o resto da tarde em Port. Angeles, passeando ou fazendo compras para o bebê que logo viria e também para os bebês de Emmett e Rose que já haviam nascido. Um menino grandão e forte que nem Emmett e uma menina linda e charmosa que nem Rosalie que se chamavam Charllote e John. Chegamos em casa já tarde da noite e Julie dormia em meu colo, levei ela para cama e cobri, quando já estava saindo do quarto ela sussurrou um “boa noite papai!” me fazendo o homem mais feliz do mundo.

Segui para o quarto e Bella estava saindo do banheiro numa camisola preta, fui na sua direção e beijei seus lábios, num beijo lento e suave. Segui para o banheiro e tomei banho enquanto Bella ia ver se Julie estava bem e falar com Carlisle e minha mãe. Saí do banheiro vestido apenas de cueca box e deitei na cama esperando por Bella.

Eu estava feliz e magoado ao mesmo tempo, feliz porque ela finalmente aceitou e entendeu que eu amo a Julie como um pai e triste porque ela não me ama como um dia amou e a culpa é toda e completamente minha. Eu praticamente joguei a Bella nos braços do James e agora eu não posso competir com ele, pois nem vivo ele está. Isso é o que mais me magoa como eu posso lutar pelo amor de Bella que não está aqui para fazê-lo, mas que o terá para sempre e a única coisa que posso fazer é agradecê-lo por ter auxiliado e amado ela num momento tão difícil ao qual eu dei as costas por causa do meu estúpido ciúmes.

Não percebi quando adormeci, apenas acordei com Bella entrando debaixo do edredom enquanto subia acariciando minhas costas, virei-me para ficar de frente pra ela e sorri quando num si impulso ela sentou na minha barriga com uma perna de cada lado do meu corpo e com a cabeça no meu pescoço. Abracei-a apertado e dormi novamente satisfeito de tê-la comigo.