Radioactive escrita por Anna Beauchamp


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Gente perdi o cap. mas agora ele está aqui. Espero que não me matem *0*



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Entramos no elevador e Noah me acompanhou juntamente do sargento Doyle, que trazia minhas malas.

Senti um frio na espinha ao observar o botão do elevador: SUB-1.

O Subsolo.

Senti a adrenalina da guerra me subir a cabeça novamente. Eu precisava ir lá. Seth estava lá embaixo, eu tinha certeza.

Mas o único botão apertado foi o do centésimo décimo andar.

Engoli em seco e encarei o chão. Estava com raiva e pretendia por meus planos em prática o mais rápido possível.

Eu estava enlouquecendo. Mais um pouco e eu explodiria aquele Centro em mil pedaços.

Subi para o meu quarto juntamente de Noah e o sargento. Haviam dois guardas armados na porta do meu dormitório, como sempre.

Endireitei o corpo e adentrei. Eles mantinham tudo em ordem, é claro, portanto estava tudo arrumado. Na mesinha de centro estavam alguns livros e, bom, eu nunca fui muito de ler livros, afinal isso não era tão requisitado. Eu costumava baixar ebook's e ler ficção, livros ditáticos e históricos. Meu preferido era um que você, leitor, já deve ter ouvido falar. Quem nunca ouviu sobre a história de um garoto que salva o Olimpo?

Era bem peculiar e familiar para mim. Um garoto que salva os deuses diversas vezes, e eles ainda cogitam a ideia de mata-lo. Os heróis não costumam ter a recompensa que merecem, algumas vezes até recebem algo que não mereciam. Como ser vítima de uma experiência genética, enviada para uma guerra e ter a pessoa que mais ama, ameaçada de morte.

Acho que é como ter uma profecia. Você teme os acontecimentos futuros, e está condenado por conta deles.

O sargento Doyle deixou minhas malas no quarto e foi embora dizendo apenas que teria que estar apresentável para a Cerimônia.

Noah e eu ficamos sozinhos na sala. Aquele maldito silêncio constrangedor...

– Bom, preciso ir, mas só aviso que seja rápida. Tem que estar pronta para a Cerimônia às quatro horas, porque o cerimonial começa às cinco.

Ele disse isso rapidamente e baixando a cabeça. Se dirigiu para a porta se despedindo e foi embora.

Fiquei momentaneamente atordoada.

Porém eu precisava agir rápido.

Corri até a porta e abri vendo ambos os guardas me observarem com uma ruga de interrogação na testa.

– Hum, er...preciso de um favor - eu disse.

Eles estavam esperando eu dizer qual seria o favor.

– Preciso que me levem ao SUB-1 - eu disse quase como uma ordem.

Eles pareceram indecisos. O que seria pior? Ser mandado embora do Centro de Pesquisas e receber uma punição por levar alguém a área proibida, ou explodir em mil pedaços por não ter levado?

Parecia uma decisão difícil.

– Não acho uma boa ideia. Que tal a senhorita continuar no quarto até a hora da Cerimônia de Agradecimento? - sugeriu o primeiro segurança.

– Resposta errada. Você vai me levar ao SUB-1, nem que seja arrastado - respondi ríspida.

Eu o puxei pela gola do uniforme e o conduzi até o elevador. Apertei o botão aguardando que ele chegasse.

Quando chegou, entrei juntamente com o primeiro guarda e ordenando que o outro continuasse lá. Apertei o botão SUB-1 e esperei.

Em nenhum momento o soldado tentou me impedir - logicamente já sabia que não conseguiria. Eu estava confiante e mais determinada do que nunca.

Os segundos pareceram milênios. Até que finalmente a porta se abriu e pude ver um longo corredor, cuja última porta era como a de um cofre, dois guardas armados estavam na frente protegendo o que quer que tivesse lá dentro.

Puxei o soldado até os demais e eles nos olharam confusos. E então apontaram as armas.

– Ei! O que estão fazendo? - um deles gritou.

Eu me aproximei.

– Temos permissão para ter acesso ao SUB-1. Abram a porta - eu disse com a voz contida e imperativa.

– Como vamos ter certeza? - o outro guarda perguntou.

– Não tenha. Apenas abra - eu disse curta e grossa.

Eles olharam para o outro e então fixaram no soldado que estava ao meu lado, e que balançou a cabeça como se estivesse dizendo para eles obedecerem.

Eles estavam hesitantes, mas quando eu achava que eles iriam abrir a porta, o primeiro guarda apontou a arma e começou a atirar na minha direção.

Fechei os olhos arqueando, pude sentir as balas me atingirem como se fossem pedras, mas não sentia nenhuma dor. Ouvi um grito de dor do guarda que estava ao meu lado, ele provavelmente fora atingido.

Então eu abri os olhos e corri em direção ao guarda e jogando-o contra a parede. Eu desarmei o outro guarda jogando-o no chão e então eles estavam todos caídos.

Encarei a porta procurando freneticamente um jeito de abri-la. Era apenas uma enorme porta de cofre sem maçaneta.

Você pode até achar que eu fiquei ali parada encarando-a e pensando em um código secreto ou uma mágica, conseguindo finalmente abri-la. Sinto desaponta-lo, mas ao invés de descobrir um mistério para abrir a tal porta, eu comecei a esmurra-la com toda a força.

Demoraram-se alguns poucos minutos até que eu consegui derruba-la.

Eu estava cansada.

Quando a porta se abriu pude ver um extenso corredor. De início pareceu normal, apenas um corredor com luzes brancas ofuscantes. Até que pude enxergar que era um corredor de celas, como as de cadeia, porém as grades eram grossas e pareciam ser feitas de aço inoxidável.

Me assustei quando vi os primeiros pares de olhos através das grades. Aos poucos foram surgindo mais alguns, até que eles começaram a gritar. Os supostos prisioneiros pediam que eu os soltasse desesperadamente.

Então o primeiro pensamento me assustou, mas não foi tão chocante quanto a conclusão. Eu pude reconhecer os Voluntários do Campo de Concentração. Eu só os conhecia de vista, mas eram eles.

Caminhei rapidamente correndo os olhos através das celas procurando por ele. Até que o vislumbre de uma figura familiar me parou antes de chegar ao final do corredor.

A garota de cabelos loiros com mechas multi-coloridas nas pontas me chamou a atenção. Havia uma faixa, uma espécie de atadura, enrolada ao redor de sua cabeça, cobrindo assim os seus olhos.

Corri até sua cela e segurei firme as grades, rompendo-as.

– Charlie? - eu não era amiga de Charlie, nos falamos apenas uma vez, mas eu confiava nela de certa forma.

– Alex? - ela chamou com uma voz chorosa. Não faço ideia de como ela reconheceu minha voz.

Ela estava sozinha na cela enquanto as outras eram ocupadas por dois ou três voluntários.

– O que aconteceu com você? - eu perguntei me aproximando dela.

Eu estava prestes a estender a mão e desenrolar a atadura mas ela me deteve.

– Não!

Me assustei ao ver que as mãos dela estavam segurando firmemente meus pulsos. Mas senti um arrepio ao ver que meus pulsos estavam ficando roxos. Senti como se estivesse queimando de leve, como quando você fica perto do fogo.

Me soltei dela surpresa.

– Desculpe - ela disse choramingando.

O que estava acontecendo afinal?

Minhas mãos tatearam a atadura começando a desenrola-la.

– Espera!

Então eu pude ver seus olhos. A íris estava arroxeada e liberavam uma tênue luz, ao redor haviam minúsculas veias, como raízes, da mesma cor, mas eram quase transparentes.

– O que fizeram com você? - perguntei sem conseguir tirar os olhos.

Ela engoliu em seco.

– Eles disseram que eu era compatível, mas não tive o resultado esperado - ela respondeu com os olhos confusos - Quando eles me olharam a primeira vez ficaram assustados, e eu quase que os hipnotizei. Quando me tocaram sofreram queimaduras. Agora eu estou aqui. Me ajude, Alex.

Ela estava falando tudo com muita rapidez, eu quase não conseguia assimilar. Charlie agora era uma arma contra o próprio governo, uma experiência falha. Mas assim como eu, era poderosa.

– Eu vou, mas precisamos sair daqui. E você vai me ajudar.


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Notas finais do capítulo

Comentem >< pls



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