Between Us escrita por Ludymila Leal


Capítulo 3
Comportamento hereditário


Notas iniciais do capítulo

Eai leitores!
Mais um capítulo pra vocês!



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—Eu acho que se a decoração fosse prata e lilás, seria bem mais interessante.-Bella empurrou os óculos de grau para cima, debruçada sobre as fotos que Rosalie havia levado até ela.

—Eu disse a Alice, mas ela cismou com preto e branco. Não é nenhum pouco a cara de Annie isso.

—Por falar em Alice, ela já deveria estar aqui. –afastando-se da mesa de vidro com um empurrão sobre a cadeira de rodinhas, Bella virou-se de frente para a grande janela de vidro em suas costas, vislumbrando Alice sair do carro com as crianças e uma mulher desconhecida. Uma semana depois de voltarem de viagem, todos voltaram a suas rotinas e as três haviam combinado de se reunirem para organizarem os detalhes da festa de Annie. Rose havia chego no horário, apesar de estar com Amélia a tiracolo e Alice só dera sinais de vida uma hora depois do horário marcado.

—Ela chegou... E trouxe uma mulher.-Bella virou-se para Rose que estava sentada confortável em uma poltrona com Amélia nos braços.

—Buenos dias, alegria!-animada e vestida de forma elegante, Alice surgiu na porta do escritório de Bella, retirando seus óculos escuros modelo abelhão do rosto e abrindo os braços, empolgada.

—Eu perdi algo? A Kate Midlleton vem almoçar conosco?-Rosalie ironizou, encarando os trajes da amiga.

—Eu estou de moletom manchado e provavelmente deve ter algum pedaço de pão no meu cabelo, sem comentar que a Amélia já babou a camiseta da Rosalie e você vem usando Dolce & Gabbana e Labountins às 10 da manhã?

—Ah, mon cherrie, eu passei no shopping antes. Hoje estou feliz! Se lembram daquela minha empregada mexicana, a Solie?

—Soledad.-Rose e Bella a corrigiram juntas.

—Whatever, se lembram dela? Bom, a sobrinha dela veio pra NY, é claro que ilegal como todos da família dela, e como a menina cuidou de nove sobrinhos e quatro irmãos menores lá em Guadalajara, pimba, eu a contratei!

—Você definitivamente precisa parar de contratar pessoas que entraram ilegais no país.-Rose balançou a cabeça lentamente.

—E você trabalha na imigração e eu não sabia, é? Larguem de ser mal educadas e dêem as boas vindas a Maria!-puxando a esguia mulher pelo braço, Alice a colocou em sua frente, apresentando-a para as amigas.

—Olá Maria, muito prazer.-Bella disse sem jeito. A mulher ouvira tudo sobre o papo de pessoas ilegais.

—Seja bem-vinda. -Rose sorriu de lado.

—Gracias, senhorrritas.-com um sotaque extremamente acentuado, a bela mulher sorriu doce as duas.

—Pronto Maria, está liberada, pode ir cuidar dos ninõs, não deixe que eles quebrem nadie desta casa, si?! Hasta la vista, baby.-e despachando a babá, Alice já ia fechando a porta quando voltou.-Ah, cuide da Amelita também, ela é chorona mas é uma buena niña.-e pegando Mia dos braços de Rose, ela entregou-a a Maria como um saco de batatas, fechando a porta em seguida.-Ela não é demais?!

—Ela é bem mexicana. Ta na cara que ela é latina e se ela abrir a boca em público, a imigração vai querer chutá-la de volta para o México.-Rose tornou a balançar a cabeça negativamente.

—Sem comentar que você PRECISA parar de misturar o espanhol com o inglês.-Bella emendou.

—Eu vim aqui para receber críticas ou um cheque, hein?

—Como você diz, whatever, eu mudei de idéia. Vou querer os arranjos naturais, as cores mais fortes em lilás, violeta, nesses tons... E não se esqueça das luzes em baixo das mesas.

—Espera, a Annie sabe da festa ou não?-Rose indagou enquanto Alice que começava a anotar algumas coisas em uma agenda.

—Não, será totalmente surpresa. Decidimos fazer uma festa para ela, afinal ela merece, então as amigas dirão que elas vão sair, o que fará com que ela se arrume e a levaremos para o local da festa.-Bella explicou, satisfeita com seu plano.

—Ela merece mesmo, é um doce de garota.-Rose comentou.

—Diferente da irmã, é óbvio.-sem tirar os olhos do caderninho, Alice observou, atraindo o olhar chocado de Rosalie. Bella no entanto, apenas virou-se de costas para elas, encarando a janela de vidro que dava para uma das mais belas árvores do Village. Sabia que era ver,dade. Jane fora doce por um tempo, mas depois mudara completamente, tornando-se uma jovem insuportável.-Ah, qual é?! Sem cena de drama mexicano. A garota é um pé no saco e todo mundo sabe disso, mas não dizem em voz alta, ai quando eu falo, sou censurada!

—Tudo bem, Alice, mas não precisa ser tão...

—Direta? Tudo bem, Rose. Sei que você pensa o mesmo, mas não fala para não me magoar. Até Esme já quis dizer umas boas a Jane, mas se segurou. Ela de fato está sem limites e não sabemos o que fazer.-Bella murmurou sem virar-se.-E por falar na tempestade, o furacão chegou.-um ronco de motor de moto quebrou o silencio da casa e seguido pelo portão baixo de ferro estalando contra seu batente e um estrondoso som de porta batendo, todos podiam ouvir claramente o barulho dos saltos de Jane contra o chão de madeira da sala. Logo, o som dos passos de Bella indo até o andar de baixo uniu-se aos da menina.

—Chegou cedo.-Bella observou, um tanto insegura.

—Eu chego cedo, você reclama. Chego tarde, você reclama. Da pra ficar satisfeita uma vez na vida?!-Jane rolou os olhos, jogando a bolsa de lado sobre o sofá junto com o capacete, as luvas e a jaqueta que usava.-Tem algo comestível nessa casa?

—Sim, ainda não almoçamos. Seu pai e suas irmãs ainda estão na escola, mas eu...

—Pode ser direta? "Sim, Jane, tem algo pra comer" ou "não, Jane, não fiz nada o dia todo".

—Sim, eu fiz arroz branco, salada de rúcula, cenouras, tomate e grelhei o frango.-tentando ignorar a dor que sentia a cada patada, Bella tentou sorrir.

—Legal.-a garota fez uma careta e direcionou-se até a cozinha, seguida por Bella. Alice e Rose que observavam tudo, estavam enojadas com os modos da garota.

—Pra mim, já chega. Pra evitar que meu mau humor volte, vou embora. Depois nos falamos mais.-despedindo-se de Alice, Rose desceu as escadas.-Bella, querida, vou ter que ir, tenho que buscar as gêmeas... Ah, olá Jane, bela cor de cabelo!-ela cumprimentou a menina que agora estava desbravando as panelas e encontrara um pedaço de pernil do dia anterior na geladeira.

—Eai, tia Rose! Um cara que mora há duas quadras da sua casa que fez. Ele também colocou meu piercing genital e tatuou "kiss my ass" nas minhas costas.

—Ah, interessante... Isso me mostra que eu devo começar a mudar de bairro.-pensando que o centro estava mesmo perigoso, Rose sussurrou para si mesma, sem saber como reagir aquilo.-Amelia, querida, vamos buscar as suas irmãs.-chamou a caçula que segundos depois veio até a mãe, animada e sem chorar. Um milagre feito por Maria.

—Até mais Bella, Alice.... Jane.-e após receber como comprimento um movimento do pernil nas mãos de Jane, ela ignorou a vontade de vomitar e saiu da casa de Bella.

—E como foi a prova de hoje?-Bella perguntou a menina.

—Como sabia que eu tinha prova? Você andou entrando no meu quarto? Mexendo nas minhas coisas?-irada, a menina avançou na direção de Bella, que sem perceber, deu um passo para trás.

—Não, imagine! É que você colou o calendário de provas na porta da geladeira....-a mulher tratou-se de explicar tudo e quando Jane virou-se para a geladeira, confirmou que havia colado o calendário lá.

—Whatever...-a loira deu de ombros, usando o papel das datas para limpar a boca e as mãos, amassando-o em seguida e o jogando no chão.

—Vou pedir comida japonesa, essa tua saladinha de mato deve estar um lixo.

—Ah, filha, espere... Digo, Jane, poderia pegar o papel do chão, por favor.-Bella disse firme, tentando impor-se.

—Pega você se está incomodada!-Jane debochou, caminhando para o hall, sendo observada por Alice no topo das escadas.

—Jane, pegue o papel que você jogou, por favor.-Bella insistiu.

—Você não manda em mim! Não sou sua empregada!

—Sim, mas é minha filha e se desobedece ou erra, eu tenho de corrigi-la.

—Você não é minha mãe! -enquanto irava-se a cada segundo mais, Jane avançava na direção de Bella.-Minha mãe é Heidi Volturi, ouviu bem?! Uma mulher poderosa e magnífica... Não uma mosca morta como você!-gritou antes de empurrar Bella que acabou batendo contra um pequeno móvel do hall e quebrando um pequeno enfeite de vidro sobre a tal estante. Como conseqüência, Bella acabou se cortando, mas o que doía de verdade eram as palavras de Jane. Assustada com o ocorrido, Jane afastou-se de Bella, sendo surpreendida por Maria com as crianças que entraram, vindos do pequeno jardim nos fundos.

—Suba, Jane.-com a voz trêmula, Bella tentou prender as lágrimas, mas ao ver que era inútil, correu para a cozinha com a mão sangrando enquanto Jane subia as escadas depressa. Estava prestes a entrar em seu quarto quando foi abordada por Alice que a puxou de forma rígida pelo braço.

—Quem você pensa que é para falar assim com a sua mãe?

—Ela não é a minha mãe!

—Me poupe dessa cena de novela mexicana, por favor, garotinha petulante! É melhor descer e pedir desculpas pra ela!

—E o que vai fazer se eu não fizer isso? Hein? Aliás, quem é você pra me dizer o que fazer?! Ah, já sei! A heroína da família! Me poupe!-Jane puxou o braço livrando-se de Alice que voltou a segurá-la, dessa vez imprensando-a contra a parede.

—O que eu vou fazer? Sinceramente, enfiar a minha mão na sua cara não seria uma má idéia, mas não farei isso. Ainda! E sim, se eu sou a heroína da família, e se você for a nova vilã, como a sua mãe foi, minha querida, pode ter certeza de que assim como eu fiquei feliz em destruir a cara dela, eu destruirei a sua com prazer! Agora é melhor se trancar nesse quarto e não colocar o nariz pra fora, sua petulante! Já tive a sua idade, sei como é esse sentimento de que pode mandar em tudo e em todos, mas comigo não, meu bem! Comigo, a situação é beeem mais complexa!-Alice só soltou o pulso da sobrinha quando pode ver o medo no olhar da garota. Jane bateu a porta do quarto e satisfeita, Alice desceu as escadas, porém quando estava no penúltimo degrau, algo aconteceu: sua cabeça pareceu girar, a vista escurecer e ela juravam que algo parecia ter se rompido em seu cérebro, fazendo-a quase cair.

—Señora!-Maria, que felizmente estava perto, correu para segurar a patroa.-Como está? O que aconteceu? Dios mio!

—Está tudo bem, Maria, tudo bem. Foi só o nervosismo!-Alice disse com a voz suave, colocando as mãos o rosto enquanto Maria a guiava até a sala de estar.-Obrigada por me acudir... E se não for pedir demais, pode ir ajudar Bella?  Ela se cortou e está bastante magoada.

—Sim señora, qualquer coisa me chame!-prestativa, Maria foi até a cozinha atrás de Bella, deixando uma pálida Alice na sala.

—Shhh, silêncio, me deixem fazer meu brinde, por favor!

Em um tom de voz totalmente descontraído, Edward bateu com uma caneta na borda da taça e fez todas as risadas dos companheiros de trabalho abaixarem o volume.

—Bom, como vocês sabem, essa é a despedida de solteira da Hernandez do financeiro!-ele começou a falar mas logo fez uma pausa para que os outros funcionários gritassem um "aeeeeeeeeee!" em conjunto".-Sabemos que a Hernandez, ou melhor, o Hernandão.... É um de nossos melhores companheiros!-gargalhando junto aos demais, Edward passou os braços pelos ombros de Mikaela Hernandez, o motivo da festa.-E por isso, vamos desejar saúde a ela, tudo de bom e prometer que não vamos imaginar ela e a noiva na noite de núpcias conosco no meio, é claro!-erguendo a taça, Edward voltou a gargalhar e quando todos uniram as bebidas e brindaram, ele foi o primeiro a abraçar a companheira de trabalho.-Tudo de bom pra você, camarada.

—Para de ser mulherzinha, Edward!-ela o empurrou, roubando-lhe a taça de champanhe de forma amigável e foi abraçar os demais amigos de trabalho.

—Ah, com licença, Sr. Cullen!-entrando na sala lotada de homens - e apenas Mikaela de mulher-, Abigail, a secretária tímida de Edward entrou, desviando-se dos braços masculinos que tentavam enlaçá-la.

—Sim, Abigail?!-ele virou-se a ela, com um cupcake nas mãos.

—Ah, er, tem uma senhora em seu escritório que deseja falar com o senhor.

—Ela tem horário marcado?

—Não senhor, mas ela disse que precisa lhe falar urgentemente. Devo dispensá-la e marcar outro horário?

—Não, tudo bem, mande-a esperar em minha sala, por favor.-finalizando o cupcake, ele virou-se para avisar a Hernandez que já voltava enquanto Abigail ia na frente, pedindo que a tal mulher entrasse.

Antes de ir para seu escritório, Edward foi até o banheiro conferir se o terno não estava sujo. Arrancou a gravata de papelão com estampas de mulheres de biquíni que recebera na festa, limpou o glacê de sua barba e livrou-se do chapéu de festa. Quando finalmente entrou em sua sala, vislumbrou a figura de uma bela mulher, alta, extremamente bem vestida e de cabelos muito loiros, segurando um de seus porta-retratos com Bella, Renesmee, Jane e Annie.

—Me desculpe a demora, senhora....

— Lothringen. Astrid Lothringen. É um prazer ser recebida pelo senhor, Sr. Cullen.

—Me chame de Eward, por favor.-tentando se lembrar de onde conhecia aqueles traços familiares na expressão divertida de Astrid, Edward puxou uma cadeira para que a mulher que aparentava ter seus 50 e poucos anos se sentasse.

—Obrigada. É sua família?-ela indagou.

—Sim, minha esposa e minhas três filhas.

—Me perdoe ser faladeira e intrometida demais, mas não parece ter idade para ser pai. Da caçula talvez, mas as duas mais velhas não. Estão mais para irmãs caçula!

—Bom, digamos que iniciei minha produção cedo!-ele brincou, sentando-se do outro lado da mesa.

—Você e sua esposa formam um belo casal, Edward. Começaram bem cedo mesmo, pois ela aparenta ser bem jovem.

—Ah não! Digo, sim, somos jovens, mas ela é mãe apenas da caçula. As mais velhas são filhas de meu primeiro casamento.

—Ah, sim! Perdão por me intrometer!-a mulher corou.

—Sem problemas, Astrid. Agora, me diga o motivo de sua visita inesperada. Já nos conhecíamos?

—Creio que não. Acabo de chegar da Noruega e como minha ascendência tem ligações com a família real, eu decidi que gostaria de morar em New York, mas em um castelo.

—Um castelo na Big Apple? Que ousado!-Edward comentou divertido.

—Sim, e por isso o procurei. Eu procurei na internet as empresas de arquitetura mais bem cotadas na cidade e a Barkles é bem famosa. Estou para comprar um terreno próximo ao Central Park, mas gostaria de saber se você acha possível construir um majestoso castelo aqui.-e empurrando um envelope pardo para Edward, a mulher cruzou os dedos sobre o colo, na expectativa. Ele abriu o envelope e analisou a planta do terreno. Era um bom lote, mas pequeno para o tal castelo.

—Bom, eu detesto lhe dar essa notícia, Astrid, mas acho que o terreno é ideal para uma mansão, mas pequeno para seu castelo.

—Mas que droga! E eu já estava me imaginando em meu próprio castelo!-a mulher desanimou visivelmente.

—Bom, se me der cinco minutos, talvez eu possa ajudá-la.

—Te dou até seis .-ela sorriu, empolgada. Edward discou alguns números, folheou algumas agendas, buscou coisas na Google e alguns minutos depois, encarou Astrid de forma satisfeita.

—Então?-ela indagou.

—Gostaria de ir conhecer seu castelo em potencial, Sra. Lothringen?


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e comentem! ;)



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