Capítulo 2

Journey Inside a Dream

I´m wondering now where will you take me

From the horizon the light comes alive

Into the mountains high we set our way

Will we find our way in this long winter night?

(Estou me perguntando agora onde você irá me levar

Do horizonte, a luz vem viva

No topo das montanhas nós definimos nosso caminho

Nós vamos descobrir nosso caminho nessa longa noite de inverno?)

(Wintersun – Sons of Winter and Stars)

Finlândia, Abril de 2013

O despertador toca e Beatrice levanta-se, ela prepara-se para mais um dia de trabalho, as mesmas coisas de todos os dias: banho, roupa, maquiagem, café da manhã, bonde, empresa, trabalho. Seu chefe disse no dia anterior que gostaria de falar com ela hoje, com certeza seria mais algum lugar para aonde ela teria de ir.

Ela termina de se arrumar, desce as escada de sua casa e começa a preparar o café da manhã. Depois de terminá-lo ela sai e fecha a porta da frente, não que isso fosse extremamente necessário, mas não devemos dar “sorte ao azar” ou coisa parecida. Enquanto espera o bonde, Beatrice começa a reparar na paisagem em volta, já é primavera na Finlândia e a neve começa a derreter, o bonde chega e ela embarca, fazendo o caminho até seu trabalho.

Ao chegar à empresa ela vai direto para a sala do chefe, bate na porta, uma voz calma e baixa fala de dentro da sala:

- Entre, por favor.

- Com licença senhor, desculpe-me incomodá-lo, mas soube que o senhor deseja falar comigo – responde Beatrice.

- É verdade, senhorita Beatrice, tenho mais dois países para você ir resolver alguns problemas – Declara o chefe.

- E quais são – Pergunta Beatrice.

- Inglaterra e Noruega, dois meses na Inglaterra e quatro na Noruega – Responde o chefe.

- Tudo bem senhor, partirei imediatamente – Diz Beatrice.

POV Beatrice

Passagem comprada, mala arrumada tudo pronto, pego um táxi que me levará até o aeroporto, enquanto vejo as ruas passarem penso no como a Noruega e suas coisas extremamente interessantes me fascinam. O que será que farei lá?

Quando percebo estamos no aeroporto, pago o motorista e começo a caminhar para dentro do aeroporto, despacho a minha mala e passo pela polícia,

chegando ao meu respectivo portão de embarque, sento-me em um dos bancos e começo a olhar em volta, até que eu vejo um garoto.

Repentinamente lembro-me de quando eu tinha 16 anos, morava em São Paulo e tinha um amigo, aquele garoto parecia-se um pouco com meu amigo, alto, magro, olhos verdes, cabelos castanhos e cacheados. Começo a pensar onde estaria Thomas, eu o amava, ou continuo amando? Lembro-me do dia em que ele disse que o sonho dele era jogar no Chelsea, será que esse sonho se concretizou? Bom, o meu sonho virou realidade, eu vim para a Finlândia, terminei o ensino fundamental e o ensino médio, fiz uma faculdade, consegui um emprego bom o suficiente para me fazer feliz, arranjei amigos, tive um namorado...

O embarque começa, entro no avião e me preparo para a viagem, porém não paro de pensar em Thomas. Isso não pode acontecer, não agora! Eu devo estar focada no trabalho, apenas no trabalho, talvez o trabalho excessivo me mate um dia, não que isso me preocupe, já que eu não tenho encontrado muito sentido para a vida mesmo.

Inglaterra, abril de 2013

Após desembarcar e pegar sua mala, Beatrice vai atrás de um táxi que possa levá-la ao hotel, ela encontra um e fala o endereço ao motorista. Enquanto faz o caminho até o hotel o táxi passa na frente do estádio Stamford Bridge, Beatrice lembra-se de ter ouvido aquele nome em algum lugar, Thomas talvez tivesse falado sobre. Curiosa, ela pergunta ao motorista:

- Este estádio pertence a algum time?

- Sim, ao time pelo qual eu torço, o Chelsea – responde o motorista.

Sem razão nenhuma, Beatrice começa a sentir que deve assistir a um jogo ali. Na verdade, Thomas sempre falava daquele estádio, falava em como gostaria de jogar uma partida lá, defendendo o uniforme azul do Chelsea. Ela pede para o motorista parar e vai comprar um ingresso para o próximo jogo que será domingo, contra o Arsenal. Beatrice começa a sentir uma estranha ansiedade, ela nunca se sentira assim, muito menos por um jogo de futebol, ela mal sabe que esse jogo pode acabar com sua vida por certo tempo.