Radioactive escrita por Anna Beauchamp


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Pegação está no ar u.u...comentem moços e moças...paçocas =3



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Quando você imagina uma guerra, é provável que lembre daqueles cenários típicos de Segunda Guerra Mundial, etc. Soldados e explosões por todos os lados.

Porém, não era nada disso. É claro, haviam explosões em todos os cantos. Mas as armas que eles usavam eram maiores, as munições eram rojões de fogo e balas recheadas de explosivos.

Ficamos em uma espécie de acampamento feito em uma área subpolarizada.

Era Dezembro, então nevava muito. A sensação térmica era de zero graus, embora fizessem exatos três graus.

Quando chegamos coloquei roupas mais quentes. Estávamos em uma espécie de acampamento de cabanas no meio da neve gelada. É claro, fui colocada em uma cabana especial só para mim. Ao lado da minha ficava a dos médicos, o que significa que Noah ficaria hospedado lá, e viria ora ou outra para me examinar como fazia constantemente.

Eu estava lá, parada, olhando para o chão branco com os dedos entrelaçados numa xícara de café forte e quente. Meus cabelos castanhos estavam trançados e cobertos com um gorro verde-musgo. Tomava breves goles do café esperando que assim o frio passasse.

Noah entrou juntamente com o sargento Doyle.

– Alexandra Wilder? - perguntou o sargento mantendo a postura como que para demonstrar que era um militar competente.

Eu assenti.

– Então você liderará os soldados até o Campo? - ele perguntou me olhando de cima a baixo, o que me deixou momentaneamente constrangida.

– Parece que sim - levantei tentando não parecer abatida.

– Pretendemos leva-la até lá amanhã de manhã - disse Doyle.

Eu apenas assenti respirando fundo em seguida. Eu estava oficialmente no exército, e ainda não acreditava estar em outro país, nunca havia saído da América.

– Descanse o quanto puder, porque você será a sobrecarregada aqui. Nos falaremos em breve.

Ele bateu continência. Eu correspondi. E lá se foi o sargento Doyle para a sua cabana.

Noah, que ficara quieto o tempo todo com expressão séria, veio até mim e respirou fundo enquanto soprava as mãos por causa do frio.

– Então? Acha que está pronta para enfrentar um exército russo? - ele disse meio que brincando, o que era um pouco raro da parte dele.

– Digamos que sim - eu respondi.

Me sentei novamente na cadeira em que estava, Noah se aproximou e sentou-se ao meu lado.

Mais algum problema? - ele perguntou.

Aquilo fez muito sentido. Eu tinha um monte de problemas, e queria poder piscar os olhos e vê-los resolvidos.

– Quero minha vida de volta - resumi - Poder ir para a Sams e ver Seth todos os dias. Jantar com meus pais mesmo que fosse ocasionalmente. Eu poderia até mudar isso, e tentar fazê-los ficar mais tempo comigo. Quem sabe até poderia fazer mais amigos e ser mais social.

Noah pareceu entender um pouco minha situação.

– Bom, infelizmente não é assim. Mas se quiser pode mudar sua vida agora - disse ele.

Eu estava olhando Noah bem nos olhos. Ele tinha uma energia diferente de qualquer um ali. Não queria me manter prisioneira, e acho que até queria poder me ajudar. Ele não perderia nada me ajudando. Será que acreditava ganhar alguma coisa fazendo isso?

– Você não precisa se prender à memórias antigas, Alex. Não estou dizendo para esquecê-las, é claro que não - ele disse balançando a cabeça. Então voltou a encontrar os meus olhos - Só estou dizendo que...você pode criar uma história nova.

Estávamos falando sobre a mesma coisa? O olhar dele estava tão intenso sobre mim que contagiou. Eu sabia o que estaria por vir caso me rendesse. E ele estava se aproximando.

Estávamos a um palmo de distância. Não havia nada nos separando.

Noah tinha olhos cativantes, era atraente debaixo daquele par de óculos. Sua timidez, porém, parecia ter sumido. Ele era tão...humano, que parecia ter o que me faltava naquela hora.

Mas eu sabia o que me faltava, e saber disso me trouxe de volta para a realidade da qual eu não devia me afastar.

Lembrar de que eu estava ali apenas por Seth foi o que me levou até a superfície.

Me levantei quase num salto.

– Não. Quer dizer, desculpe, mas... - olhei para ele vendo que sua expressão voltou a ser a do médico, jovem e tímido de sempre. Ele ajeitou os óculos - Não quero esquecer nada.

Ele pigarreou e em seguida levantou da cadeira indo até a porta desajeitadamente.

– Ah, bom, eu...entendo - ele gaguejou. Em seguida engoliu em seco. - Eu volto...mais tarde, tenho que examinar os feridos que chegaram hoje, então nos falamos em breve, Alexandra.

Ele baixou a cabeça e quando chegou até a porta falou:

– Se cuida.

Eu assenti com um "você também".

Noah saiu e eu fiquei sozinha na cabana. Olhei para o café que parecia estar frio e tentei colocar a cabeça no lugar. Eu não podia fazer nada estúpido (sem desmerecer Noah), não podia magoar Seth de maneira alguma. Sempre fomos amigos, e há pouco tempo havia descoberto que o amava. Não seria certo.

Seria?


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Notas finais do capítulo

*----* q acharam?? próximo cap. em breve....