Edward e Jenny conversaram bastante. Ela o lembrou de todos os micos da noite passada e ele não sabia mais dizer se a cabeça doía da ressaca ou de vergonha. Por fim, Jenny foi trabalhar e deixou o chefe em casa para descansar um pouco. Os dois combinaram de chegar separados na empresa, justamente para não gerarem comentários. Edward sairia algumas horas mais tarde e deixaria as chaves escondidas embaixo do extintor de incêndio ao lado da porta.

Depois do expediente extra realizado no sábado, Edward voltou para casa por volta das 17h. Cansado e extremamente sem graça pela situação, ele não fazia idéia de como encararia a esposa.

—Papai!- Bella e Renesmee estavam saindo da casa quando Edward estacionou em frente à casa. Bella estava trancando a porta da frente e virou-se para olhar o esposo, trajando as roupas que ela separara mais cedo.

—Nessie!-o pai respondeu enquanto era abraçado pela pequena.

—Você demorou a chegar.

—O papai tem muito trabalho a fazer na empresa, querida. –Bella respondeu de forma seca enquanto se aproximava dos dois. – Eu e Ness vamos comer no Domino’s.

—Vem com a gente!- a menina pediu e por alguns segundos, Edward observou a expressão de Bella para saber qual resposta deveria dar.

—Ah.... claro. Deixe apenas que eu troque de roupa antes. –ele falou meio incerto de sua resposta.

—Nessie, porque não aproveita que o papai ainda vai se trocar para dar uma volta com a Lola? – Bella pediu que a filha passeasse com a cadela enquanto acompanhava o esposo até dentro de casa.

Eles teriam uma longa conversa.

—Olha, eu juro que posso explicar...-Edward começou e Bella revirou os olhos.

—Já começou bem. –ela comentou irônica, fechando a porta do quarto deles.

—Amor, é sério... Eu trabalhei feito um louco, nós saímos, fomos ao McDonalds, eu desabafei, fomos jogar sinuca, tomei umas biritas e só isso.

—Ah! Então você acha que é pouco “tomar umas biritas” com uma gostosona do trabalho?

—Você estava com Jacob Black!

—E ele é um amigo da família a anos e só veio comigo porque a Ness agarrou no sono no colo dele.

—Então estamos brigando por nada! – ele tentou atenuar, mas aquilo só fez ela se irar mais.

—Você acha que voltar cambaleando de bêbado pra casa é “nada”? NADA?

—Bells, eu sei... Me desculpe. Mil desculpas, me perdoa. Eu passei dos limites, eu sei... Mas eu estava mal, estava precisando desabafar e a Jenny...

—Jenny.... –Bella falou de forma enojada e ele recuou.

—Jennifer. A Jennifer me ouviu e foi só isso. Não aconteceu nada demais. Nada! Eu juro... Eu jamais te trairia. – e um silêncio se instalou no ambiente. Um silêncio incomodo, onde os dois estavam pensando a mesma coisa: Edward já havia sido infiel antes. Traira Heidi com Bella.

—Não, querida... Não. Não pense nisso... É diferente. –ele aproximou-se dela, tocando seu rosto. – Eu amo você. Amo mais do que tudo nessa vida e jamais faria nada para te magoar, eu juro.- agora algumas lágrimas caiam de seus olhos.

—Eu espero que seja verdade, porque eu quero muito acreditar em você. – foi o que ela disse antes de abraça-lo. Permaneceram assim por alguns minutos e após pedir perdão novamente, Edward beijou sua esposa de uma forma doce  e apaixonada, como não beijava a meses.

[...]

—Jasper?

—Alice? Onde você está? São quase 8 horas da noite! – Jasper, que estava sentado de frente para a mesa de seu escritório em casa, colocou-se de pé num salto.

—Querido, eu estou em New Jersey. –ela sorriu um pouco sem graça.

—O...O que?

—É que aquele casamento da semana que vem, bom, eu tive uns problemas com os fornecedores e a noiva surtou. Me ligou desesperada, pedindo para que eu fosse até lá e eu estiquei até aqui e agora estou cansada demais para voltar.

—Alice, você só pode estar ficando maluca. Viaja sem me avisar e agora vai dormir fora de casa!- ele estava chocado.

—Eu sei, eu sei.... Me desculpa, me perdoa. Mas... é o meu trabalho, amor. –ela fazia uma vozinha fina, tentando convencê-lo a perdoá-la.

—Tudo bem, mas você volta amanhã que horas?

—Acho que saio daqui no fim da tarde. Consegue sobreviver ao ataque da ordem até amanhã?

—Eu vou deixa-los com a Esme. E tirar folga... Talvez eu apareça em New Jersey. – Jasper disse em um tom malicioso.

—Querido, minha mãe não da conta de nossos pivetes. É melhor você sossegar o rabinho em casa enquanto me espera.

—Tudo bem, tudo bem. – ele se deu por vencido. – Aliás, eu preciso dar janta para essas três crianças. Hoje é a noite de folga da Maria, lembra?

—E qual vai ser o menu?

—Cup Noodles, é claro.

—Super saudável. –ela gargalhou.

—Eu te amo.

—Também te amo, querido. –e desligou. Alice encarou o teto por alguns segundos, ansiosa. Olhou para o relógio pela terceira vez seguida e só não olhou a quarta porque a porta do quarto se abriu.

—Finalmente! –ela exclamou.

—Temos uma paciente impaciente. – a médica exclamou. –Alice, sabe que eu nem deveria estar aqui, mas como somos amigas, eu quebrei meu horário de passar visita para te mostrar o resultado do procedimento.

—Estava morrendo de ansiedade!- Alice disse enquanto se deitava na cama e aguardava que a enfermeira tirasse o curativo.

—Está um pouco inchado, mas não é nada demais. Amanhã já vai estar menos desinchado... A aparência é um bolinho de moedas de 25 cents embaixo da pele. – a médica explicou enquanto Alice saia da cama e ia até o banheiro do quarto se olhar no espelho.

—Uau...-ela murmurou enquanto encarava o volume do cateter em seu colo.

—Como se sente? – a médica questionou.

—Estranha. –ela admitiu.

—É normal. – a médica disse enquanto apoiava a mão no ombro de Alice.-Você vai ficar bem, Alice. Vai tudo ficar bem.

—Assim espero.- Alice suspirou. Só Deus sabia o quanto ela queria isso.

[...]

—Rose, viu a gravata azul royal?- Emmett gritou enquanto estava vasculhando o guarda-roupas.

—Está na gaveta de cima, Emmett. – ela respondeu, sem tirar os olhos do computador.

—O que você está fazendo?- ele indagou, agora com a gravata na mão, indo até a esposa na escrivaninha.

—Pesquisas.

—Pesquisas sobre... bebês? Já não temos o bastante em casa? –ele brincou, mas ela nem notou que era uma piada.

—Pesquisa sobre filhos... E como eles afetam o relacionamento de um casal.

—Se você quiser, eu mesmo posso responder sua pesquisa. –ele falou, mas ela nem sequer deu ouvidos. Havia meses que não conseguia se interessar por algo daquela maneira. E ele, pra falar a verdade, não ligou de ser ignorado.

—Tem certeza que não vai comigo? Ia ser bom se você fosse ao coquetel. – Emmett falou da boca pra fora. A verdade é que ele preferia ir sozinho. Ir para ouvir a esposa reclamando a noite toda o fazia querer ficar em casa.

—Emmett, a Amelia está com dor de ouvido e a Olivia está com sinusite. Eu tenho que dar antibióticos e anti-inflamatórios para as duas em horários exatos. Não tem como e você sabe. –Rosalie desviou sua atenção do computador e virou-se para o esposo. – E na verdade, sabemos que você quer ir sozinho.

E era a mais pura verdade.

A prova disso foi a noite agradável que Emmett teve.

Sorriu e bebeu a vontade, fez suas piadas bobas a vontade e quando chegou em casa, não teve que cuidar de nenhuma das meninas. Rosalie estava dormindo com o computador no colo no sofá da sala enquanto Amelia estava desmaiada de sono no tapete da sala. Tudo o que ele teve que fazer foi colocar a filha na cama e carregar Rose até o quarto. Quando tirou os óculos da esposa e a cobriu, afastou os fios de cabelo de seu rosto e por alguns segundos, conseguiu vislumbrar a doce Rosalie que conhecera há anos atrás. Lembrou-se de quando eram apenas os dois e de como tudo era fácil.

Agora ele não podia dizer mais o mesmo.

Beijou a testa da esposa e apagou as luzes, deixando-a dormindo no quarto enquanto ia assistir algum filme na TV.

Não muito longe dalí, Edward colocou Renesmee na cama. Após um beijo de boa noite, ele foi até o quarto e deitou-se ao lado de Bella que já estava dormindo. Estava exausta.

Ele também. Já estava quase dormindo quando seu celular vibrou, o assustando.

Quando ele desbloqueou a tela, uma surpresa: Jenny

“Eai, estranho? Bandeira branca em casa? Se precisar de uma psicóloga de bar, é só chamar.”