Radioactive escrita por Anna Beauchamp


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

finalmente!! o/// aproveitem...u.u



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Naquela noite foi difícil dormir. Em primeiro lugar: o frio era terrível. Uma tempestade de neve se alastrava pelo local onde acampávamos. Alguns soldados faziam o possível para manter a neve longe da entrada das cabanas para que não ficássemos presos.

Em segundo lugar: a conversa que eu tivera com Noah durante a tarde me confundiu a cabeça. Ele queria me beijar mesmo? Ou seria coisa da minha cabeça? Noah me tratava muito carinhosamente, comparado aos outros. Imagino que em sua cabeça eu fosse uma espécie de criação dele. Isso me fez lembrar da história do pequeno boneco de madeira que ganhava vida e cativava o amor de seu criador.

Seria eu a boneca de madeira de Noah? Ele estaria se apaixonando por mim? E o pior de tudo: estaria eu me apaixonando por ele?

Espantei o pensamento, afinal, eu tinha certeza dentro de mim de que amava Seth de verdade. Amava o modo como ele falava comigo. Amava o modo como me tratava. Amava o modo como me beijava...

Seth foi a melhor coisa que já havia acontecido comigo. Desde quando éramos apenas amigos. Acho que ainda éramos acima de tudo, mas havia algo mais é claro. E agora, para todo o país, Seth e eu éramos namorados.

Não imaginava minha vida antes da transformação sem Seth. Mas e depois? É claro que eu procuraria por ele, faria de tudo por ele. Qualquer coisa para salvar Seth e tê-lo ao meu lado.

Mas e Noah? Ele havia me ajudado desde o início. Porém eu não acho que o que eu sentiria por ele seria o bastante para me fazer abandonar o que supostamente tinha com Seth.

Embora eu achasse que nem devia tentar nada com Noah, eu adimito que tive uma pontinha de vontade de...

Ah! Não, de jeito nenhum.

Isso deveria ficar na minha cabeça e só. Não deveria ser posto em prática.

Eu estava deitada na cama quando Noah me surpreendeu entrando no quarto. Senti como se tudo o que eu tivesse pensado minutos antes estivesse exposto, o que me deixou momentaneamente encabulada.

– Alex! - disse ele parado na porta - Rápido, venha!

Fiquei atordoada por um minuto. Levantei num salto. Eu estava de calça jeans, camiseta e meias.

– O que houve? - perguntei colocando o casaco para que o frio não pesasse muito quando saísse.

– O acampamento está sendo bombardeado! - ele disse fazendo meus olhos se arregalarem.

Estávamos sendo atacados. Os russos estavam explodindo o acampamento, o que significava que ao invés de ser colocada em meio as explosões e bombardeios no dia seguinte, seria naquela noite.

Noah e eu corremos até o lado de fora, onde encontramos uma tempestade de neve em meio à explosões catastróficas, rojões e balas como as de canhões antigos.

Me senti atordoada. Até que tive noção da enorme bagunça.

Corri até o lugar onde estava acontecendo a balburdia. Havia fogo em meio à chuva de neve (algo que deveria ser impossível), soldados levavam tiros e caíam no chão aos montes, podiam ser ouvidos gritos, homens caídos com ferimentos horríveis e queimaduras expostas.

Pude ver soldados usando uniformes azul-marinho ao longe. Nossos inimigos avançavam fortemente investindo contra o exército americano.

Ao chegar ao centro do campo, fui atingida por alguma coisa. Uma das balas de canhão do exército inimigo me acertou no braço, me fazendo cair no chão. Não foi doloroso, apenas me deixou irritada.

Levantei e continuei andando. Um dos soldados me viu e apontou dizendo algo que eu não entendi, mas provavelmente devia estar me delatando, pois outras balas surgiram me atingtindo. Mas não eram balas de canhão, e sim de armas.

Foi a sensação mais estranha do mundo. Imagine que você está andando na rua quando é atingido por...alguma coisa, mas isso não te machuca e você continua andando calmamente.

As balas me davam impulso e tornava um pouco difícil andar em meio à tempestade de neve.

Então tive aquela sensação de puxão no abdômen. Desta vez foi bem mais forte, me fez cair de joelhos e meus inimigos pensaram que tinham conseguido me abater. Eu sabia que não.

A dor foi bem forte, parei por um instante e fechei os olhos tentando fazer parar. Só consegui ouvir os sons de explosões e gritos no ar. A dor passou gradualmente como se não fosse voltar nunca mais, e era o que eu esperava.

Levantei do chão sentindo-me mais forte. O lugar onde deveriam estar os ferimentos das balas, eram apenas buracos na minha roupa, e os ferimentos cicatrizavam em segundos.

Estávamos sendo liquidados. Olhei em volta vendo que eles estavam mais próximos do acampamento do que antes. Mais alguns minutos e estaríamos todos mortos.

Sei que foi idiota ter essa ideia sabendo que talvez eu fosse me ferrar de novo, mas fechei os olhos esperando que se eu fosse até a linha inimiga talvez pudesse liquida-los antes que eles chegassem ao nosso local.

Desta vez não senti puxão nenhum, só fui erguida no ar lentamente sentindo o vento forte contra minha pele e meus cabelos.

Eu estava a seis metros do chão e podia ver ambos os exércitos. Americanos e russos colidiam e eu estava no topo. Sobrevoei as linhas inimigas ficando bem no meio deles.

Por um momento minha ideia era matar um por um, mas em seguida me surgiu uma ideia melhor.

Aterrissei em meio aos russos com violência. Pude sentir o chão tremer sob os meus pés.

Demorou alguns segundos para que me percebessem e resolvessem investir contra mim. Era incômodo sentir as balas me acertando superficialmente.

Noah tinha dito uma vez durante nossos exames que eu poderia concentrar energia eletromagnética suficiente para causar uma explosão. Era minha maior arma naquele momento.

Como tudo o que eu faço consiste em concentração, tentei liberar toda a energia que eu tinha e coloca-la para fora. Sentia o coração acelerar e a adrenalina tomar conta. O vento pareceu ficar mais forte e a minha volta eu sentia o ar tremer, como quando você ouve música alta e o som vibra nas paredes.

Por um momento temi que a energia liberada fosse me esmagar, mas eu estava sendo erguida no ar sem perceber. Pude vislumbrar rostos assustados, mas eu não entendia por quê. Estava claro e a luz ofuscava minha visão.

Então aconteceu. Senti como se todo o ar que estivesse em meus pulmões se esvaísse. Uma explosão nuclear. Não necessariamente nuclear, mas pude ver tudo indo pelos ares.

Caí de bruços no gelo. Abri os olhos e levantei com a respiração ofegante, tudo aconteceu tão rápido que era como se eu estivesse sonhando, foi surreal.

Então, tudo fica em silêncio. Em volta, apenas os resquícios de destruição.

Vencemos. Os exércitos russos foram liquidados e nós viveríamos mais alguns anos. Minha missão tinha acabado, eu não devia nada ao governo e ainda tinha uma última coisa a fazer. Por mim.


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