Contos do Escritor Anônimo escrita por Queen Vee


Capítulo 4
Jardinagem / 4#


Notas iniciais do capítulo

Hello! Eu achei esse capítulo meio chatinho, mas espero que não concordem.
><" Até as notas finais ~



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De volta à minha mesa de trabalho, com um copo de café quente na mão e biscoitos de chocolate, fui tentando forçar minha mente à expulsar alguma mínima ideia que fosse. Escrevia uma coisa aqui e lá, mas nada muito bom.

Recostei-me brutalmente na cadeira, praticamente desistindo de tudo. Como diabos um inútil como eu iria pôr para a frente a merda do “ganha-pão” se nada que preste sai dessa cabeça idiota?

Cocei o olho, bocejando e olhando para o chão. A esperança era de que uma ideia simplesmente brotasse ali, me trazendo um best-seller e dinheiro. O que não funciona. Você que é escritor, nem tente.

Abri uma fresta na janela enorme à minha frente e fiquei admirando a paisagem de carros presos no trânsito, adolescentes conversando nas escadas dos prédios e ciclistas tentando não passar por cima dos pedestres.

Apenas uma árvore estava presente naquele horizonte.

Um garoto que conheci ficaria extremamente bravo vendo como as pessoas não dão a mínima para a natureza e o meio ambiente. E sim, pode pegar a pipoca que lá vem história.

Quando tinha catorze anos, minha tia Bell (a mãe da pequena e falecida Sandra) trabalhava como paisagista no enorme jardim do meu colégio. Algumas pessoas optavam por ajudá-la nisso, no clube de jardinagem.

Seu nome era Marion, e ele era o melhor naquele clubinho de três pessoas.

Conheci-o ao visitar minha tia no jardim. Na verdade ela não estava lá, tinha ido comprar adubo, e deixara o jardim inteirinho por conta dele. Cortando arbustos e usando um macacão jeans por cima do uniforme, Marion parecia muito concentrado.

Oi, garoto! Você viu a Bell por ai?”, ele parou de movimentar a tesoura e se virou, levantando os óculos de proteção.

Bell? Saiu...Quem é você?”, cruzou os braços, em sua típica posição ameaçadora. Com quem não conhece, claro. Marion é um doce.

É, bem, percebo que não há como continuar a história sem dizer uma parte que seja de meu verdadeiro nome. Podem me chamar de Chris.

Chris, do 9° B. Sou sobrinho dela.”, fui até mais educado que costumo ser. Naquele dia eu estava de bom humor por que...ah, outra história, esqueçam. Simplesmente tinha acordado feliz e de bem com a vida.

Por algum motivo, começamos à conversar. Tocou o horário de intervalo e ficamos sentados entre tulipas e orquídeas no jardim, comendo sanduíches de peito de peru e salada de ovo. Ele preferiu a salada de ovo, fazer o que?

A natureza era a coisa preferida de Marion. Cor? Verde. Alimentação? Vegetariano. Um perfeito defensor da Terra. Se ele se candidatasse para presidente, eu votaria. Aprendi naquele dia coisas sobre vegetais que ninguém, ninguém mesmo, nunca vai querer saber.

Cultura inútil.

Achei o cara legal e resolvi manter contato. Saía no meio de alguma aula chata com o pretesto de ver minha tia e passava o resto do horário conversando com Marion e o ajudando com as plantas.

Se você está se perguntando o que tem de errado dessa vez, bom, acontece que nosso garoto do dedo verde tinha um temperamento REALMENTE complicado. Morava em uma casa no meio do mato e quase não conversava com as pessoas.

E como sempre, tem um ser humano super esperto para mexer com o garoto antissocial. Mas, o aprendiz de jardinagem não suportava ser incomodado. Eis que vem Sissy Lianders, uma menina rica da região.

Sissy fora punida pelo diretor por incomodar outros alunos, tendo que ajudar no clube de jardinagem. A cara dela só de ver a terra simplesmente deixava Marion louco de irritação. Não o culpo por nada, ela era incômoda demais.

Quando os outros dois do clube foram embora e minha tia Bell foi na sala dos professores pegar a bolsa para ir também, ele ficou sozinho com Sissy. Enquanto ele regava umas plantas, a garota só falava e falava.

Eles não tinham me visto ainda. Fui apenas me despedir de Marion, mas acabei vendo nosso amigo da natureza enfiando uma tesoura na garota. Assim, sem motivo.

Era o que parecia, apenas. Ele vinha alimentando uma raiva pela garota por culpa de seu pai, que era um industriário muito rico e cortava florestas para montar suas indústrias. Até hoje não sei qual era dele nesse amor pela natureza, mas o admiro muito.

Não por matar a menina, claro. Nem por enterrá-la e cobrir com margaridas para disfarçar.

É, bem, mesmo depois de ver isso não dei muita bola. Sissy foi dada como desaparecida e até hoje procuram a menina. Continuei conversando com Marion até a formatura, e só perdi contato depois disso.

Ah, ele era um cara legal se você não fizesse nada contra a natureza. Ninguém sentiu a falta da menina mesmo.

Não me julgue, afinal... O corpo de Sissy foi um ótimo adubo.


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Notas finais do capítulo

Ok, tá mesmo muito sem-graça.
Eu sei, eu sei.
Até mais ~



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