For The First Time escrita por Kisa


Capítulo 1
Let's go, Cap!




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Depois de passar setenta anos congelado, Stark achou que seria bom levar Rogers para conhecer as coisas criadas desde que o loiro fora congelado no Atlântico Norte, após a queda do avião que o mesmo pilotava.

− Você vai se surpreender com as coisas que foram inventadas depois que você tirou um cochilo, Cap. – disse Stark enquanto dirigia seu Lamborghini 2013 pela ruas da Califórnia.

− Eu não acredito que você vá me surpreender muito, Anthony. Eu já vi muita coisa.

− Imagino. Um cara maníaco com a cor vermelha tentando destruir o mundo não conta.

− Eu vi as invenções do seu pai. Ele era um prodígio, um empreendedor muito jovem para a época. – Rogers parecia perdido em pensamentos e nem reparou que o moreno acelerava mais o carro – Ele encontrou o mineral que foi usado para construir meu escudo. E todo ele foi usado na confecção do escudo. Seu pai era um gênio.

− É, meu pai era ótimo, blá, blá, blá, etecetera e tal. Excelente. Mandava ótimos cartões de natal pra mim todos os anos. Muito atencioso esse detalhe. – dizia enquanto pisava no acelerador do carro. Já estavam a 120 km – Me lembre de levar flores para o túmulo dele.

Steve não acreditava no que estava vendo. Stark estava nervoso e segurava o volante do carro como se fosse arrancar ele fora.

− Espera... não, não pode ser. – Steve não conteve o riso.

− Não pode ser o que?

− Você... é muito fofo.

− Como é que é? – Stark desacelerou o carro e o levou até o acostamento, estacionando o veículo – Pode fazer o favor de explicar essa história de “você é muito fofo” – Stark imitou o Capitão falando, mas de forma bem exagerada e afetada.

− Você está com ciúme do seu pai. – Rogers riu.

− Eu não estou com ciúme do meu pai. Eu me garanto, dá licença?

− Você está, tá estampado na sua cara.

− Não, eu não estou. Acho que você está precisando fazer exames de vista, está enxergando muito mal, vovô.

Rogers constatou: Stark não estava apenas com ciúme, ele estava morrendo de ciúme do pai. Era engraçado ver o moreno querendo socar a cara de Rogers contra o painel do carro.


− Eu nunca saí com Howard. – disse Rogers, começando a ficar vermelho. – Ele não fazia meu tipo. – olhou de soslaio para Stark enquanto mexia as mãos nervosamente. Viu que o moreno olhava pra ele - E não me chame de vovô, eu odeio quando você me chama assim.

− Certo. Hã... ele não fazia o seu tipo, é? – Disse Stark, tirando o cinto de segurança e se inclinando em direção a Rogers. Deu um beijo no pescoço do Capitão, depois voltou para seu lugar em frente ao volante. – Vamos simplesmente parar de falar sobre isso? É muito estranho, eu fico imaginando meu pai dando em cima de você e você recusando. E depois de setenta anos você está saindo com o filho dele, que tem os mesmos genes e que, por incrível que pareça, faz seu tipo, agora.

− Ok. Vamos parar de falar. Nem eu estou entendendo que rumo essa conversa está tomando.

Rogers viu que Stark havia recuperado seu bom humor novamente. Era estranho, parecia que ele queria realmente saber se Rogers havia saído com o pai. O Capitão não se atentou a esse detalhe antes, mas parecia, agora, algo que fazia sentido. Na casa do moreno não havia nada relacionado ao pai, nenhuma foto, nada. Quando perguntou, ele desconversou e pareceu desconfortável.

Será que Stark estava com essa dúvida na mente desde o início e não falou nada?



Chegaram finalmente ao cinema. Rogers não achou grande coisa, também havia cinemas em 1935. Eram menores, mas passavam ótimos filmes preto e branco.

− Maravilha. Vem Cap, vamos comprar os ingressos.

Steve achou que iriam comprar com as atendentes, mas Stark fora numa máquina e digitou na própria tela as informações, passou o cartão e saiu por um orifício o papel que, Stark explicou, eram os ingressos para assistirem O Homem de Aço.

− É um filme sobre um herói que vem de outro planeta. Seus poderes vem da luz do sol, ele pode voar, soltar raios laser, correr em super velocidade, esse tipo de coisa. Mas ele tem uma fraqueza: se chegar perto de partes do próprio planeta que caiu na Terra em forma de meteoros, ele perde os poderes e fica vulnerável.

− Não sei não, Anthony. Não me parece ter muita credibilidade um herói que usa a cueca por cima das calças – disse Steve enquanto olhava o pôster pendurado no meio do hall de entrada. – Nós já somos heróis, pra que vamos ver um filme sobre isso? Não faz o menor sentido.

− É pra relaxar. Você não tem que achar que isso vá fazer algum sentido. E o que eu quero mostrar é a tecnologia 3D usada pra fazer o filme. Duvido que existisse isso em 1880.

− 1935. Essa tecnologia é parecida com a que você tem no laboratório?

− É e não é. No laboratório eu uso holografia, que é uma técnica de registro de padrões de interferência de luz, que podem gerar ou apresentar imagens em três dimensões. No cinema 3D os cineastas podem enganar seus olhos de uma forma mais real como se você realmente estivesse vendo o filme através de uma janela entre o mundo real e o mundo do cinema. Mas é mais fácil ver que explicar. Vamos indo, eles liberaram a entrada para a sessão.

Stark pegou a mão de Rogers e ambos foram andando em direção à sala de exibição. Steve se sentia muito estranho quando Stark fazia isso. Não estava acostumado a chamar a atenção dessa maneira. Mas Tony parecia não dar a mínima pra isso.

O Capitão achava que o moreno gostava de fazer com que ele ficasse vermelho o tempo todo quando estava perto dele.

Antes de entrar para a sala, ele recebeu uns óculos vermelhos que Stark lhe explicou logo em seguida ser necessário usar durante a exibição, pois era esse acessório que permitia ver as imagens em 3D do filme.

O filme começou e Rogers achou aquilo surpreendente. O tal do Superman parecia voar na direção deles, e num outro momento achou que o raio laser tinha acertado seu próprio ombro.

Stark nem olhava para o telão. Ele gostava de ver como Rogers reagia quando descobria uma coisa nova. Como quando ele foi usar a cafeteira e quase pôs fogo na casa, ou quando achou que a tv mudava os canais apenas falando com ela qual canal queria assistir. Stark achava engraçado como Steve era ingênuo. E adorava explorar esse detalhe no loiro.

O moreno levantou o encosto da cadeira e chegou mais perto do Capitão. Rogers estava tão concentrado que só percebeu bem tarde as intenções de Stark. O moreno colocou a mão dentro da camisa de Steve, tocando a barriga do loiro, enquanto seus lábios depositavam selinhos no pescoço de Steve.

− Anthony, não... – se Stark pudesse enxergar no escuro tinha visto que Steve estava fervendo, de tão vermelho que ficou com aquela carícia inesperada. – não podemos fazer essas coisas em público.

− E porque não? – perguntou Stark, bem baixinho no ouvido do Capitão, quase como um sussurro, tirando os óculos dos olhos dele.

− Porque... porque tem crianças aqui.

− Elas estão lá embaixo, não vão olhar pra trás. Estão muito ocupadas olhando o cara com o cuecão vermelho.

− Mas mesmo assim... – Steve estava quase implorando.

− Eu só quero te beijar aqui dentro, tá bem? É como uma fantasia minha. Pode ser aqui dentro no escuro ou pode ser lá fora, você pode escolher, eu deixo.

Rogers era grande, forte, mas era facilmente manipulado pelo homem ao lado dele. Como ele podia fazer isso?

Percebendo que não tinha escapatória, Rogers levou a mão ao pescoço de Stark e lhe deu um selinho.

− Satisfeito?

− Não chegou nem perto, Steve.

O moreno venceu a pouca distância entre os dois e tocou seus lábios nos do Capitão. Sem pressa. Queria vencer, além da distância, o medo dele. Com o braço o trouxe um pouquinho mais pra perto, passando-o por cima dos ombros de Steve. O loiro aos poucos foi se soltando, perdendo o medo e se deixou levar por aquele novo sentimento.

Os lábios de Stark eram macios, e sempre que tocava os seus nos dele, tinha vontade de nunca mais parar de beijá-lo. Era um sentimento maior do que imaginava, maior que tudo o que já sentiu por alguém antes, em toda a sua vida.

Stark mordeu o lábio de Steve, bem de leve, e o loiro respirou fundo, buscando o ar que estava começando a lhe faltar. Separou-se dele um instante, para recuperar o fôlego.

− Eu te amo, Anthony. – não sabia o porquê daquilo, simplesmente disse o que estava preso na sua garganta havia um tempinho.

Stark olhou pra ele. Não conseguia enxergá-lo perfeitamente, a luz vinda do telão só permitia que enxergasse nuances. Tocou o rosto de Steve, pousando a cabeça entre o pescoço e o ombro do loiro.

− Eu... t-tamb... eu... am... – Rogers descobriu ali que Stark era muitas coisas, até gago. Guardou a informação para si mesmo e riu – Eu... gosto de você também. – disse, por fim – Muito mais do que eu imaginava, tanto que não consigo pensar em ficar longe de você por mais de cinco minutos.

Rogers tocou o local brilhante no peito de Stark. Sabia que por trás do pequeno reator Arc, tinha conquistado um lugar no coração do Homem de Ferro. E que esse coração seria seu, para sempre.


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Notas finais do capítulo

Ah, bem, se você chegou até aqui por mera curiosidade, custa nada deixar o feedback.

Obrigada por ter lido *--*