Contos do Escritor Anônimo escrita por Queen Vee


Capítulo 6
Amigos em fotos - Ísis/ 6#


Notas iniciais do capítulo

Hello! Então, eu estou meio sem gracinha por causa do feriado, mas eu JURO que o próximo não vai ser assim.
Podem me matar, eu mereço.
Até as notas finais ~



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            Ok, meu próximo livro com certeza seria sobre piratas. Eles são aventureiros, irônicos, tem a maior cara-de-pau do mundo de chegar aos lugares saqueando, fora que tem muito estilo e eu adoro o chapéu que usam.

            Mas, sim, a foto.

            Ísis tinha algo na cara que parecia um sorriso. “Parecia” por que era um sorriso invertido, uma coisa bizarra. Estava vestida de panda e com a devida maquiagem no rosto. É, ela era bonita mesmo.

            Já eu, vestido de pirata, usava um tapa-olho e segurava uma espada de plástico. Oliver tinha tirado aquela foto. Era a festa à fantasia do colégio, e enquanto quase todo mundo tinha roupas de temas sexuais, estávamos daquele jeito.

            Um pirata, uma panda, os Super-gêmeos (Mary e Alec), A versão masculina da Poison Ivy (Marion, nem preciso falar) e um rei (Oliver). Aquela foto já tinha sido no meio da festa, com vários adolescentes chapados.

            Tínhamos 16 naquela época. Foi uma das únicas festas escolares que fizemos questão de ir, pelo fato de ser á fantasia. Chegamos tão felizes lá que parecíamos ter bebido. Mary e Alec foram espalhar frases de efeito para um lado e Marion foi pelo outro.

            “Hey, até que está legal essa festa...”, comentei sem muito interesse. Não sei bem o que aconteceu naquela hora, mas Ísis obrigou Oliver à tirar a foto e saiu me arrastando por ai.

            Foi uma das poucas vezes que comemoramos todos separados e nos divertimos. Ísis e eu ficamos andando por ai, atrapalhando os casais de se beijarem, trocando as bebidas das pessoas e a playlist do DJ.

            Nos sentamos no jardim iluminado e ficamos olhando as meninas idiotas passarem. A vestida de coelhinha já tinha dado para o Alec. A vestida de policial se pegava com o professor de educação física no ginásio. A vestida de gatinha era traída pela vestida de policial.

            Simples assim.

            “Espero nunca ser uma garota estúpida.”, ela disse, mexendo no capuz de panda que usava. Dei uma risada debochada e coloquei a mão em seu ombro.

            “De jeito nenhum.”, ela sorriu e abaixou o capuz do casaco, deixando a cascata castanha escorrer pelos ombros até à cintura. “Você tem atitude, Ísis.

            “Acho que isso explica porque  nenhum menino nunca quis me beijar. Eles não gostam de garotas com atitude.”, eu queria muito falar algo naquela hora. “Acho que você vai ter que escrever um garoto para mim, Chris.

            Não consegui lidar com aquela risada triste. A garota sempre estava comigo em qualquer situação que fosse. Ríamos dos professores no meio da aula, enfrentávamos castigos juntos e comíamos pizza toda sexta, sem exceção.

            Fui muito egoísta naquele dia. Eu beijei minha melhor amiga simplesmente por que seus olhos me lembravam Kyle. E por pena, também.

            Foi estranho. Ela não parou de falar comigo depois disso. Conversamos um pouco mais e fomos de volta para o salão.

            É, bem, não era bem sobre isso que eu queria falar. Não essa imagem da minha melhor amiga que quero passar. Ela não era só isso. Ísis tinha uma história bem maior, uma personalidade muito maior mesmo.

            Morava com o pai em uma casa pequena e era bolsista no colégio desde à quarta série. A mãe sofria de esquizofrenia e batia nela. Teve de ser internada quando tinha 15 anos por ter ficado semanas sem comer, por que o pai precisava trabalhar para sustentá-la e Ísis não saía de seu quarto em casa.

            Nessa época, tive de forçá-la à almoçar na minha casa todos os dias.

            Ísis já fugiu de casa uma vez. Quando encontramos ela, estava no zoológico, tarde da noite, perto da jaula do leão. Não sei o que ela queria lá, mas não a soltei nem depois de três horas.

            Mas não era só disso que sua vida era feita. Saíamos de vez em quando para dançar em alguma festa, sempre de penetras. Ela me ajudava à escrever, eu a ajudava à esculpir, sempre um do lado do outro.  

            Ah, essas lembranças me deixam muito abalado. Fecho o álbum de fotos e fico refletindo sobre o que ela estaria fazendo hoje. Talvez fosse uma artista, ou uma empresária presa numa sala. Talvez fosse protestante, ou quem sabe política.

            Poderia estar casada, ou morta.

            É mais provável que esteja morta, afinal, praticamente todos que se relacionam comigo acabam se machucando ou morrendo. Se existe alguma maldição desse tipo, e só uma pessoa na terra tem isso, essa pessoa sou eu.

            Não importa. Hoje ela já deve ter beijado outras pessoas, comido pizza com elas, penetrado em festas, se fantasiado com elas. Chris pode ser uma lembrança muito distante para ela, assim como é para mim.

            Ainda tenho coisas para me arrepender.


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Notas finais do capítulo

GOMEEEN ><"
Até mais ~



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