Seus Olhos 2ª Temporada. escrita por Jee Fernandes


Capítulo 33
Tempo para pensar


Notas iniciais do capítulo

como prometido mais um...



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Pov Angel.

Logo as meninas se juntaram a mim em meu quarto, May já sabia o resultado, mas se mantinha sem demonstrar expressão nenhuma, era assustador como ela conseguia fazer isso, não demonstrar emoções, Henri, Juan e Natan estavam bebendo aproveitando que ninguém trabalharia nesse sábado. Decidimos nos unir aos rapazes, eu esperaria para saber se ela passou ou não para contar a minha novidade, os encontramos na área coberta perto da piscina conversando seriamente.

– porque ficaram quietos? - pergunto já que quando chegamos eles se calaram.

– nada importante coisa de homem. - Juan se apressa em dizer, o que me faz desconfiar ainda mais. - então May vai nos contar o resultado da prova estamos curiosos. - filho da mãe, pra mudar de assunto ele só pode estar escondendo algo.

– é May conta ai. - Natan incentiva.

– é conta. - Henri reforçou

– vocês estão estranhos, mas sim eu consegui a bolsa eles me ligaram pessoalmente porque eu gabaritei a prova então não vou precisar passar pela próxima etapa, uma das bolsas é minha. - May estava emocionada demais e Alice e eu a abraçamos.

– eu não acredito que vamos estudar juntas. - gritei e todos olharam pra mim. - então sobre a faculdade eu também fui aceita. - dou de ombros e Alice e May me abraçaram.

– parabéns, pra vocês duas. - Juan diz. - mas tenho que confessar que eu esperava por isso, desde criança você dizia que seria como a vovó.

– estou muito feliz por você An, só espero que seus pacientes não acabem como suas bonecas. - Alice cai na gargalhada e sou obrigada a acompanha - lá.

– o que acontecia com suas bonecas? - Henri pergunta abraçando May pela cintura a fazendo corar.

– acabavam sem o tampão da cabeça, porque ela cortava para operar o cérebro. - meu irmão conta rindo, pelo que parece ele até que aceitou Henri no grupo.

– você cortava a cabeça das suas bonecas. - Henri ria junto com Juan.

– eu tinha uma mente criativa, tinha que ser o mais real possível. - me defendo.

– isso é verdade tinha que parecer real, tanto que quando éramos criança e brincamos de apocalipse zumbi ela enfiou uma agulha de verdade no meu braço, porque, segundo ela, era a cura em forma de vacina. - comecei a rir ao lembrar-me de meu irmão chorando.

– esta tudo bem com ele. - Alice sussurrou em meu ouvido apontando para perto da piscina, onde Natan estava sentado sozinho.

– eu acho que não, vou falar com ele. - aviso indo até lá. – você esta bem? – pergunto me sentando ao seu lado.

– estou eu acho. – ele sorri triste.

– quer contar o que esta acontecendo? – pergunto tirando a garrafa de vodka da sua mão.

– eu estava pensando, na vida, no passado, no presente, no futuro, na maioria das vezes coloco a razão á cima da emoção, penso pelo lado lógico, mas às vezes me deixo levar pela emoção e acabo meio deprimido. – diz amargurado. – patético eu sei. – murmura.

– não é patético, não é porque você é um psicólogo que você precisa ser racional o tempo todo, seus sentimentos oscilam como o de todos, explodir às vezes faz bem, mas não precisa de bebida para expor-los. – noto que a garrafa de vodka esta praticamente vazia.

– infelizmente é preciso mais que isso para me deixar bêbado, eu tenho uma tolerância a álcool assustadoramente alta. – arqueio uma sobrancelha expressando minha dúvida. – o que quer que eu faça pra te provar, o número quatro com as pernas? – debocha, mas eu faço que sim com a cabeça. – Okay. – ele levanta fazendo o número quatro sem ao menos vacilar.

– isso não prova nada.

– eu disse que tenho uma tolerância para álcool assustadora. – ele ri.

– quero só ver sua ressaca amanhã. – provoco.

– mais um fato sobre mim gatinha, eu não tenho ressacas. – ele pisca de forma brincalhona.

– mais alguma coisa que eu precise saber? – pergunto em tom de brincadeira.

– têm algumas, mas outra hora talvez eu te conte. – pisca. – obrigada por conseguir acabar com meu momento depressivo.

– as ordens, agora vamos porque hoje não é dia para depressão, mas sim para comemorar. – o puxei pela mão até onde os outros estavam.

Ficamos um bom tempo jogando conversa fora, May estava radiante, e pelo visto não foi só o Natan que decidiu encher a cara hoje Henri e Juan iam pelo mesmo caminho até mesmo Alice que não costuma beber estava.

–que milagre aconteceu que o Pietro não esta por aqui? – Alice pergunta.

– ele e a Samanta estão discutindo a relação. – Juan responde apreensivo. - vamos fazer um jogo. – Juan anunciou mudando o assunto e todos começaram a prestar atenção nele. – vamos girar uma garrafa e em quem cair faz uma afirmação de algo que nunca fez se o restante tiver feito toma um gole, proporcional ao assunto, de tequila, eu começo girando a garrafa. - avisa rodando uma garrafa. – Natan você começa.

– eu nunca conheci meus pais. – diz e todos nós bebemos um gole. – May. – ele diz após girar a garrafa.

– eu nunca beijei uma garota. – declara e dessa vez apenas os rapazes bebem. – Angel.

– eu nunca fiz nada imoral. – digo rindo.

– Angel a afirmação tem que ser verdadeira. – Juan me repreende.

– okay, eu nunca fiquei com mais de uma pessoa na mesma noite. – Henri, Juan e Natan bebem. – homens. – reviro os olhos. – May.

– eu nunca roubei nada. – eu sou a única a beber.

– explique-se. – Juan manda.

– já roubei sua blusa do flash e vinte dólares que estavam no bolso dela. – reviro os olhos.

– Henri. – May avisa.

– eu nunca dormi com mais de uma mulher de uma vez. – diz com um sorriso safado. – e vocês sabem o que quero dizer com “dormi”. – Juan aceita a garrafa e bebe um gole, em seguida Natan toma a garrafa bebendo quase metade do que tinha.

– não me julgue eu estava em um momento de revolta. – diz assim que percebe que eu o encarava.

– eu não disse nada. – me defendo.

– mas pensou. – dou de ombros afinal eu realmente pensei muitas coisas.

– Juan eu acho que vou dormir. – Alice avisa se levantando.

– ela ficou muito brava. – digo o óbvio com um sorriso.

– porque eu fui inventar de jogar esse jogo. – reclama indo atrás dela.

– eu vou ao banheiro já volto. – May avisa se levantando.

– então como é. – Henri pergunta assim que ela entra em casa.

– vocês vão mesmo falar disso na minha frente? – questiono irritada.

– foi prazeroso, fisicamente falando, nada mais e Angel tem razão não devemos falar sobre isso na frente dela. – Natan encerra o assunto. – e para de me olhar com essa cara.

– que cara? – pergunto.

– essa cara de decepção. – diz enquanto Henri ri.

– não estou decepcionada. – na verdade estou um pouco, mas não vou dizer.

– a claro que não. – debocha.

Ficamos calados por longos minutos, não sei porque Natan tinha me irritado tanto, acho que quando pensava que ele era gay o achava perfeito demais para ser, ele tinha tudo o que uma garota normal quer, personalidade, caráter, sabe ser romântico e sexy a qualquer momento e de quebra é lindo, talvez a possibilidade dele ser apenas mais um cara normal tenha quebrado um pouco o encanto.

– acho que vocês querem conversar sozinhos, eu e a May já vamos. – Henri avisa interrompendo meus pensamentos. Estava tão perdida neles que nem tinha notado que a May já havia voltado.

– não imagina, fiquem mais. – me apresso em dizer.

– realmente precisamos ir, amanhã cedo preciso conversar com a minha mãe. – May diz.

– tudo bem, mas ainda precisamos conversar direito sobre a faculdade. – aviso e como sempre ela sorri.

Os acompanho até a porta de entrada e aproveito para trancá-la já que com toda a certeza do mundo Natan não tem condição nenhuma de dirigir, quando volto para onde o deixei tenho mais do que certeza.

– eu não acredito que você terminou a garrafa de tequila. – digo indignada e ele sorri docilmente. – consegue ficar de pé.

– eu creio que sim. – diz, mas sua tentativa é falha. – é eu estou meio zonzo. – conclui.

– percebi. – debocho o ajudando.

– Angel eu não estou tão bêbado só levantei rápido demais. – protesta.

– claro eu sou a chapeuzinho vermelho presa nesse mundo. – sorrio sarcástica.

O ajudo a subir as escadas e o deixo sentado na minha cama, sigo para o quarto do meu irmão e bato varias vezes na porta, como ninguém responde deduzo que estão dormindo e entro e pego uma bermuda qualquer e uma camiseta e volto para o meu quarto.

– vai ter que vestir isso. – aviso jogando a roupa para ele.

– me ajuda a chegar até lá, minha cabeça ainda esta girando. – pede tirando o tênis.

– okay, eu vou te ajudar a entrar no chuveiro, eu não acredito que você precisou tomar duas garrafas de vodka e uma de tequila pra ficar bêbado e ainda não entrou em coma alcoólico. - digo o ajudando a tirar a camisa.

– eu não estou tão bêbado assim eu só queria esquecer por um minuto que sou a droga de um bastardo rejeitado. - diz e isso me corta o coração.

– não diga isso, todos nós adoramos você, se a Regina não vê o grande homem que você ela é uma idiota. - digo sincera e ele dá um pequeno sorriso, ligo o chuveiro e o empurro de bermuda e tudo para baixo dele.

– sabe An com você eu consigo me sentir bem só por estar perto obrigado. - Natan me puxa para um abraço me molhando toda. - eu molhei você. - sussurra colando sua testa na minha e eu posso sentir o cheiro forte de bebida.

– é você me molhou. - engulo em seco notando que isso não me incomodava, na verdade o momento estava bom, olho pra cima e encontro seus intensos olhos azuis me encarando.

– eu não quero te soltar. – diz como se fosse uma confissão.

‘’Então não solte. – penso”.

– mas essa água está tão gelada e eu ainda estou um pouco bêbado que é o melhor a se fazer. – ele sussurra e beija o canto próximo a minha boca antes de me soltar.

Saio meio tonta do banheiro, ainda estava um pouco perplexa por esse momento, pego uma troca de roupa e sigo para o quarto de hóspedes, preciso de um tempo para pensar.


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