Cap. 20 - Fim?

– olá, minha cara... - ouvi a voz asquerosa de Aro e fiquei de pé para encara-lo. Pelo o que eu sabia já fazia mais um de um dia que eu estava ali, mas resolvi não confiar muito nisso. Seria muito fácil pra eles manipular isso também. Seria muito fácil para Elena.

– Aro. - acenei pra ele, educadamente. Ele deu um sorriso irônico, como se estivesse mastigando um plano delicioso. Engoli em seco.

– quem mais sabe de mim? - perguntei.

– que você está aqui? Apenas Katherine e eu. Quer dizer, a essa altura do campeonato, apenas eu. - ele riu. E eu arregalei os olhos. Ele tinha matado Katheri... Digo, Elena. Isso não me surpreendia. Mas porque ele insistia de chama-lá de Katherine?

– você já pode pare de chamar essa traidora de "Katherine". Eu sei que não é ela, eu sei que essa mulher se chama Elena e que é uma bruxa. - falei e ele levemente arregalou os olhos. - eu já disse que não sou idiota. Você não sabe com quem está lidando. Eu sou muito mais do que apenas hipnose, meu caro Aro.

– eu vejo. - rosnou, e eu sorri. Eu estava abalando a calma e complacência dele. E estava adorando. Se fosse pra eu morrer, bem que eu podia me divertir um pouco antes.

Não. Eu não ia morrer. Eu não daria esse gostinho para Aro e Elena. Eu era bem mais forte que isso.

– Droga. Eu preciso saber o que você sabe... - ele rosnou e atravessou a porta invisível. Como ele conseguiu? Será que estava aberta?

Aro me empurrou contra a parede e me prendeu com as mãos, sugando cada pensamento que ei ia tive na vida. Esse era seu poder. Agora ele sabia de tudo sobre minha vida. Pior, sabia de Edward, Jasper... Alice. Oh meu Deus, Alice. Quando ele me soltou, eu estava exausta.

– que magníficos poderes! Elena fez um trabalho porco, como sempre. São tantas as possibilidades! Você, seu namorado, sua irmã... Vocês seriam de tanto uso pra mim... - ele gargalhou estranha e apavorantemente e bateu palmas. - eu preciso de vocês comigo!

– nunca vai tê-los! - gritei. - nunca terá nenhum de nós!

– e quem vai me impedir cordeirinho? Você? - ironizou, e eu rosnei de ódio.

– sim, eu. - sibilei e avancei nele, mas ele era mais forte e mais experiente. Os anos de luta contra Emmett não estavam adiantando agora. Ele me deu um empurrão e eu bati contra a parede, que rachou. Ótima hora para meu plano de fuga ter um fundamento, não?

Um guarda apareceu não se de onde e me segurou por traz, pelos braços, me imobilizando. Grunhi, e o medo me atingiu. Já era.

– você não pode me impedir de nada estando morta. E nem adianta tentar me hipnotizar. - ele disse. O guarda me pôs de joelhos, e Aro segurou minha cabeça com as duas mãos, no ponto final de arranca-lá. - quais são suas palavras finais?

– Edward, eu te amo. - sussurrei, com um sorriso triste, e esperei pela escuridão, que não veio.

Nenhum dos dois se movia, então aproveitei a deixa e me livrei de ambos, arrancando os braços do guarda e chutando Aro contra a parede. Nenhum dos dois nunca mais iriam pôr as mãos em mim.

Olhei ao redor daquela masmorra, a procura de algo que tivesse provocado a paralisação de ambos, e vi uma mulher parada em nossa frente e com as mãos estendidas em direção a eles. Ela era da minha altura, cabelos loiros lisos e brilhantes, e olhos de um lindo azul.

– quem é você? - perguntei.

– Elena. - ela respondeu e eu arregalei os olhos. A bruxa que tinha me entregado.

– por que me ajudou? - pedi, intrigada.

– porque alguém me salvou, mas pediu um favor em troca. - ela disse, sem retirar o foco de Aro.

– quem? - sussurrei.

– eu. - ouvi a voz de Edward e corri para seus braços. Ele me pegou em um beijo apaixonado e cheio de alivio.

– você veio me salvar! - sussurrei, tão aliviada quanto ele.

– é claro que sim. Tinha alguma duvida? - sussurrou.

– não... Eu sabia que você viria. Só tive medo de você não conseguir chegar até mim. - sussurrei.

Meu maior medo era te perder...

– você nunca vai me perder, meu amor. - sussurrou e eu o beijei.

– okay, casal, eu sei que vocês se amam e estão felizes pelo reencontro, vocês são lindos, e vão ter a eternidade pra comemorar. Mas acontece que eu quase não estou aguentando manter Aro preso, e, na hora em que ele se soltar, vai dar um jeito me matar nós três e, acredite, ele vai conseguir. Então será que você pode dar um jeito aqui? - Elena disse e eu assenti. Fui até Aro e o peguei pelo pescoço, o obrigando a olhar no fundo dos meus olhos.

– você vai esquecer absolutamente tudo sobre mim e sobre meus irmãos, e tudo sobre Elena. Vai parar de seguir Carlisle e a família dele. Eles não são ameaças, e também não têm e nem nunca vão ter nada que interesse a você. Você vai ordenar que todos os seus subordinados parem de buscar coisas sobre o clã Cullen, e vai esquecer de tudo o que aconteceu aqui. Carlisle é apenas um grande, imune, fiel e intocável amigo. Entendido? - o hipnotizei e ele assentiu. Fechou os olhos e Edward, Elena e eu desaparecemos antes que ele retornasse a abrir os olhos.

– o que vocês vão fazer comigo? - Elena perguntou, assim que estávamos longe o suficiente, e eu olhei para Edward.

Nada, pensei.

– obrigada. - falei e ela arregalou os olhos. - apesar de você ter me entregado a ele, estou grata por ter vindo me salvar. - ela sorriu francamente e assentiu.

– não fiz mais do que minha obrigação. Eu fui muito idiota por cair na conversa de Aro, fui influenciada. Você tinha razão, a justiça deles é só o que lhes convém. - ela suspirou. - eu é que agradeço por ter aberto meus olhos. Apesar de eu ter que ser quase assassinada para compreender isso.

– você está livre para ir, Elena. - Edward falou e ela assentiu.

– me perdoem por ter traído vocês, e por ter posto suas vidas em perigo. - ela disse e nós assentimos. - passem minhas desculpas para sua família.

– nós passaremos. - sorri. - pra onde você vai?

– voltar pra casa. Bulgária. - ela disse e eu assenti. - adeus.

E ela se foi.